domingo, 15 de junho de 2025

Espíritu Santo | Ven, Espíritu Divino | Música Católica

Orquesta china de música antigua interpreta "El Cóndor Pasa"

Esperança na Bíblia #23 – SANTÍSSIMA TRINDADE

Solenidade da Santíssima Trindade, Santa Missa, 15 de junho de 2025 – Pa...

 

SOLENIDADE DA SANTÍSSIMA TRINDADE
JUBILEU DO ESPORTE

HOMILIA DO PAPA LEÃO XIV

Basílica de São Pedro
Domingo, 15 de junho de 2025


Queridos irmãos e irmãs,

Na primeira Leitura, ouvimos as seguintes palavras: «Eis o que diz a Sabedoria de Deus: “O Senhor me criou como primícias da sua atividade, antes das suas obras mais antigas. […] Quando Ele consolidava os céus, eu estava presente; […] eu estava a seu lado como arquiteto, cheia de júbilo, dia após dia, deleitando-me continuamente na sua presença. Deleitava-me sobre a face da terra e as minhas delícias eram estar com os filhos dos homens”» (Pr 8, 22.27.30-31). Para Santo Agostinho, a Trindade e a sabedoria estão intimamente ligadas. A sabedoria divina é revelada na Santíssima Trindade e a sabedoria leva-nos sempre à verdade.

Hoje, enquanto celebramos a Solenidade da Santíssima Trindade, vivemos os dias do Jubileu do Desporto. O binómio Trindade-desporto não é usado com muita frequência, mas a associação não é descabida. Na verdade, toda boa atividade humana traz em si um reflexo da beleza de Deus, e certamente o desporto está entre elas. Afinal, Deus não é estático, nem está fechado em si mesmo. É comunhão, relação viva entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo, que se abre à humanidade e ao mundo. A teologia denomina essa realidade de pericoresis, ou seja, “dança”: uma dança de amor recíproco.

A vida brota deste dinamismo divino. Fomos criados por um Deus que se compraz e se alegra em dar a existência às suas criaturas e que “brinca”, como nos recordou a primeira leitura (cf. Pr 8, 30-31). Alguns Padres da Igreja chegam mesmo a falar, com ousadia, de um Deus ludens, de um Deus que se diverte (cf. S. Salônio de Genebra, In Parabolas Salomonis expositio mystica; S. Gregório Nazianzeno, Carmina, I, 2, 589). Eis a razão pela qual o desporto pode ajudar-nos a encontrar o Deus Trino: porque exige um movimento do eu para o outro, que é certamente exterior, mas também e sobretudo interior. Sem isso, ele se reduz a uma estéril competição de egoísmos.

Pensemos na expressão “Dá-lhe!”, que é comumente usada pelos espectadores para encorajar os atletas durante as competições. Talvez não seja evidente, mas é um incentivo muito bonito: é o imperativo do verbo “dar”. E isso nos provoca uma reflexão: não se trata apenas de oferecer uma performance física, mesmo que extraordinária, mas de dar-se, de “jogar-se”. Trata-se de dar-se aos outros – para o próprio crescimento, para os torcedores, para os entes queridos, para os treinadores, para os colaboradores, para o público, até mesmo para os adversários – e, em sendo verdadeiramente um desportista, isso vale além do resultado. São João Paulo II – que era, como sabemos, um desportista – assim falou: «O desporto é alegria de viver, jogo, festa, e como tal deve ser valorizado […] mediante a recuperação da sua gratuitidade, da sua capacidade de estreitar vínculos de amizade, de favorecer o diálogo e a abertura de uns aos outros […] bem acima não só das duras leis da produção e do consumo, mas também de qualquer outra consideração puramente utilitarista e hedonista da vida» (Homilia para o Jubileu Internacional dos Desportistas, 4, 12 de abril de 1984).

Nesta perspectiva, gostaríamos de destacar três aspectos em particular que tornam o desporto, hoje, um meio precioso de formação humana e cristã.

Em primeiro lugar, numa sociedade marcada pela solidão, em que o individualismo exagerado deslocou o centro de gravidade do “nós” para o “eu”, fazendo com que o outro fosse ignorado, o desporto – especialmente quando é praticado em conjunto – ensina o valor da colaboração, do caminhar juntos, daquela partilha que, como já dissemos, está no coração mesmo da vida de Deus (cf. Jo 16, 14-15). Desse modo, pode tornar-se um instrumento importante de recomposição e de encontro: entre os povos, nas comunidades, nos ambientes escolares e profissionais, nas famílias!

Em segundo lugar, numa sociedade cada vez mais digital – em que as tecnologias, embora aproximando pessoas distantes, muitas vezes afastam aqueles que estão próximos – o desporto valoriza a concretude do estar juntos, o sentido do corpo, do espaço, do esforço, do tempo real. Assim, contra a tentação de fugir para mundos virtuais, o desporto ajuda a manter um contato saudável com a natureza e com a vida concreta, único lugar onde é possível exercer o amor (cf. 1 Jo 3, 18).

Em terceiro lugar, numa sociedade competitiva, onde parece que apenas os fortes e os vencedores merecem viver, o desporto também ensina a perder, colocando o homem frente a frente, na arte da derrota, com uma das verdades mais profundas da sua condição: a fragilidade, o limite, a imperfeição. Isto é importante, porque é a partir da experiência dessa fragilidade que nos abrimos à esperança. O atleta que nunca erra, que nunca perde, não existe. Os campeões não são máquinas infalíveis, mas homens e mulheres que, mesmo derrotados, encontram a coragem para se reerguer. A esse respeito, recordemos, mais uma vez, as palavras de São João Paulo II, que dizia que Jesus é “o verdadeiro atleta de Deus” porque venceu o mundo não com a força, mas com a fidelidade do amor (cf. Homilia na Missa pelo Jubileu dos Desportistas, 4, 29 de outubro de 2000).

Não é por acaso que o desporto teve um papel significativo na vida de muitos santos do nosso tempo, tanto como prática pessoal quanto como meio de evangelização. Pensemos no Beato Pier Giorgio Frassati, padroeiro dos desportistas, que será proclamado santo no próximo dia 7 de setembro. A sua vida, simples e luminosa, recorda-nos que assim como ninguém nasce campeão, ninguém nasce santo. É o treinamento diário do amor que nos aproxima da vitória definitiva (cf. Rm 5, 3-5) e nos torna capazes de trabalhar pela construção de um mundo novo. Afirmou-o também São Paulo VI, que vinte anos após o fim da Segunda Guerra Mundial, recordava aos membros de uma associação desportiva católica o quanto o desporto tinha contribuído para trazer de volta a paz e a esperança a uma sociedade devastada pelas consequências da guerra (cf. Discurso aos membros do Centro Desportivo Italiano, 20 de março de 1965). Dizia ele: «Os vossos esforços visam a formação de uma nova sociedade: […] conscientes de que o desporto, nos sãos elementos formativos que valoriza, pode ser um instrumento muito útil para a elevação espiritual da pessoa humana, condição primeira e indispensável para uma sociedade ordenada, serena e construtiva» (Ibid.).

Caros desportistas, a Igreja confia-vos uma missão maravilhosa: ser reflexo do amor de Deus Trino nas vossas atividades, pelo vosso próprio bem e pelo bem dos vossos irmãos. Deixai-vos envolver com entusiasmo por esta missão: como atletas, como formadores, como sociedade, como grupos, como famílias. O Papa Francisco adorava sublinhar que, no Evangelho, Maria aparece ativa, em movimento, até mesmo “a correr” (cf. Lc 1, 39), pronta a partir para socorrer os seus filhos – como sabem fazer as mães – ao menor sinal de Deus (cf. Discurso aos voluntários da JMJ, 6 de agosto de 2023). Peçamos a Ela que acompanhe as nossas iniciativas e os nossos esforços, orientando-os sempre para o melhor, até à vitória definitiva: a da eternidade, o “campo infinito” onde o jogo não terá fim e a alegria será plena (cf. 1 Cor 9, 24-25; 2 Tm 4, 7-8).



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Laudes da Solenidade da Santíssima Trindade

sábado, 14 de junho de 2025

Esperei, Esperei no Senhor - Salmo 40 (39)

Audiência Jubilar 14 de junho de 2025 - Papa Leão XIV

SANTO DO DIA: Santa Clotilde marcou a história política cristã da França


 

 

A santa que lembramos neste dia marcou a história política cristã da França, já que era filha do rei Ariano. Santa Clotilde nasceu em Leão, na França, no ano de 475. Ao perder os pais muito cedo, acabou sendo muito bem educada pela tia, que a introduziu na vida da graça.

Clotilde era ainda uma bela princesa que, interior e exteriormente, comunicava formosura quando se casou com um rei pagão, ambicioso e guerreiro, tendo com ele cinco filhos que acabaram herdando o gênio do pai. Como rainha, Clotilde foi paciente, caridosa, simples; e como mãe e esposa, investiu tudo na conversão destes que amava de coração, por amor a Deus.

O soberano se propôs à conversão, caso vencesse os alemães que avançavam sobre a França; ao conseguir esse feito, cumpriu sua palavra, pois, tocado por Jesus e motivado pela esposa, entrou na Catedral para receber o batismo e começar uma vida nova. O esposo morreu na Graça, ao contrário dos filhos revoltados e mortos à espada em guerras. Dessa forma, Santa Clotilde mudou para Tours, empenhou-se nas obras religiosas e ajudou na construção de igrejas e mosteiros, isto até entrar no Céu em 545.

A fama de sua santidade propagou-se por toda a França, sendo autorizado pela Igreja o culto em devoção a santa. Sua memória tornou-se um exemplo para o mundo católico, e Santa Clotilde passou a ser venerada no dia de sua morte.

A minha oração

Meu Deus e meu Pai, depois de haverdes inflamado o coração de Santa Clotilde no zelo pela propagação da fé em Jesus Cristo, concedestes a essa santa rainha da França o poder de com suas orações praticar milagres. Pelos méritos de Santa Clotilde, concedei-nos, Senhor, o consolo e o remédio a todos nossos males, aflições, tristezas, embaraços e perigos. Dignai-Vos confirmar-nos, na Vossa Fé, até ao fim de nossa existência. Por Nosso Senhor Jesus Cristo. Assim seja. Amém!

Santa Clotilde, rogai por nós!

 

(Cançao Nova)

A pobreza mais grave é não conhecer a Deus, diz Leão XIV


Papa Leão XIV em consistório público em 13 de junho de 2025 ??
Papa Leão XIV, em consistório público que celebrou hoje (13). | Vatican Media
 

O papa Leão XIV disse hoje (13) que “a pobreza mais grave é não conhecer a Deus” e disse que, ao ter Deus como “companheiro de viagem”, as riquezas materiais se tornam relativas, porque “se descobre o verdadeiro tesouro de que realmente precisamos”.

“Frequentemente, as riquezas iludem e conduzem a situações dramáticas de pobreza, sendo a primeira dessas ilusões pensar que não precisamos de Deus e conduzir a nossa vida independentemente d’Ele”, disse o papa.

Leão XIV disse isso em sua mensagem para o IX Dia Internacional dos Pobres, que será celebrado no domingo, 16 de novembro de 2025, mas que foi divulgada hoje (13) pela Sala de Imprensa da Santa Sé.

Leão XIV falou sobre o risco de “se habituar e resignar-se” à sucessão de novas ondas de empobrecimento.

Assim, ele enquadrou a responsabilidade social de promover o bem comum, que caracteriza a Igreja, no "gesto criador de Deus, que dá os bens da terra a todos"; e como estes, " também os frutos do trabalho do homem devem ser igualmente acessíveis", disse o papa.

Leão XIV citou santo Agostinho, que disse: “Damos pão a quem tem fome, mas seria muito melhor que ninguém passasse fome e não precisássemos ser generosos para com ninguém. Damos roupas a quem está nu, mas Deus queira que todos estejam vestidos e que ninguém passe necessidades sobre isso” (Comentário à 1 Jo, VIII, 5).

O papa disse que ajudar os pobres "é uma questão de justiça, muito antes de ser uma questão de caridade".

“Todos os dias, encontramos pessoas pobres ou empobrecidas e, às vezes, pode acontecer que sejamos nós mesmos a possuir menos, a perder o que antes nos parecia seguro: uma casa, comida suficiente para o dia, acesso a cuidados de saúde, um bom nível de educação e informação, liberdade religiosa e de expressão”, disse também Leão XIV.

Para o papa, o Dia Mundial dos Pobres busca lembrar à Igreja que "os pobres estão no centro de toda a ação pastoral", não só de sua "dimensão caritativa, mas igualmente naquilo que a Igreja celebra e anuncia".

"Através das suas vozes, das suas histórias, dos seus rostos, Deus assumiu a sua pobreza para nos tornar ricos", disse Leão XIV na mensagem que assinou hoje, festa de santo Antônio de Pádua, padroeiro dos pobres.

No texto, ele disse realmente que os pobres "não são um passatempo para a Igreja, mas sim os irmãos e irmãs mais amados". Assim, o papa enfatizou que "cada um deles, com a sua existência e também com as palavras e a sabedoria que trazem consigo, levam-nos a tocar com as mãos a verdade do Evangelho".

Leão XIV enfatizou repetidamente em sua mensagem que os pobres não são meros "objetos" do cuidado pastoral da Igreja, mas os definiu como "sujeitos criativos que nos estimulam a encontrar sempre novas formas de viver o Evangelho hoje".

Assim, ele disse que toda forma de pobreza é um apelo “a viver concretamente o Evangelho e a oferecer sinais eficazes de esperança”.

O papa destacou como pessoas sem recursos podem se tornar testemunhas de uma "esperança forte e confiável, precisamente porque professada numa condição de vida precária, feita de privações, fragilidade e marginalização".

"Ele não confia na segurança do poder ou das posses; pelo contrário, sofre com elas e frequentemente é vítima delas. Sua esperança só pode estar em outro lugar", disse também Leão XIV.

Assim, ele disse que quando Deus é colocado no centro como a “primeira e única esperança”, é precisamente quando se faz “a passagem entre as esperanças que passam e a esperança que permanece”.

A pior discriminação sofrida pelos pobres é “a falta de cuidado espiritual”

Leão XIV citou a encíclica Evangelii gaudium de seu antecessor, o papa Francisco, que afirmou que a pior discriminação sofrida pelos pobres é “a falta de cuidado espiritual”.

"É uma regra da fé e um segredo da esperança: embora importantes, todos os bens desta terra, as realidades materiais, os prazeres do mundo ou o bem-estar econômico não são suficientes para fazer o coração feliz", enfatizou ele.

O papa também refletiu sobre a "circularidade" existente entre as três virtudes teologais: fé, esperança e caridade. "A esperança nasce da fé, que a alimenta e sustenta, sobre o fundamento da caridade, que é a mãe de todas as virtudes. E precisamos de caridade hoje, agora", disse Leão XIV.

Por isso, ele disse que a caridade é uma realidade que "envolve-nos, orientando as nossas decisões para o bem comum".

"Em vez disso, quem carece de caridade não só carece de fé e esperança, mas tira a esperança ao seu próximo", disse também o papa.

Referindo-se especificamente à esperança cristã à qual se refere a Palavra de Deus, Leão XIV disse que ela "é certeza no caminho da vida", porque não depende das forças humanas, mas da promessa de Deus, que é sempre fiel.

 

Homilia Diária | Não utilize os métodos do Maligno (Sábado da 10ª Sem. d...

Liturgia das Horas: Laudes (2ªss.sab) 14/06/25