terça-feira, 13 de dezembro de 2022

Ucrânia, Parolin: "continuar a dialogar, esperando contra toda esperança"

 


O secretário de Estado do Vaticano responde às perguntas dos jornalistas à margem da apresentação de um livro sobre La Pira: "hoje não há muitas condições para o diálogo e não se veem progressos. O Vaticano está sempre disposto a oferecer uma mesa de encontro entre as partes para a paz".

Alessandro Di Bussolo – Vatican News

Continuar no diálogo "esperando contra toda esperança", apesar do fato de que até agora não há progressos para a paz na Ucrânia, nem qualquer vislumbre de esperança para uma mediação. Foi o que disse o cardeal Pietro Parolin, Secretário de Estado, respondendo às perguntas dos jornalistas sobre a guerra no país do Leste Europeu, à margem da apresentação no Senado italiano do livro "Giorgio La Pira: os capítulos de uma vida". 


O Vaticano disposto a oferecer uma mesa

O cardeal reiterou a disponibilidade da Santa Sé a ser um espaço de encontro e de diálogo entre as partes: "estamos disponíveis, já o dissemos desde o início. Acreditamos que o Vaticano possa ser um terreno adequado. Tentamos oferecer uma oportunidade para que todos se encontrem e, ao mesmo tempo, manter um equilíbrio. Conseguiremos? É difícil saber... A vontade é de oferecer um espaço onde as partes possam se reunir e iniciar um diálogo, sem condições prévias. Cabe a eles identificar a metodologia de trabalho e dar conteúdo, mas nós estamos disponíveis".


Continuar buscando o diálogo

"Acredito" - acrescentou o secretário de Estado, que tem se empenhado em negociações diplomáticas nos últimos meses -, "que todos os homens de boa vontade não podem deixar de desejar o diálogo. Parece-me, no momento, como vi esta manhã na mídia, que não há muitas condições para o diálogo. Mas devemos continuar, esperando contra toda esperança, porque a guerra deve terminar por tantas razões, especialmente pelo sofrimento que ela está causando na Ucrânia entre a população civil que viverá um Natal verdadeiramente dramático". Para Parolin, a paz que virá, mais cedo ou mais tarde, será "uma paz que nasce da vitória". Uma paz, portanto, "que vai custar um grande preço". "Queremos uma paz onde floresçam o respeito aos direitos e a justiça, porque a paz é obra da justiça", disse o cardeal.


A emoção do Papa

Sobre as lágrimas do Papa, em 8 de dezembro passado, durante a oração aos pés da estátua da Imaculada Conceição, o secretário de Estado comentou: "foi um gesto forte, muitas pessoas disseram que ficaram muito, muito tocadas por esta emoção do Santo Padre. Foi algo apreciado e profundamente sentido, ver o Papa comovido pelo que está acontecendo. Será que ele conseguirá romper a barreira? Esperamos que sim, às vezes as lágrimas podem derreter até mesmo os corações mais endurecidos. Mas até agora não vemos nenhum desenvolvimento que valha a pena mencionar".


Esforços diplomáticos

Quanto aos esforços diplomáticos, realizados "de forma discreta", Parolin enfatizou: "estamos tentando realizar iniciativas que possam levar à paz, mas são sempre confiadas à vontade das partes para acabar. Sem isso, não será possível construir, apesar dos esforços e tentativas". 


(vaticannews)

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