terça-feira, 31 de dezembro de 2024

Palavra de Vida – dezembro 2024


«Nada é impossível a Deus» (Lc 1,37)

Estamos na narração da Anunciação. O anjo Gabriel dirige-se a Maria de Nazaré para lhe dar a conhecer os planos de Deus sobre ela: conceberá e dará à luz um filho, Jesus, que «será grande e será chamado Filho do Altíssimo»[1]. Este episódio está em continuidade com outros acontecimentos do Antigo Testamento em que foram concedidos nascimentos prodigiosos a mulheres estéreis ou de idade avançada, cujos filhos seriam chamados a realizar missões importantes na história da salvação. Neste momento, Maria, mesmo querendo aderir em plena liberdade à missão de se tornar a mãe do Messias, pergunta como pode isso acontecer, sendo ela uma virgem. Gabriel garante que não será obra humana: «O Espírito Santo virá sobre ti e a força do Altíssimo estenderá sobre ti a sua sombra»[2]. E acrescenta: «Nada é impossível a Deus»[3].

«Nada é impossível a Deus»

Esta garantia, que significa que nenhuma declaração ou promessa de Deus ficará por cumprir – porque para Ele não há impossíveis – pode ser também formulada deste modo: com Deus, nada é impossível. De facto, a preposição do texto grego – “com”, ou “próximo”, ou “junto de” Deus – coloca em evidência a Sua proximidade em relação ao homem. É ao ser humano ou aos seres humanos que, quando estão em Deus e livremente aderem a Ele, nada é impossível.

«Nada é impossível a Deus»

Como colocar em prática esta palavra de vida? Antes de mais nada, acreditando com uma grande confiança que Deus pode agir também dentro e para além dos nossos limites e vulnerabilidades, assim como nas situações mais obscuras da vida. 

Foi essa a experiência de Dietrich Bonhoeffer que, durante a prisão que o levaria ao suplício, escreveu: «Devemos imergir-nos sempre de novo no viver, falar, agir, sofrer e morrer de Jesus, para reconhecer aquilo que Deus promete e cumpre. É verdade […] que para nós já nada é impossível, porque nada é impossível para Deus; […] é verdade que nós não devemos pretender nada e que, apesar disso, podemos pedir tudo; é verdade que no sofrimento está escondida a nossa alegria e na morte a nossa vida… A tudo isto Deus disse “sim” e “Ámen” em Cristo. Este “sim” e este “Ámen” são a terra firme sobre a qual estamos»[4].

«Nada é impossível a Deus»

Na procura de superação do aparente “impossível” das nossas insuficiências, para chegar ao “possível” de uma vida coerente, um papel determinante é desempenhado pela dimensão comunitária, que se desenvolve onde os discípulos, vivendo entre eles o mandamento novo de Jesus, se deixam habitar individualmente e em conjunto, pelo poder de Cristo ressuscitado. Escreveu Chiara Lubich, em 1948, a um grupo de jovens religiosos: «Vamos em frente! Não com a nossa força, mesquinha e débil, mas com a omnipotência da Unidade. Eu constatei, e verifiquei pessoalmente, que Deus entre nós faz o impossível: o milagre! Se nos mantivermos fiéis ao testemunho que nos foi transmitido, […] o mundo verá a Unidade e com ela a plenitude do Reino de Deus»[5]

Há alguns anos, quando eu estava em África, encontrava muitas vezes jovens que queriam viver como cristãos e que me contavam as muitas dificuldades com que se embatiam quotidianamente no seu ambiente, para permanecerem fiéis aos compromissos da fé e aos ensinamentos do Evangelho. Falávamos durante horas e, no fim, chegávamos sempre à mesma conclusão: «Sozinhos é impossível, mas juntos vamos conseguir». É o que também nos assegura Jesus quando promete: «Onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome (no meu amor), Eu estou no meio deles»[6]. E com Ele tudo é possível.

 

Texto preparado por Augusto Parody Reyes e pela equipa da Palavra de Vida

[1] Lc 1,32. [2] Ibid, 35. [3] Ibid, 37. [4] D. Bonhoeffer, Resistenza e resa, ed. San Paolo, Cinisello Balsamo 1988, p. 474. Dietrich Bonhoeffer (1906-1945) foi um teólogo e pastor luterano alemão, protagonista da resistência ao Nazismo. [5] C. Lubich, Cartas dos primeiros tempos. Editora Cidade Nova, Abrigada 2011, p. 164. [6] Cf. Mt 18, 20.

 (Focolares)

Missa da Vigília da Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus (31/12/2024, ...

Como o Jubileu da Esperança pode fortalecer a fé

 


Peregrinos cruzam a porta santa da basílica de São Pedro ??
Peregrinos cruzam a porta santa da basílica de São Pedro, no Vaticano. | Daniel Ibáñez / EWTN News.
 

Muitos fiéis têm dúvidas e questões com o início do jubileu ordinário da Esperança 2025, um dos eventos mais significativos da Igreja que ocorre só a cada 25 anos.

Em que pode o jubileu contribuir para a vida de fé? O que é uma Porta Santa? O que é um templo jubilar? Como é possível viver o jubileu sem uma peregrinação a Roma? Respostas a essas e outras perguntas ajudam a compreender o valor e a natureza excepcional deste tempo de graça.

A relevância de um jubileu

Por que o jubileu é um evento tão importante para os católicos? A resposta é simples: ele dá uma oportunidade extraordinária para alcançar a salvação e experimentar que a santidade de Deus pode nos transformar. Resumindo, é um presente que ajuda a chegar ao Céu.

Por quê? Porque coloca à disposição dos fiéis todas as facilidades para obter o “tesouro” da Igreja: a indulgência plenária, a que devolve a alma ao estado em que se encontrava ao receber o Batismo.

O padre Giuseppe Bonomo, pároco da catedral de Atri em Teramo, Itália - onde há uma porta santa instituída pelo papa são Celestino V - disse à ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI, que o jubileu é também um momento único para “conversão pessoal e comunitária”.

A cada mês do ano celebram-se em Roma um ou vários jubileus de características diferentes. Em janeiro, por exemplo, é o jubileu do Mundo da Comunicação; em fevereiro, o dos Artistas; em abril, o dos Adolescentes; em maio, o das Irmandades... O calendário pode ser visto aqui.

Duas indulgências em um dia?

No sacramento da Penitência a culpa do pecado é eliminada, mas a punição temporal exigida pela justiça divina permanece. A indulgência “apaga” o vestígio do pecado e dá a remissão de todas as penas temporais do purgatório, portanto, se uma pessoa morre depois de receber esse dom, ela vai diretamente para o Céu.

O imenso valor e o profundo significado desse “tesouro” fazem dele um privilégio reservado a locais e momentos específicos designados para a sua concessão. Assim há a grandeza do ano jubilar, um tempo em que as oportunidades para o obter a indulgência se multiplicam, mesmo duas vezes num dia!

Embora exista uma regra de que só se pode conseguir uma indulgência plenária por dia, no ano jubilar pode-se obter uma segunda se ela for feita em favor das almas do purgatório. Ou seja, a segunda será aplicável só a quem já morreu.

Requisitos para obter indulgência jubilar

Para obter uma indulgência jubilar é importante, primeiro, saber como ela é concedida (os requisitos) e onde (o local ou horários específicos). Com o início do do Jubileu da Esperança, a Santa Sé falou sobre as três condições habituais:

“Durante o Jubileu Ordinário de 2025, permanecem em vigor todas as outras concessões de Indulgência. Todos os fiéis verdadeiramente arrependidos, excluindo qualquer apego ao pecado (cf. Enchiridion Indulgentiarum, IV ed., norm. 20, § 1) e movidos por um espírito de caridade, e que, no decurso do Ano Santo, purificados pelo sacramento da penitência e revigorados pela Sagrada Comunhão, rezem segundo as intenções do Sumo Pontífice, poderão obter do tesouro da Igreja pleníssima Indulgência, remissão e perdão dos seus pecados, que se pode aplicar às almas do Purgatório sob a forma de sufrágio”.

Ou seja: confessar, receber o Corpo de Cristo e rezar pelo papa Francisco.

Como viver o Jubileu 2025 se não peregrinar a Roma?

Em 2025, os católicos poderão obter indulgência nas peregrinações a qualquer local sagrado do jubileu , em igrejas designadas para isso. Em Roma, além das quatro basílicas principais, existem outras 13 igrejas .

A Cidade Eterna é, sem dúvida, o centro do Jubileu 2025 e espera receber 30 milhões de pessoas ao longo do ano. Mas, se não for possível fazer a peregrinação a Roma, existem muitas outras formas de obter indulgências e experimentar uma verdadeira conversão e fortalecimento da fé.

O padre Giuseppe Bonomo disse à ACI Prensa que todo católico que desejar pode fazer isso em sua própria cidade. Para isso, disse o padre, “deve perguntar ao seu bispo quantos templos existem na sua diocese” com essas características.

“Há muitas igrejas do Jubileu. E é possível obter a indulgência plenária nesses templos”, disse o padre.

Também é possível fazer isso ao visitar lugares sagrados, como santuários marianos ou outras basílicas. A lista está disponível aqui .

A indulgência também pode ser recebida ao fazer obras de misericórdia, como visitar necessitados ou pessoas em situações de dificuldade (doentes, presos, idosos solitários etc).

Também é possível obter a indulgência ao abster-se, pelo menos por um dia, de “distrações fúteis”, como redes sociais e “consumos supérfluos”.

Os que não puderem participar de peregrinações por “motivos graves” poderão ganhar a indulgência se recitarem “o Pai-Nosso, a Profissão de Fé em qualquer forma legítima e outras orações em conformidade com as finalidades do Ano Santo, oferecendo os seus sofrimentos ou as dificuldades da sua vida”.

Porta santa da basílica de São Pedro, no Vaticano. Daniel Ibáñez/EWTN News
Porta santa da basílica de São Pedro, no Vaticano. Daniel Ibáñez/EWTN News

O que é uma porta santa e quantas existem no mundo?

O papa Francisco inaugurou oficialmente o Jubileu da Esperança 2025 com a abertura da porta santa da Basílica de São Pedro em 24 de dezembro, véspera de Natal. A passagem por uma porta santa no Jubileu simboliza a entrada numa nova vida em Cristo e o início de um caminho de conversão.

Segundo o padre Bonomo, as portas santas “podem ser permanentes ou não”. Só nove no mundo estão na primeira categoria.

“A mais famosa é a de São Pedro no Vaticano, seguida pelas das três grandes basílicas de Roma: São João de Latrão, São Paulo Fora dos Muros e Santa Maria Maior”, disse o padre.

“Mas há também outras fora de Roma, como a catedral de Santiago de Compostela (Espanha), a basílica de Santa María de Collemaggio em L'Aquila (Itália), a basílica-catedral de Notre-Dame de Quebec (Canadá), a catedral de Atri (Itália) e a catedral do Sagrado Coração em Nova Delhi (Índia)”, acrescentou Bonomo.

O padre italiano disse também que “as basílicas com portas santas permanentes têm estatutos próprios”.

Por exemplo, “a Basílica de Atri abre todos os anos, de 14 a 22 de agosto, enquanto as de Roma só quando há um ano jubilar”, continuou Bonomo.

No caso de Santiago de Compostela, o ano santo ocorre quando o dia 25 de julho, dia da festa do santo, cai num domingo. Nesse ano, a indulgência plenária pode ser obtida na catedral.

As portas santas “não permanentes”

As portas santas não permanentes são as que só abrem para um determinado ano jubilar. Foi o que aconteceu em 26 de dezembro, quando pela primeira vez na tradição jubilar, o papa Francisco abriu uma porta Santa na prisão de Rebibbia, na periferia de Roma.

Em 2015, em viagem à República Centro-Africana, o papa Francisco abriu a porta santa da catedral de Bangui , um gesto feito logo depois do início do jubileu extraordinário da Misericórdia para encorajar “a paz nesse país e no mundo”. Em 18 de dezembro de 2015, foi aberta a porta santa da Caridade num centro de acolhimento em Termini, Roma.

No jubileu extraordinário da Misericórdia, em 2015, o papa Francisco concedeu a abertura da porta santa também nas catedrais em todo o mundo e permitiu que as dioceses estabelecessem portas santas. Algo que, no entanto, não acontecerá em 2025, já que agora são seguidas as regras do jubileu ordinário e não do extraordinário.

De que modo a maternidade espiritual de Maria é universal?


VirgenMariaYNinoJesus_MadreMaria_301220.webp Imagem ilustrativa | Pixabay.
 

A solenidade de Maria, Mãe Deus é celebrada pela Igreja Católica todos os anos em 1º de janeiro. O bispo de Orihuela-Alicante, Espanha, dom José Ignacio Munilla Aguirre, fala sobre por que a maternidade espiritual de Maria é universal.

Num vídeo publicado em seu canal no Youtube En Ti Confío (Em Ti Confio, em português) o bispo reflete sobre a pergunta “De que modo a maternidade espiritual de Maria é universal?”, contida no número 100 do Compêndio do Catecismo da Igreja Católica.

O Compêndio diz que “Maria tem um único Filho, Jesus, mas, n’Ele, a sua maternidade espiritual estende-se a todos os homens que Ele veio salvar. Obediente, ao lado do novo Adão, Jesus Cristo, a Virgem é a nova Eva, a verdadeira mãe dos vivos, que coopera com amor de mãe no seu nascimento e na sua formação na ordem da graça. Virgem e Mãe, Maria é a figura da Igreja e a sua realização mais perfeita”.

A partir disso, dom Munilla disse que provavelmente uma das razões pelas quais Deus quis que Santa Maria fosse “sempre virgem, é para que nesse único filho pudéssemos incluir todos nós, toda a humanidade. Todos nós somos filhos de Maria”. Explicou que “se Eva gerou junto com Adão o corpo de seu filho, Maria está gerando espiritualmente nossas almas”.

Dom Munilla citou são Luís Maria Grignion de Montfort, que disse: “Maria é como um molde no qual nossa alma se configura a Jesus Cristo”. Se na Virgem “Jesus se configurou, se nos introduzirmos no coração de Maria, nos conformamos com Jesus tendo Maria como a mãe espiritual de nossa vida”, disse o bispo.

O bispo recordou também o Evangelho segundo São João, segundo o qual Jesus disse a Maria e o discípulo, que estão aos pés da cruz: “‘Mulher, eis aí teu filho’. Filho, ‘Eis aí tua mãe’ Nesse momento, Maria recebe a tarefa explícita da maternidade divina, dessa maternidade espiritual”, explicou.

Com esta frase, Maria “passa da maternidade divina a Jesus Cristo à maternidade espiritual para todos os seguidores de Jesus Cristo. Essa grande tarefa que Maria recebeu está cumprindo-a continuamente, em sua intercessão por nós, em seu cuidado espiritual por nós”, afirmou.  

Dom Munilla disse que a maternidade espiritual de Maria às vezes é visualizada em "revelações privadas" para dar mensagens importantes à humanidade. Por exemplo, recordou quando a Virgem apareceu ao apóstolo são Tiago ou quando apareceu a são Juan Diego como Nossa Senhora de Guadalupe "no início da evangelização na América".

Do mesmo modo, mencionou quando apareceu a santa Bernadette Soubirous para "lembrar por que o Evangelho é para os simples", justo "no momento em que a França havia dado as costas ao Evangelho" com o racionalismo. Da mesma forma, Maria interveio “quando o comunismo estava em alta e em Fátima se mostra novamente como uma esperança para a salvação do mundo”, disse.

Desta forma, “Maria está sendo fiel à grande encomenda: ‘Eis aí teu filho’, cuide de todos'. Estas revelações particulares são como a ponta do iceberg, que visualiza algo que é muito mais do que não vemos, as intervenções contínuas de Maria que na sua maternidade cuida de cada uma de nós”.

Dom Munilla recordou também a passagem bíblica sobre as Bodas de Caná da Galileia, onde a Virgem Maria "atenta às nossas necessidades" pede a Jesus pelos convidados da festa. O bispo recorda que desta vez Jesus lhe disse: "Minha hora ainda não chegou".

Para explicar este momento “surpreendente”, “porque parece que Jesus está antes contendo ou se distanciando de Maria”, o bispo citou santo Agostinho.

O santo disse que a pergunta de Jesus se refere a “que ainda não era a hora em que ia confiar-lhe para ser a mãe de todos nós e cuidar de todos nós. Chegada essa hora, a hora da maternidade espiritual de Maria, seu filho lhe dirá: ‘Esta é a tua hora mãe, cuide de todos, eu os confio a ti’”.

“Definitivamente, Maria teve apenas um filho: Jesus, e nele teve a todos nós. Todos nós somos Jesus para ela. Maria olha para ti com o mesmo carinho e amor com que olhava para o seu filho Jesus e queremos retribuir com a mesma ternura, com o mesmo amor com que Jesus olhou para a sua mãe”, destacou.

Dom Munilla convidou os fiéis a pensarem em Maria como nossa Mãe. “Podemos também participar dessa maternidade que Jesus viveu com ela, dessa relação materna, para que também nós possamos dizer com pleno sentido: ‘Mamãe! Mãe Nossa’”, concluiu.

(acidigital)

 

除夕謝主禮 (31/12/2024, 5:00pm) (Te Deum de Ação de Graças pelo ano que passou)

Homilia Diária | Em tudo, demos graças a Deus (Memória de São Silvestre,...

Hoje é celebrado são Silvestre, primeiro papa que não morreu mártir


São Silvestre São Silvestre
 

São Silvestre nasceu em Roma, foi eleito papa em 314, a um ano do edito de Milão, por meio do qual o imperador Constantino concedeu liberdade de culto aos cristãos.

No período do seu pontificado, viu-se aflorar uma perigosa agitação doutrinária, com origem na pregação de Ario, sacerdote alexandrino que negava a divindade da segunda Pessoa e, consequentemente, o mistério da Santíssima Trindade.

Diante disso, Constantino convocou bispos para abordar a questão. O papa enviou seus representantes Ósio, bispo de Córdova, e dois presbíteros.

Foi o primeiro Concílio Ecumênico (universal) que reuniu em Niceia, no ano 325, mais de 300 bispos, com o próprio Imperador a presidir em lugar de honra.

Os padres conciliares não tiveram dificuldade em fazer prevalecer a doutrina recebida dos Apóstolos sobre a divindade de Cristo, proposta energicamente pelo bispo de Alexandria, Santo Atanásio. A heresia de Ario foi condenada sem hesitação e a ortodoxia trinitária ficou outorgada no chamado Símbolo Niceno ou Credo, ratificado por São Silvestre.

Constantino também doou ao papa Silvestre o palácio imperial de Latrão, que foi a residência papal até Leão XI. Junto a esse palácio, mais tarde, foi construída a Basílica de São João de Latrão.

Foi também em seu pontificado que se ergueu a antiga Basílica de São Pedro.

São Silvestre I morreu em 31 de dezembro de 335 e foi sepultado no cemitério de Priscila. Foi o primeiro papa que não morreu mártir, depois de 32 papas. Os seus restos mortais foram transladados por Paulo I (757-767) para a Igreja erguida em sua memória.

Neste último dia do ano, agradeça a Deus pelo ano que passou e peça pelo que se inicia, por intercessão de são Silvestre, com esta oração.

Deus, nosso Pai, hoje é o último dia do ano. Nós vos agradecemos todas as graças que nos concedestes através dos vossos santos. E hoje pedimos a São Silvestre que interceda a vós por nós! Perdoai as nossas faltas, o nosso pecado e dai-nos a graça da contínua conversão.

Renovai as nossas esperanças, fortalecei a nossa fé, abri a nossa mente e os nossos corações, não nos deixeis acomodar em nossas posições conquistadas, mas, como povo peregrino, caminhemos sem cessar rumo aos Novos Céus e à Nova Terra a nós prometidos. Senhor, Deus nosso Pai, que o Vosso Espírito Santo, o Dom de Jesus Ressuscitado, nos mova e nos faça clamar hoje e sempre “Abba! Pai!”

Venha a nós o vosso Reino de paz e de justiça. Renovai a face da Terra, criai no homem um coração novo! Amém.

 

Laudes de 31 de Dezembro

segunda-feira, 30 de dezembro de 2024

Missa desde a Basílica da Santíssima Trindade do Santuário de Fátima 30....

Why does this fit so well together though 😭

Acontecimentos do Ano 2024

A porta da esperança que se abre no Ano Jubilar


"Vivemos o Natal e sabemos que a Sagrada Família de Nazaré sabe bem o que significa uma porta aberta ou fechada, para quem espera um filho, para quem não tem morada, para quem deve escapar do perigo. Há uma Porta Santa que se abre em Roma, mas há a porta de acolhida do coração também que se deve abrir para Deus e os irmãos."

Jackson Erpen - Cidade do Vaticano


“Irmãs e irmãos, com a abertura da Porta Santa iniciamos um novo Jubileu: cada um de nós pode entrar no mistério desse anúncio de graça. Esta é a noite em que a porta da esperança foi escancarada para o mundo; esta é a noite em que Deus diz a cada um: há esperança também para ti! Há esperança para cada um de nós. Mas não esqueçais, irmãs e irmãos, que Deus perdoa tudo, Deus perdoa sempre. Não esqueçais isto, que é uma maneira de compreender a esperança no Senhor. (Papa Francisco)”

Com a abertura da Porta Santa da Basílica de São Pedro, na noite de 24 de dezembro, o Papa Francisco deu início ao Jubileu ordinário de 2025, que tem por tema "A esperança não engana".  A Porta Santa, de fato, representa um dos símbolos centrais do Jubileu, pois Jesus diz: "Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim será salvo; tanto entrará como sairá e encontrará pastagem. (Jo 10, 9). Assim, atravessar a Porta Santa evoca a entrada no mistério de Cristo vivo na sua Igreja, "evoca a passagem que todo cristão é chamado a fazer do pecado à graça".  "Nós, discípulos do Senhor, somos convidados a encontrar n’Ele a nossa maior esperança e a levá-la sem demora, como peregrinos de luz nas trevas do mundo."

 "A porta da esperança que se abre no Ano Jubilar" é o tema da reflexão do Pe. Gerson Schmidt*, a última do ano de 2024.

"O Jubileu foi oficialmente inaugurado na vigília natalina pelo Papa Francisco, com o rito da Abertura da Porta Santa da Basílica Papal de São Pedro. O tema da “porta” rende uma reflexão muito valiosa. O Salmo 23 diz: "Abri as portas para que Ele possa entrar". A celebração do Advento e o Natal é a nossa disposição interior de abrir as portas de nosso coração, nossa casa, nossa família, nossa comunidade, os grupos de novena, a sociedade e a humanidade inteira para que o Senhor Jesus entre e possa reinar como Deus, Senhor e Redentor do Universo. Como diz Isaías: "Céus, deixai cair o orvalho, nuvens, chovei o justo; abra-se a terra, e brote o Salvador!" (Is 45,8).

Ainda há lugares no mundo em que não se fecham as portas com chave. Mas há tantos onde as portas blindadas se tornaram normais. O Papa Francisco dizia: “ Não devemos nos render à ideia de dever aplicar esse sistema a toda a nossa vida, à vida da família, da cidade, da sociedade. E tão menos à vida da Igreja. Seria terrível! Uma Igreja inospitaleira, assim como uma família fechada em si mesma mortifica o Evangelho e seca o mundo. Nada de portas blindadas na Igreja, nada! Tudo aberto!”. Por isso, o Papa Francisco, desde o início de seu Pontificado quer uma Igreja de portas abertas, em saída, impulsionada para a Evangelização e acolhida aos pecadores.

“A Igreja foi encorajada a abrir as suas portas, para sair com o Senhor ao encontro dos filhos e filhas em caminho, às vezes incertos, às vezes perdidos, nestes tempos difíceis. As famílias cristãs, em particular, foram encorajadas a abrir a porta ao Senhor que espera para entrar, levando sua benção e sua amizade. E A porta da misericórdia e salvação de Deus está sempre aberta, também as portas das nossas igrejas, das nossas comunidades, das nossas paróquias, das nossas instituições, das nossas dioceses, devem estar abertas, para que assim todos possam sair e levar essa salvação de Deus. O Jubileu significa a grande porta da misericórdia de Deus, mas também as pequenas portas das nossas igrejas abertas para deixar o Senhor entrar – ou tantas vezes sair o Senhor – prisioneiro das nossas estruturas, do nosso egoísmo e de tantas coisas” – comentou o Sumo Pontífice já no Ano da Misericórdia.

A porta deve proteger, certo, mas não rejeitar. A porta não deve ser forçada, ao contrário, se pede permissão, porque a hospitalidade resplandece na liberdade do acolhimento e se escurece na prepotência da invasão. A porta se abre frequentemente para ver se do lado de fora há alguém que espera e, talvez, não tem a coragem, talvez nem mesmo força de bater. Quanta gente perdeu a confiança, não tem a coragem de bater à porta do nosso coração cristão, às portas das nossas igrejas…E estão ali, não têm a coragem, tiramos a confiança delas: por favor, que isso nunca aconteça. A porta diz muitas coisas da casa e também da Igreja.

No Evangelho vemos parábolas que falam da porta fechada. E se a porta está fechada, dizemos: “Senhor, abre-nos a porta!”. Jesus mesmo, em sua auto-revelação joanina, disse ser a “Porta das ovelhas”. Jesus é a porta e nos faz entrar e sair. Jesus diz que quem não entra pela porta é “ladrão e salteador”. São os ladrões aqueles que procuram evitar a porta. Os ladrões procuram entrar por outro lado, pela janela, pelo teto. Evitam a porta, porque têm intenções más e se infiltram no rebanho para enganar as ovelhas e tirar proveito delas.

O Papa Francisco ainda comenta que “no belíssimo discurso de Jesus, se fala também do guardião, que tem a tarefa de abrir ao Bom Pastor (cf. Jo 10,2). Se o guardião ouve a voz do Pastor, então abre e faz entrar todas as ovelhas que o Pastor traz, todas, incluindo aquelas perdidas nos bosques, que o bom Pastor foi resgatar. As ovelhas não são escolhidas pelo guardião, pelo secretário paroquial ou pela secretaria da paróquia; as ovelhas são todas enviadas, são escolhidas pelo bom Pastor. O guardião – também ele – obedece à voz do Pastor. Bem, poderíamos bem dizer que nós devemos ser como aquele guardião. A Igreja é a porteira da casa do Senhor, não é a patroa da casa do Senhor”.

Vivemos o Natal e sabemos que a Sagrada Família de Nazaré sabe bem o que significa uma porta aberta ou fechada, para quem espera um filho, para quem não tem morada, para quem deve escapar do perigo. Há uma Porta Santa que se abre em Roma, mas há a porta de acolhida do coração também que se deve abrir para Deus e os irmãos. Haja também em nós a abertura da porta do nosso coração para receber todos, o perdão de Deus e dar, por nossa vez, o nosso perdão, acolhendo todos aqueles que batem à nossa porta."

*Padre Gerson Schmidt foi ordenado em 2 de janeiro de 1993, em Estrela (RS). Além da Filosofia e Teologia, também é graduado em Jornalismo e é Mestre em Comunicação pela FAMECOS/PUCRS.

 

Moçambique. Natal ao som de tiros, na Matola


O domingo 22 foi agitado, com a celebração da Missa na Capela de S. Rafael, paróquia de S João de Deus, naquelas complicadas periferias de Nampula. Participou uma multidão de fiéis em festa, na véspera do dia 23, aquele que se adivinhava violento – crónica sobre os tempos de Natal por terras da Matola, em Moçambique.

P. Tony Neves, na Matola – Moçambique

Percebi que tinha diante de mim (na celebração da Missa) pessoas que, no dia seguinte, estariam a praticar violência umas contra as outras, uma vez que pertenciam a partidos diferentes. Além da grande intenção da Missa ser a pacificação de Moçambique, concluí com um pedido: ‘por favor, que nenhum de nós aceite praticar a violência!’. Os graves incidentes do dia seguinte confirmaram os meus receios!

O P. Alberto Tchindemba, Superior dos Espiritanos em Moçambique, acompanhou-me ao aeroporto onde, pelas 13h, o avião vindo de Chimoio me levou até Maputo. Tudo parecia pacífico demais, só as conversas cruzadas iam levantando o véu dos riscos de violência pesada em todo o país, que resultaria da contestação feroz à fraude que a oposição via nos resultados finais das eleições.

Aterrado no Aeroporto de Maputo, soube que as malas ficaram para trás. Fomos para o Seminário de S. Agostinho, na Matola, situado a uma dúzia de kms, como estava previsto para a conclusão da minha visita a Moçambique. Tudo calmo demais, naquela tarde de domingo. Como havia outro voo de Nampula, com chegada prevista às 23h, o P. Nito Chatulica, Reitor do Seminário, levou-me de regresso ao aeroporto onde recolhemos as malas e voltamos à Matola, chegando após a meia noite. E, para meu espanto, nada mexia, tudo estava pacífico demais!

Mas – como previsto - o dia 23 já acordou agitado, com muitas barreiras nas estradas na expectativa do que diria a Presidente do Conselho Constitucional. O líder da oposição, Venâncio Mondlane, que se proclamou vencedor das eleições e acusara de fraude o processo eleitoral, colocou nas mãos da Dra. Lúcia Ribeiro uma bomba-relógio – como dizia o semanário Savana, de 20 de dezembro, na 1º página!. Esta, a partir das 15h, durante 1h45 minutos, explicou o porquê do Conselho validar todas as eleições, refutando as queixas apresentadas pela oposição. Assim, o Conselho Constitucional declarou a Frelimo vencedora absoluta e o previsto caos tomou conta do país.

Os media e as redes sociais mostraram imagens de grande violência em diversas cidades e municípios, com manifestantes a bloquear estradas, queimar pneus, destruir estruturas da Frelimo e do seu Governo, partir e pilhar armazéns e lojas comerciais. Membros e bens das lideranças da Frelimo e Polícias foram os grandes alvos da fúria das populações.

Com o caos instalado, confinou-se o Natal. Em boa parte das Igrejas não houve nem Missa do Galo nem Missas no dia de Natal. O Seminário de S. Agostinho, aqui na Matola, está a paredes meias com o Noviciado das Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora Mãe de África, uma família religiosa fundada pelo Cardeal D. Alexandre Santos, Arcebispo de Maputo. Assim, a ‘Missa da Meia Noite’ foi celebrada na Capela das Irmãs, ao fim da tarde, a que se seguiu um jantar festivo, sempre ao ritmo dos tiroteios que se escutavam, ao longe e ao perto.

A noite e a manhã de Natal continuaram marcadas pelo barulho dos tiros e pelas conversas das pessoas que passavam junto ao Seminário com sacos de arroz às costas, após invasão e pilhagem de um grande armazém aqui perto. Foi neste ambiente que, desta vez na Capela do Seminário, os Padres e as Irmãs celebraram, com a solenidade possível, a Missa de Natal. E os tiros foram aumentando de intensidade ao longo da tarde. De facto, mais uma vez se verificou que, aliados a grandes causas, sempre aparecem grandes bandidos a aproveitar das manifestações promovidas em nome dessas causas. Matar, destruir e pilhar são verbos que não abrem portas a nenhum futuro!

A TAP, a TAAG e outras empresas de navegação aérea foram informando o cancelamento dos voos para Maputo, evocando razões de segurança. A verdade é que, mesmo que os voos não fossem cancelados, quase ninguém conseguia chegar ou sair do aeroporto!

A única certeza que todos partilham é que nada ficará como dantes. Ninguém ousa arriscar que o futuro pode o povo moçambicano esperar, mas as populações perderam o medo em relação à polícia, aos militares e aos líderes do partido, entidades todo-poderosas e intocáveis, até agora.

Seja feito tudo o que se puder para que regresse a ordem social, pois o povo simples e pobre não aguenta mais. Mas só haverá futuro risonho para Moçambique com verdade, justiça, paz e desenvolvimento integral.

Faço votos que 2025 seja um ano que respeite a dignidade e os direitos de todos.

 (vaticannews)

Bispos do Sri Lanka para o Natal: viver com simplicidade e cuidar dos pobres


O apelo dos bispos: “Um chamado para renovar o respeito pela dignidade da vida”. Natal marcado pela solidariedade com as famílias afetadas pelas enchentes: em Wewala, na paróquia de São Francisco Xavier, o presépio foi construído junto com as crianças que vivem em situação difícil: “Aqui elas têm a chance de conhecer o amor de Jesus”

Vatican News

O nascimento de Jesus na manjedoura, em uma situação de grande pobreza e simplicidade, “nos convida a viver uma vida de simplicidade e a estar sempre atentos aos pobres”. Essa é a mensagem que os bispos do Sri Lanka dirigiram a seus fiéis por ocasião do Natal. No texto - assinado pelo presidente da Conferência Episcopal (CBSL), Harold Anthony Perera, e pelo secretário J.D. Anthony Jayakody - os bispos escrevem que a questão da pobreza só pode ser aliviada com a criação de estruturas econômicas justas, com um “compromisso sincero por parte de todos”. “O nascimento de Jesus”, acrescentam, “é também um chamado para renovar o respeito pela dignidade da vida. Essa é a única maneira de estabelecer uma base sólida para uma paz duradoura”. Nesse sentido, eles denunciam “o nível perturbador de desrespeito pela preciosa vida humana no mundo - especialmente em Gaza e na Ucrânia”. “Que o recém-nascido Menino Jesus”, concluem os bispos do Sri Lanka, “inspire a resolução desses conflitos, trazendo paz e estabilidade a essas áreas. Que o esplendor de Cristo ilumine nossas vidas, proporcionando conforto e confiança para os tempos que virão.”

Sinal concreto

Um sinal concreto desse espírito foi a iniciativa promovida pela paróquia de São Francisco Xavier em Wewala, na arquidiocese de Colombo: uma celebração especial de Natal foi organizada em cooperação com a pastoral juvenil diocesana para 20 crianças órfãs ou em situação de grave dificuldade. Cada criança recebeu um lanche, uma mochila e outros objetos, e foram realizadas atividades para destacar seus talentos. Juntas, elas projetaram e construíram um presépio para representar o nascimento de Jesus. “Aqui as crianças têm a oportunidade de aprender, dançar, cantar e conhecer o amor de Jesus por ocasião do 'Encontro de Amor' que oferecemos todos os sábados nas dependências da igreja”, afirmou para a agência Asia News irmã Marian Fernando, religiosa do Bom Pastor que lidera o grupo.

Famílias afetadas pelas enchentes

Também os membros do Movimento Carismático ajudaram a compartilhar o amor do Natal com as famílias afetadas pelas recentes enchentes. Sanjeewa Wijesinghe disse à AsiaNews: “Distribuímos um saco de sementes no valor de 5.000 rúpias para 150 famílias de agricultores afetadas pelas enchentes na área de Omanthai, no distrito de Vavuniya, no norte do país, que foi uma das mais atingidas nas últimas semanas pelas enchentes que causaram graves danos ao Sri Lanka. Não se trata de um subsídio, mas um direito deles. Jesus disse que se você tem dois casacos, um não é seu, mas pertence a outra pessoa. Ficar com ele é roubar o direito de outra pessoa. Tentamos testemunhar isso. Acho que todos podem entender o verdadeiro significado do Natal e celebrá-lo de forma autêntica”, concluiu Sanjeewa, “aprendendo desde cedo a receber e compartilhar”.

(Asia News/Melani Manel Perera)

 

Homilia Diária | O Menino que é a esperança de todos nós (6.º dia da Oi...

Hoje é celebrada santa Anísia de Tessalônica, assassinada por ir à missa


Santa Anísia de Tessalônica Santa Anísia de Tessalônica
 

Santa Anísia foi uma virgem e mártir do século III. Ela nasceu em Tessalônica, na Grécia, no ano 284. Quando ainda era nova ficou órfã de pai e mãe e herdou uma grande fortuna. Anísia usou seus bens para a caridade e se dedicou a ajudar os pobres e necessitados. Nessa época, os cristãos geralmente compartilhavam o que possuíam com outros membros da Igreja.

Uma resposta sem hesitação

No tempo do governador Ducisio começou uma perseguição na Tessalônica para impedir que os cristãos se reunissem e celebrassem a sagrada liturgia, e incorporassem mais cristãos mediante o batismo.

A tradição conserva o relato do martírio de Anísia. Era o ano 304 e, depois de cumprir com os seus deveres, Anísia foi ao lugar onde a comunidade se reunia para celebrar a missa. De repente, ela foi interceptada por um dos guardas do imperador, que bloqueou seu caminho e perguntou aonde ela estava indo.

A santa confessou que era cristã e que estava a caminho da missa. A firmeza de sua resposta provocou o ódio do guarda, que a matou imediatamente.

Anos depois da morte de Anísia, a paz voltou à Tessalônica após o Édito de Milão, os cristãos daquela região construíram um oratório no lugar onde a jovem foi assassinada.

 

Liturgia das Horas: laudes (oitava, 2ª) 30/12/24

domingo, 29 de dezembro de 2024

Missa de Abertura do Ano Jubilar na Catedral dos Açores

Hino oficial do Jubileu 2025 “Peregrinos da Esperança”

Angelus 29 de dezembro de 2024 - Papa Francisco

PAPA FRANCISCO

ANGELUS

Praça São Pedro
Domingo, 29 de dezembro de 2024


Queridos irmãos e irmãs, bom domingo!

Hoje celebramos a Sagrada Família de Nazaré. O Evangelho narra que Jesus, quando tinha doze anos, no final da peregrinação anual a Jerusalém, se perdeu de Maria e José, que o encontraram depois no Templo a debater com os doutores (cf. Lc 2, 41-52). O evangelista Lucas revela o estado de espírito de Maria, que pergunta a Jesus: «Filho, porque nos fizeste isto? Olha que Teu pai e eu andávamos aflitos à Tua procura» (v. 48). E Jesus responde-lhe: «Porque Me procuráveis? Não sabíeis que devia estar na casa de Meu Pai?» (v. 49).

É uma experiência quase habitual de uma família que alterna momentos tranquilos com outos dramáticos. Parece a história de uma crise familiar, uma crise dos nossos dias, de um adolescente difícil e dois pais que não conseguem entendê-lo. Detenhamo-nos a olhar para esta família. Sabeis porque a Família de Nazaré é um modelo? Porque é uma família que dialoga, que se ouve, que fala. O diálogo é um elemento importante para uma família! Uma família que não comunica não pode ser uma família feliz.

É belo quando uma mãe não começa com uma repreensão, mas com uma pergunta. Maria não acusa e não julga, mas procura entender como acolher este Filho tão diferente, através da escuta. Apesar deste esforço, o Evangelho diz que Maria e José «não compreenderam as palavras que lhes disse» (v. 50), mostrando que na família é mais importante ouvir do que entender. Ouvir é dar importância ao outro, reconhecer o seu direito de existir e pensar autonomamente. Os filhos precisam disto. Pensai bem, vós pais, ouvi os filhos, precisam disso!

Um momento privilegiado de diálogo e de escuta em família é o das refeições. É bom estar juntos à mesa e conversar. Isto pode resolver tantos problemas e, acima de tudo, une as gerações: filhos que conversam com os pais, netos que conversam com os avós... Nunca ficar fechados em si mesmos ou, pior ainda, com a cabeça no telemóvel. Isto não é bom... nunca, nunca é bom. Conversar, ouvir-se, este é o diálogo que faz bem e que faz crescer!

A família de Jesus, Maria e José é santa. No entanto, vimos que até mesmo os pais de Jesus nem sempre compreendiam. Podemos refletir sobre isto, e não nos surpreendamos se, às vezes, em família, não nos entendemos. Quando nos acontece, perguntemo-nos: ouvimo-nos uns aos outros? Afrontamos os problemas ouvindo-nos reciprocamente ou fechamo-nos no mutismo, por vezes no ressentimento, no orgulho? Dedicamos um pouco de tempo para dialogar? O que podemos aprender hoje com a Sagrada Família é a escuta recíproca.

Confiemo-nos à Virgem Maria e peçamos o dom da escuta para nossas famílias.

_________________________

Depois do Angelus

Queridos irmãos e irmãs!

Cordiais boas-vindas a todos vós, romanos e peregrinos. Hoje dirijo uma saudação especial às famílias aqui presentes e àquelas que nos seguem de casa através dos meios de comunicação. A família é a célula da sociedade, é um tesouro precioso que deve ser sustentado e tutelado!

O meu pensamento vai para as muitas famílias na Coreia do Sul que hoje estão de luto, na sequência do dramático acidente de avião. Uno-me em oração pelos sobreviventes e pelos mortos.

E rezemos também pelas famílias que sofrem por causa das guerras: na martirizada Ucrânia, na Palestina, em Israel, em Myanmar, no Sudão, no Kivu do Norte, rezemos por todas estas famílias.

Saúdo os fiéis de Pero-Cerchiate, o grupo do Decanato de Varese, os jovens de Cadoneghe e de San Pietro in Cariano; os crismandos de Clusone, Chiuduno, Adrara San Martino e Almenno San Bartolomeo; os escuteiros de Latina, de Vasto e de Soviore. E saúdo os jovens da Imaculada!

Desejo a todos um bom domingo e um sereno fim de ano. Por favor, não vos esqueçais de rezar por mim. Bom almoço e até à próxima!



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Saiba como lucrar indulgência plenária no último e no primeiro dia do ano


Imagem ilustrativa Imagem ilustrativa | Shutterstock
 

Nos dias 31 de dezembro e 1º de janeiro é possível lucrar indulgência plenária ao recitar publicamente dois hinos: o Te Deum, no último dia do ano, e o Veni Creator, no primeiro dia do ano.

A constituição apostólica Indulgentiarum Doctrina, do papa Paulo VI, diz que “indulgência é a remissão, diante de Deus, da pena temporal devida pelos pecados já perdoados quanto à culpa, que o fiel, devidamente disposto e em certas e determinadas condições, alcança por meio da Igreja, a qual, como dispensadora da redenção, distribui e aplica, com autoridade, o tesouro das satisfações de Cristo e dos Santos”.

O Catecismo da Igreja Católica diz no parágrafo 1.472 que, “para compreender esta doutrina e esta prática da Igreja, deve ter-se presente que o pecado tem uma dupla consequência. O pecado grave priva-nos da comunhão com Deus e, portanto, torna-nos incapazes da vida eterna, cuja privação se chama ‘pena eterna’ do pecado. Por outro lado, todo o pecado, mesmo venial, traz consigo um apego desordenado às criaturas, o qual precisa de ser purificado, quer nesta vida quer depois da morte, no estado que se chama Purgatório. Esta purificação liberta do que se chama ‘pena temporal’ do pecado”.

A indulgência pode ser parcial ou plenária, “conforme libera parcial ou totalmente da pena devida pelos pecados”, diz Indulgentiarum Doctrina. O fiel pode aplicá-la a si mesmo ou à alma de um defunto. Mas, não se pode lucrar por outra pessoa viva.

A constituição apostólica diz ainda que, “para adquirir a indulgência plenária é preciso fazer uma obra enriquecida de indulgência e preencher as seguintes três condições: confissão sacramental, comunhão eucarística e oração nas intenções do Sumo Pontífice. Requer-se além disso rejeitar todo o apego ao pecado, qualquer que seja, mesmo venial”.

“As três condições podem ser preenchidas em dias diversos, antes ou após a realização da obra prescrita; mas convém que a comunhão e a oração nas intenções do Soberano Pontífice se façam no mesmo dia em que se faz a obra”, acrescenta o documento.

Ressalta ainda que “com uma só confissão sacramental, podem adquirir-se várias indulgências plenárias, mas para cada indulgência plenária é necessária uma comunhão e as orações nas intenções do Sumo Pontífice”.

O “Manual das Indulgências” diz que “concede-se indulgência parcial ao fiel que recitar o hino Te Deum (A Vós, ó Deus) em ação de graças, e será plenária, quando recitado em público no último dia do ano”. Diz também que “concede-se indulgência parcial ao fiel que recitar devotamente o hino Veni Creator (Ó vinde, Espírito Criador). A indulgência será plenária no dia primeiro de janeiro e na solenidade de Pentecostes, se o hino se recitar publicamente”.

Te Deum

A vós, ó Deus, louvamos,
a vós, Senhor, cantamos.
A vós, eterno Pai,
adora toda a terra.

A vós cantam os anjos,
os céus e seus poderes:
Sois Santo, Santo,
Santo, Senhor, Deus do universo!

Proclamam céus e terra
vossa imensa glória.
A vós celebra o coro
glorioso dos Apóstolos.

Vos louva dos Profetas
a nobre multidão
e o luminoso exército
dos vossos santos mártires.

A vós por toda a terra
proclama a Santa Igreja,
ó Pai onipotente,
de imensa majestade.

E adora juntamente
o vosso Filho Único,
Deus vivo e verdadeiro,
e ao vosso Santo Espírito.

Ó Cristo, Rei da glória,
do Pai eterno Filho,
nascestes duma Virgem,
a fim de nos salvar.

Sofrendo vós a morte,
da morte triunfastes,
abrindo aos que têm fé
dos céus o reino eterno.

Sentastes à direita
de Deus, do Pai na glória.
Nós cremos que de novo
vireis como juiz.

Portanto, vos pedimos:
salvai os vossos servos,
que vós, Senhor, remistes
com sangue precioso.

Fazei-nos ser contados,
Senhor, vos suplicamos,
em meio a vossos santos
na vossa eterna glória.

(A parte que segue pode ser omitida, se for oportuno)

Salvai o vosso povo.
Senhor, abençoai-o.
Regei-nos e guardai-nos
até a vida eterna.

Senhor, em cada dia,
fiéis, vos bendizemos,
louvamos vosso nome
agora e pelos séculos.

Dignai-vos, neste dia,
guardar-nos do pecado.
Senhor, tende piedade
de nós, que a vós clamamos.

Que desça sobre nós,
Senhor, a vossa graça,
porque em vós pusemos
a nossa confiança.

Fazei que eu, para sempre,
não seja envergonhado:
Em vós, Senhor, confio,
sois vós minha esperança!

Veni Creator

Ó, vinde Espírito Criador,
as nossas almas visitai
e enchei os nossos corações
com vossos dons celestiais.

Vós sois chamado o Intercessor
do Deus excelso o dom sem par,
a fonte viva, o fogo, o amor,
a unção divina e salutar.

Sois doador dos sete dons,
e sais poder na mão do Pai,
por ele prometido a nós,
por nós seus feitos proclamai.

A nossa mente iluminai,
os corações enchei de amor,
nossa fraqueza encorajai,
qual força eterna e protetor.

Nosso inimigo repeli,
e concedei-nos vossa paz;
se pela graça nos guiais,
o mal deixamos para trás.

Ao Pai e ao Filho Salvador
por vós possamos conhecer.
Que procedeis do seu amor
fazei-nos sempre firmes crer.

 

(acidigital)

Hoje é celebrado são Tomás Becket, mártir inglês


São Tomáss Becket São Tomáss Becket
 

“Morro voluntariamente pelo nome de Jesus e pela defesa de sua Igreja”, disse são Tomás Becket de Canterbury antes de morrer como mártir e fiel à Igreja por se opor às intenções do rei da Inglaterra de controlar a Igreja local. Sua festa é celebrada hoje (29).

São Tomás nasceu em Londres, Inglaterra, em 1118, em uma família trabalhadora. Foi educado pelos monges da Abadia de Merton em Surrey e chegou a estudar na Universidade de Paris. Quando seu pai morreu, passou a ter dificuldades financeiras e tornou-se empregado da corte do Arcebispo Theobald de Canterbury. Ganhou a confiança do Bispo e chegou a viajar com ele pela França, Roma e outros lugares. Do mesmo modo, tornou-se amigo do rei.

Em 1154, foi ordenado diácono e serviu como negociador dos assuntos da Igreja com a coroa. Em seguida, por sugestão do arcebispo Theobald, tornou-se chanceler da Inglaterra e administrou a lei com sabedoria e imparcialidade. Posteriormente, foi ordenado sacerdote e, no dia seguinte, recebeu a consagração episcopal.

Como arcebispo, dedicou-se inteiramente ao serviço de Deus, desenvolvendo um profundo amor pela Eucaristia. Ao se recusar aos interesses de Henrique II, que queria que a Igreja na Inglaterra estivesse sujeita ao poder do rei, optou pelo exílio na França.

O rei da França persuadiu o rei inglês Henrique II a ir aonde Tomás estava para fazer as pazes. Depois de voltar à sua pátria, as discussões começaram novamente. O rei Henrique escutou que, da Normandia, o papa tinha excomungado os bispos recalcitrantes por usurpar os direitos do bispo de Canterbury e são Tomás se manteria firme até que os bispos prometessem obediência ao papa.

O rei ficou irado e disse: “Não há ninguém que me livre deste sacerdote turbulento?”. Quatro cavaleiros o escutaram e decidiram resolver o assunto com suas próprias mãos.

Em 29 de dezembro de 1170, os cavaleiros com uma tropa de soldados apareceram do lado de fora da catedral de Canterbury, exigindo ver o arcebispo. Os presbíteros tentaram proteger o santo e o forçaram a se refugiar na Igreja, mas Tomás os proibiu de fechar a porta, sob desobediência, dizendo que “uma igreja não deve se converter em um castelo”.

Na penumbra da Igreja, os cavaleiros acusavam o arcebispo de traidor. “Aqui estou eu”, Tomás. “Não traidor, mas um sacerdote de Deus. Surpreende-me que, com tal vestuário, entrem na igreja de Deus. O que querem comigo?”.

Um cavaleiro ergueu a espada para atacá-lo, mas um dos que andavam com são Tomás o protegeu com seu braço. Os quatro cavaleiros atacaram juntos e assassinaram o Arcebispo nos degraus do santuário.

De acordo com uma testemunha, suas últimas palavras foram: “Morro voluntariamente pelo nome de Jesus e pela defesa de sua Igreja”.

O crime causou indignação e o rei Henrique foi forçado a fazer penitência pública e construir o mosteiro em Witham, Somerset.

Passados 400 anos, quando o rei Henrique VIII rompeu a unidade da Igreja, são Tomás Becket foi removido do calendário de santos da Inglaterra, seu santuário foi destruído e as relíquias acabaram queimadas (alguns dizem que foram transferidas para Stoneyhurst).

Do mesmo modo, esse outro rei também chamado Henrique (VIII) mandou matar outro grande mártir inglês conhecido como são Thomas More.

 

Igreja celebra hoje a festa da Sagrada Família


Festa da Sagrada Família Festa da Sagrada Família
 

Hoje a Igreja celebra a festa da Sagrada Família e convida todos a olhar para Jesus, Maria e José, que desde o início tiveram que enfrentar os perigos do exílio no Egito, mas, sempre mostrando que o amor é mais forte do que a morte. Eles são um reflexo da Trindade e modelo de cada família.

A solenidade da Sagrada Família, que é celebrada dentro da oitava de Natal, é uma festa que incentiva a aprofundar o amor familiar, examinar a situação do próprio lar e buscar soluções que ajudem o pai, a mãe e os filhos a serem cada vez mais como a Família de Nazaré.

Ao celebrar esta data em 2013, o papa Francisco ressaltou que o “nosso olhar hoje para a Sagrada Família se deixa atrair também pela simplicidade da vida que essa conduz em Nazaré. É um exemplo que faz tanto bem às nossas famílias, ajuda-as a se tornarem sempre mais comunidades de amor e de reconciliação, na qual se experimenta a ternura, a ajuda mútua, o perdão recíproco”.

A vida familiar não pode ser reduzida a problemas de relacionamento, deixando de lado os valores transcendentes, já que a família é o sinal do diálogo entre Deus e o homem. Pais e filhos devem estar abertos à Palavra e ouvir, sem esquecer a importância da oração familiar que une fortemente os membros da família.

São João Paulo II, que é conhecido como o papa das famílias, no Ângelus desta solenidade em 1996, destacou que “a mensagem que vem da Sagrada Família é, antes de tudo, uma mensagem de fé: a casa de Nazaré é aquela onde Deus está verdadeiramente no centro”.

“Para Maria e José esta opção de fé concretiza-se no serviço ao Filho de Deus que lhes foi confiado, mas exprime-se também no seu amor recíproco, rico de ternura espiritual e de fidelidade”, disse.

Em muitas ocasiões, João Paulo II reforçou a importância da vivência da fé em família, por meio da oração. “A família que reza unida, permanece unida”, dizia, sugerindo que juntos rezassem o terço.

 

Laudes da Festa da Sagrada Família, Jesus, Maria e José

sábado, 28 de dezembro de 2024

Noche de paz - Villancico | Música navidad | Música navideña

Missa de Natal desde a Basílica da Santíssima Trindade do Santuário de F...

Pela primeira vez um papa abre uma porta santa dentro de uma prisão


Papa Francisco passa hoje pela porta santa do Complexo Prisional de Rebibbia ??
Papa Francisco passa hoje (26) pela porta santa do Complexo Prisional de Rebibbia, em Roma. | Vatican Media
 

Hinos de Natal soaram dentro dos muros da maior prisão de Roma enquanto detentos e guardas prisionais cantavam juntos "Noite Feliz" e trocavam o sinal da paz entre si em uma missa que o papa Francisco celebrou para marcar a primeira abertura de uma porta santa jubilar em uma prisão da história.

A missa do papa hoje (26) no Complexo Prisional de Rebibbia, em Roma, na festa de santo Estêvão, o primeiro mártir cristão, marcou o início do Jubileu da Esperança da Igreja, simbolizando a redenção e a possibilidade de recomeço para os presos.

A visita do papa começou com um ritual solene, quando ele se levantou de sua cadeira de rodas para bater seis vezes na porta santa de bronze da capela da prisão, a Igreja do Pai Nosso. Do outro lado da porta, a igreja estava lotada com cerca de 100 presos, além de policiais, capelães, voluntários, carcereiros e suas famílias aguardando a chegada do papa desde antes do nascer do sol.

“A primeira Porta Santa eu abri no Natal em São Pedro. Eu queria que a segunda fosse aqui, em uma prisão”, disse hoje o papa Francisco aos presos. “Eu queria que cada um de nós aqui, dentro e fora, tivesse a possibilidade de abrir a porta de nossos corações e entender que a esperança não decepciona”.

Enquanto as outras quatro portas santas abertas aos peregrinos do jubileu que visitam Roma ficam todas em basílicas da Cidade Eterna, essa quinta porta santa só é acessível aos presos e funcionários da prisão, que o papa Francisco disse ser "uma catedral de dor e esperança".

Paolo Impagliazzo, secretário-geral da Comunidade Católica de Sant'Egidio, foi voluntário no ministério prisional de Rebibbia nos últimos 20 anos.

“Temos mais de 1, 5 mil presos aqui em Rebibbia”, disse Impagliazzo à CNA, agência em inglês da EWTN News. Ele disse que um grupo de presos que participam da capelania da prisão e que geralmente comparecem à missa da prisão foram escolhidos de diferentes partes da unidade prisional para participar da missa que o papa celebrou.

Ele disse que um dos ministros da prisão formou um pequeno coral entre os presos que estavam praticando juntos nas semanas que antecederam a visita do papa.

Os prisioneiros também participavam da liturgia ao trazer as ofertas no ofertório, enquanto os guardas da prisão liam as leituras das Escrituras.

Para Impagliazzo, esse momento no Jubileu da Esperança é um lembrete de que os prisioneiros não estão “confinados aos seus erros”.

“Eles fazem parte de uma jornada, de uma jornada cristã junto com outros cristãos em todo o mundo”, disse Impagliazzo.

Na homilia improvisada do papa, Francisco falou diretamente aos prisioneiros, ao dizer que uma das graças do jubileu é “abrir os corações à esperança”.

“Não percam a esperança. Segurem-se na âncora da esperança”, disse o papa Francisco.

Ao fim da missa, o papa reservou um tempo para cumprimentar pessoalmente cada prisioneiro presente e estendeu suas saudações aos que permaneceram em suas celas.

“Rezo por vocês todos os dias”, disse o papa Francisco aos presos. “Eu realmente penso. Não é uma figura de linguagem. Eu penso em vocês e rezo por vocês. Desejo-lhes muita paz”.

Os prisioneiros deram vários presentes ao papa, incluindo uma reprodução em miniatura da porta santa da prisão, feita de madeira recuperada de barcos de migrantes, e uma cesta com itens artesanais da seção feminina da prisão. Em troca, o papa Francisco deu um pergaminho com uma mensagem de esperança.

O bispo auxiliar de Roma, dom Benoni Ambarus, que supervisiona as iniciativas de caridade da diocese, disse que o dia é um "sonho que cultivamos há muito tempo". Dom Ambarus foi celebrante no altar da missa concelebrada pelo papa.

O papa Francisco anunciou sua intenção de abrir uma porta santa em uma prisão pela primeira vez em um jubileu ordinário em sua bula papal Spes Non Confundit (“A Esperança Não Decepciona”), na qual pediu que o ano santo da Igreja fosse um momento em que “os governos (...) tomem iniciativas que lhes restituam esperança: formas de anistia ou de perdão”.

“No Ano Jubilar, seremos chamados a ser sinais palpáveis de esperança para muitos irmãos e irmãs que vivem em condições de dificuldade”, escreveu o papa Francisco na bula papal. “Penso nos presos que, privados de liberdade, além da dureza da reclusão, experimentam dia a dia o vazio afetivo, as restrições impostas e, em não poucos casos, a falta de respeito”.

“A fim de oferecer aos presos um sinal concreto de proximidade, eu mesmo desejo abrir uma Porta Santa numa prisão, para que seja para eles um símbolo que os convida a olhar o futuro com esperança e renovado compromisso de vida”, escreveu também o papa.

Ao deixar a prisão de Rebibbia, o papa parou para cumprimentar os 300 presos e funcionários que o esperavam do lado de fora da capela.

O papa também falou a um jornalista de TV italiano que encontrou na beira da estrada, do lado de fora da prisão, da janela do carro branco Fiat 500 que o levava de volta à Cidade do Vaticano.

Ao refletir sobre sua visita, o papa Francisco disse: “Toda vez que chego a uma prisão, pergunto-me: Por que eles e não eu?”

“Como todos podemos cair, o importante é não perder a esperança, agarrar-se a essa âncora da esperança”, disse o papa.

“Temos que acompanhar os prisioneiros”, disse também Francisco. “Jesus diz que no dia do julgamento seremos julgados por isso: ‘Eu estava na prisão, e vocês me visitaram’ ”.

 

Intenções de oração do papa Francisco para cada mês de 2025


Papa Francisco. ??
Papa Francisco. | Crédito: Vatican Media.
 

A Rede Mundial de Oração do Papa divulgou a lista de intenções de oração do papa Francisco para 2025.

Todos os meses, o papa Francisco pede aos católicos de todo o mundo que rezem em uma determinada intenção. Essa iniciativa é acompanhada por um vídeo em que o papa diz as razões pelas quais escolheu aquela intenção específica.

Abaixo está a lista completa das intenções de oração do papa Francisco para 2025:

Janeiro: Pelo direito à educação

O papa pede que se reze para que os migrantes, os refugiados e as pessoas afetadas pela guerra tenham sempre respeitado o seu direito à educação, necessária para construir um mundo melhor.

Fevereiro: Pelas vocações à vida sacerdotal e religiosa

Francisco exorta a rezar para que a comunidade eclesial acolha os desejos e as dúvidas dos jovens que sentem o chamado a servir a missão de Cristo na vida sacerdotal e religiosa.

Março: Para famílias em crise

O papa pede rezas para que as famílias divididas encontrem no perdão a cura das suas feridas, redescobrindo mesmo nas diferenças as riquezas de cada uma.

Abril: Pelo bom uso das novas tecnologias

Francisco exorta a rezar para que o uso das novas tecnologias não substitua as relações humanas, respeite a dignidade das pessoas e ajude a enfrentar as crises dos tempos atuais.

Maio: Devido às condições de trabalho

O papa pede para rezar para que através do trabalho cada pessoa se realize, as famílias sejam sustentadas com dignidade e a sociedade se humanize.

Junho: Para crescer em compaixão pelo mundo

Francisco exorta a rezar para que cada um encontre consolo no relacionamento pessoal com Jesus e aprenda com o Seu Coração a compaixão pelo mundo.

Julho: Para treinar o discernimento

O papa pede para rezar para aprender cada vez mais a discernir, a saber escolher caminhos de vida e a rejeitar tudo o que distancia de Cristo e do Evangelho.

Agosto: Pela convivência comum

Francisco exorta a rezar para que as sociedades em que a coexistência parece mais difícil não sucumbam à tentação do confronto por razões étnicas, políticas, religiosas ou ideológicas.

Setembro: Pela nossa relação com toda a criação

O papa pede para rezar para que, ao inspirar-se em são Francisco de Assis, seja possível experimentar a interdependência com todas as criaturas, amadas por Deus e dignas de amor e respeito.

Outubro: Pela colaboração entre diferentes tradições religiosas

Francisco exorta a rezar para que os crentes das diferentes tradições religiosas trabalhem juntos para defender e promover a paz, a justiça e a fraternidade humana.

Novembro: Para prevenção do suicídio

O papa pede para rezar para que as pessoas que lutam contra pensamentos suicidas encontrem o apoio, o cuidado e o amor de que precisam em sua comunidade e se abram para a beleza da vida.

Dezembro: Para os cristãos em contextos de conflito

Francisco exorta a rezar para que os cristãos que vivem em contextos de guerra ou de conflito, especialmente no Oriente Médio, possam ser sementes de paz, reconciliação e esperança.

 

(acidigital)

Palavra de Deus | Um auxílio na provação (Mt 2,13-18) Irmã Maria Raquel ...

Hoje são celebrados os Santos Inocentes, crianças que morreram por Cristo


Festa dos Santos Inocentes Festa dos Santos Inocentes
 

“Ainda não falam e já confessam a Cristo. Ainda não podem mover os seus membros para travar batalha e já alcançam a palma da vitória”, disse uma vez são Quodvultdeus (século V) ao exortar os fiéis sobre os Santos Inocentes, as crianças que morreram por Cristo e cuja festa se celebra hoje (28).

De acordo com o relato de são Mateus, o rei Herodes mandou matar em Belém e seus arredores os meninos menores de dois anos, ao sentir-se enganado pelos Reis Magos, os quais retornaram aos seus países por outro caminho para não lhe revelar onde estava o Messias.

A festa para venerar estes meninos que morreram como mártires foi instituída no século IV. A tradição oriental os recorda em 29 de dezembro, enquanto que a latina, no dia 28 deste mês.

Posteriormente, são Quodvultdeus, padre da Igreja do século V e bispo de Cartago (norte da África), deu um sermão sobre este lamentável feito.

“Que temes, Herodes, ao ouvir dizer que nasceu o Rei? Ele não veio para te destronar, mas para vencer o demónio. Tu, porém, não o compreendes; e por isso te perturbas e te enfureces, e, para que não escape aquele único Menino que buscas, te convertes em cruel assassino de tantas crianças”, disse.

O santo ainda acrescenta: “Nem as lágrimas das mães nem o lamento dos pais pela morte de seus filhos, nem os gritos e gemidos das crianças te comovem. Matas o corpo das crianças, porque o temor te matou o coração”.

“As crianças, sem o saberem, morrem por Cristo; os pais choram os mártires que morrem. Àqueles que ainda não podiam falar, Cristo os faz suas dignas testemunhas”, enfatizou são Quodvultdeus.