quarta-feira, 16 de setembro de 2009

DAR A DEUS A LIBERDADE DE AGIR




Estou buscando a vontade de Deus
ou a minha?

Precisamos entrar em concórdia
com a vontade de Deus


“Nestes dias sonhei com um barco em alto-mar, nele estavam dois homens, um remando com dificuldades e o outro contemplando-o pacificamente sentado ao seu lado. Era um cenário bonito, um mar azul iluminado pelos primeiros raios de sol... Mas fiquei incomodada ao ver um homem fazendo tanto esforço ao remar sozinho e o outro tão descansado ao seu lado. Foi quando Deus me fez compreender que o mesmo acontece muitas vezes conosco. O mar é a liberdade que Ele nos concede por nos amar; o barco é nossa vida e o homem tentando remar, mesmo sem saber, somos nós que queremos conduzir nossa vida com as próprias mãos e o homem sereno, que estava no barco, a contemplar o esforço do companheiro, é o Senhor, que está sempre conosco, mas respeita a nossa liberdade e espera o momento em que Lhe pedimos a ajuda d'Ele.

Ainda no sonho, em certo momento, aquele homem, já cansado de tentar remar, entregava os remos ao companheiro e este, com muita destreza, remava conduzindo o barco na rota certa. Era como ouvir Deus falar: “Dijanira, é isso que você precisa fazer hoje. Entregue os remos da sua vida em minhas mãos, pois Eu sei remar, Eu estou aqui ao seu lado pronto para ajudar você. Se continuar insistindo em remar sozinha, vai se cansar e não chegará aonde deseja. Deixe-Me conduzir seu barco, deixe-Me remar por você. Confie em mim!”

Partilho com você essa experiência, porque acredito que hoje seja importante falar sobre docilidade e confiança. Não dá para dizer “Tenho fé” se não confio em Deus; e confiar exige atitude. Talvez você me diga: “Eu já fui tão decepcionado! Como posso confiar de novo?” Isso é possível, com a Graça de Deus! As pessoas nos decepcionam, e é natural que seja assim. Ninguém é perfeito neste mundo e, um dia ou outro, alguém acaba agindo da maneira que nós não esperávamos, ou seja, nos decepciona. E a atitude de confiar na graça, que pode agir por intermédio daquela pessoa, nos impulsiona a continuar acreditando.

Certamente não é fácil entregar o “remo” nas mãos de Deus e deixá-Lo conduzir “o barco” da nossa vida. Principalmente vivendo em uma época como a nossa, na qual se fala tanto sobre segurança e busca-se meios para planejar um futuro seguro, parece contraditória a proposta de abandono em Deus.

Eu, porém, ouso testemunhar que minha vida é bem mais feliz desde que comecei a viver essa experiência. Claro que não consigo vivê-la plenamente como gostaria! Uma coisa é dizer: “Já entreguei minha vida a Jesus”. Outra coisa é viver essa atitude de entrega total no dia-a-dia e em cada situação. Isso exige luta e decisão. Eu estou lutando e você?

A atitude consiste em entrarmos em concórdia com a vontade de Deus. Pois se estivermos de acordo com o Senhor já não haverá motivos para ficarmos contrariados, preocupados ou angustiados; e tudo que vier a acontecer saberemos que tem a permissão divina. E, portanto, o acolheremos com alegria, mesmo que seja a cruz.

Não é o caso de deixar de viver! Claro que continuo fazendo planos, tenho sonhos e luto para alcançar o que desejo, mas o segredo é dar a Deus a liberdade de agir mudando os meus planos, uma vez que confio n'Ele e sei que Ele sabe o que é melhor para mim.

Lembro-me de um período difícil em minha vida, no qual eu queria que a minha vontade prevalecesse, mas mesmo assim rezava sempre: “Senhor, que seja feita a Sua vontade”. E realmente o Altíssimo fez a vontade d'Ele porque nada foi como eu desejava. Sofri muito com a decepção, mas nunca duvidei da intervenção divina. Quanto mais o tempo passa, tanto mais eu percebo claramente que o Senhor me livrou do pior! Quando recordo-me do fato rezo ainda mais confiante: Senhor, que seja feita a Tua vontade. Toma o remo e conduz o meu “barco”. Tu sabes o que é melhor para mim. Graças a Deus, tem dado certo.

Talvez hoje o Senhor esteja lhe pedindo o mesmo... Acredito que o primeiro passo para corresponder a esse chamado seja fazer uma revisão de vida e ter a coragem de se avaliar: “Isso que tanto busco e no qual insisto é vontade de Deus ou é vontade minha?” Um dos sinais para discernir isso é perceber os frutos da espera. O que é de Deus traz paz, edifica, mesmo que passe pela cruz. O que é apego humano não produz bons frutos, torna a pessoa amarga, sem vida, sem alegria.

As pessoas que nos conhecem e nos amam são grandes instrumentos do Todo-poderoso para nos ajudar a fazer esse discernimento. Experimente pedir a opinião de quem você confia e ama e tenha a coragem de ouvir a resposta. Se for preciso entregar o “remo” Àquele que sabe navegar, faça isso hoje mesmo e prepare-se para desbravar o “alto-mar” da vida nova que Ele tem para você.”

Estou unida!

Dijanira Silva
(cancaonova)


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