quinta-feira, 29 de setembro de 2016

IMAGEM DO DIA




(facebook)

Filhos foram os autores de quase 40% de crimes contra idosos


Os filhos foram os autores de quase 40% dos crimes de violência doméstica praticados contra mais de 2.600 idosos acompanhados pela Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) entre 2013 e 2015, situação que tem vindo a aumentar.

Enquanto no período 2013-2014 o autor do crime, na sua maioria, era o cônjuge, atualmente assiste-se a "um aumento das situações em que a vítima é pai ou mãe", disse hoje à agência Lusa a coordenadora executiva do Centro de Formação APAV, Maria de Oliveira.
A APAV registou, entre 2013 e 2015, 3.214 processos de apoio a idosos, em que 2.603 foram vítimas de crime e de violência, segundo dados da associação divulgados a propósito do Dia Internacional das Pessoas Idosas (01 de outubro).
Estes valores traduziram-se em 6.264 factos criminosos. Destes, 5.072 (81%) foram crimes de violência doméstica, 860 (13,7%) foram crimes contra as pessoas e 288 (4,6%) contra o património.
Entre os crimes de violência doméstica, destacam-se os maus-tratos psíquicos, com 1.924 casos (30,7%), e os maus-tratos físicos, 1.244 casos (19,9%). Houve ainda 846 idosos que foram vítimas de ameaça/coação (13,5%) e 520 de injúrias e difamação (8,3%).
A maior parte dos crimes foram cometidos dentro da família, sendo os filhos (37,9%) e o cônjuge (28,2%) os principais agressores. Os netos protagonizaram 4,4% dos crimes e os vizinhos 4,7%.
Analisando estes dados, Maria de Oliveira disse que "ainda não espelham a realidade que acontece no país", mas confirmam uma realidade que a APAV já suspeitava e para a qual tem vindo a alertar de que "existem relações familiares que exercem relações de poder e decisão das coisas da vida mais básicas" do idoso.
"Estamos a falar de filhos que exercem violência contra os pais", frisou a técnica, afirmando que "ainda há muito desconhecimento e alguma permissividade para continuarem a exercer estas situações".
Os dados demonstram também um aumento no número de processos de apoio: 941 em 2013, 1.068 em 2014 e 1.205 em 2015, o que, segundo a técnica, se deve também a "uma maior consciência da população" para "determinados comportamentos" exercidos contra as pessoas idosas que constituem um crime".
Traçando o perfil destes idosos, a APAV refere que mais de metade tinha entre 65 e 74 anos, 44,1% eram casados e pertenciam a um tipo de família nuclear com filhos (32,8%).
Os dados indicam também que 36,3% das vítimas tinham idades entre os 75 e os 84 anos e 12,5% mais de 85 anos.
O número de autores de crime contabilizados entre 2013 e 2015 ultrapassou o número de vítimas (2.603), ascendendo aos 2.730.
Em mais de 65% das situações, o agressor era homem, com idades entre os 65 e os 74 anos. Foram ainda identificados sete agressores com idades entre os 11 e os 17 anos e 52 com idades entre os 18 e os 24 anos.
Os dados adiantam que 20,5% dos autores dos crimes estavam reformados, 19,3% desempregados e 13,5% empregados.
Tendo em conta o tipo de problemáticas existentes, prevalece o tipo de vitimação continuada em cerca de 78% das situações, com uma duração média entre os dois e os seis anos (12,4%).
A residência comum é o local mais escolhido para a "ocorrência dos crimes", em 56,8% das situações, seguindo-se a casa da vítima (27,5%) e a via pública (6,1%).
As queixas/denúncias ficam-se nos 30,7% face ao total de autores de crimes assinalados.
Maria de Oliveira explicou que, "havendo uma relação familiar, é muito difícil as pessoas denunciarem" a situação, porque "têm sentimentos de vergonha e de culpa".
"Se for uma relação de pai ou mãe sentem que falharam enquanto educadores", rematou.


(noticiasaominuto)


NOTÍCIA DE MACAU



PRESERVAR O ANTIGO COM AR DE MODERNIDADE


Foi com a premissa de preservar a “pré-existência” introduzindo elementos modernos e amigos do ambiente que o atelier da arquitecta Maria José de Freitas assumiu o projecto de remodelação da Estação Postal do Carmo, inaugurada ontem. Segundo a arquitecta, o novo edifício contempla uma zona de exposição, uma sala “polivalente” com suporte para receber um restaurante. Foi reconstruído um anexo modernista, mas sempre mantendo o estilo arquitectónico ao estilo “português suave”

Catarina Almeida

A Estação Postal do Carmo, na Avenida de Carlos da Maia na Taipa, abriu ontem oficialmente ao público depois de ter sido sujeita a obras de recuperação e construção que começaram em 2012 ficando concluídas em 2014.
“Entretanto houve uns acréscimos, umas licenças, umas questões que foi necessário resolver com as Obras Públicas e com todos os serviços [ligados à área] e por isso só agora é que se conseguiram as licenças todas para funcionar tudo em pleno”, explicou a arquitecta Maria José de Freitas ao JORNAL TRIBUNA DE MACAU.
O edifício, datado de 1953, apresenta um traço arquitectónico ao estilo “português suave” – que se poderia encontrar na zona do Bairro do Restelo, em Lisboa – e foi totalmente remodelado pelo atelier da arquitecta Maria José de Freitas que conseguiu ter acesso a desenhos “muito característicos, engraçados e datados daquela época” nos arquivos das Obras Públicas.
O projecto inclui revitalizações e reconstrução mas sempre com a premissa de por um lado “preservar a pré-existência” e, por outro lado, introduzir “elementos contemporâneos e amigos do ambiente”, disse.
Segundo a arquitecta, o projecto inicial contemplava o edifício principal e um segundo – erguido depois de 1953 – que já tinha traços modernistas mas que “estava em muito más condições, muito degradado do ponto de vista de impermeabilização”, disse Maria José de Freitas.
Por isso, o edifício teve de ser demolido e refeito mas sempre “mantendo aquele desenho original que tinha e que nós conseguimos de alguma forma exteriormente recuperar”, acrescentou a arquitecta.
A Estação Postal do Carmo passa agora a conjugar uma série de valências, nomeadamente uma sala de exposições concebida dentro do espaço modernista que foi reconstruído. “É um anexo modernista e que está dotado de infraestruturas actuais e contemporâneas”, explicou Maria José de Freitas.
Ainda sobre os acréscimos, a arquitecta destaca um novo espaço, uma caixa de vidro, desenhado pelo atelier e erguido com materiais ecológicos. “Foi uma empresa de Zhuhai que forneceu os materiais e toda a tecnologia para pôr este cubo de vidro de forma sustentável. É uma empresa com uma grande dinâmica ligada à proteccão ambiental, painéis solares, entre outros, e que se portou muito bem na parte da concretização desta nossa caixa de vidro”, asseverou.
Por outro lado, Maria José de Freitas indicou que no andar superior do edifício principal, outrora residência do director da Estação, foi criado um espaço “polivalente” e que poderá, inclusive, ter uma “cozinha ou servir de restaurante de apoio a qualquer situação”.
Desconhecendo a finalidade que será dada a esse espaço, Maria José de Freitas pede no mínimo que “seja qualquer actividade que permita valorizar ainda mais este conjunto e este polo atraente da ilha da Taipa”.
Além disso, a arquitecta admite que este projecto foi trabalhoso até porque por vezes trabalha-se com empresas pouco experientes na recuperação. “Isso depois vai reflectir-se na qualidade do output final e como arquitectos estivemos sempre muito vigilantes durante todo o processo para que fossem cumpridos os cadernos de encargos e desenhos do projecto”, concluiu Maria José de Freitas.

(jtm.com.mo)

29 SEP, 2016

quarta-feira, 28 de setembro de 2016

"A Igreja é de todos; é tempo de misericórdia!"



Audiência


Cidade do Vaticano (RV) – “O perdão na Cruz” foi o tema da audiência geral desta quarta-feira (28/09). O Papa Francisco começou o encontro com os fiéis na Praça São Pedro com as palavras proferidas por Jesus “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem”, e desenvolveu uma reflexão baseada no relato do evangelista Lucas sobre os dois malfeitores crucificados com Jesus, que se dirigiram a ele, cada um de um modo.

Desesperado, o primeiro o insulta: “Tu não és o Cristo? Salva-te a ti mesmo e a nós!”. Seu grito era angustiado, diante do mistério da morte, ele sabia que somente Deus podia dar uma resposta de salvação.

Jubileu, tempo de graça para bons e maus

Morrendo na cruz, inocente entre dois criminosos, cumpre-se a sua doação de amor e nos salvamos para sempre. Fica demonstrado que a salvação de Deus pode chegar a todos, em qualquer condição, mesmo a mais dolorosa. “Por isso, prosseguiu o Papa, o Jubileu é tempo de graça e misericórdia para todos, bons e maus, estejam em saúde ou na doença. Nada nos pode separar do amor de Cristo!”.

“A quem está crucificado numa cama do hospital, a quem vive recluso num cárcere, a quem está encurralado pelas guerras, eu digo: Levantai os olhos para o Crucificado. Deus está convosco, permanece convosco na cruz e a todos se oferece como Salvador”. 

O bom ladrão que respeita Deus

O segundo malfeitor era o chamado ‘bom ladrão’. Suas palavras foram um modelo maravilhoso de arrependimento. Primeiro, ele se dirige a seu companheiro: “Nem sequer temes a Deus, tu que sofres a mesma pena?”, uma expressão que evidencia o temor de Deus – não o medo de Deus – mas o respeito que lhe é devido.

Continuando, o Papa explicou que “o bom ladrão se dirige diretamente a Jesus, confessa abertamente a própria culpa, invoca sua ajuda, o chama por nome, pede a Jesus que se lembre dele: é a necessidade do homem de não ser abandonado. Assim, o condenado à morte se torna modelo do cristão que se entrega a Jesus.

Perdão em gestos concretos

A promessa feita ao bom ladrão – “Hoje estarás comigo no Paraíso” - revela o pleno cumprimento da missão que o trouxe à terra. Desde o início até ao fim, Jesus se revelou como Misericórdia; Ele é verdadeiramente o rosto da misericórdia do Pai: «Perdoa-lhes, Pai, porque não sabem o que fazem». E não se trata apenas de palavras, mas de gestos concretos como no perdão oferecido ao bom ladrão.  

Concluindo, o Papa convidou todos a deixarem que a força do Evangelho penetre em nossos coração e nos console, nos dê esperança e a certeza íntima de que ninguém está excluído do seu perdão.

  
(CM)
(radiovaticana)

No sinal da proximidade e da amizade



O Papa dialoga com os membros do Conselho judaico mundial

O diálogo e a amizade entre judeus e católicos, mas também com os muçulmanos; o acolhimento dos migrantes, não obstante os temores relacionados com o fundamentalismo terrorista; a memória do shoah: eis os principais temas abordados pelo Papa Francisco durante o diálogo com os membros do Conselho judaico mundial recebidos na tarde de segunda-feira 26 de setembro em Santa Marta.
Sete intervenções – uma introdução e seis perguntas em diversas línguas, inglês, italiano, espanhol – ritmaram o diálogo, no qual o Pontífice participou respondendo em italiano.
O encontro realizou-se na vigília da festa do Fim de ano judaico, o Rosh haShana, que se celebra domingo.



(osservatoreromano)

27 de Setembro de 2016