segunda-feira, 1 de dezembro de 2025

Leão XIV confia o Líbano à intercessão de são Charbel e reza em seu túmulo


O papa Leão XIV reflete sobre a mensagem duradoura de são Charbel Makhlouf no túmulo do eremita no Mosteiro de São Maron, em Annaya, Líbano, em 1º de dezembro de 2025. ??
O papa Leão XIV reflete sobre a mensagem duradoura de são Charbel Makhlouf no túmulo do eremita no Mosteiro de São Maron, em Annaya, Líbano, em 1º de dezembro de 2025. | Crédito: Elias Turk/AIGAV pool.
 

O papa Leão XIV começou o seu segundo dia no Líbano hoje (1º) com uma peregrinação profundamente simbólica ao túmulo de são Charbel Makhlouf, confiando o país e o Oriente Médio à intercessão do santo, a quem muitos libaneses, cristãos e muçulmanos, invocam como o “médico celestial”.

O papa percorreu cerca de 40 quilômetros de carro da Nunciatura Apostólica em Harissa até o mosteiro de são Maron, no alto de uma colina em Annaya, onde milhares de peregrinos chegam todos os anos em busca de cura e consolo. Os arquivos do mosteiro registram quase 30 mil milagres atribuídos à intercessão de são Charbel, incluindo muitos relatados por muçulmanos, um sinal, disse o papa, do lugar singular de Charbel no cenário espiritual do Líbano.

O papa Leão XIII rezou em silêncio no túmulo do santo antes de ser recebido pelo abade Hady Mahfouz, superior-geral da Ordem Maronita Libanesa. Em seguida, ofereceu uma reflexão sobre a mensagem perene de São Charbel.

“O que São Charbel ensina-nos hoje?”, perguntou o papa Leão XIII. Apesar de não ter deixado escritos, disse ele, o eremita de Annaya continua a falar com uma força surpreendente. “O Espírito Santo moldou-o para que ensinasse a oração aos que vivem sem Deus, o silêncio aos que vivem no barulho, a modéstia aos que vivem para aparecer, a pobreza aos que buscam riquezas”.

Esta mensagem, acrescentou, dirige-se a todos os cristãos e “recorda particularmente para nós, bispos e ministros ordenados, as exigências evangélicas da nossa vocação”.

O papa descreveu a intercessão do santo como “um rio de misericórdia”, recordando em particular a peregrinação mensal realizada a cada dia 22 em memória de um milagre concedido a uma mulher chamada Nouhad El Chami, uma devoção que ainda atrai milhares de pessoas.

O papa Leão XIV rezou pela unidade da Igreja e pela paz no Líbano e no Levante. “Não há paz sem conversão dos corações”, advertiu.

“Como símbolo da luz que Deus acendeu aqui por meio de São Charbel, trouxe uma lâmpada como oferta. Ao oferecê-la, confio o Líbano e o seu povo à proteção de São Charbel, para que sempre caminhe na luz de Cristo”, disse.

O papa concluiu rezando uma oração em francês, pedindo a Deus, através do exemplo de são Charbel, que conceda ao povo libanês fé, silêncio interior, cura do corpo e da alma e renovada força nas provações.

Nascido Yousef Antoun Makhlouf em 1828 na remota aldeia de Bkaakafra, São Charbel é um dos santos mais venerados da Igreja Maronita. Conhecido desde a infância por sua devoção e simplicidade, entrou para a Ordem Maronita Libanesa em 1851, foi ordenado sacerdote em 1859 e, depois, abraçou uma vida de estrita solidão no Eremitério de São Pedro e São Paulo, perto de Annaya.

Durante 23 anos, ele viveu em silêncio, jejum e oração contínua. Depois de sua morte na véspera de Natal de 1898, relatos de sinais extraordinários ao redor de seu túmulo, incluindo o estado incorrupto de seu corpo, atraíram a atenção mundial. Ele foi beatificado em 1965 e canonizado em 1977 pelo papa Paulo VI. Hoje, é venerado em todo o mundo como um modelo de humildade e um poderoso intercessor pelos enfermos.

O túmulo de são Charbel fica no Mosteiro de São Maron, situado a 1,2 mil metros acima do nível do mar. Fundado pela Ordem Maronita Libanesa, o local cresceu significativamente depois da beatificação de Charbel para acomodar o número crescente de peregrinos. Uma igreja maior, dedicada ao santo, foi inaugurada em 1974. Os monges continuam acolhendo os visitantes e mantendo o local, sustentando-se através do trabalho agrícola, um equilíbrio entre trabalho e oração inspirado pelo santo que guardam.

A visita do papa Leão XIII a Annaya, a primeira de um papa, reforçou a mensagem central da sua peregrinação ao Líbano: um apelo à conversão, à esperança e à unidade, enraizado na herança espiritual de um país que anseia pela paz — e na intercessão de um dos seus santos mais amados.

 

(acidigital)

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