Papa, em oração, pede união entre as religiões em um mundo ferido por conflitos


No vídeo de intenção de oração de outubro, Leão XIV pede para rezarmos juntos "para que os crentes de diferentes tradições religiosas trabalhem juntos para defender e promover a paz, a justiça e a fraternidade humana". As religiões precisam ser "fermento de unidade em um mundo fragmentado", marcado por tantos conflitos e polarizações, diz Leão XIV ao convidar os que creem a buscar o que nos une e justamente no mês em que se celebra o aniversário de 60 anos do documento conciliar Nostra aetate.

Andressa Collet - Vatican News

“Rezemos para que as pessoas de diferentes tradições religiosas trabalhem juntas para defender e promover a paz, a justiça e a fraternidade humana.”

Assim começa Leão XIV na mensagem em vídeo com a intenção de oração para outubro que o Pontífice confia à Igreja Católica através da Rede Mundial de Oração do Papa. As religiões, continua ele, não devem ser usadas como “arma ou muro”, mas precisam ser vividas como “ponte e profecia”, sendo "fermento de unidade em um mundo fragmentado". Em um tempo marcado por tantos conflitos e polarizações, Leão XIV convida todos os que creem a buscar o que nos une e justamente no mês em que se celebra o aniversário de 60 anos do documento conciliar Nostra aetate.

A proposta do vídeo, que traz uma oração lida pelo Papa, também nasce em uma época em que a religião, tantas vezes, é usada pela lógica da contraposição. E o Leão XIV, ao contrário, convida a redescobri-la como ponte de fraternidade e força de reconciliação. O sentido profundo da oração é que a colaboração entre os que creem não se esgota em uma tarefa apenas de teólogos e expertos, mas se nutre no compromisso concreto e diário que diz respeito a cada um de nós.

Vários exemplos concretos são contados no vídeo, através das imagens, que entrelaçam momentos “do alto” e iniciativas “de baixo”. De um lado, o desenrolar histórico do caminho inter-religioso: o encontro histórico promovido por João Paulo II em Assis, em 1986; a visita de Bento XVI à Sinagoga de Roma, em 2010; a assinatura do Documento sobre a Fraternidade Humana em Abu Dhabi, em 2019, no pontificado do Papa Francisco; até aos mais recentes encontros ecumênicos do Papa Leão XIV, no Vaticano. De outro lado, porém, a intenção de oração deste mês recorda que o diálogo inter-religioso não se esgota nos encontros entre líderes: as imagens do vídeo lançam luz às experiências promovidas seja em nível local ou em âmbito eclesial, como o encontro inter-religioso organizado em Singapura, em abril deste ano, pela Cáritas e a arquidiocese, por ocasião da Jornada da Terra, ou como o evento “One Human Family” promovido pelo Movimento Focolares entre maio e junho de 2024. São dois sinais recentes e concretos de um diálogo que promove proximidade, fidelidade e cooperação cotidiana.

Nostra aetate, 60 anos de frutos

Essa intenção de oração está no horizonte das celebrações do aniversário de 60 anos da Nostra aetate, a declaração do Concílio Vaticano II que trasformou o relacionamento da Igreja católica com as demais religiões, abrindo caminhos de diálogo, respeito e colaboração. Há dez anos, no aniversário de 50 anos do documento, o Papa Francisco destacou a sua atualidade, recordando que a via do diálogo requer conhecimento, respeito e estima recíprocas, e que o mundo olha aos que creem pedindo respostas eficazes para a paz, a fome, a pobreza, as crises ambientais e a violência, sobretudo aquela praticada em nome da religião. Naquele contexto, o Papa realçou também que os que creem não têm “receita” para todos os problemas, mas possuem uma grande reserva: a oração, que é o tesouro ao qual recorremos conforme as respectivas tradições.

A oração de Leão XIV no vídeo de outubro

Senhor Jesus,
Tu, que na diversidade és um só
e olhas com amor para cada pessoa,
ajuda-nos a nos reconhecermos como irmãos e irmãs,
chamados a viver, rezar, trabalhar e sonhar juntos.

Vivemos em um mundo cheio de beleza,
mas também ferido por profundas divisões.
Às vezes, as religiões, em vez de nos unirem,
tornam-se causa de confronto.

Dá-nos o teu Espírito para purificar os nossos corações,
para que possamos reconhecer o que nos une
e, a partir daí, aprender novamente a escutar
e a colaborar sem destruir.

Que os exemplos concretos de paz,
justiça e fraternidade nas religiões
nos inspirem a acreditar que é possível viver
e trabalhar juntos, para além das nossas diferenças.

Que as religiões não sejam usadas como armas ou muros,
mas vividas como pontes e profecia:
tornando possível o sonho do bem comum,
acompanhando a vida, sustentando a esperança
e sendo fermento da unidade em um mundo fragmentado.

Amém.

Um compromisso contínuo

“A temática do diálogo interreligioso está presennte de modo significativo e recorrente nas intenções de oração dos Papas”, lembra o Pe. Cristóbal Fones, diretor internacional da Rede Mundial de Oração do Papa, recordando que “isso aconteceu muitas vezes, nos anos precedentes, durante o mês de janeiro, coincidindo com a Jornada Mundial da Paz. Em 2016, por exempio, se rezou para que  ‘o  diálogo sincero entre homens e mulheres das diferentes religiões produza frutos de paz e de justiça’; em 2020, ‘para que os cristãos, os que seguem outras religiões e as pessoas de boa vontade promovam a paz e a justiça no mundo’; em 2021, ‘para que o Senhor nos dê a graça de viver em plena fraternidade com os irmãos e as irmãs de outras religiões, rezando uns pelos outros, abertos a todos’. A intenção de outubro de 2025 se insere também neste percurso, o testemunho de um caminho – o do diálogo – que está presente no coração dos Pontífices”.

“Os encontros entre líderes das várias religiões – continua Pe. Fones – dão sempre Ibope, como é justo que seja, por que dão esperança num momento em que a tentação do confronto arrisca comprometer a necessidade do encontro. Mas a oração lida neste mês pelo Papa Leão XIV nos diz que a colaboração se constrói também quando não dá Ibope, ou seja na vida vivida todos os dias: conhecer-se e respeitar-se,  aprender uns dos outros, rezar juntos pela humanidade, defender e promover a paz nos lugares em que vivemos. São estilos de vida cotidiana que todos podemos escolher: buscar o que nos une e trabalhar pelo bem comum, juntamente com irmãos e irmãs que professam uma fé diferente. Assim os que creem se tornam artesãos de paz e de fraternidade”.

Recordamos finalmente que, no contexto do Ano Santo 2025, o Vídeo do Papa adquire uma importância particular, porque nos faz conhecer as intenções de oração que o Santo Padre carrega no seu coração. Para obter a graça da indulgência jubilar, você poderá rezar por estas intenções.

 

segunda-feira, 29 de setembro de 2025

Santa Missa e Angelus, 28 de setembro de 2025- Papa Leão XIV

PAPA LEÃO XIV

ANGELUS

Praça de São Pedro
Domingo, 28 de setembro de 2025


Queridos irmãos e irmãs!

Dirijo cordialmente a minha saudação a todos vós que participastes nesta celebração jubilar dedicada aos catequistas e, de modo especial, àqueles que hoje foram instituídos neste ministério. Unido a vós, desejo enviar sinceros votos de bom serviço aos catequistas da Igreja inteira espalhada pelo mundo. Obrigado pelo vosso serviço à Igreja! Rezemos por eles, em particular pelos que trabalham nas condições mais difíceis. Deus vos abençoe a todos!

Saúdo os peregrinos da Diocese de Vicenza com o seu Bispo e outros grupos de fiéis provenientes de vários países.

Nestes últimos dias, um tufão extraordinariamente forte atingiu vários territórios asiáticos, em particular as Filipinas, a ilha de Taiwan, a cidade de Hong Kong, a região de Guangdong e o Vietname. Sinto-me próximo das populações afetadas, especialmente as mais pobres, e rezo pelas vítimas, pelos desaparecidos, pelas numerosas famílias desalojadas, por tantas pessoas que sofreram danos, e também pelos socorristas e pelas autoridades civis. Convido todos à confiança em Deus e à solidariedade. Que o Senhor conceda força e coragem para superar as adversidades.

Tenho a alegria de anunciar que, no próximo dia 1 de novembro, no contexto do Jubileu do Mundo Educativo, conferirei o título de Doutor da Igreja a São John Henry Newman, que contribuiu de forma decisiva para a renovação da teologia e para a compreensão da doutrina cristã no seu desenvolvimento.

Confiemo-nos agora à intercessão da Virgem Maria. Ela, que foi mãe e primeira discípula de Jesus, ampare hoje o empenho da Igreja no anúncio da fé.

sexta-feira, 26 de setembro de 2025

O Papa escolhe o tema para o Dia Mundial do Enfermo 2026: "A compaixão do samaritano"


A iniciativa será celebrada em 11 de fevereiro de 2026, e Leão XIV se concentra na figura evangélica do homem que nos ensina a "amar carregando a dor do outro". Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral: o amor exige gestos concretos de proximidade, especialmente no cuidado de quem está doente, "muitas vezes num contexto de fragilidade por causa da pobreza, do isolamento e da solidão".

Alessandro Di Bussolo – Vatican News

"A compaixão do samaritano: amar carregando a dor do outro" é o tema para o XXXIV Dia Mundial do Enfermo, celebrado em 11 de fevereiro próximo, festa de Nossa Senhora de Lourdes.

O tema foi divulgado, nesta sexta-feira (26/09), pelo Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral. Num comunicado, o organismo ressalta que "ao se concentrar na figura evangélica do samaritano, que manifesta o amor cuidando do homem sofredor que caiu nas mãos de ladrões, busca enfatizar esse aspecto do amor ao próximo". De fato, o amor "requer gestos concretos de proximidade, por meio dos quais assumimos o sofrimento dos outros, especialmente dos doentes, muitas vezes num contexto de fragilidade por causa da pobreza, do isolamento e da solidão".

Jesus é o "Bom Samaritano" que se aproxima da humanidade ferida

"Ainda hoje, Jesus Cristo, o 'Bom Samaritano', aproxima-se da humanidade ferida para derramar, através dos sacramentos da Igreja, o óleo da consolação e o vinho da esperança, inspirando ações e gestos de ajuda e proximidade aos que vivem em condições de fragilidade devido à doença", ressalta o comunicado.

Esta é a "revolução do amor" invocada por Leão XIV em sua homilia na missa celebrada a 13 de julho na Pontifícia Paróquia de São Tomás de Vilanova, em Castel Gandolfo, dedicada ao protagonista de uma das parábolas "mais bonitas e evocativas" do Evangelho, que tem a compaixão no seu centro.

Ver "com os olhos do coração"

O mundo que parece ter abandonado a misericórdia e perdido a capacidade de deixar-se "transpassar o coração" por quem vive a dor, enfatizou o Papa, é representado pelo olhar de quem, como o sacerdote e o levita, que ao verem um homem ferido caído à beira da estrada após cair nas mãos de assaltantes, "o viram e passaram adiante". Já o olhar de quem vê "com os olhos do coração", "com uma empatia que nos permite entrar na situação do outro", é o do bom samaritano, imagem de Jesus.

Tornar-se sinais da compaixão de Deus no mundo

A humanidade, continuou o Pontífice, "ainda hoje, muitas vezes, tem que lidar com a escuridão do mal, com o sofrimento, com a pobreza, com o absurdo da morte". Deus, no entanto, "olhou para nós com compaixão. Ele mesmo quis percorrer o nosso caminho, desceu até nós e, em Jesus, o Bom Samaritano, veio curar as nossas feridas, derramando sobre nós o óleo do seu amor e da sua misericórdia". "Misericórdia e compaixão são as características de Deus", enfatizou o Papa Leão, e crer nele "significa deixar-se transformar para que também nós possamos ter" um coração "que se comove, um olhar que vê e não passa adiante, duas mãos que socorrem e aliviam as feridas, os ombros fortes que carregam o peso dos necessitados". Assim, "curados e amados por Cristo, também nós nos tornamos sinais do seu amor e da sua compaixão no mundo".

Gestos concretos que expressam cuidado com os outros

Leão XIV também aprofundou os temas da parábola do samaritano em sua catequese na Audiência Geral de 28 de maio, onde enfatizou várias vezes que a compaixão, o cuidado amoroso com os outros e a preocupação com o próximo são expressos "por meio de gestos concretos". O samaritano descrito pelo evangelista Lucas, explicou ele, para "simplesmente porque é um homem diante de outro homem que precisa de ajuda". Ele comentou que "se você quer ajudar alguém, não pode pensar em manter distância; é preciso se envolver, se sujar, talvez contaminar". É isso que o samaritano faz, "cura as feridas" do moribundo "depois de limpá-las com óleo e vinho". Ele o leva consigo, "isto é, cuida dele, porque realmente se ajuda quando se está disposto a sentir o peso da dor do outro", especificou o Pontífice. Depois, encontra para ele "uma pensão onde gasta dinheiro", prometendo "voltar e possivelmente pagar novamente, porque o outro não é um pacote a ser entregue, mas alguém a ser cuidado".

A pressa que nos impede de sentir compaixão

O comportamento de quem passa adiante é diferente, como o nosso, quando a correria do dia a dia nos impede de ser compassivos e acreditamos que devemos priorizar as nossas necessidades. "É justamente a pressa tão presente em nossas vidas", lembrou o Papa Leão XIV, "que muitas vezes nos impede de sentir compaixão. Quem pensa que a própria viagem deve ser prioritária não está disposto a parar para o outro". A parábola, concluiu o Papa, nos exorta a "interromper a nossa viagem" e a "ter compaixão", e isso pode acontecer "quando compreendemos que o homem ferido na estrada representa cada um de nós", de quem Jesus cuidou muitas vezes.


 

Como os católicos devem celebrar são Cosme e são Damião


São Cosme e são Damião São Cosme e são Damião | Shutterstock
 

Os católicos devem celebrar são Cosme e são Damião no dia 26 de setembro, “cultuá-los na fé da Igreja e nas missas”, disse à ACI Digital em 2023 o padre Vagner Baia, missionário da Comunidade Canção Nova e membro da Associação Internacional dos Exorcistas.

Segundo ele, há “padres que orientam suas catequistas a fazerem uma festinha e distribuir as guloseimas, porque já se tornou um costume enraizado na nossa cultura”. Mas, ressaltou, “este momento, que pode ser realizado na missa, é uma oportunidade para orientar as crianças cristãs que a festa do dia 27 de setembro não é cristã católica, e se a pessoa é cristã católica e está participando, ela está em pecado, e propagando uma festa contrária aos princípios cristãos”.

O padre Baia contou que tem “atendido muitos casos de crianças que, depois destas festas, desenvolveram alguns comportamentos como: ver vultos à noite; acordar gritando; não conseguir mais dormir sozinhas; medos frequentes de assombração; perder a vontade de comer; irritabilidade; agressividade com seus pais e irmãos; ouvir vozes; às vezes, sonolência; ficar se escondendo e perder a alegria”.

Para o missionário da Canção Nova, “o católico não deve participar de festas pagãs”. “Assim como vamos à mesa da Eucaristia (missa) e participamos de Cristo, nos tornamos morada de Cristo, as pessoas que vão a estes lugares se tornam morada daquele determinado espírito, é como uma ‘consagração’”.

O padre Baia disse que se uma criança participou dessas festas, “os pais devem fazer um ato de renúncia por terem permitido”. E se a pessoa, “hoje, já é adulta, deve procurar um sacerdote para confessar por ter participado, fazer a renúncia destas contaminações espirituais, pedir ao padre para fazer a renovação das promessas do batismo, e fazer uma pequena consagração à Nossa Senhora”.

 (acidigital)

Hoje começa a novena a são Francisco de Assis

 


Novena a São Francisco de Assis Novena a São Francisco de Assis | ACI Digital
 

“Nenhuma outra coisa temos que fazer senão sermos solícitos em seguir a vontade de Deus e em agradá-lo em todas as coisas”, dizia são Francisco de Assis, que recebeu o dom dos estigmas e foi declarado “padroeiro dos cultivadores da ecologia” por são João Paulo II em 1979.

O papa Francisco, que adotou seu nome por causa deste santo e que publicou sua encíclica Laudato Si’ sobre a ecologia, destacou em sua visita a Assis em 2013 que são Francisco “á testemunho de respeito por tudo o que Deus criou e como Ele o criou, sem fazer experiências sobre a criação destruindo-a”.

Próximos da festa de são Francisco de Assis, que é celebrada em 4 de outubro, apresentamos uma novena em sua honra, disponibilizada pelo portal Canção Nova, para pedir sua intercessão:

– Fazer o sinal da cruz;
– Rezar a oração para todos os dias;
– Rezar a oração de cada dia;
– Rezar 3 Pai-Nossos, 3 Ave-Marias, 3 Glórias ao Pai;
– Meditar e comentar um texto do Novo Testamento (ver sugestões);
– Rezar a oração e bênção de São Francisco.

Oração para todos os dias

Absolvei, Senhor, eu Vos suplico, o meu espírito, e pela suave e ardente força de Vosso amor, desfeiçoai-me de todas as coisas que existem debaixo do céu, a fim de que eu possa morrer por Vosso amor, ó Deus, que por meu amor Vos dignastes morrer.

Oração de São Francisco

Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz.
Onde houver ódio, que eu leve o amor.
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão.
Onde houver discórdia, que eu leve a união.
Onde houver dúvida, que eu leve a fé.
Onde houver erro, que eu leve a verdade.
Onde houver desespero, que eu leve a esperança.
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria.
Onde houver trevas, que eu leve a luz.

Ó Mestre, fazei que eu procure mais consolar que ser consolado,
compreender que ser compreendido, amar que ser amado.
Pois é dando que se recebe, é perdoando que se é perdoado
e é morrendo que se vive para a vida eterna.

Bênção de são Francisco

O Senhor vos abençoe e vos guarde.
O Senhor vos mostre a Sua face e se compadeça de vós.
Amém.

O Senhor volva Seu rosto para vós e dê a paz.
O Senhor vos abençoe.
Amém.

Que o Senhor Deus, pelos méritos de São Francisco,
vos conceda toda a paz e todo o bem.
Amém.

Primeiro dia

Meu amigo e protetor São Francisco, em vossa juventude, cantáveis alegremente pelas ruas de Assis, participando das boas alegrias dos jovens de vossa idade e fazendo grande projetos de conquistas e aventuras, ensinai-me a encontrar a alegria que vem de Deus e fazer-me nela viver continuamente.

Afastai de mim toda a tristeza que me torna fechado ao próximo.

Que a minha alegria e o meu espírito comunicativo deem testemunho da alegre presença de Deus em minha vida.

Sugestão: Jo 6,41-51.

Segundo dia

Meu amigo e protetor São Francisco, o encontro com um leproso, a quem fostes beijar e a quem destes generosa esmola, num gesto de autossuperação, marcou o começo de vossa conversão e da vida maravilhosa, que, a partir de então, iniciastes, causando admiração ao mundo inteiro. Pelo vosso espírito de renúncia e penitência, ensinai-me a vencer as paixões e más inclinações, canalizando essas energias para o caminho do bem, a fim de que alcance minha plena realização humana, na perfeição a que Deus me chamou.

Sugestão: Rm 8,18-22.

Terceiro dia

Grande patriarca Francisco, conta-se que, na igrejinha de São Damião, enquanto estáveis em oração, o crucifixo vos falou: “Francisco, vai e restaura a minha Igreja”. Foi uma ordem profética. Com vosso exemplo e com os numerosos seguidores que tivestes ainda em vida, nova aurora despertou para a Igreja. Pelo amor que tivestes à Igreja de Cristo, ensinai-me a ser-lhe fiel, vivendo em união com ele, apoiando-a por palavras e pelo testemunho da Igreja, levando uma vida de verdadeiro cristão.

Sugestão: 1Cor 12,31;13,4-13.

Quarto dia

Ó São Francisco, vós vos tornastes um apaixonado do amor de Cristo e saístes pelo mundo a lamentas que “o Amor não é amado”, e vos apresentastes aos homens como o “Amante do Grande Rei”. Livrai-me da indiferença e comunicai-me vosso entusiasmo para que aprenda a amar a Nosso Senhor e saiba encontrá-Lo na natureza e nos acontecimentos de cada dia.

Sugestão: Mc 16,1-8 ou Mt 28,1-10.

Quinto dia

São Francisco, enviastes vossos primeiros discípulos pelo mundo inteiro, a fim de que apregoassem a Boa Nova do Reino de Deus. Alcançai-me do Senhor o espírito apostólico e o zelo missionário, para que me interesse por Sua obra e procure colaborar com a Igreja, a fim de que o Reino de Cristo se estabeleça na Terra.

Sugestão: Mc 9,33-41.

Sexto dia

São Francisco, na contemplação e meditação da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo, encontrastes vigorosa motivação para vos entregardes a Deus numa vida desprovida de conforto e segurança. Submetestes vosso corpo a rudes penitências para experimentar uma parte dos padecimentos que Cristo enfrentou por amor de nós. A lembrança da Paixão do Senhor vos arrancava sentidas lágrimas de arrependimento e de gratidão. De vós quero aprender a grande lição do Crucificado: que, no sofrimento aceito livremente e por amor, atingimos nossa purificação.

Ensinai-me a aceitar os males e contrariedades que não posso evitar, para, por meio deles, expiar, com Jesus, os males que o pecado inflige ao mundo.

Sugestão: Mc 9,25-30 ou Rm 8,9-13.

Sétimo dia

São Francisco, fostes chamado “o Pobrezinho de Assis”. Abandonastes os bens e o conforto do mundo e vivestes na maior pobreza para mais perfeitamente imitar a Jesus, que nasceu pobre em Belém e na cruz foi despojado de tudo. Ajudai-me a superar o fascínio e os atrativos que os bens da terra exercem sobre mim. Que saiba repartir do que é meu com os mais necessitados, e assim mereça gozar da liberdade dos filhos de Deus.

Sugestão: Jo 19,31-37 ou Ef 3,8-12.14-19.

Oitavo dia

São Francisco, fostes o grande amigo da natureza. No Cântico do Sol, convidastes a todas as criaturas para cantarem louvores a Deus. Para vós, a natureza era o livro aberto onde se leem a bondade e a beleza de Deus, que tudo criou com amor de Pai. Fazei que, para mim, as criaturas não sejam pedras de tropeço, mas degraus que me levem para junto do Criador. Dai-me a graça de não me prender exageradamente às criaturas nem a mim mesmo. E que, de coração livre, possa levantar voo para as alturas do amor de Deus.

Sugestão: Jo 14,1-12 ou 1Pd 2,4-10.

Nono dia

Meu grande São Francisco, apesar da ingratidão dos homens que se fecham ao amor de Deus, soubestes viver em contínua alegria. Estáveis consciente de que o amor do Pai nos predestinou à felicidade do céu. Tão grande foi vosso amor a Cristo, vossa identificação com o Amado atingiu incomparável perfeição. Ensinai-me a encarar a vida com seriedade e alegria. Quero assumir com amor e alegria as responsabilidades que ele me impõe. Que seja compreensivo e alegre no relacionamento com o próximo. Que não esqueça minha vocação de filho de Deus chamado para servir. Fazei que, a vosso exemplo, eu me deixe arrastar pelo amor de Cristo, caminhando decidido e alegre ao seu encontro, todos os dias da vida.

Sugestão: Mt 15,21-28 ou Rm 16,25-27.


Itália se mobiliza para tornar festa de são Francisco de Assis feriado nacional


Um afresco do século XIII de são Francisco de Assis ??
Um afresco do século XIII de são Francisco de Assis, do pintor florentino Cimabue, uma das primeiras representações do santo, na igreja inferior da basílica de São Francisco de Assis, em Assis, Itália. | Jacob Stein/Crux Stationalis
 

O Parlamento da Itália deu um passo importante esta semana para tornar a festa de são Francisco de Assis, em 4 de outubro, um feriado nacional.

A Câmara dos Deputados, a câmara baixa do parlamento italiano, votou ontem (23) pela aprovação do projeto de lei, com 247 votos a favor e dois contra. Oito pessoas se abstiveram.

A expectativa é de que o projeto de lei seja aprovado, mas ele primeiro precisa ser votado na outra casa do parlamento italiano, o Senado. Ainda não há data definida para a votação no Senado da República Italiana sobre a iniciativa bipartidária apresentada pelo partido de centro-direita Noi Moderati (Nós, os Moderados).

São Francisco é o santo padroeiro da Itália, e sua festa foi celebrada como feriado nacional pelo país até 1977. O ano que vem será um ano significativo de celebração, pois marcará o 800º aniversário da morte de são Francisco em 1226.

Lorenzo Fontana, presidente da Câmara dos Deputados, disse: “Estou muito feliz que a câmara tenha dado sinal verde inicial para essa proposta: redescobrir são Francisco também significa reviver sua mensagem de paz, que é mais atual do que nunca.

Atualmente, a Itália tem 12 feriados nacionais de trabalho no calendário, dos quais oito são baseados exclusivamente em dias de festas religiosas, como: Epifania em 6 de janeiro, Segunda-feira de Páscoa, Assunção de Nossa Senhora em 15 de agosto, Dia de Todos os Santos em 1º de novembro, Imaculada Conceição de Nossa Senhora em 8 de dezembro, Dia de Natal em 25 de dezembro e a festa de santo Estêvão Mártir em 26 de dezembro.

O oitavo feriado religioso varia de cidade para cidade, pois é a festa do padroeiro do lugar. A solenidade de são Pedro e são Paulo, em 29 de junho, é feriado em Roma, pois eles são os santos padroeiros da cidade.

Os outros quatro feriados nacionais são 1º de janeiro, Dia de Ano Novo (também a solenidade de Nossa Senhora, Mãe de Deus); 25 de abril, a celebração da libertação da Itália do nazifascismo em 1945; 1º de maio, Dia do Trabalho (também a festa de são José Operário); e 2 de junho, feriado que marca o nascimento da república italiana em 1946.

 

Audiência Geral 24 de setembro de 2025 - Papa Leão XIV

LEÃO XIV

AUDIÊNCIA GERAL

Praça de São Pedro
Quarta-feira, 24 de setembro de 2025


Ciclo de Catequese – Jubileu 2025. Jesus Cristo, Nossa Esperança. III. A Páscoa de Jesus. 8. A descida. "Foi por esse mesmo Espírito que Ele foi pregar aos espíritos que estavam cativos" (1Pd 3,19)
 

Estimados irmãos e irmãs, bom dia!

Também hoje meditamos sobre o mistério do Sábado Santo. É o dia do Mistério pascal, em que tudo parece imóvel e silencioso, enquanto na realidade se cumpre uma ação invisível de salvação: Cristo desce à mansão dos mortos para levar a mensagem da Ressurreição a todos aqueles que estavam nas trevas e na sombra da morte.

Este acontecimento, que a liturgia e a tradição nos transmitiram, representa o gesto mais profundo e radical do amor de Deus pela humanidade. Com efeito, não é suficiente dizer ou acreditar que Jesus morreu por nós: é preciso reconhecer que a fidelidade do seu amor quis procurar-nos onde nós mesmos nos tínhamos perdido, onde só pode chegar a força de uma luz capaz de atravessar o domínio das trevas.

Na noção bíblica, a mansão dos mortos não é tanto um lugar, mas uma condição existencial: aquela condição em que a vida é debilitada e onde reinam a dor, a solidão, a culpa e a separação de Deus e dos outros. Cristo alcança-nos também neste abismo, atravessando as portas deste reino de trevas. Entra, por assim dizer, na própria casa da morte, para a esvaziar, para libertar os seus habitantes, tomando-os pela mão, um por um. É a humildade de um Deus que não se detém diante do nosso pecado, que não se apavora perante a extrema rejeição do ser humano.

No breve trecho da sua primeira Carta que ouvimos, o apóstolo Pedro diz-nos que Jesus, vivificado no Espírito Santo, foi levar o anúncio de salvação «também às almas presas» (1 Pd 3, 19). É uma das imagens mais comovedoras, que não é aprofundada nos Evangelhos canónicos, mas sim num texto apócrifo chamado Evangelho de Nicodemos. Segundo esta tradição, o Filho de Deus adentrou-se nas trevas mais densas para alcançar até o último dos seus irmãos e irmãs, para levar a sua luz até lá em baixo. Neste gesto estão toda a força e a ternura do anúncio pascal: a morte nunca é a última palavra!

Caríssimos, esta descida de Cristo não diz respeito unicamente ao passado, mas toca a vida de cada um de nós. A mansão dos mortos não é apenas a condição de quem morreu, mas inclusive daqueles que vivem a morte por causa do mal e do pecado. É também o inferno diário da solidão, da vergonha, do abandono, do cansaço de viver. Cristo entra em todas estas realidades obscuras para nos testemunhar o amor do Pai. Não para julgar, mas para libertar. Não para culpabilizar, mas para salvar. Fá-lo sem clamor, na ponta dos pés, como quem entra num quarto de hospital para oferecer alívio e ajuda.

Em páginas de extraordinária beleza, os Padres da Igreja descreveram este momento como um encontro: entre Cristo e Adão. Um encontro que é símbolo de todos os encontros possíveis entre Deus e o homem. O Senhor desce onde o homem se escondeu por medo, chama-o pelo nome, pega-lhe na mão, levanta-o e leva-o de novo à luz. Fá-lo com plena autoridade, mas ao mesmo tempo com infinita docilidade, como um pai com o filho que tem receio de não ser mais amado.

Nos ícones orientais da Ressurreição, Cristo é representado enquanto arromba as portas da mansão dos mortos e, estendendo os braços, agarra os pulsos de Adão e Eva. Não se salva apenas a si próprio, não volta à vida sozinho, mas arrasta consigo toda a humanidade. Esta é a verdadeira glória do Ressuscitado: é poder de amor, é solidariedade de um Deus que não quer salvar-se sem nós, mas somente connosco. Um Deus que não ressuscita, a não ser abraçando as nossas misérias e levantando-nos em vista de uma vida nova!

Então, o Sábado Santo é o dia em que o céu visita a terra mais profundamente. É o tempo em que cada recanto da história humana é tocado pela luz da Páscoa. E se Cristo pôde descer até lá, nada pode ser excluído da sua redenção. Nem as nossas noites, nem sequer as nossas culpas mais antigas, nem mesmo os nossos laços rompidos. Não há passado tão arruinado, não há história tão comprometida que não possa ser tocada pela misericórdia!

Amados irmãos e irmãs, para Deus, descer não é uma derrota, mas o cumprimento do seu amor. Não é um fracasso, mas o caminho através do qual Ele mostra que nenhum lugar é demasiado distante, nenhum coração é demasiado fechado, nenhum sepulcro é demasiado selado para o seu amor. É isto que nos consola, é isto que nos sustenta. E se às vezes nos parece que tocamos o fundo, lembremo-nos: este é o lugar a partir do qual Deus é capaz de começar uma nova criação. Uma criação feita de pessoas reerguidas, de corações perdoados, de lágrimas enxugadas. O Sábado Santo é o abraço silencioso com o qual Cristo apresenta toda a criação ao Pai para voltar a inseri-la no seu desígnio de salvação.

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Anúncio

Queridos irmãos e irmãs, o mês de outubro, já próximo, é dedicado na Igreja ao santo Rosário. Por isso, convido todos, em cada dia do próximo mês, a recitar o Rosário pela paz, pessoalmente, em família e em comunidade.

Além disso, convido todos aqueles que prestam serviço no Vaticano a viver esta oração na Basílica de São Pedro, todos os dias, às 19 horas. Em particular, na noite de sábado, 11 de outubro, às 18 horas, faremos isto juntos na Praça de São Pedro, na Vigília do Jubileu da Espiritualidade mariana, recordando também o aniversário da inauguração do Concílio Vaticano II.

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Saudações:

Saúdo os peregrinos de Portugal e do Brasil, e todos os fiéis de língua portuguesa presentes na Audiência de hoje. O Senhor Ressuscitado nunca deixa de nos procurar e, se nos encontra prisioneiros das trevas, alegra-se por nos trazer de volta à luz da vida. Queridos irmãos e irmãs, neste nosso tempo, entre os escombros do ódio que mata, sejamos portadores do amor de Jesus que ilumina e reergue a humanidade. Deus vos abençoe!

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Resumo da catequese do Santo Padre:

Ao refletir sobre o mistério do Sábado Santo, é significativo ter presente que Jesus desceu à mansão dos mortos para levar aos que estavam nas trevas o anúncio da sua Ressurreição. Nas Escrituras, mansão dos mortos diz-se infernos, Sheol, e evoca não tanto um lugar, mas a condição existencial de quem está aprisionado pela dor e pela separação de Deus e dos outros. Descendo ali, Jesus leva luz ao último dos filhos de Adão que se escondeu por causa do medo. Um mistério que toca também quem hoje, por causa do mal e do pecado, se encontra no “inferno” quotidiano da solidão, da vergonha e de inúmeras dificuldades. O Senhor Ressuscitado continua a arrastar consigo para o Reino da sua luz toda a humanidade.

Dez dados que todo católico deveria saber sobre a Bíblia


Biblia_lennon-caranzo-unsplash.webp Imagem ilustrativa. Crédito: Lennon Caranzo | Unsplash.
 

Por ocasião do mês da Bíblia, o portal católico de recursos apostólicos Catholic Link publicou dez informações sobre as Sagradas Escrituras que podem ajudar no apostolado.

A Bíblia é um texto cheio de “histórias fascinantes” escrito por pessoas comuns, que se entregaram à “vontade de Deus”, diz Catholic Link. Eles, sob a inspiração do Espírito Santo, transmitiram um dos “tesouros espirituais mais importantes da nossa fé” e o “fundamento cultural do ocidente”.

Mais do que um “compilado de regras e uma moral espiritual particular”, diz Catholic Link, a Bíblia nos mostra “o próprio Deus comunicando-se com seus filhos, é uma carta de amor, uma rota de navegação, um livro de perguntas e respostas, um manual de instruções do fabricante, um compêndio de testemunhos de homens frágeis sustentados por Deus em momentos difíceis”.

Assim, todo aquele que lê as Sagradas Escrituras pode conhecer a vontade de Deus, aprender a relacionar-se com os outros e viver a “vida em plenitude”. A Bíblia é alimento espiritual para os católicos, pois, como disse o papa Francisco, ali encontramos “a força da nossa vida”.

O portal afirmou que não basta ler a Bíblia “como se fosse um livro qualquer”, pois “não é mera literatura”. Para ler a Bíblia, é “necessário mergulhar nas profundezas de seus versículos, mas também de seu contexto, de sua história, de sua origem”. O papa encorajou os católicos a se aprofundar no seu conteúdo através da Lectio Divina.

Abaixo, uma lista de dez aspectos da Sagrada Bíblia. Mais do que para satisfazer uma curiosidade, essa informação pode ajudar no apostolado:

1. A Bíblia vem do latim “bíblia”, termo que vem do grego βιβλία (biblía), que significa “livros”.

2. A Bíblia católica é composta por 73 livros. No Antigo Testamento são 46 livros; no Novo Testamento, 27.

3. A Bíblia foi escrita em três línguas. O Antigo Testamento foi escrito em hebraico e algumas pequenas partes em aramaico. Há livros do Antigo Testamento que só chegaram a nós em grego, mas podem ter sido traduzidos de originais hebraicos, como o Eclesiástico. O Novo Testamento foi escrito em grego, a língua internacional da região em volta do Mediterrâneo na época.

4. Na Bíblia, há pelo menos 185 canções. Pelo menos 150 canções estão contidas no livro dos Salmos e nos Testamentos.

5. A Bíblia foi escrita por mais de 40 autores, entre os quais se encontram pessoas de diferente condição e posição, como profetas, reis, evangelistas, apóstolos, etc.

6. O livro mais longo da Bíblia é de Jeremias e o mais curto é a terceira carta de João.

7. A Bíblia foi escrita por pessoas de diferentes ocupações: reis, fazendeiros, pescadores, profetas, um médico, um escriba, entre outros.

8. A Bíblia foi escrita em três continentes. A maior parte dela foi escrita na Ásia, no território que hoje é Israel. Algumas passagens foram escritas na África, no Egito, e várias epístolas do Novo Testamento foram escritas em cidades da Europa.

9. Na Bíblia, há mais de 40 milagres de Jesus, que incluem curas, exorcismos, ressurreição dos mortos e controle sobre a natureza.

10. O livro mais antigo da Bíblia não é Gênesis, como muitos acreditam, mas o livro de Jó, escrito por volta de 1400 a.C.

(acidigital)

 

Leão XIV envia mensagem a exorcistas reunidos em Roma


15ª Convenção Internacional da Associação Internacional de Exorcistas ??
A 15ª Convenção Internacional da Associação Internacional de Exorcistas (AIE) ocorreu em Roma de 15 a 20 de setembro. | Associação Internacional de Exorcistas (AIE)
 

O papa Leão XIV enviou uma mensagem aos cerca de 300 padres exorcistas que se reuniram de 15 a 20 de setembro para o 15º Congresso Internacional da Associação Internacional de Exorcistas (AIE) na casa de espiritualidade Fraterna Domus em Sacrofano, perto de Roma.

O papa expressou seu apreço pelos sacerdotes que se dedicam ao "delicado e necessário ministério do exorcismo" e os exortou a vivê-lo "tanto como um ministério de libertação quanto de consolação".

Numa mensagem assinada pelo Secretário de Estado da Santa Sé, cardeal Pietro Parolin, ele também pediu aos sacerdotes que deem apoio espiritual aos fiéis sofredores.

Vitória sobre satanás

O papa enfatizou a necessidade de “apoiar os fiéis verdadeiramente possuídos pelo mal com a oração e a invocação da presença efetiva de Cristo, para que, por meio do sacramento do exorcismo, o Senhor conceda a vitória sobre satanás”.

As palavras do papa foram lidas na abertura do evento realizado a cada dois anos pelo padre Francesco Bamonte, vice-presidente da AIE e moderador do congresso.

Nas apresentações, o sacerdote Karel Orlita, presidente da AIE e exorcista da diocese de Brno, República Tcheca, destacou a beleza da comunhão eclesial na qual esse ministério, firmemente enraizado no Evangelho, está inserido. Ele enfatizou a importância da formação contínua que a associação promove na Itália e no exterior.

Ele falou também sobre a aprovação oficial do novo Estatuto da AIE pelo Dicastério para o Clero em 25 de março deste ano como um sinal de apoio à missão da associação, que recentemente ultrapassou mil membros.

No congresso, foram abordados temas de grande relevância teológica e prática, segundo os organizadores num comunicado à imprensa.

Em seu discurso, o subsecretário do Dicastério para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, Aurelio García Macías, apresentou uma revisão do rito dos exorcismos, com tipos de ação diabólica extraordinária, o papel do exorcista, a riqueza dos sinais e a correção de erros, sempre enfatizando a centralidade de Cristo no rito.

O cardeal Arthur Roche, prefeito do mesmo Dicastério, também rezou a missa inaugural do congresso, destacando o apoio da Igreja aos fiéis que sofrem por causa das ações do demônio.

O padre Gabriele Amorth, fundador e primeiro presidente do AIE e autor de vários livros de sucesso, foi lembrado, nove anos depois de sua morte.

 (acidigital)

Hoje é celebrada Nossa Senhora das Mercês, a Virgem da Misericórdia


Nossa Senhora das Mercês Nossa Senhora das Mercês
 

Hoje (24), é celebrada Nossa Senhora das Mercês, que significa “misericórdia”, devoção que remonta ao século XIII, quando Nossa Senhora apareceu a são Pedro Nolasco e o encorajou a seguir libertando os cristãos escravos.

Naquela época, os mouros saqueavam regiões costeiras e levavam os cristãos como escravos para a África. Nessa horrível condição, muitos perdiam a fé por pensar que Deus os tinha abandonado.

Pedro Nolasco, vendo essa situação, vendeu até seu próprio patrimônio para libertar os cativos. Do mesmo modo, formou um grupo para organizar expedições e negociar resgates. Quando o dinheiro acabou, então, pediram esmolas. Entretanto, as ajudas também terminaram.

Foi quando Nolasco pediu a Deus para ajudá-lo. Em resposta, a Virgem apareceu a ele e pediu que fundasse uma congregação para resgatar os cativos.

Nolasco lhe perguntou: “Ó Virgem Maria, Mãe da graça, Mãe de misericórdia, quem poderia acreditar que tu me envias?”.

Maria respondeu dizendo: “Não duvides de nada, porque é vontade de Deus que se funde uma ordem desse tipo em minha honra; será uma ordem cujos irmãos e professos, a imitação de meu filho Jesus Cristo, estarão postos para ruína e redenção de muitos em Israel, isto é, entre os cristãos, e serão sinal de contradição para muitos”.

Diante desse desejo, foi fundada a ordem dos Mercedários no dia 10 de agosto de 1218 em Barcelona, Espanha. São Pedro Nolasco foi nomeado pelo papa Gregório IX como superior geral.

Os integrantes, além dos votos de pobreza, castidade e obediência, faziam um quarto voto em que se comprometiam a dedicar sua vida a libertar os escravos e que ficariam no lugar de um cativo que estivesse em perigo de perder a fé, quando o dinheiro fosse era suficiente para conseguir a libertação.

Mais tarde, no ano 1696, o papa Inocêncio XII fixou o dia 24 de setembro como a festa de Nossa Senhora das Mercês em toda a Igreja.

 

Sente-se deprimido ou triste? Reze esta oração do padre Pio


Deprimido_FlickrJesusDominguez_CC_BY_NC_SA_20_110118.jpg Imagem referencial | Flickr Jesús Domínguez (CC-BY-NC-SA-2.0)
 

“Fica Senhor comigo, pois preciso da tua presença para não te esquecer”, é parte de uma oração escrita por são Pio de Pietrelcina e que foi recomendada em um artigo publicado no site da diocese de Celaya (México) para as pessoas que sofrem de depressão ou enfrenam uma tristeza profunda.

No artigo de 2018, assinala que “o Manual diagnóstico e estatístico dos transtornos mentais (DSM) inclui definições clínicas para a depressão”, mas também se pode recorrer “à explicação sobre a escuridão espiritual que são João da Cruz escreve em ‘A noite escura da alma’”.

“Seja qual for a forma em que tenha chegado a um estado depressivo, seja qual for a história que te levou até aí, a chave nesses momentos escuros é estender a mão, buscar o contato” com Deus, afirmou.

O autor indicou que “o estado de escuridão e depressão não é um vazio”, mas “um espaço cheio de conhecimento diante do qual estamos momentaneamente cegos”. “Quando tentamos alcançá-lo sozinhos, às vezes estamos muito exaustos para continuar a aprofundar e, assim, sucumbimos às ondas de desespero”, assinalou.

“Embora nos tenham ensinado que perder a esperança é voltar as costas para Deus – o que é pecado –, há outro elemento do desespero que às vezes passa batido. Deriva da Regra de São Bento: ‘Que em tudo Deus seja glorificado’”.

O autor relatou que em uma confissão, “estando eu em uma época de depressão, o sacerdote me deu uma penitência muito concreta. Devia ler sobre Jesus caminhando sobre o mar tempestuoso e sobre o medo de Pedro, em Mateus 14,30-31. Em seguida, teria que refletir, especificamente, sobre o momento em que Pedro se desespera e busca a ajuda de Nosso Senhor, esse segundo exatamente antes de Jesus segurar sua mão”.

“Foi um momento escuro, cheio de dúvida para Pedro, cuja fé tinha fraquejado. Também foi uma resposta intuitiva para uma pessoa que se afoga fisicamente: estender a mão”, assinalou.

Explicou que esta é “uma metáfora para estender a mão para Cristo psicologicamente e espiritualmente. Surpreendeu-me a rapidez com que o instinto de sobreviver espiritualmente se uniu ao desejo de viver fisicamente quando se está esgotado e em águas profundos”.

“Por isso, com tranquilidade de saber que o Senhor pegou minha mão e que não me afogarei, frequentemente, leio esta oração, às vezes até mesmo três vezes inteira”:

Fica Senhor comigo, pois preciso da tua presença para não te esquecer.

Sabes quão facilmente posso te abandonar.

Fica Senhor comigo, porque sou fraco e preciso da tua força para não cair.

Fica Senhor comigo, porque és minha vida, e sem ti perco o fervor.

Fica Senhor comigo, porque és minha luz, e sem ti reina a escuridão.

Fica Senhor comigo, para me mostrar tua vontade.

Fica Senhor comigo, para que ouça tua voz e te siga.

Fica Senhor comigo, pois desejo amar-te e permanecer sempre em tua companhia.

Fica Senhor comigo, se queres que te seja fiel.

Fica Senhor comigo, porque, por mais pobre que seja minha alma, quero que se transforme num lugar de consolação para ti, um ninho de amor.

São Pio de Pietrelcina, Oração para depois da Comunhão.


 

segunda-feira, 22 de setembro de 2025

Papa à comunidade indonésia: sejam artesãos da paz entre quem procura dividir


O Pontífice recebeu uma delegação de 200 pessoas no Vaticano e recordou tanto a viagem do Papa Francisco ao arquipélago em 2024, como os 75 anos de relações diplomáticas com a Santa Sé. E para uma comunidade que é "exemplo claro da 'cultura do encontro', que é o fundamento da paz", exortou "a serem profetas da comunhão em um mundo que muitas vezes procura dividir e provocar", mesmo que esse caminho do diálogo e da amizade seja desafiador.

Andressa Collet - Vatican News

Cerca de 200 indonésios que vivem em Roma, junto a autoridades civis que representam o país, foram recebidos pelo Papa na manhã desta segunda-feira (22/09). "Com grande alegria" o Pontífice acolheu a delegação para celebrar dois marcos especiais, como recordou Leão XIV em discurso: o aniversário de um ano da visita do Papa Francisco ao país e os 75 anos de relações diplomáticas entre a Santa Sé e a Indonésica, o maior arquipélago do mundo com mais de 17 mil ilhas, reconhecendo a sua independência logo após o nascimento na década de 40. Durante esse período, foram construídos laços de diálogo, respeito e compromisso comum com a paz e a harmonia, disse Leão XIV.

A viagem de Francisco à Indonésia

Como aconteceu com "a histórica visita papal" do Pontífice argentino em setembro do ano passado. Francisco, durante a viagem mais longa do seu pontificado, aquela feita à Ásia e à Oceania que atravessou quatro países de dois continentes por 12 dias, cumpriu agenda na Indonésia. Ele visitou o país logo na primeira parte da viagem, procurando aprofundar a amizade com a Indonésia ao levar "uma mensagem de esperança". Além disso, recordou Leão XIV, "apresentou ao mundo uma expressão tangível de cooperação inter-religiosa através da Declaração de Istiqlal, assinada pelo Papa e pelo Grande Imã da mesquita de Istiqlal, com o objetivo de promover a unidade para o bem da humanidade".

"Este encontro é, por si só, um sinal dos bons frutos da fé e da unidade. Mesmo longe de casa, preservem suas vivas tradições e o cuidado uns pelos outros. Agradeço-lhes pelos fortes laços que mantêm com os vizinhos, tanto cristãos como não cristãos. Esses atos silenciosos de serviço refletem o lema da Indonésia, 'Unidade na diversidade'. Como disse o Papa Francisco em Jacarta, os povos da Indonésia compõem um 'tecido conectivo' quando estão ligados pela busca do bem comum; de fato, manter a harmonia em meio à diversidade assemelha-se a um delicado 'trabalho artesanal confiado a todos'." 

Leão XIV recordou o legado do Papa Francisco ao saudar a comunidade indonésia
Leão XIV recordou o legado do Papa Francisco ao saudar a comunidade indonésia   (@Vatican Media)

Cultura do encontro e ponte entre os povos

O Papa Leão XIV finalizou a saudação à comunidade indonésia de Roma na Sala Clementina, no Vaticano, agradecendo pelo testemunho que dão de serem "católicos fiéis e indonésios orgulhosos, devotos ao Evangelho e dedicados a construir harmonia na sociedade". Ao desejar ainda "que continuem sendo construtores de pontes entre povos, culturas e credos", além de "peregrinos de esperança e artesãos da paz", reforçou:

Sinto-me encorajado pela forma como vocês colocam em prática essa solidariedade, do acolhimento dos novos migrantes à partilha da cultura de vocês com as comunidades locais. Esses são exemplos claros da 'cultura do encontro', que é o fundamento da paz e da comunhão. Exorto-os a serem profetas da comunhão em um mundo que muitas vezes procura dividir e provocar. O caminho do diálogo, o caminho da amizade pode ser desafiador, mas produz o fruto precioso da paz.”

A delegação da comunidade da Indonésia que reside em Roma
A delegação da comunidade da Indonésia que reside em Roma   (@Vatican Media)

 

September 21, 2025 Angelus prayer- Pope Leo XIV

 

LEÃO XIV

ANGELUS

Praça de São Pedro
Domingo, 21 de setembro de 2025


Queridos irmãos e irmãs, bom domingo!

A parábola que hoje ouvimos no Evangelho (Lc 16, 1-13) faz-nos refletir sobre o uso dos bens materiais e, de um modo geral, sobre como temos administrado o bem mais precioso de todos, que é a nossa própria vida.

Nesta história, vemos que um administrador é chamado pelo seu senhor a «prestar contas». Trata-se duma imagem que nos diz algo importante: não somos senhores da nossa vida nem dos bens de que gozamos; tudo nos foi dado como dom pelo Senhor, que confiou este património ao nosso cuidado, à nossa liberdade e responsabilidade. Um dia seremos chamados a prestar contas do modo como administramos a nossa vida, os nossos bens e os recursos da terra, tanto perante Deus como perante os seres humanos, a sociedade e, sobretudo, aqueles que virão depois de nós.

O administrador da parábola procurava simplesmente o próprio lucro mas, ao chegar o dia em que a administração lhe é retirada e tem de prestar contas, deve pensar no que fazer em relação ao seu futuro. Nessa situação difícil, ele compreende que o mais importante não é a acumulação de bens materiais, porque as riquezas deste mundo são passageiras; então, concebe uma ideia brilhante: chama os devedores e «abate» as suas dívidas, renunciando portanto à parte que lhe caberia. Desta maneira, ele perde riqueza material, mas ganha amigos, que estarão prontos para o ajudar e apoiar.

A partir desta história, Jesus exorta-nos: «Arranjai amigos com o dinheiro desonesto, para que, quando este faltar, eles vos recebam nas moradas eternas» (v. 9).

Com efeito, se o administrador da parábola, mesmo na gestão da riqueza desonesta deste mundo, consegue encontrar uma maneira de fazer amigos, saindo da solidão do seu egoísmo, mais ainda nós, que somos discípulos e vivemos à luz do Evangelho, devemos usar os bens do mundo e a nossa própria vida pensando na verdadeira riqueza, que é a amizade com o Senhor e com os irmãos.

Caríssimos, a parábola convida a perguntarmo-nos: como estamos a administrar os bens materiais, os recursos da terra e a vida que Deus nos confiou? Podemos seguir o critério do egoísmo, colocando a riqueza em primeiro lugar e pensando apenas em nós mesmos; mas isto isola-nos dos outros e espalha o veneno de uma competição que muitas vezes gera conflitos. Ou podemos reconhecer tudo o que temos como um dom de Deus a ser administrado, e usá-lo como instrumento de partilha para criar redes de amizade e solidariedade, para edificar o bem, para construir um mundo mais justo, equitativo e fraterno.

Rezemos à Santíssima Virgem, para que interceda por nós e nos ajude a administrar bem o que o Senhor nos confia, com justiça e responsabilidade.

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Depois do Angelus:

Saúdo com afeto todos vós, aqui presentes na Praça de São Pedro e conectados através dos meios de comunicação.

Dirijo-me, em primeiro lugar, aos representantes de várias associações católicas, empenhadas na solidariedade para com o povo da Faixa de Gaza. Caríssimos, aprecio a vossa iniciativa e muitas outras que, em toda a Igreja, expressam proximidade aos irmãos e irmãs que sofrem naquela terra martirizada. Convosco e com os Pastores das Igrejas da Terra Santa, repito que não há futuro baseado em violência, exílio forçado e vingança. Os povos precisam de paz: quem os ama verdadeiramente, trabalha pela paz.

Saúdo os peregrinos da Diocese de Mindelo, Cabo Verde, e os da Diocese de Como; e também os grupos vindos de Angola, da Polónia – em particular de Bliżyn –, de Ciudad Real em Espanha, do Porto em Portugal e de Mwanza na Tanzânia.

Saúdo os sacerdotes da Companhia de Jesus que estão a iniciar um percurso de estudos em Roma; a Sociedade de São Vicente de Paulo; os fiéis de Sora, Pescara, Macerata, San Giovanni in Marignano, Veneza, Bassano del Grappa, Santa Caterina Villarmosa, Taranto, Somma Vesuviana, Ponzano Romano e os vários grupos da Diocese de Pádua.

Sinto-me feliz por acolher o Coro da Ordem dos Advogados de Verona; o Coro feminino de Malo, em Vicenza; a Fundação Oasi Nazareth de Corato; a Associação H-Earth Mani e Cuore; e lembro especialmente as pessoas que sofrem de Alzheimer e ataxia.

Obrigado! Desejo a todos um bom domingo!

Leão XIV critica lentidão da justiça no caso de abuso em sua diocese no Peru: Sinto-me muito mal por isso


Papa Leão XIV. ??
Papa Leão XIV. | Crédito: Vatican Media.
 

O papa Leão XIV disse em uma entrevista que tentou "compreender e estar próximo" das vítimas de um caso de abusos em Chiclayo, diocese de que foi bispo no Peru até 2023, e lamentou que a lentidão da justiça canônica tenha tornado o processo mais "doloroso".

"A quantidade de tempo que todo esse processo levou o tornou muito doloroso", disse ele em uma entrevista com a correspondente do Crux em Roma, Elise Ann Allen, que foi incluída no livro Leão XIV: Cidadão do Mundo, Missionário do Século XXI. Honestamente, me sinto muito mal com isso

O volume, que inclui outra entrevista ao final sobre o futuro da Igreja, foi publicado ontem (18) em espanhol pela Penguin, no Peru. Edições em inglês e português estão previstas para o início de 2026.

O caso ao qual o papa se refere envolve a denúncia apresentada por três irmãs que se reuniram com ele quando era bispo de Chiclayo em 2022 para relatar os abusos sofridos por um padre anos antes, quando eram menores de idade. Segundo as denunciantes, o então bispo Robert Prevost, agora papa Leão XIV, não iniciou uma investigação canônica eficaz e, como consequência, o padre acusado continuou celebrando missa.

O papa Leão XIV recordou que, desde o primeiro momento, ouviu pessoalmente e lhes assegurou que acreditava em seus testemunhos. "Quando você vê alguém sofrendo, sabe que a dor vem de algum lugar. Não é inventada", disse.

Ele explicou que a diocese criou um centro de atendimento com profissionais, advogados, psicólogos e um médico, para oferecer atendimento psicológico e jurídico. "Queríamos que tivessem todo o apoio possível e soubessem a quem recorrer a qualquer momento", disse.

O papa esclareceu que o processo é complicado porque o padre acusado "afirma que é inocente". "Eu disse a elas que acredito nas vítimas quando elas vêm falar comigo. [Mas] o padre [acusado] afirma ser inocente. Portanto, a Igreja precisa defender os direitos das vítimas e dos acusados, e isso não é fácil", acrescentou.

Essa foi a primeira vez que Leão XIV falou sobre este processo judicial, que está atualmente em andamento no Dicastério para a Doutrina da Fé. No entanto, disse que não quer "dizer muito" porque é "o papa agora".

"Não é só Robert Prevost dizendo: 'Achei que fiz a coisa certa'", disse à jornalista.

O livro também inclui declarações de uma das três denunciantes, Ana María Quispe, nas quais ela afirma que a diocese abriu o caso, mas não conduziu uma investigação. Ela ainda acusa a Igreja de usar o fato de os tribunais civis do Peru terem encerrado o caso para encerrá-lo também em Roma.

Quispe também insiste que existe só "uma página", segundo cita o livro, nesse processo, o que significa, segundo ela, que não houve uma investigação adequada. No entanto, o caso continua sob segredo de justiça e não está claro a qual processo as denunciantes se referem.

Ainda assim, o papa também reconheceu que a lentidão dos processos judiciais, tanto na Igreja quanto no sistema de justiça civil do Peru, causou sofrimento adicional.

"Esses procedimentos são muito longos. Neste caso, a situação se complicou ainda mais porque fui transferido da diocese logo depois das denúncias terem sido feitas. O tempo que passou tornou tudo muito mais doloroso", disse o papa, que, poucos meses depois de ouvir as vítimas, foi nomeado prefeito do Dicastério para os Bispos em janeiro de 2023.

Caso "manipulado" pela mídia

Leão XIV também lamentou que o caso tenha sido manipulado pela mídia, o que, em sua opinião, expôs ainda mais as vítimas e amplificou sua dor.

"Elas foram vitimizadas e revitimizadas. Foi muito difícil para elas ver como tudo se tornou tão público, quando a diocese não queria essa exposição", disse.

Depois de reconhecer que a crise dos abusos sexuais é "uma crise real" que "não está resolvida", também revelou que, em seus dois primeiros meses de pontificado, começou um estudo para determinar por que, juridicamente, os casos de abuso demoram tanto para serem resolvidos.

"A justiça é muito lenta. É uma questão que já comecei a abordar desde os meus dois primeiros meses como papa, para começar a examinar alguns dos problemas jurídicos envolvidos: por que esses processos demoram tanto? Como garantir os direitos de todos?", disse ele na entrevista.

Os acusados também têm direitos

Na entrevista completa, que ocupa as últimas 32 páginas da biografia publicada ontem, o papa Leão XIV também afirma que os acusados ​​têm direitos. No entanto, ele defende em todo momento que acredita nas vítimas quando elas vêm falar com ele, embora acrescente que "houve casos comprovados de algum tipo de falsa acusação".

"Sacerdotes cujas vidas foram destruídas por isso. A lei existe, e podemos falar de direito civil ou de direito da Igreja, mas a lei existe para proteger os direitos de todas as pessoas", disse.

O papa disse que "seria ingênuo" pensar que basta dar-lhes "algum tipo de compensação financeira" ou que "o sacerdote seja demitido, como se essas feridas simplesmente desaparecessem por causa disso" para alcançar a reparação.

Por isso, ele pediu que as vítimas sejam tratadas "com grande respeito e compreensão" e admitiu que muitos na Igreja Católica podem se comportar como "novatos" em aprender a acompanhar essas pessoas e precisam da ajuda de profissionais.

 (acidigital)

Encontro Jubilar e Sinodal sobre Vida e Família propõe estratégias para enfrentar os grandes desafios do cuidado da vida


Os participantes do encontro foram recebidos pelo Papa Leão XIV na manhã desta sexta-feira: “Viver a sinodalidade em família requer 'caminhar juntos', compartilhando tristezas e alegrias, dialogando com respeito e sinceridade entre todos os seus membros, aprendendo a escutar e tomar decisões familiares importantes entre todos.”

Pe. Luis Miguel Modino

Foi encerrado nesta sexta-feira, 19 de setembro, o Encontro Jubilar e Sinodal para o Discernimento Esperançoso sobre o Futuro da Vida e da Família, realizado no Instituto João Paulo II, em Roma, desde o dia 17. Uma oportunidade para abordar a realidade da família a partir de diversas perspectivas.

A família como instituição de aprendizagem

No encontro, que seguindo o método sinodal se propôs a escutar, discernir e iniciar processos que respondam aos desafios enfrentados pelas famílias nas periferias, foram elaboradas estratégias em comum para enfrentar os grandes desafios do cuidado da vida, mas também os desafios culturais e estruturais em um mundo em crise. Da mesma forma, analisou-se a necessidade de estudar a família como uma instituição de aprendizagem que requer argumentos e propostas significativas e válidas para a vida de hoje.

Leão XIV recebe os participantes do Encontro Jubilar promovido em Roma pelo Celam para o futuro da família, aponta o modelo perfeito da Sagrada Família e recorda as crises geradas ...

Entre as conclusões, vale citar a proposta de instâncias de formação específicas para que os representantes das Igrejas locais possam fortalecer seus conhecimentos para agir, compreendendo a multiplicidade de fatores que tensionam a vida e a família.

Escutar para tomar decisões

O último ato do encontro foi a audiência com o Papa Leão XIV, que iniciou seu discurso destacando o método sinodal, seguido no encontro, “refletindo sobre algumas questões atuais que afetam a vida familiar”. Segundo o Santo Padre, “viver a sinodalidade na família requer ‘caminhar juntos’, compartilhando dores e alegrias, dialogando respeitosamente e sinceramente entre todos os seus membros, aprendendo a ouvir-se e a tomar as decisões familiares importantes para todos”.

O Papa propôs três palavras para refletirmos juntos: jubileu, esperança e família. Jubileu para “retornar ao centro de nossa vida, a Deus mesmo, ao Deus de Jesus Cristo”, bem como um chamado a pensar na “fé recebida de nossos pais, na oração perseverante de nossas avós contando as contas do rosário, em sua vida simples, humilde e honesta que, como fermento, sustentou tantas famílias e comunidades”. Leão XIV afirmou que “não devemos cair no perigo de basear nossas vidas em seguranças humanas e expectativas mundanas”, e alertou sobre a tentação de “deixar rolar” e sobre as ameaças à dignidade da família: “problemas relacionados à pobreza, à falta de trabalho e de acesso aos sistemas de saúde, aos abusos contra os mais vulneráveis, às migrações, às guerras”. Nesse sentido, ele pediu para “promover o diálogo e fortalecer os elementos da sociedade que favorecem a vida em família e a educação de seus membros”.

Corresponsabilidade e protagonismo

Leão XIV disse que “podemos entender a família como um dom e uma tarefa”, considerando crucial “fomentar a corresponsabilidade e o protagonismo das famílias na vida social, política e cultural, promovendo sua valiosa contribuição na comunidade”. O Papa apelou a “ser Igreja doméstica e lar onde arde o fogo do Espírito Santo, difunde o seu calor, contribui com os seus dons e experiências para o bem comum e convoca todos a viver na esperança”, recordando as palavras de Paulo VI na sua célebre homilia em Nazaré.

Por fim, ele apelou ao compromisso e à alegria, para que as famílias sejam “esse canto silencioso de esperança, capaz de difundir com sua vida a luz de Cristo, ‘para que a alegria do Evangelho – citando o Papa Francisco – chegue até os confins da terra e nenhuma periferia seja privada de sua luz’”.

O Encontro foi convocado pela Rede Latino-Americana e Caribenha de Pensamento Social da Igreja (REDLAPSI / CELAM) e organizado conjuntamente pelo Pontifício Instituto Teológico João Paulo II (PITJP II), pela Pontifícia Academia para a Vida (PAV), pela Pontifícia Comissão para a América Latina (PCAL) e pelo Conselho Episcopal Latino-Americano (CELAM). Contou com a adesão do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, da Caritas América Latina e Caribe e da Confederação Latino-Americana de Religiosos (CLAR).

 

(vaticannews)