domingo, 31 de outubro de 2010

HOJE É O DIA DO SENHOR!


O Olhar de Jesus...


Com freqüência, somos levados a olhar nas pessoas só os aspectos negativos...

Como é o OLHAR DE DEUS?


Na 1ª Leitura, vemos o Olhar de Deus:

"Os olhos de Deus são diferentes dos nossos". (Sb 11,22-12,2)


O autor sagrado manifesta o seu espanto porque o castigo de Deus

sobre os egípcios tinha sido moderado e benevolente.

E encontra três razões para justificar essa benevolência de Deus:


1. Ele é paciente porque é grande e poderoso...

Não se sente incomodado pelos atos dos que são pequenos e finitos.

Daí resulta a tolerância e a misericórdia...


2. Ele não quer a morte do pecador, mas a sua conversão.

Por isso: "Deus fecha os olhos" diante do pecado do homem,

a fim de o convidar ao arrependimento.


3. Deus ama todas as criaturas: Porque tudo é obra de suas mãos...

Ele não está interessado em castigar os homens.

Os próprios males não são "castigos de Deus".

Servem até como remédio para que o homem ponha os pés no chão,

reconheça seus pecados e enverede pelos caminhos da vida.


* Essa imagem do amor e da misericórdia de Deus deve nos impregnar

e transparecer em gestos para com os nossos irmãos.


Na 2ª Leitura, vemos o Olhar de São Paulo. (2Tm 1,11-22)


O Apóstolo lembra que Deus é o protagonista na salvação do homem.

Deus está sempre no princípio, no meio e no fim...

É ele quem anima e dá forças ao longo da caminhada;

é ele quem nos espera no final do caminho, para nos dar a vida plena.

* A salvação não é uma conquista nossa, mas um dom de Deus


No Evangelho vemos o Olhar de Jesus, no encontro com Zaqueu. (Lc 19,1-10)


+ ZAQUEU é chefe dos Publicanos, um chefe de ladrões...

homem de "baixa estatura", pequeno, insignificante aos olhos dos homens,

desprezado e rejeitado da comunidade...

- Este homem procurava "ver Jesus".

O "Ver" indica aqui mais do que curiosidade,

indica uma procura intensa de algo novo, uma ânsia de descobrir o "Reino",

um desejo de fazer parte dessa comunidade de Salvação que Jesus anunciava.

- No entanto, o Mestre devia lhe parecer distante e inacessível,

rodeado desses "puros" e "santos", que desprezavam os marginais como ele.

- O "subir num sicômoro" indica um desejo muito forte de encontro com Jesus, disposto a enfrentar até o ridículo ou as vaias da multidão.

+ JESUS vai ao Encontro dele.

Deixa o grupo dos "fiéis" e preocupa-se com o "pecador".

Ergue os olhos e vê o "pequeno"... Chama-o pelo nome: Zaqueu ("puro").

Ele se autoconvida: "Desce depressa... porque hoje preciso ficar em tua casa".

+ A atitude de Jesus provoca uma REAÇÃO:

- A Multidão murmura escandalizada: "Foi hospedar-se na casa de um pecador".

- Zaqueu acolhe com alegria o hóspede... Prepara um "Banquete"...

E, comovido, faz um pequeno discurso, em que manifesta a sua transformação.

Está disposto a repartir os seus bens com os pobres e

restituir quatro vezes mais o que tinha roubado...

Zaqueu só se aquietou quando conseguiu VER JESUS

e acolhê-lo em sua casa e em seu coração.


+ CRISTO conclui: "Hoje entrou a salvação nesta casa..."

Passos: - Zaqueu deseja ver Jesus... e vai à procura;

- Jesus percebe o interesse e vai ao encontro: Convida-se...

- Acolhido... Zaqueu acolhe Jesus e também os pobres: a Salvação.


* Zaqueu só resolveu ser generoso após o encontro com Cristo

e após ter feito a experiência do AMOR DE DEUS.

O amor de Deus não se derramou sobre Zaqueu depois de ele ter mudado.

O que provocou a conversão de Zaqueu foi o amor de Deus,

quando ainda era pecador. Converteu-se, quando se sentiu amado...

Prova-se assim que o amor pode transformar o mundo e o coração dos homens.


Hoje Cristo continua batendo à porta de nossa casa.

Ele deseja cear conosco para nos libertar de tudo o que nos aprisiona e

impede o nosso crescimento da vida de fé e de comunidade.

Abrindo as portas de nossa casa para acolher Jesus,

abrimos também os ouvidos e o coração ao anúncio da Boa nova.


É esse Deus de amor que devemos anunciar com palavras e gestos.

Só o amor gera amor e só com o amor conseguiremos transformar

o mundo e o coração dos homens.

Deus nos convida a amar todos os homens, inclusive os pecadores;

mas nos chama a combater o pecado, que enfeia o mundo

e destrói a felicidade do homem.


Qual é o nosso Olhar

para com os que se sentem excluídos e marginalizados

até pelos "fiéis" de nossas Comunidade?


- Um olhar severo e feroz, como o do povo, que julga e condena?

- Ou um olhar meigo, como o de Jesus,

que convida a celebrar num "Banquete", com muito amor e acolhida?


Pe. Antônio Geraldo Dalla Costa -31.10.2010

sábado, 30 de outubro de 2010

Solemnidad de todos los Santos




CAMINEO.INFO.- “El próximo 1 de noviembre celebramos la Solemnidad de Todos los Santos. Es una fiesta que tiene un profundo sentido de fe y de esperanza para nuestra condición de peregrinos. El peregrino se reconoce protagonista del mundo que vive, pero su mirada tiene horizontes de plenitud porque sabe que en el futuro está lo definitivo. Por otra parte, este futuro para el peregrino cristiano no es incierto, sino que camina con la certeza de saber adonde va. Esto no significa que no tenga dificultades o que siempre vea con claridad. Sabe que hay una meta, pero lo esencial es que conoce quién es el Camino. Esta es su certeza. Esto no suprime la búsqueda del hombre, pero ha encontrado el camino que eleva su inteligencia y da sentido a su vida.

Esto es lo importante de la fe, antes de ser un conjunto de verdades nos introduce en una historia personal en la que Dios tiene la iniciativa, y en la cual Jesucristo es su momento definitivo. La fe nos introduce en esa verdad de Dios que nos involucra, porque somos su obra mayor. Ella nos abre a un diálogo con él que descubre el sentido de nuestras vidas pero, sobre todo, nos da la posibilidad de hacerlo realidad. La fe no nos muestra un camino y nos deja huérfanos. Tampoco es una respuesta puntual a cada problema, no es un recetario diría, sino una realidad nueva que nos ilumina y da sentido a nuestra vida. Caminar en la fe puede ser, incluso, caminar en la oscuridad, pero con la certeza de estar en un camino que tiene horizontes de una Vida Plena.

A esta Vida que tiene su fuente en Dios la llamamos santidad. Dios es Santo. El hombre ha sido creado para participar de esta vida divina, por ello decimos que la santidad es la vocación de todo hombre. En la Fiesta de Todos los Santos celebramos en primer lugar a Dios, fuente de la santidad, pero también a aquellos hermanos nuestros que en su vida han participado de esta vida de Dios. Algunos han sido reconocidos por la Iglesia y se nos proponen como ejemplo, otros han vivido igualmente esta dimensión de la presencia de Dios en sus vidas. Si tenemos que hablar en la Iglesia de una jerarquía, es decir, de quienes ocupan el lugar más destacado, tenemos que hablar de los santos. Son ellos el testimonio de la presencia viva de Dios en el mundo. Cuando se pierde de vista el orden de esta jerarquía, es decir, cuando Dios no ocupa el lugar central, la vida de la Iglesia se empobrece.

En la Misa de Todos los Santos leemos el evangelio de las Bienaventuranzas, en las que Jesucristo nos presenta el ideal de lo que podríamos llamar el estilo de vida de la santidad. Este ideal necesita de la presencia de él, en nosotros, como gracia. La vida cristiana no es voluntarismo, sino presencia activa de Dios. Jesucristo no sólo nos marca un camino, sino que se queda con nosotros para caminarlo juntos: “Bienaventurados, nos dice, lo que tienen alma de pobres, porque a ellos pertenece el Reino de los Cielos. Bienaventurados los afligidos, porque serán consolados… Bienaventurados los que tienen hambre y sed de justicia, porque serán saciados. Bienaventurados los misericordiosos, porque obtendrán misericordia. Bienaventurados los que tienen el corazón puro, porque verán a Dios, Bienaventurados los que trabajan por la paz, porque serán llamados hijos de Dios…” (Mt. 5, 1-12).

Reconociendo esta presencia de Dios en tantos hermanos nuestros, que son la mayor riqueza de este mundo hermoso pero trágico, que es bueno pero con muchas heridas, les hago llegar junto a mi afecto y oraciones, mi bendición en el Señor y María Santísima. “



Mons. José María Arancedo, Arzobispo de Santa Fe de la Vera Cruz

Sat, 30 Oct 2010 07:38:00


SORRIR FAZ BEM




Em uma cidadezinha do interior havia um abacateiro carregado dentro do cemitério.

Dois amigos decidiram entrar lá à noite (quando não havia vigilância) e pegar todos os abacates.


Eles pularam o muro, subiram a árvore com as sacolas penduradas no ombro e começaram a distribuir o 'prêmio'.


Um pra mim, um pra você.


Um pra mim, um pra você.


Pô, você deixou dois caírem do lado de fora do

muro!


Não faz mal, depois que a gente terminar aqui pegamos os outros dois.


Então tá bom, mais um pra mim, um pra você.

Um bêbado, passando do lado de fora do cemitério, escutou esse negócio de 'um pra mim e um pra você' e saiu correndo para a delegacia.


Chegando lá, virou para o policial:


- Seu guarda, vem comigo! Deus e o diabo estão no cemitério dividindo as almas dos mortos!

- Ah, cala a boca bêbado.


- Juro que é verdade, vem comigo.

Os dois foram até o cemitério, chegaram perto do muro e começaram a escutar...


- Um para mim, um para você...

O guarda assustado:


- É verdade! É o dia do apocalipse!


Eles estão dividindo as almas dos mortos! O que será que vem

depois?

- Um para mim, um para você. Pronto, acabamos aqui. E agora?


- Agora a gente vai lá fora e pega os dois que estão do outro lado do muro...


Cooooooooooooooorrre...



sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Sabias que...







Sabias que quando invejas alguém, é porque na verdade gostas dessa 
pessoa? 




Sabias que aqueles que parecem ter um coração muito forte, são na 
verdade fracos e mais susceptíveis? 




Sabias que aqueles que passam o seu tempo protegendo os outros são 
aqueles que na verdade precisam que alguém os proteja a eles?




Sabias que as três coisas mais difíceis de dizer são: Amo-te, 
desculpa e ajuda-me? As pessoas que dizem isto são aqueles que realmente precisas de valorizar, 
porque o disseram.




Sabias que aquelas pessoas que se ocupam servindo de companhia 
para alguém ou ajudando os outros, são aqueles que realmente 
precisam de companhia e ajuda? 




Sabias que aqueles que se vestem de vermelho são os que têm mais 
confiança em si próprios?




Sabias que aqueles que se vestem de amarelo são aqueles que 
apreciam a sua própria beleza?




Sabias que aqueles que se vestem de preto, são aqueles que querem 
passar despercebidos e precisam da tua ajuda e compreensão?




Sabias que quando ajudas alguém, que a ajuda retorna a ti a 
duplicar?




Sabias que aqueles que necessitam mais da tua ajuda são aqueles 
que menos o mencionam? 




Sabias que é mais fácil dizeres o que sentes escrevendo do que 
dizê-lo cara a cara? Mas sabias que tem mais valor quando o dizes 
na cara? 




Sabias que o mais difícil para ti de fazeres ou dizeres é mais 
valioso de que algo que vale muito dinheiro? 




Sabias que se pedires algo com muita fé, os teus desejos estão 
garantidos?




Sabias que podes tornar os teus sonhos realidade, tal como 
apaixonares-te, tornares-te saudável, se o pedires com fé, e 
se realmente souberes, ficarás surpreso com aquilo que consegues 
fazer. 


Mas não acredites em tudo que te digo, até que o tentes por ti 
mesmo, se souberes de alguém que precisa de algo que mencionei, e 
souberes que podes ajudar, verás que serás recompensado a 
duplicar. 



'Um dia, nós mudaremos o mundo... ou já o estamos a fazer' 




(Do meu correio electrónico: Enviado pelo Aníbal)


quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Indicaciones de Kiko, Carmen y el P. Mario sobre la preparación a la Jornada Mundial de la Juventud, Madrid 2011



CAMINEO.INFO.- Madrid/ESPAÑA.- Siguiendo las indicaciones que Kiko, Carmen y el P. Mario nos han transmitido en la Convivencia de inicio de curso de Porto San Giorgio, de cara a la organización de la peregrinación a Madrid con motivo de la JMJ, Madrid 2011:

Cada nación o diócesis -a través de los catequistas responsables de cada una-, de los equipos de zona o de los responsables de la parroquia, deberán organizar la peregrinación a Madrid de forma independiente. Tendréis que preparar los detalles de la peregrinación: transporte, hospedaje, comidas, itinerarios de evangelización, visitas a lugares santos, etc. de la forma más conveniente para vuestro grupo. Desde Madrid no se centralizará dicha preparación.

Como ayuda para los hermanos del Camino de cara a este proceso preparatorio

–también a la llegada y durante la estancia en Madrid–, el CNC ha puesto a disposición de todos los hermanos del Camino una Oficina de Información cuyo responsable es José Manuel Lenzano, que junto con Rafael Tomás, responsable del Centro Neocatecumenal de Madrid, y un equipo de hermanos del Camino, realizan este servicio de ayuda a los equipos de responsables. Uno de los fines es proporcionar algunas respuestas a las necesidades que puedan surgir durante el proceso de preparación y la estancia en Madrid. Se prestará atención especial en siete lenguas: español, italiano, francés, inglés, alemán, portugués y polaco. Esta oficina de información ayudará en la coordinación de las distintas actividades de la JMJ y del encuentro vocacional con Kiko, Carmen y el P. Mario que tendremos el lunes 22 de agosto, en Cuatro Vientos.

Como en otras ocasiones, los días próximos al encuentro con el Papa, se nos ha invitado a todos los hermanos del Camino a evangelizar Europa y España haciendo un viaje de misión; anunciando por las calles el Kerigma, recorriendo las ciudades y yendo de pueblo en pueblo, tal y como hacía el Señor. Se nos invita a recorrer las ciudades con nuestros jóvenes, con la Cruz, cantando con las guitarras, con una pancarta y visitando las casas de dos en dos para anunciar la Buena Noticia en todos los pueblos de Europa, de España (Madrid, Galicia, Barcelona, Valencia…).

“Que cada comunidad elija libremente dónde evangelizar: elegid con humildad, haciendo 5 o 7 días de misión mientras venís de camino. Os cogéis un mapa, cerráis los ojos y ponéis el dedo en un país o en una ciudad. Vais a hablar con el Alcalde y le decís lo que pensáis hacer: el Señor os llevará donde menos penséis y hará grandes milagros; podemos ir a los hospitales, a los asilos, a los colegios… Tenéis que prever el autocar para los días de misión y después de hacer la misión llegaréis a Madrid donde habréis previsto un lugar para hospedaros, a través de una agencia o como os parezca más conveniente”, ha dicho Kiko. Es una oportunidad única para evangelizar Europa, para dar testimonio de nuestra fe y que escuchen el anuncio del Evangelio: la Buena Noticia.

El Papa llegará a Madrid el jueves, día 18 de agosto, a las 16:00 horas y los encuentros fundamentales serán los días 20 y el 21. Al día siguiente, 22, tendremos el encuentro vocacional con Kiko, Carmen y el P. Mario, presidido por el Cardenal Arzobispo de Madrid, D. Antonio María Rouco Varela, en Cuatro Vientos.

En la página que hemos abierto (www.jmj2011cnc.info), iremos informando de todos los detalles necesarios para ayudaros en la organización de la peregrinación. Además, publicaremos de forma periódica información útil para facilitaros la preparación y el traslado a Madrid.

¡Ánimo! ¡Bienvenidos a Madrid!


JMJ2011CNC.INFO

Tue, 26 Oct 2010 12:01:00


quarta-feira, 27 de outubro de 2010

PALAVRA DE VIDA



Amarás teu próximo como a ti mesmo.”


Essa frase consta também no Antigo Testamento (Lv 19,18).
Para responder a uma pergunta capciosa, Jesus se insere na grande tradição profética e rabínica que indagava sobre o princípio unificador da Torá, ou seja, sobre o ensinamento de Deus contido na Bíblia. Um contemporâneo de Jesus, Rabbi Hillel, tinha dito: “Não faça com seu próximo aquilo que detestaria fosse feito a você, nisto se resume toda a lei. O resto é apenas interpretação” (Shabbat 31a).
Para os mestres do judaísmo, o amor ao próximo provém do amor a Deus, que criou o homem à sua imagem e semelhança – por essa razão, não se pode amar a Deus sem amar a sua criatura; esse é o verdadeiro motivo do amor ao próximo e é “um princípio grande e geral na lei” (Rabbi Akiba, comentários rabínicos a Lv 19,18).
Jesus reforça esse princípio e acrescenta que o mandamento de amar o próximo é semelhante ao primeiro e maior de todos os mandamentos: amar a Deus com todo o coração, com toda a mente e com toda a alma. Ao afirmar que existe uma relação de semelhança entre os dois mandamentos, Jesus os une definitivamente. Isso será feito também por toda a tradição cristã. É o que confirma o apóstolo João de modo lapidar: “Quem não ama seu irmão, a quem vê, não poderá amar a Deus, a quem não vê” (1Jo 4,20).

Amarás teu próximo como a ti mesmo.”

Todo ser humano é – o Evangelho inteiro afirma isso claramente – nosso "próximo", homem ou mulher, amigo ou inimigo, a quem se deve respeito, consideração, apreço. O amor ao próximo é universal e pessoal ao mesmo tempo. Abraça toda a humanidade e se especifica “naquele que está ao seu lado”.
Mas, quem pode nos dar um coração tão grande, quem pode suscitar em nós uma benevolência tão grande a ponto de considerarmos como nossos “próximos” inclusive as pessoas com quem não temos nada a ver, de nos fazer superar o amor-próprio, para vermos a nós mesmos nos outros? É um dom de Deus, ou melhor, é o próprio amor de Deus que “foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado” (Rm 5,5).
Logo, não se trata de um amor comum, não é simples amizade nem apenas filantropia, mas é aquele amor que foi derramado em nossos corações já no batismo, aquele amor que é a vida do próprio Deus, da Santíssima Trindade, e do qual podemos participar.
O amor, portanto, é tudo. Mas para podermos vivê-lo bem, é necessário conhecer as suas qualidades, que sobressaem do Evangelho e da Sagrada Escritura em geral, e que vamos tentar sintetizar em alguns aspectos fundamentais.
Antes de tudo, Jesus, que morreu por todos, amando a todos, nos ensina que o verdadeiro amor deve ser dirigido a todos. Não é como o amor que muitas vezes vivemos, meramente humano, que tem um raio de alcance restrito: a família, os amigos, os vizinhos… O amor verdadeiro que Jesus pede não admite discriminações; não faz distinção entre a pessoa simpática e antipática; para esse amor não existe o bonito e o feio, o adulto e a criança, o conterrâneo e o estrangeiro, o irmão da própria Igreja ou de outra, da própria religião ou de outra. Esse amor ama a todos. É isso que devemos fazer: amar a todos.
E ainda, o amor verdadeiro toma a iniciativa; não espera ser amado, como em geral acontece com o amor humano, que nos leva a amar aqueles que nos amam. Não, o amor verdadeiro toma a iniciativa, como fez o Pai quando, sendo nós ainda pecadores – e, portanto, quando ainda não amávamos –, mandou o Filho para nos salvar.
Sendo assim, amar a todos e tomar a iniciativa no amor.
O amor verdadeiro reconhece também a presença de Jesus em cada próximo. No juízo final, Jesus nos dirá: “Foi a mim que o fizestes” (cf Mt 25,40). Isso vale para o bem que fazemos e, infelizmente, também para o mal.
O amor verdadeiro ama o amigo, mas também o inimigo; faz-lhe o bem, reza por ele.
Jesus deseja também que o amor, trazido por Ele à terra, se torne recíproco: que um ame o outro e vice-versa, de modo que se alcance a unidade.
Todas essas qualidades do amor nos levam a entender e viver melhor a Palavra de Vida deste mês.

Amarás teu próximo como a ti mesmo.”

O amor verdadeiro ama o outro como a si mesmo. Isso deve ser seguido ao pé da letra: temos realmente que ver no próximo um “outro nós” e fazermos ao outro o que faríamos a nós mesmos. O amor verdadeiro é o que sabe sofrer com quem sofre, alegrar-se com quem se alegra, carregar os pesos dos outros e, como diz Paulo, sabe “fazer-se um” com a pessoa amada. Dessa forma, é um amor não só de sentimento ou de palavras bonitas, mas que se exprime em fatos concretos.
Quem possui outra fé religiosa também procura agir assim, segundo a conhecida “regra de ouro”, que existe em todas as religiões. Ela exige que façamos aos outros o que gostaríamos que fosse feito a nós. Gandhi a explica de modo muito simples e eficaz: “Não posso fazer mal a você sem ferir a mim mesmo” (cf. Wilhelm Mühs, Palavras do Coração, Cidade Nova, São Paulo, 1998).
Este mês, portanto, deve ser uma oportunidade para reavivarmos o amor ao próximo, que tem os mais diferentes rostos: o vizinho, a colega de escola, o amigo, o parente mais próximo. Mas tem também o rosto daquela humanidade angustiada dos países em guerra ou das vítimas de catástrofes naturais, que a televisão traz às nossas casas. Antes eram desconhecidos e muito distantes, mas agora também eles se tornaram nossos próximos.
O amor vai nos sugerir, em cada circunstância, o que fazer e, aos poucos, dilatará o nosso coração segundo a medida do coração de Jesus.



Chiara Lubich



terça-feira, 26 de outubro de 2010

As lições que nos chegam do Chile...




... da “Operação Resgate dos Mineiros de S. José”.



Este país vulgarmente dito da “América Latrina” deu várias lições ao mundo que convém não ignorar.

O Chile:

Saído do Pinochet, refez-se. Tem feito contas com a história.

Saído de um tremendo sismo e tsunami, refez-se. Sem choradinhos.

Agora a “Operação Resgate” onde se viu a braços com um salvamento nunca antes feito noutra parte do mundo. Sacar cá para fora 33 homens encurralados a 700 m de profundidade.

Vamos começar pela lição de amor aos seu mineiros, em contraste com os russos, por exemplo, no caso do submarino onde deixaram morrer mais de 100 marinheiros da forma mais vil.

Não esqueço uma mulher a ser injectada em plena demonstração de repulsa, pela forma como o governo desprezou os seus homens, pelo estúpido segredo militar.

Não esqueço os mineiros chineses que morrem como toupeiras encurraladas.

Não esqueço os mineiros portugueses que são esquecidos nas suas doenças.

A “Operação Resgate” teve um planeamento exemplar. Não anunciaram um salvamento para amanhã, para depois ser adiado para o próximo mês e para o próximo ano, como sucederia cá.

Não, foi anunciado para o Natal e antecipado dois meses. Brilhante!

Na “Operação Resgate” não enriqueceu nenhum político. Nem mesmo vai acontecer nenhuma derrapagem financeira. A empresa mineira viu as suas contas congeladas para não se furtar às responsabilidades como pretendia fazer.

A “Operação Resgate” foi de tal forma planeada que não se viu ninguém, atropelar ninguém. Todos sabiam perfeitamente bem… o que fazer. Engenharia perfeita como dizia a BBC. Todo o mundo irá beber na experiência e na lição Chilena. Todo o mundo está vergado.

Na “Operação Resgate” os jornalistas estiveram sempre arredados da zona de trabalhos, com a sua bancada construída para o efeito. Mais de 2000.

Na “Operação Resgate” não se viram dezenas de polícias ou militares para conter a turba de familiares, jornalistas, curiosos e alcoviteiros.

Na “Operação Resgate” nenhum chefe de bombeiros, médico, engenheiro, ou penetra… deu entrevistas idiotas para a televisão.

Na “Operação Resgate de S. José” falou-se pouco e trabalhou-se muito e bem.

Na “Operação Resgate” nada foi deixado ao acaso. Tudo foi previsto, tudo foi calculado.

O joelho só serviu para dobrar a perna e não como mesa de trabalho.

O mundo está rendido à eficácia dos Chilenos.

Deixem de dizer “América Latrina” e olhem para o LAMEIRO que está à porta.

(Do meu correio electrónico: Enviado pela Albertina )


segunda-feira, 25 de outubro de 2010

CARTA DO PAPA BENTO XVI AOS SEMINARISTAS -2



Queridos Seminaristas,

(Conclusão)



6. Os anos no Seminário devem ser também um tempo de maturação humana. Para o sacerdote, que terá de acompanhar os outros ao longo do caminho da vida e até às portas da morte, é importante que ele mesmo tenha posto em justo equilíbrio coração e intelecto, razão e sentimento, corpo e alma, e que seja humanamente «íntegro». Por isso, a tradição cristã sempre associou às «virtudes teologais» as «virtudes cardeais», derivadas da experiência humana e da filosofia, e também em geral a sã tradição ética da humanidade. Di-lo, de maneira muito clara, Paulo aos Filipenses: «Quanto ao resto, irmãos, tudo o que é verdadeiro, nobre e justo, tudo o que é puro, amável e de boa reputação, tudo o que é virtude e digno de louvor, isto deveis ter no pensamento» (4, 8). Faz parte deste contexto também a integração da sexualidade no conjunto da personalidade. A sexualidade é um dom do Criador, mas também uma função que tem a ver com o desenvolvimento do próprio ser humano. Quando não é integrada na pessoa, a sexualidade torna-se banal e ao mesmo tempo destrutiva. Vemos isto, hoje, em muitos exemplos da nossa sociedade. Recentemente, tivemos de constatar com grande mágoa que sacerdotes desfiguraram o seu ministério, abusando sexualmente de crianças e adolescentes. Em vez de levar as pessoas a uma humanidade madura e servir-lhes de exemplo, com os seus abusos provocaram devastações, pelas quais sentimos profunda pena e desgosto. Por causa de tudo isto, pode ter-se levantado em muitos, e talvez mesmo em vós próprios, esta questão: se é bom fazer-se sacerdote, se o caminho do celibato é sensato como vida humana. Mas o abuso, que há que reprovar profundamente, não pode desacreditar a missão sacerdotal, que permanece grande e pura. Graças a Deus, todos conhecemos sacerdotes convincentes, plasmados pela sua fé, que testemunham que, neste estado e precisamente na vida celibatária, é possível chegar a uma humanidade autêntica, pura e madura. Entretanto o sucedido deve tornar-nos mais vigilantes e solícitos, levando precisamente a interrogarmo-nos cuidadosamente a nós mesmos diante de Deus ao longo do caminho rumo ao sacerdócio, para compreender se este constitui a sua vontade para mim. É função dos padres confessores e dos vossos superiores acompanhar-vos e ajudar-vos neste percurso de discernimento. É um elemento essencial do vosso caminho praticar as virtudes humanas fundamentais, mantendo o olhar fixo em Deus que Se manifestou em Cristo, e deixar-se incessantemente purificar por Ele.

7. Hoje os princípios da vocação sacerdotal são mais variados e distintos do que nos anos passados. Muitas vezes a decisão para o sacerdócio desponta nas experiências de uma profissão secular já assumida. Frequentemente cresce nas comunidades, especialmente nos movimentos, que favorecem um encontro comunitário com Cristo e a sua Igreja, uma experiência espiritual e a alegria no serviço da fé. A decisão amadurece também em encontros muito pessoais com a grandeza e a miséria do ser humano. Deste modo os candidatos ao sacerdócio vivem muitas vezes em continentes espirituais completamente diversos; poderá ser difícil reconhecer os elementos comuns do futuro mandato e do seu itinerário espiritual. Por isso mesmo, o Seminário é importante como comunidade em caminho que está acima das várias formas de espiritualidade. Os movimentos são uma realidade magnífica; sabeis quanto os aprecio e amo como dom do Espírito Santo à Igreja. Mas devem ser avaliados segundo o modo como todos se abrem à realidade católica comum, à vida da única e comum Igreja de Cristo que permanece uma só em toda a sua variedade. O Seminário é o período em que aprendeis um com o outro e um do outro. Na convivência, por vezes talvez difícil, deveis aprender a generosidade e a tolerância não só suportando-vos mutuamente, mas também enriquecendo-vos um ao outro, de modo que cada um possa contribuir com os seus dotes peculiares para o conjunto, enquanto todos servem a mesma Igreja, o mesmo Senhor. Esta escola da tolerância, antes do aceitar-se e compreender-se na unidade do Corpo de Cristo, faz parte dos elementos importantes dos anos de Seminário.

Queridos seminaristas! Com estas linhas, quis mostrar-vos quanto penso em vós precisamente nestes tempos difíceis e quanto estou unido convosco na oração. Rezai também por mim, para que possa desempenhar bem o meu serviço, enquanto o Senhor quiser. Confio o vosso caminho de preparação para o sacerdócio à protecção materna de Maria Santíssima, cuja casa foi escola de bem e de graça. A todos vos abençoe Deus omnipotente Pai, Filho e Espírito Santo.

Vaticano, 18 de Outubro – Festa de São Lucas, Evangelista – do ano 2010.


Vosso no Senhor
BENEDICTUS PP XVI



Copyright 2010 - Libreria Editrice Vaticana



domingo, 24 de outubro de 2010

HOJE É O DIA DO SENHOR!



Fariseu ou Publicano?


No domingo passado, refletimos

sobre a necessidade da Oração perseverante:

Um apelo muito atual ao homem moderno,

tão ocupado e preocupado com tantas coisas,

que quase não sobra tempo para si mesmo.

E o tempo que sobra gasta na TV ou outras diversões.


Mas não basta rezar, precisa rezar bem...

- E qual é o espírito que deve animar a nossa oração

para que seja agradável a Deus e proveitosa para nós?


As leituras da Liturgia de hoje nos dão uma resposta.


Na 1ª Leitura, Deus afirma que escuta as súplicas dos HUMILDES:

"A oração do humilde penetra as nuvens..." (Eclo 35,15a-17.20-22a)


* A nossa oração só tem valor e é acolhida por Deus,

quando parte de um coração pobre, humilde e justo

e é solidária com todos os oprimidos e empobrecidos.


Na 2ª Leitura, Paulo, velho, preso, condenado à morte,

medita e reza sobre a sua VIDA... (1Tm 4,6-8.16-18)

"Combati o bom combate, terminei a minha carreira, guardei a fé..."


* É o testamento de alguém que está com a consciência do dever cumprido

e aguarda com humildade e confiança a recompensa de Deus.


No Evangelho, Jesus mostra a ORAÇÃO HUMILDE de um pecador,

que se apresenta diante de Deus de mãos vazias,

mas disposto a acolher o Dom de Deus. (Lc 18,9-14)


- Os destinatários da Parábola do Fariseu "santo" e do Publicano "pecador"

são: "alguns que se consideravam justos e desprezavam os outros".

- Os dois rezam no Templo: um espera a recompensa e o outro a misericórdia...

O modo de rezar dos dois é bem diferente:

O Fariseu pelo caminho do orgulho, o Publicano pelo caminho da humildade.


+ O FARISEU: na frente... "de pé"... reza satisfeito pelo que é e pelo que faz:

- Sua oração é longa: é uma arrogante exaltação de si.

Agradece a Deus por não ser como os demais, nos quais só vê erros e pecados.

- É auto-suficiente: não precisa de Deus e despreza os irmãos.

A sua Salvação não é dom de Deus, mas conquista de suas "boas obras".


+ O PUBLICANO: no fundo... de cabeça baixa... batendo no peito...

Reconhece com humildade a soberania de Deus e a própria pequenez...

Ele precisa de Deus e aceita a salvação que Deus lhe oferece.

- Sua oração é breve: resume-se em pedir perdão:

"Meu Deus, tem piedade de mim, que sou um pecador..."


+ À primeira vista, daria a impressão que o fariseu era mau e o publicano bom. No entanto, o fariseu era "bom praticante" e o publicano praticava injustiças. Mas, quem se comportava bem foi condenado e o pecador voltou "justificado".

O fariseu ofereceu suas obras, o publicano sua miséria e seus pecados...


- E Jesus conclui:

"Quem se exalta será humilhado, e quem se humilha será exaltado".


A Parábola nos fala de DOIS TIPOS de Pessoas:


+ O Fariseu é modelo do homem "justo", cumpridor de todas as leis,

que leva uma vida impecável. Ninguém o pode acusar de ações contra Deus,

nem contra os irmãos. Está contente por não ser como os outros.

Vai à missa todos os domingos... Paga o dízimo... Confessa de vez em quando... Mas na confissão "não tem pecados". Só tem boas obras a declarar...

Na Oração, ao invés de louvar a Deus, louva-se a si mesmo...

Umas práticas religiosas bem observadas lhe dão a segurança da salvação.


* CRISTO quer uma religião em espírito e verdade, com o mandamento do amor.

E ele a reduz a umas obrigações, para estar em dia com Deus...


+ O Publicano é modelo do homem humilde, que se reconhece pecador.

Sente necessidade de Deus, confia nele e lhe oferece seu pobre coração abatido.


* Aceita com humildade os meios da Confissão, da Missa e da Comunhão.

Não se considera melhor do que os outros... Nem os julga...


+ Os novos Fariseus...


O FARISAÍSMO é uma atitude religiosa que nos impede de ver-nos como somos

e deturpa nossa relação com Deus e com os irmãos.

Ninguém está isento da contaminação dessa perene soberba humana.


PUBLICANOS são todos aqueles que tomam consciência de seus erros

e pedem perdão.

- Quais são os sentimentos que animam o nosso coração na Oração?


Missão e Partilha...

Nesse DIA MUNDIAL DAS MISSÕES, o papa nos lembra que... "é uma ocasião para renovar o compromisso de anunciar o Evangelho

e conferir às atividades pastorais ampla conotação missionária...

'Queremos ver Jesus' é um apelo atual... Os homens de nosso tempo

pedem aos fiéis que não apenas "falem" de Jesus, mas "apresentem",

fazendo resplandecer o seu rosto, em todos os cantos da terra...

A Eucaristia é fonte e ápice não só da vida da Igreja, mas também da sua Missão. Uma Igreja autenticamente eucarística é uma igreja missionária:

'O que vimos e ouvimos, nós agora o anunciamos a vocês,

para que vocês estejam em comunhão conosco' (1Jo 1,3)...

O impulso missionário sempre foi sinal de vitalidade para as nossas Igrejas e a sua cooperação é testemunho singular de unidade, fraternidade e solidariedade, que torna críveis os anunciadores do Amor que salva".


Pe. Antônio Geraldo Dalla Costa – 24-10-2010


sábado, 23 de outubro de 2010

CARTA DO PAPA BENTO XVI AOS SEMINARISTAS - 1



Queridos Seminaristas,

(Continuação)



2. Para nós, Deus não é só uma palavra. Nos sacramentos, dá-Se pessoalmente a nós, através de elementos corporais. O centro da nossa relação com Deus e da configuração da nossa vida é a Eucaristia; celebrá-la com íntima participação e assim encontrar Cristo em pessoa deve ser o centro de todas as nossas jornadas. Para além do mais, São Cipriano interpretou a súplica do Evangelho «o pão nosso de cada dia nos dai hoje», dizendo que o pão «nosso», que, como cristãos, podemos receber na Igreja, é precisamente Jesus eucarístico. Por conseguinte, na referida súplica do Pai Nosso, pedimos que Ele nos conceda cada dia este pão «nosso»; que o mesmo seja sempre o alimento da nossa vida, que Cristo ressuscitado, que Se nos dá na Eucaristia, plasme verdadeiramente toda a nossa vida com o esplendor do seu amor divino. Para uma recta celebração eucarística, é necessário aprendermos também a conhecer, compreender e amar a liturgia da Igreja na sua forma concreta. Na liturgia, rezamos com os fiéis de todos os séculos; passado, presente e futuro encontram-se num único grande coro de oração. A partir do meu próprio caminho, posso afirmar que é entusiasmante aprender a compreender pouco a pouco como tudo isto foi crescendo, quanta experiência de fé há na estrutura da liturgia da Missa, quantas gerações a formaram rezando.

3. Importante é também o sacramento da Penitência. Ensina a olhar-me do ponto de vista de Deus e obriga-me a ser honesto comigo mesmo; leva-me à humildade. Uma vez o Cura d’Ars disse: Pensais que não tem sentido obter a absolvição hoje, sabendo entretanto que amanhã fareis de novo os mesmos pecados. Mas – assim disse ele – o próprio Deus neste momento esquece os vossos pecados de amanhã, para vos dar a sua graça hoje. Embora tenhamos de lutar continuamente contra os mesmos erros, é importante opor-se ao embrutecimento da alma, à indiferença que se resigna com o facto de sermos feitos assim. Na grata certeza de que Deus me perdoa sempre de novo, é importante continuar a caminhar, sem cair em escrúpulos mas também sem cair na indiferença, que já não me faria lutar pela santidade e o aperfeiçoamento. E, deixando-me perdoar, aprendo também a perdoar aos outros; reconhecendo a minha miséria, também me torno mais tolerante e compreensivo com as fraquezas do próximo.

4. Mantende em vós também a sensibilidade pela piedade popular, que, apesar de diversa em todas as culturas, é sempre também muito semelhante, porque, no fim de contas, o coração do homem é o mesmo. É certo que a piedade popular tende para a irracionalidade e, às vezes, talvez mesmo para a exterioridade. No entanto, excluí-la, é completamente errado. Através dela, a fé entrou no coração dos homens, tornou-se parte dos seus sentimentos, dos seus costumes, do seu sentir e viver comum. Por isso a piedade popular é um grande património da Igreja. A fé fez-se carne e sangue. Seguramente a piedade popular deve ser sempre purificada, referida ao centro, mas merece a nossa estima; de modo plenamente real, ela faz de nós mesmos «Povo de Deus».

5. O tempo no Seminário é também e sobretudo tempo de estudo. A fé cristã possui uma dimensão racional e intelectual, que lhe é essencial. Sem tal dimensão, a fé deixaria de ser ela mesma. Paulo fala de uma «norma da doutrina», à qual fomos entregues no Baptismo (Rm 6, 17). Todos vós conheceis a frase de São Pedro, considerada pelos teólogos medievais como a justificação para uma teologia elaborada racional e cientificamente: «Sempre prontos a responder (…) a todo aquele que vos perguntar “a razão” (logos) da vossa esperança» (1 Ped 3, 15). Adquirir a capacidade para dar tais respostas é uma das principais funções dos anos de Seminário. Tudo o que vos peço insistentemente é isto: Estudai com empenho! Fazei render os anos do estudo! Não vos arrependereis. É certo que muitas vezes as matérias de estudo parecem muito distantes da prática da vida cristã e do serviço pastoral. Mas é completamente errado pôr-se imediatamente e sempre a pergunta pragmática: Poderá isto servir-me no futuro? Terá utilidade prática, pastoral? É que não se trata apenas de aprender as coisas evidentemente úteis, mas de conhecer e compreender a estrutura interna da fé na sua totalidade, de modo que a mesma se torne resposta às questões dos homens, os quais, do ponto de vista exterior, mudam de geração em geração e todavia, no fundo, permanecem os mesmos. Por isso, é importante ultrapassar as questões volúveis do momento para se compreender as questões verdadeiras e próprias e, deste modo, perceber também as respostas como verdadeiras respostas. É importante conhecer a fundo e integralmente a Sagrada Escritura, na sua unidade de Antigo e Novo Testamento: a formação dos textos, a sua peculiaridade literária, a gradual composição dos mesmos até se formar o cânon dos livros sagrados, a unidade dinâmica interior que não se nota à superfície, mas é a única que dá a todos e cada um dos textos o seu pleno significado. É importante conhecer os Padres e os grandes Concílios, onde a Igreja assimilou, reflectindo e acreditando, as afirmações essenciais da Escritura. E poderia continuar assim: aquilo que designamos por dogmática é a compreensão dos diversos conteúdos da fé na sua unidade, mais ainda, na sua derradeira simplicidade, pois cada um dos detalhes, no fim de contas, é apenas explanação da fé no único Deus, que Se manifestou e continua a manifestar-Se a nós. Que é importante conhecer as questões essenciais da teologia moral e da doutrina social católica, não será preciso que vo-lo diga expressamente. Quão importante seja hoje a teologia ecuménica, conhecer as várias comunidade cristãs, é evidente; e o mesmo se diga da necessidade duma orientação fundamental sobre as grandes religiões e, não menos importante, sobre a filosofia: a compreensão daquele indagar e questionar humano ao qual a fé quer dar resposta. Mas aprendei também a compreender e – ouso dizer – a amar o direito canónico na sua necessidade intrínseca e nas formas da sua aplicação prática: uma sociedade sem direito seria uma sociedade desprovida de direitos. O direito é condição do amor. Agora não quero continuar o elenco, mas dizer-vos apenas e uma vez mais: Amai o estudo da teologia e segui-o com diligente sensibilidade para ancorardes a teologia à comunidade viva da Igreja, a qual, com a sua autoridade, não é um pólo oposto à ciência teológica, mas o seu pressuposto. Sem a Igreja que crê, a teologia deixa de ser ela própria e torna-se um conjunto de disciplinas diversas sem unidade interior.

(Continua)



sexta-feira, 22 de outubro de 2010

CARTA DO PAPA BENTO XVI AOS SEMINARISTAS



Queridos Seminaristas,

Em Dezembro de 1944, quando fui chamado para o serviço militar, o comandante de companhia perguntou a cada um de nós a profissão que sonhava ter no futuro. Respondi que queria tornar-me sacerdote católico. O subtenente replicou: Nesse caso, convém-lhe procurar outra coisa qualquer; na nova Alemanha, já não há necessidade de padres. Eu sabia que esta «nova Alemanha» estava já no fim e que, depois das enormes devastações causadas por aquela loucura no país, mais do que nunca haveria necessidade de sacerdotes. Hoje, a situação é completamente diversa; porém de vários modos, mesmo em nossos dias, muitos pensam que o sacerdócio católico não seja uma «profissão» do futuro, antes pertenceria já ao passado. Contrariando tais objecções e opiniões, vós, queridos amigos, decidistes-vos a entrar no Seminário, encaminhando-vos assim para o ministério sacerdotal na Igreja Católica. E fizestes bem, porque os homens sempre terão necessidade de Deus – mesmo na época do predomínio da técnica no mundo e da globalização –, do Deus que Se mostrou a nós em Jesus Cristo e nos reúne na Igreja universal, para aprender, com Ele e por meio d’Ele, a verdadeira vida e manter presentes e tornar eficazes os critérios da verdadeira humanidade. Sempre que o homem deixa de ter a noção de Deus, a vida torna-se vazia; tudo é insuficiente. Depois o homem busca refúgio na alienação ou na violência, ameaça esta que recai cada vez mais sobre a própria juventude. Deus vive; criou cada um de nós e, por conseguinte, conhece a todos. É tão grande que tem tempo para as nossas coisas mais insignificantes: «Até os cabelos da vossa cabeça estão contados». Deus vive, e precisa de homens que vivam para Ele e O levem aos outros. Sim, tem sentido tornar-se sacerdote: o mundo tem necessidade de sacerdotes, de pastores hoje, amanhã e sempre enquanto existir.

O Seminário é uma comunidade que caminha para o serviço sacerdotal. Nestas palavras, disse já algo de muito importante: uma pessoa não se torna sacerdote, sozinha. É necessária a «comunidade dos discípulos», o conjunto daqueles que querem servir a Igreja de todos. Com esta carta, quero evidenciar – olhando retrospectivamente também para o meu tempo de Seminário – alguns elementos importantes para o vosso caminho a fazer nestes anos.

1. Quem quer tornar-se sacerdote, deve ser sobretudo um «homem de Deus», como o apresenta São Paulo (1 Tm 6, 11). Para nós, Deus não é uma hipótese remota, não é um desconhecido que se retirou depois do «big-bang». Deus mostrou-Se em Jesus Cristo. No rosto de Jesus Cristo, vemos o rosto de Deus. Nas suas palavras, ouvimos o próprio Deus a falar connosco. Por isso, o elemento mais importante no caminho para o sacerdócio e ao longo de toda a vida sacerdotal é a relação pessoal com Deus em Jesus Cristo. O sacerdote não é o administrador de uma associação qualquer, cujo número de membros se procura manter e aumentar. É o mensageiro de Deus no meio dos homens; quer conduzir a Deus, e assim fazer crescer também a verdadeira comunhão dos homens entre si. Por isso, queridos amigos, é muito importante aprenderdes a viver em permanente contacto com Deus. Quando o Senhor fala de «orar sempre», naturalmente não pede para estarmos continuamente a rezar por palavras, mas para conservarmos sempre o contacto interior com Deus. Exercitar-se neste contacto é o sentido da nossa oração. Por isso, é importante que o dia comece e acabe com a oração; que escutemos Deus na leitura da Sagrada Escritura; que Lhe digamos os nossos desejos e as nossas esperanças, as nossas alegrias e sofrimentos, os nossos erros e o nosso agradecimento por cada coisa bela e boa, e que deste modo sempre O tenhamos diante dos nossos olhos como ponto de referência da nossa vida. Assim tornamo-nos sensíveis aos nossos erros e aprendemos a trabalhar para nos melhorarmos; mas tornamo-nos sensíveis também a tudo o que de belo e bom recebemos habitualmente cada dia, e assim cresce a gratidão. E, com a gratidão, cresce a alegria pelo facto de que Deus está perto de nós e podemos servi-Lo.

(Continua)



quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Seminário de Angra institui seis Leitores




O 1º PASSO A CAMINHO DA VIDA



No próximo dia 7 de Novembro, vão ser Instituidos seis Leitores do nosso Seminário Diocesano, pelo Senhor D. António, Bispo dos Açores. O evento terá lugar na paróquia da Agualva.


Esta notícia tem a intenção de pedir as vossas Orações para que Cristo Senhor lhes abra o coração e lhes dê o discernimento necessário para que vivam aquilo que Proclamam, que é a Palavra de Deus.


É o 1º Passo a caminho da Vida cheia de graças espirituais que o Senhor lhes irá suscitando na vocação que escolheram. Irão utilizá-las para a sua santificação e para ultrapassarem os “demónios” que vivem ao lado. É que o Senhor, pela boca de Isaías diz : “O meu olhar volta-se para os humildes e os corações contritos, para aqueles que temem as minhas palavras.” Is 66, 1-2. Mas, “Tu... a quem chamei... não temas, porque eu estou contigo, não fiques apavorado, pois eu sou o teu Deus; eu te fortaleço, sim, eu te ajudo...” Is 41, 9-10.


Isto não é fantástico? É uma maravilha termos este Deus como nosso! Vale a pena deixar tudo para segui-Lo. Por isso a Oração de todos nós pelos seminaristas e clero para que sejam simples e humildes, é uma exigência do amor fraterno.

Vou sugerir que rezemos o “Hino ao Amor” de S. Paulo na 1Cor 13.



Um abraço




terça-feira, 19 de outubro de 2010

Envío de cinco familias para la Misión




(A Família Cristã para os Tempos de Hoje)


ARCHISEVILLA



CAMINEO.INFO.- Sevilla/ESPAÑA.- El próximo martes, 19 de octubre, el arzobispo de Sevilla, mons. Juan José Asenjo, enviará cinco nuevas familias procedentes del Camino Neocatecumenal en misión a otras tantas naciones del mundo.

Se trata de Ángel y Ana, con cinco hijos, de la Parroquia de San Gil, que van a Inglaterra;
Manolo y Josefa, también con cinco hijos, de la Parroquia de San Gonzalo, a Perú;
Francisco y Ana, con siete hijos, procedentes de la Parroquia de Santa Mª la Blanca (Los Palacios), que van a Camerún;
José Ignacio y Mª Teresa, familia con dos hijos, de la Parroquia de San Antonio Mª Claret, se dirigen a Ecuador;
y Daniel y Sara, con cuatro hijos, de la sevillana Parroquia de la Sagrada Familia, que viajarán a Francia.

La celebración tendrá lugar en el Centro Sevilla Congresos, de Bollullos de la Mitación.


segunda-feira, 18 de outubro de 2010

EXPOSIÇÃO DE PAULO ÁVILA DE SOUSA

Arte como meio
de reciclagem




"Refunction" é o título da exposição de Paulo Ávila de Sousa que está patente no Social-Bar, até ao final do mês de outubro. O artista plástico terceirense apresenta um conjunto de trabalhos onde são reutilizados materiais como o cartão e que refletem o seu percurso criativo dos últimos anos.

A exposição estará aberta até ao dia 31 de Outubro. Vale a pena ver!

domingo, 17 de outubro de 2010

HOJE É O DIA DO SENHOR!



De Mãos Erguidas


A Liturgia de hoje nos convida a manter com Deus

uma ORAÇÃO PERSEVERANTE.

Só assim será possível aceitar os projetos de Deus,

compreender os seus silêncios,

respeitar os seus ritmos e acreditar no seu amor.


Na 1a Leitura, MOISÉS não desiste de rezar. (Ex 17,9-13a)


O Povo de Deus está a caminho da Terra Prometida...

- Josué organiza seus homens para lutar contra os inimigos com as armas.

- Moisés, no alto da colina, de "mãos erguidas", faz uso da arma da Oração.

Duas pessoas sustentam os braços cansados de Moisés.

A vitória foi alcançada muito mais pelo auxílio de Deus,

do que pelo valor dos combatentes.


* Nas duras batalhas da vida, devemos contar com a ajuda e a força de Deus.

Devemos manter, como Moisés, as "Mãos sempre erguidas" em oração,

sem nos deixar vencer pelo cansaço.


Na 2a Leitura, PAULO indica uma fonte preciosa que alimenta a Oração:

A Sagrada Escritura:

"Toda Escritura é inspirada por Deus e é útil para ensinar, para refutar,

para corrigir, para educar na justiça... Por ela, o homem de Deus

se torna perfeito, preparado para toda a boa obra". (2Tm 3,14-4,2)


* A Bíblia é o fundamento da fé e o vigor das comunidades.

A Instrução bíblica constitui o equipamento vital do homem de Deus,

aos ministros da Palavra, uma preparação conveniente,

para que ela se torne atraente e chegue ao coração dos ouvintes.

O Documento de Aparecida afirma:

"Uma maneira privilegiada de ler a Bíblia

é a LEITURA ORANTE DA BÍBLIA...

Bem praticada, conduz ao encontro com Jesus-Mestre,

ao conhecimento do mistério de Jesus-Messias,

à comunhão com Jesus-Filho de Deus e

ao testemunho de Jesus-Senhor do universo". (DA 249)


No Evangelho, a VIÚVA não desiste de implorar. (Lc 18,1-8)


"Para mostrar a necessidade de REZAR SEMPRE, e nunca desistir":

Jesus contou aos discípulos uma PARÁBOLA:

- Uma viúva injustiçada pede justiça... mas o juiz não lhe dá ouvidos...

Ela tanto insiste, que o juiz acaba atendendo.

A insistência da viúva vence a indiferença do juiz iníquo.

- Se até um homem mau cede diante de um pedido incessante,

quanto mais Deus, que é justo e santo, nos atenderá e salvará...

A Oração deve ser um Diálogo insistente e contínuo...


* Deus está sempre atento aos nossos pedidos,

mesmo quando "parece" insensível aos nossos apelos,

aos nossos clamores por justiça. Geralmente temos pressa...

Ele sabe a hora e o momento para cada coisa.

A nós resta moderar a impaciência e confiar totalmente nele.


+ "REZAR SEMPRE"...


- Significa nunca interromper o DIÁLOGO com Deus,

mesmo no aparente silêncio de Deus.

"É a presença silenciosa de Deus na base

do nosso pensamento, da nossa reflexão e do nosso ser,

que impregna toda a nossa consciência". (Bento XVI)


- Nesse diálogo, Deus transforma os nossos corações e

aprendemos a nos entregar nas mãos de Deus e confiar nele.

Se interrompermos esse contado, se deixarmos "cair os braços",

logo fracassaremos.


+ A Oração não é uma fórmula mágica

para levar Deus a fazer nossa vontade ou até nossos caprichos.

Não é um simples ato de piedade, ou expressão do sentimento;

mas antes um ato de fé e de amor,

que nos abre ao DIÁLOGO COM DEUS.


+ Rezar é CONVERSAR com Deus: Falar e Escutar...

As Orações não precisam de palavras complicadas.

Existem orações escritas que rezamos, mas também as orações

que são feitas quando queremos conversar com Deus do nosso jeito.

Deus é o nosso melhor amigo e gosta de nos ouvir.


+ Rezar é fazer SILÊNCIO profundo

para ouvir Deus, acolher a sua Palavra

e assim nos dispor a fazer a sua vontade...


+ Rezar é uma RESPOSTA vivencial e verbal,

que poderá assumir várias FORMAS: Ação de graças... Contemplação...

Profissão de fé... Declaração de entrega... Pedido...


+ UM DESAFIO: (convite):

Nesta semana: encontrar todos os dias um tempo sagrado

para uma Oração (conversa) pessoal com Deus...

A Oração perseverante ajudará a ser "Discípulos-Missionários"


Continuemos a Celebração, reavivando a fé para que possamos

compreender a importância da Oração em nossa vida

e conseguir um renovado ardor missionário em nosso coração...


Pe. Antônio Geraldo Dalla Costa - 17.10.2010


sábado, 16 de outubro de 2010

Recordar...

... coisas boas, faz-nos bem!






Há oito dias atrás,
fiz o meu compromisso
de Agregada Temporária
no Instituto das Irmãs Reparadoras Missionárias da Santa Face
na Sé Catedral de Angra do Heroísmo.
Foi Celebrante, o Sr Pe Dário Pedroso S.J.



sexta-feira, 15 de outubro de 2010

S. TERESA DE JESUS, virgem e doutora da Igreja



SANTA TERESA DE ÁVILA

Nota Histórica


Nasceu em Ávila (Espanha) no ano 1515. Tendo entrado na Ordem das Carmelitas, fez grandes progressos no caminho da perfeição e teve revelações místicas. Ao empreender a reforma da sua Ordem teve de sofrer muitas tribulações, mas tudo suportou com coragem invencível. A doutrina profunda que escreveu nos seus livros é fruto das suas experiências místicas. Morreu em Alba de Tormes (Salamanca) no ano 1582.



Das Obras de Santa Teresa de Jesus
(Opusc. Libro de la Vida, cap. 22, 6-7.12.14) (Sec. XVI)

Lembremo-nos sempre do amor de Cristo

Estando presente tão bom amigo e tão generoso capitão, Jesus Cristo, tudo podemos suportar. Ele é ajuda e dá forças; nunca falta; é verdadeiro amigo. E eu vejo claramente que, para contentar a Deus e receber grandes mercês, Ele quer que seja pelas mãos desta humanidade sacratíssima, na qual a sua Majestade se deleita.
Muitas vezes o vi por experiência. O Senhor mo disse. Vi claramente que temos de entrar por esta porta se quisermos que a soberana Majestade nos mostre grandes segredos. Não se procure outro caminho, mesmo estando no mais alto grau da contemplação; é por aqui que se vai seguro. É por este Senhor nosso que nos vêm todos os bens; Ele o ensinará; olhando a sua vida, teremos o melhor exemplo.
Que mais desejamos de amigo tão bom ao nosso lado, que não nos deixará em dificuldades e tribulações, como fazem os do mundo? Ditoso aquele que O ama de verdade e O traz sempre junto de si. Consideremos o glorioso São Paulo que tinha sempre em sua boca o nome de Jesus, porque o tinha bem no coração. Depois de ter compreendido isto, reparei com cuidado em alguns Santos, grandes contemplativos, que não iam por outro caminho: São Francisco, Santo António de Pádua, São Bernardo, Santa Catarina de Sena. É com liberdade que devemos percorrer este caminho, abandonando nos nas mãos de Deus. Se sua Majestade nos quiser chamar para o segredo da sua antecâmara, devemos ir de boa vontade.
Sempre que pensarmos em Cristo, lembremo nos do amor com que Ele nos concedeu tantas mercês e da caridade que Deus mostrou ao dar nos em penhor o próprio amor que tem por nós. O amor pede amor. Procuremos pois ir meditando nisto e despertando nos para amar. Na verdade, se o Senhor nos concede uma vez a graça de nos imprimir no coração este amor, tudo será fácil para nós e muito faremos em breve tempo e com pouco trabalho.


(Ag Ecclesia)