sexta-feira, 27 de junho de 2025

SANTA MISSA E ORDENAÇÕES SACERDOTAIS - Vatican Media Live

 

 

SANTA MISSA E ORDENAÇÕES SACERDOTAIS
NA SOLENIDADE DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS,
JUBILEU DOS SACERDOTES

HOMILIA DO SANTO PADRE LEÃO XIV

Basilica Vaticana, Altar da Confissão
Sexta-feira, 27 de junho de 2025


Hoje, Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, Dia mundial de oração pela santificação sacerdotal, celebramos com alegria esta Eucaristia no Jubileu dos Sacerdotes.

Dirijo-me, portanto, em primeiro lugar a todos vós, queridos irmãos sacerdotes, que viestes ao túmulo do apóstolo Pedro para atravessar a Porta Santa e para mergulhar de novo as vossas vestes batismais e sacerdotais no Coração do Salvador. Para alguns dos presentes, este gesto realiza-se num dia único da sua vida: o da Ordenação.

Falar do Coração de Cristo neste contexto é falar de todo o mistério da encarnação, morte e ressurreição do Senhor, confiado a nós de modo especial para que o tornemos presente no mundo. Por isso, à luz das leituras que escutámos, meditemos juntos sobre o modo como podemos contribuir para esta obra de salvação.

Na primeira, o profeta Ezequiel fala-nos de Deus como um pastor que passa pelo meio do seu rebanho, contando as suas ovelhas uma a uma: vai à procura das perdidas, cura as feridas, ampara as fracas e doentes (cf. Ez 34, 11-16). Assim nos recorda, num tempo de grandes e terríveis conflitos, que o amor do Senhor, pelo qual somos chamados a deixar-nos abraçar e plasmar, é universal, e que, aos seus olhos – e consequentemente também aos nossos –, não há lugar para divisões e ódios de qualquer género.

Depois, na segunda leitura (cf. Rm 5, 5-11), recordando-nos que Deus nos reconciliou «quando ainda éramos fracos» (v. 6) e «pecadores» (v. 8), São Paulo convida a abandonar-nos à ação transformadora do Espírito que habita em nós, num caminho quotidiano de conversão. A nossa esperança baseia-se na certeza de que o Senhor não nos abandona, mas acompanha-nos sempre. Somos chamados, porém, a colaborar com Ele, primeiramente colocando a Eucaristia no centro da nossa existência, «fonte e centro de toda a vida cristã» (Conc. Ecum. Vat. II, Const. dogm. Lumen gentium, 11); depois, «pela frutuosa recepção dos sacramentos, especialmente pela frequente recepção do sacramento da penitência» (Id, Decr. Presbiterorum ordinis, 18); e, finalmente, através da oração, da meditação da Palavra e do exercício da caridade, conformando cada vez mais o nosso coração com o do «Pai das misericórdias» (ibid.).

E isto leva-nos ao Evangelho que ouvimos (cf. Lc 15, 3-7), que fala da alegria de Deus – e de todo o pastor que ama segundo o seu Coração – pelo regresso ao redil de uma só das suas ovelhas. É um convite a viver a caridade pastoral com a mesma magnanimidade do Pai, cultivando em nós o Seu desejo: que ninguém se perca (cf. Jo 6, 39), mas que todos, também através de nós, cheguem ao conhecimento de Cristo e n’Ele tenham a vida eterna (cf. Jo 6, 40). É um convite a tornar-nos intimamente unidos a Jesus (cf. Conc. Ecum. Vat. II, Decr. Presbiterorum Ordinis, 14), semente de concórdia no meio dos irmãos, carregando sobre os nossos ombros quem se perdeu, perdoando quem errou, indo à procura de quem se afastou ou ficou excluído, cuidando de quem sofre no corpo e no espírito, numa grande troca de amor que, brotando do lado trespassado do Crucificado, envolve todos os homens e preenche o mundo. O Papa Francisco escreveu a este propósito: «Da ferida do lado de Cristo continua a correr aquele rio que nunca se esgota, que não passa, que se oferece sempre de novo a quem quer amar. Só o seu amor tornará possível uma nova humanidade» (Carta Enc. Dilexit nos, 219).

O ministério sacerdotal é um ministério de santificação e de reconciliação para a unidade do Corpo de Cristo (cf. Conc. Ecum. Vat. II, Const. dogm. Lumen gentium, 7). Por isso, o Concílio Vaticano II pede aos presbíteros que se esforcem por «levar todos à unidade [...] com caridade» (Id, Decr. Presbiterorum Ordinis, 9), harmonizando as diferenças para «que ninguém se sinta estranho» (ibid.). E recomenda-lhes a união com o bispo e no presbitério (cf. ibid., 7-8). Com efeito, quanto mais houver unidade entre nós, tanto mais saberemos também conduzir os outros ao redil do Bom Pastor, para viver como irmãos na única casa do Pai.

Santo Agostinho, a este respeito, num sermão proferido por ocasião do aniversário da sua ordenação, falou de um feliz fruto de comunhão que une os fiéis, os presbíteros e os bispos, e que tem a sua raiz no sentirmo-nos todos redimidos e salvos pela mesma graça e misericórdia. Foi precisamente neste contexto que pronunciou a célebre frase: «Para vós sou bispo, convosco sou cristão» (Sermão 340, 1).

Na Missa solene do início do meu pontificado, expressei diante do Povo de Deus um grande desejo: «Uma Igreja unida, sinal de unidade e comunhão, que se torne fermento para um mundo reconciliado» (Homilia, 18 de maio de 2025). Volto, hoje, a partilhá-lo com todos vós: reconciliados, unidos e transformados pelo amor que jorra copiosamente do Coração de Cristo, caminhemos juntos nas suas pegadas, humildes e decididos, firmes na fé e abertos a todos na caridade, levemos ao mundo a paz do Ressuscitado, com aquela liberdade que nasce da consciência de nos sabermos amados, escolhidos e enviados pelo Pai.

E agora, antes de terminar, dirijo-me a vós, queridos Ordinandos, que em breve, pela imposição das mãos do Bispo e com uma renovada efusão do Espírito Santo, vos tornareis sacerdotes. Digo-vos algumas coisas simples, mas que considero importantes para o vosso futuro e o das almas que vos serão confiadas. Amai a Deus e aos vossos irmãos, sede generosos, fervorosos na celebração dos Sacramentos, na oração, especialmente na Adoração, e no ministério; sede próximos do vosso rebanho, doai o vosso tempo e as vossas energias por todos, sem vos poupardes, sem fazer distinções, como nos ensinam o lado trespassado do Crucificado e o exemplo dos santos. E, a este propósito, lembrai-vos que a Igreja, na sua história milenar, teve – e as tem ainda hoje – figuras maravilhosas de santidade sacerdotal: a partir das comunidades das origens, ela gerou e conheceu, entre os seus sacerdotes, mártires, apóstolos incansáveis, missionários e campeões da caridade. Fazei desta riqueza um tesouro: interessai-vos pelas suas histórias, estudai as suas vidas e as suas obras, imitai as suas virtudes, deixai-vos inflamar pelo seu zelo, invocai a sua intercessão muitas vezes, com insistência! O nosso mundo frequentemente propõe modelos de sucesso e de prestígio duvidosos e inconsistentes. Não vos deixeis fascinar por eles! Em vez disso, olhai para o exemplo sólido e os frutos do apostolado, muitas vezes escondido e humilde, daqueles que na sua vida serviram ao Senhor e aos irmãos com fé e dedicação, e continuai a sua memória com a vossa fidelidade.

Por fim, confiemo-nos todos à proteção materna da Bem-aventurada Virgem Maria, Mãe dos sacerdotes e Mãe da esperança: que Ela acompanhe e sustente os nossos passos, para que cada dia configuremos mais o nosso coração com o de Cristo, supremo e eterno Pastor.



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Dez conselhos de santa Margarida Maria de Alacoque para amar o Coração de Jesus


Corazon-de-Jesus-junio-2023-consejos-de-Santa-Margarita.jpg Sagrado coração de Jesus. | AM113 - Shutterstock
 

A solenidade do Sagrado Coração de Jesus é celebrada hoje, 27 de junho. Santa Margarida Maria de Alacoque, vidente do Coração de Nosso Senhor, deu conselhos para crescer no Divino Amor.

Segundo o site de santos corazones.org, administrado pelas Servas dos Corações Transpassados ​​de Jesus e Maria, essas citações foram extraídas dos escritos da religiosa francesa (1647-1690) pertencente à Ordem da Visitação, fundada por são Francisco de Sales

1. "O adorável Coração de Jesus (...) promete grandes recompensas aos que de bom grado se dedicarem a isso de todo coração, segundo a capacidade e as luzes que lhes der".

2. “Este Divino Coração lhe retribuirá, não só na sua própria pessoa, mas também na dos seus familiares e de todos aqueles por quem você se interessar, a quem Ele olhará com olhos propícios e misericordiosos, para os socorrer e proteger em tudo, desde que venham a Ele com confiança, porque terá uma memória eterna do que fazem para sua glória.”

3. “Ele me prometeu, se não me engano, que aqueles que tenham se dedicado e consagrado a Ele jamais perecerão; que por ser Ele a fonte de todas as bênçãos, Ele as distribuirá com abundância em todos os lugares onde a imagem de Seu Divino Coração for colocada e venerada; que Ele unirá as famílias divididas e protegerá e socorrerá aqueles que estão em necessidade e que se dirigem a Ele com confiança”.

4. "Se veem em vocês um excesso de impaciência e de cólera, lancem-nas na forja da mansidão do amável Coração de Jesus, para que Ele os torne mansos e humildes.

5. "Se estiverem nadando num mar de distrações, mergulhe-as no fundo da tranquilidade do Sagrado Coração, que lhe trará uma vitória infalível".

6. “Não podem fazer nada na oração? Contentem-se em oferecer o que este divino Salvador faz por nós no Sacramento do altar, oferecendo seus afetos em reparação de sua tibieza, e diga em cada ação: 'Meu Deus, eu quero fazer ou sofrer isso no Sagrado Coração de seu Filho, e segundo as suas santas intenções, que lhe ofereço para compensar as misérias e imperfeições das minhas”.

7. “Acima de tudo, procurem preservar a paz do coração, que vale mais do que todos os tesouros do mundo. A maneira de conservá-la é negar sua vontade e colocar em seu lugar a vontade deste adorável Coração, para que Ele queira por nós o que seja mais para a Sua glória, contentando-nos em submeter-nos e abandonar-nos a Ele. Em uma palavra, este Divino Coração suprirá tudo o que faltar; Ele amará a Deus por você, e você o amará n’Ele e por Ele”.

8. “Que não lhe assustem os muitos contratempos que serão oferecidos no estabelecimento do reinado deste amável Coração; as contrariedades são provas seguras de ser coisa de Deus, já que suas obras são feitas, geralmente, entre contradições e trabalhos”.

9. "Lembre-se de que a perfeição consiste em conformar totalmente a vida e as ações às virtudes sagradas do Coração de Jesus, especialmente sua paciência, mansidão, humildade e caridade. Como resultado, nossa vida interior e exterior se torna uma imagem viva d’Ele".

10. "Este divino Coração é pura doçura, humildade e paciência, portanto, devemos esperar... Ele sabe quando agir."

 (acidigital)

Hoje a Igreja celebra o Sagrado Coração de Jesus


Sagrado Coração de Jesus ??
Sagrado Coração de Jesus | ACI Digital
 

A Igreja universal celebra hoje (27) a solenidade do Sagrado Coração de Jesus, por pedido explícito do próprio Cristo a santa Margarida Maria Alacoque. São João Paulo II disse que “esta festa lembra o mistério do amor que Deus tem pelos homens de todos os tempos”.

“Peço que na primeira sexta-feira depois da oitava de Corpus Christi, se celebre uma Festa especial para honrar meu Coração, e que se comungue nesse dia para pedir perdão e reparar os ultrajes por ele recebidos durante o tempo que permaneceu exposto nos altares”, disse o Senhor a santa Margarida, em junho 1675.

“Prometo-te que o Meu Coração se dilatará para derramar com abundância as influências de Seu divino Amor sobre os que tributem esta divina honra e que procurem que ela lhe seja prestada”, acrescentou.

Mais tarde, santa Margarita com o jesuíta são Cláudio La Colombière, seu diretor espiritual, propagariam as mensagens do Sagrado Coração de Jesus.

Posteriormente, o beato Pio IX, em 1856, estendeu oficialmente a festa do Sagrado Coração de Jesus a toda a Igreja. Em 1899, o papa Leão XIII publicou a encíclica ‘Annum Sacrum’ sobre a consagração da humanidade ao Sagrado Coração de Jesus, que se realizou no mesmo ano.

Do mesmo modo, Pio XI, em 1928, escreveu a ‘Miserentissimus Redemptor’, encíclica que trata da reparação que todos devemos ao Sagrado Coração. E o papa Pio XII, em 1956, publicou a encíclica ‘Haurietis Aquas’, em referência ao culto ao Sagrado Coração.

São João Paulo II em seu pontificado estabeleceu que na solenidade do Sagrado Coração de Jesus se realize o Dia Mundial de Oração pela Santificação dos Sacerdotes.

Muitos grupos, movimentos, ordens e congregações religiosas, desde os tempos antigos, foram colocados sob a proteção do Sagrado Coração de Jesus. Em Roma, encontra-se a basílica do ‘Sacro Cuore’ (Sagrado Coração) construída por são João Bosco, encomendada pelo papa Leão XIII e com doações de fiéis e devotos de vários países.

(acidigital)

 

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Audiência Geral 25 de junho de 2025 - Papa Leão XIV

LEÃO XIV

AUDIÊNCIA GERAL

Praça de São Pedro
Quarta-feira, 25 de junho de 2025


Ciclo de Catequese – Jubileu 2025. Jesus Cristo Nossa Esperança. II. A vida de Jesus. As curas 11. A mulher que sofria de hemorragias e a filha de Jairo. "Não tenhas medo! Acredita apenas" (Mc 5,36)

Prezados irmãos e irmãs!

Também hoje meditamos sobre as curas de Jesus como sinal de esperança. N’Ele há uma força que inclusive nós podemos experimentar quando entramos em relação com a sua Pessoa.

Uma doença muito difundida no nosso tempo é o cansaço de viver: a realidade parece-nos demasiado complexa, pesada, difícil de enfrentar. Então, abatemo-nos, adormecemos na ilusão de que quando acordarmos as coisas serão diferentes. Mas a realidade deve ser enfrentada e, com Jesus, podemos fazê-lo bem. Às vezes, sentimo-nos bloqueados pelo julgamento de quem pretende atribuir rótulos aos outros.

Parece-me que estas situações podem encontrar correspondência numa passagem do Evangelho de Marcos, onde se entrelaçam duas histórias: a de uma menina de doze anos, doente na cama e prestes a morrer; e a de uma mulher, que sangra há exatamente doze anos e procura Jesus para poder ser curada (cf. Mc 5, 21-43).

Entre estas duas figuras femininas, o Evangelista coloca a figura do pai da menina: ele não permanece em casa a queixar-se devido à doença da filha, mas sai e pede ajuda. Embora seja o chefe da sinagoga, não faz reivindicações em virtude da sua posição social. Quando é preciso esperar, não perde a paciência e aguarda. E quando lhe vêm dizer que a filha está morta, que é inútil incomodar o Mestre, ele continua a ter fé e a esperar.

A conversa deste pai com Jesus é interrompida pela mulher hemorroíssa, que consegue aproximar-se de Jesus e tocar no seu manto (v. 27). Com grande coragem, esta mulher tomou a decisão que muda a sua vida: todos continuavam a dizer-lhe que se mantivesse à distância, que não se mostrasse. Tinham-na condenado a permanecer escondida e isolada. Às vezes, também nós podemos ser vítimas do julgamento dos outros, que pretendem vestir-nos com uma roupa que não é nossa. E então sentimo-nos mal e não conseguimos superar a situação.

Aquela mulher toma o caminho da salvação quando nela germina a fé de que Jesus pode curá-la: então encontra a força para sair e ir à sua procura. Quer, pelo menos, tocar na sua veste.

Havia uma grande multidão ao redor de Jesus, e por isso muitas pessoas tocam n’Ele, mas nada lhes acontece. Pelo contrário, quando esta mulher toca em Jesus, fica curada. Onde está a diferença? Comentando este ponto do texto, Santo Agostinho diz, em nome de Jesus: «A multidão aglomera-se à minha volta, mas a fé toca-me» (Sermão 243, 2, 2). É assim: cada vez que praticamos um ato de fé destinado a Jesus, estabelece-se um contacto com Ele e imediatamente brota d’Ele a sua graça. Às vezes não nos damos conta, mas de modo secreto e real a graça chega até nós e, dentro, transforma lentamente a vida.

Talvez ainda hoje muitas pessoas se aproximem de Jesus de maneira superficial, sem acreditar verdadeiramente no seu poder. Pisamos a superfície das nossas igrejas, mas talvez o coração esteja noutro lugar! Esta mulher, silenciosa e anónima, derrota os seus receios, tocando o coração de Jesus com as suas mãos consideradas impuras por causa da doença. Eis que, imediatamente, se sente curada. Jesus diz-lhe: «Filha, a tua fé te salvou. Vai em paz!» (Mc 5, 34).

Entretanto, levam ao pai a notícia de que a sua filha morreu. Jesus diz-lhe: «Não temas, tem fé» (v. 36). Depois vai a casa e, vendo que todos choram e gritam, diz: «A menina não morreu, mas dorme» (v. 39). Então, entra no quarto onde a menina estava deitada, pega na sua mão e diz: «Talita kum», “Menina, levanta-te!”. A menina levanta-se e põe-se a caminhar (cf. vv. 41-42). Este gesto de Jesus mostra-nos que Ele não só cura de todas as doenças, mas também desperta da morte. Para Deus, que é Vida eterna, a morte do corpo é como o sono. A verdadeira morte é a da alma: devemos ter medo dela!

Um último detalhe: depois de ter ressuscitado a menina, Jesus diz aos pais que lhe deem de comer (cf. v. 43). Eis outro sinal muito concreto da proximidade de Jesus à nossa humanidade. Mas podemos entendê-lo também em sentido mais profundo, perguntando-nos: quando os nossos filhos estão em crise e precisam de alimento espiritual, sabemos dá-lo? E como o podemos fazer, se nós próprios não nos nutrimos do Evangelho?

Estimados irmãos e irmãs, na vida há momentos de desilusão e desânimo, e há também a experiência da morte. Aprendamos com aquela mulher, com aquele pai: vamos ao encontro de Jesus: Ele pode curar-nos, pode fazer-nos renascer. Jesus é a nossa esperança!

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Saudações:

Queridos fiéis de língua portuguesa, bem-vindos! Saúdo especialmente os sacerdotes vindos de Braga e Viana do Castelo em Portugal, e de Teresina, Castanhal, Nazaré e Santo Amaro no Brasil. Ao aproximarmo-nos do final do mês de junho, voltemos mais intensamente o nosso olhar para o Coração de Jesus. A partir d’Ele, demos de novo a este nosso mundo um coração que sabe amar, perdoar e cuidar dos outros. Deus vos abençoe!

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Apelo

No domingo passado, um vil ataque terrorista foi perpetrado contra a comunidade greco-ortodoxa na igreja de Mar Elias, em Damasco. Confiemos as vítimas à misericórdia de Deus e elevemos as nossas orações pelos feridos e pelos seus familiares. Aos cristãos do Médio Oriente digo: estou próximo de vós! Toda a Igreja está próxima de vós!

Este trágico acontecimento recorda a profunda fragilidade que ainda marca a Síria após anos de conflito e instabilidade. Por isso, é fundamental que a comunidade internacional não desvie o olhar deste país, mas continue a oferecer-lhe apoio através de gestos de solidariedade e com um renovado compromisso a favor da paz e da reconciliação.

Continuamos a acompanhar com atenção e esperança a evolução da situação no Irão, em Israel e na Palestina. As palavras do profeta Isaías ressoam com mais urgência do que nunca: «Uma nação não levantará a espada contra outra nação, e não se adestrarão mais para a guerra» (2, 4). Que esta voz, que vem do Altíssimo, seja ouvida! Que sejam curadas as feridas causadas pelas ações sangrentas dos últimos dias. Rejeite-se toda a lógica da arrogância e da vingança e seja escolhida com determinação a via do diálogo, da diplomacia e da paz.

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Resumo da catequese do Santo Padre:

Ao meditarmos sobre as curas de Jesus como sinais de esperança, concentremo-nos hoje nas histórias da filha de Jairo e da hemorroíssa. Esta, enquanto Jesus se dirigia para a casa de Jairo, aproximou-se d’Ele e tocou-O, não de um modo superficial, mas movida pela fé, acreditando firmemente que Ele a podia curar. E graças à fé, ela viu-se livre da doença. Entretanto, da casa de Jairo trouxeram a notícia de que a sua filha tinha morrido. Porém, Jesus tranquiliza aquele pai e encoraja-o a manter a fé: «Não tenhas receio; crê somente». Também hoje é a fé que nos permite ir ao encontro de Jesus e tocá-lo ou ser tocados por Ele, o Senhor que nos salva do mal e nos dá esperança.



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Aos seminaristas, Papa indica oração e discernimento contra o narcisismo


Seminaristas de várias partes do mundo acolheram o Pontífice cantando em coro "Papa Leone". A eles, o Santo Padre advertiu para o perigo do narcisismo, da superficialidade, da hipocrisia e da sede de poder. E aconselhou dois caminhos: a oração e o discernimento, para que se assemelhem sempre mais a Cristo.

Bianca Fraccalvieri - Vatican News

Não só peregrinos, mas testemunhas de esperança: o Papa se reuniu com milhares de seminaristas na Basílica de São Pedro presentes em Roma para o seu Jubileu, juntamente com seus formadores. 

A eles, Leão XIV fez uma meditação, na qual agradeceu por terem dito seu "sim", com humildade e coragem, a essa aventura fascinante da vocação sacerdotal num tempo não fácil: "Obrigado, porque com essa energia vocês alimentam a chama da esperança na vida da Igreja!".

Jesus, afirmou, chama os seminaristas a viverem uma experiência de amizade com Ele, uma experiência destinada a crescer de modo permanente mesmo depois da ordenação, de modo que se tornem pessoas e sacerdotes felizes, pontes e não obstáculos para os outros ao encontro com Cristo. Nesta caminhada, é importante dirigir toda a atenção para o centro, isto é, o coração.

“O seminário deve ser uma escola dos afetos. Hoje de modo especial, num contexto social e cultural marcado pelo conflito e pelo narcisismo, precisamos aprender a amar e fazê-lo como Jesus. Assim como Cristo amou com coração de homem, vocês são chamados a amar com o Coração de Cristo!”

Papa foi acolhido com muita festa pelos seminaristas
Papa foi acolhido com muita festa pelos seminaristas   (@Vatican Media)

Que os seminaristas tenham "perfume de Evangelho"

Para isso, acrescentou o Pontífice, é preciso trabalhar a própria interioridade, onde Deus faz ouvir a sua voz e de onde saem as decisões mais profundas. É um local de tensões e lutas, que devem ser convertidas para que toda a humanidade dos candidatos ao sacerdócio "perfume de Evangelho". Cuidando das feridas do próprio coração, os seminaristas aprenderão a estar ao lado de quem sofre. "Sem a vida interior não é possível nem mesmo a vida espiritual, porque Deus nos fala exatamente ali, no coração."

Aprendendo a conhecer o próprio coração, acrescentou, não será necessário usar máscaras, bastará seguir o caminho da oração, que conduz à interioridade. "Num período onde estamos hiperconectados, se torna sempre mais difícil fazer a experiência do silêncio e da solidão. Sem o encontro com Ele, não conseguimos nem mesmo conhecer verdadeiramente a nós mesmos."

O convite de Leão XIV é invocar com frequência o Espírito Santo, para que plasme um coração dócil, capaz de colher a presença de Deus ouvindo também as vozes da natureza, da arte e da cultura e, com elas, os desafios do tempo atual, como a inteligência artificial e as redes sociais. De modo especial, como fazia Jesus, saber ouvir o clamor dos pobres e oprimidos e dos jovens que buscam um sentido para a própria vida. 

Ao final da meditação, o Papa saudou os presentes
Ao final da meditação, o Papa saudou os presentes   (@Vatican Media)

Gratidão e generosidade para combater a sede de poder

Além de cuidar do coração, os seminaristas devem aprender também a arte do discernimento. E o Papa pediu que não sejam superficiais, questionando: o que estou vivendo me ensina? Para onde o Senhor está me guiando?

"Caríssimos, tenham um coração manso e humilde como o de Jesus. A exemplo do apóstolo Paulo, vocês possam assumir os sentimentos de Cristo, para progredir na maturidade humana, sobretudo afetiva e relacional. É importante, ou melhor, necessário, desde o seminário, investir no amadurecimento humano, rejeitando todo disfarce e hipocrisia. Mantendo o olhar fixo em Jesus, é preciso aprender a dar nome e voz também à tristeza, ao medo, à angústia, à indignação, levando tudo para a relação com Deus. As crises, os limites, as fragilidades não devem ser escondidos, são antes ocasiões de graça e de experiência pascal."

Em um mundo onde muitas vezes há ingratidão e sede de poder, disse ainda o Papa, onde por vezes parece prevalecer a lógica do desperdício, os seminaristas são chamados a testemunhar a gratidão e a generosidade de Cristo, a exultância e a alegria, a ternura e a misericórdia do seu Coração; a praticar o estilo de acolhida e proximidade, de serviço generoso e desinteressado.

Leão XIV concluiu fazendo votos de que os seminaristas percorram esse caminho sem especulações, sem nunca se acomodar sendo apenas receptores passivos, mas que se apaixonem pela vida sacerdotal, vivendo o presente e olhando para o futuro com um coração profético. Pediu ainda que o próprio coração se assemelhe sempre mais aos sentimentos do Coração de Cristo: "Aquele Coração que pulsa de amor por vocês e pela humanidade. Bom caminho!"

 

(vaticannews)

 

Inteligência artificial deve servir aos seres humanos, não substituí-los, diz Leão XIV


Leão XIV no Jubileu dos Governantes 2025 ??
O papa Leão XIV disse aos líderes políticos que “a lei natural, universalmente válida, além e acima de outras convicções de cunho mais discutível, constitui a bússola pela qual se deve orientar a legislação e a açãor” no Jubileu dos Governantes, no último sábado (21). | Vatican Media
 

O papa Leão XIV pediu no último sábado (21) a líderes políticos do mundo todo que promovam o bem comum, falando especialmente sobre a ameaça à dignidade humana representada pela inteligência artificial (IA).

A IA “certamente será uma ajuda válida para a sociedade, na medida em que, no entanto, a sua utilização não leve a pôr em causa a identidade e a dignidade da pessoa humana e as suas liberdades fundamentais”, disse o papa no último sábado a legisladores de 68 países reunidos no Vaticano para o Jubileu dos Governantes.

“Não se deve esquecer que a inteligência artificial tem a função de ser um instrumento para o bem do ser humano, não para o diminuir nem para definir a sua derrota”, disse Leão XIV, falando em inglês para o público internacional.

O papa rapidamente fez do desafio da inteligência artificial uma questão central de seu pontificado, destacando-o numa reunião com o Colégio dos Cardeais dois dias depois de sua eleição no mês passado.

Em seu discurso aos líderes políticos no sábado, Leão XIV também os incentivou a promover o bem comum de outras maneiras, entre elas "inaceitável desproporção entre uma riqueza possuída por poucos e uma pobreza sem limites (cf. Leão XIII, Carta Encíclica Rerum novarum, 15 de maio de 1891, 1)". O papa condenou essa desigualdade, dizendo que é uma das principais causas da guerra.

Leão XIV enfatizou a importância da liberdade religiosa e encorajou líderes políticos a seguirem o exemplo de são Tomás More, do século XVI, como "um mártir da liberdade e do primado da consciência". More foi executado por se recusar a reconhecer o rei Henrique VIII chefe da Igreja na Inglaterra, em vez do papa.

O papa também recomendou a tradição ética da lei natural, cujas raízes na antiguidade clássica são anteriores ao cristianismo, como “um ponto de referência unitário na ação política” e “um elemento que une a todos”, independentemente da crença religiosa.

Argumentos da lei natural desempenharam um papel de destaque em vários debates jurídicos e políticos recentes sobre questões como aborto, eutanásia, liberdade religiosa, ideologia de gênero.

O papa disse aos líderes políticos que “a lei natural, universalmente válida, além e acima de outras convicções de cunho mais discutível, constitui a bússola pela qual se deve orientar a legislação e a ação, em particular no que diz respeito a questões éticas delicadas que hoje se apresentam de forma muito mais evidente do que no passado, tocando a esfera da intimidade pessoal”.

(acidigital)

 

Leão XIV escolhe padre mexicano para coordenar suas viagens


José Nahúm Jairo Salas Castañeda cumprimenta Leão XIV ??
José Nahúm Jairo Salas Castañeda cumprimenta Leão XIV. | Vatican Media
 

O papa Leão XIV nomeou o sacerdote mexicano José Nahúm Jairo Salas Castañeda coordenador das viagens apostólicas, informou a secretaria de Estado da Santa Sé em publicação na rede social X. O padre é funcionário da seção de assuntos gerais da secretaria de Estado.

O antecessor do bispo Salas Castañeda no cargo, o cardeal indiano George Koovakad, era o responsável pela coordenação das viagens papais desde 2021, nomeado pelo papa Francisco, que o criou cardeal em 7 de dezembro do ano passado.

Francisco nomeou o cardeal Koovakad como prefeito do Dicastério para o Diálogo Inter-religioso em janeiro.

Segundo um resumo biográfico publicado pelo Vatican News, serviço oficial de informações da Santa Sé, Nahúm Jairo Salas Castañeda nasceu em 11 de julho de 1978, em Santa Clara, Durango, no norte do México. Ele é o caçula de 10 irmãos, segundo o blog (link em espanhol) da paróquia de Santa Clara, em sua cidade natal.

Ele foi ordenado sacerdote da arquidiocese de Durango em 4 de dezembro de 2008.

Castañeda formou-se em direito canônico pela Pontifícia Universidade Lateranense, em Roma, e ingressou no serviço diplomático da Santa Sé em 1º de julho de 2013.

Ele fez parte das representações papais no Burundi, na África Oriental, no Iraque e na Hungria.

Segundo o Vatican News, Salas Castañeda participou da organização das viagens do papa Francisco à Hungria em 2021 e 2023.

Entre suas responsabilidades recentes no Escritório Central de Estatísticas da Igreja, o padre mexicano é responsável pelo anuário pontifício, publicação que compila anualmente informações importantes sobre a Santa Sé e a Igreja em todo o mundo, que, segundo o site de informações da Santa Sé, será digitalizado em breve.

Motivo de alegria

Em sua página na rede social Facebook, a arquidiocese de Durango disse que a nomeação é "uma grande alegria" e pediu aos fiéis que "rezem por sua grande missão".

A Conferência Episcopal Mexicana (CEM) publicou um comunicado (link em espanhol) dizendo que "essa nomeação é motivo de gratidão a Deus e alegria para toda a Igreja no México, ao ver reconhecida a dedicação, a preparação e o testemunho de um filho de nossa terra, formado na fé e servindo à Igreja universal por meio da diplomacia do Vaticano".

"Rezamos para que o Senhor o acompanhe nesta nova etapa do seu ministério e que, através da sua dedicação, as viagens do Santo Padre continuem a ser pontes de comunhão, paz e esperança para o mundo", disse também a CEM.

 (acidigital)

Jubileu dos Seminaristas: Meditação, 24 de junho de 2025 - Papa Leão XIV

Homilia Diária | O último dos profetas e as graças que recebemos (Nativi...

SANTO DO DIA - 24 DE JUNHO: SÃO JOÃO BATISTA

Laudes da Solenidade do Nascimento de São João Batista

segunda-feira, 23 de junho de 2025

Missa desde a Basílica da Santíssima Trindade do Santuário de Fátima 23....

DESGARRADA "A Gata de três Cores" SANJOANINAS 2025 * ilha Terceira Açores

João Paulo I e sua catequese sobre a Esperança – Parte II

"Julgo que o Magistério da Igreja nunca insistirá demais em apresentar e recomendar a solução dos grandes problemas da liberdade, da justiça, da paz e do desenvolvimento; e os leigos católicos nunca se baterão suficientemente para resolver estes problemas".

Jackson Erpen - Cidade do Vaticano

"Entre as sete "lâmpadas da santificação", a segunda era, para o Papa João, a esperança. Falo-vos hoje desta virtude, que é obrigatória para cada cristão. Dante, no seu Paraíso (Cantos 24, 25 e 26), imaginou apresentar-se a um exame sobre o cristianismo. Funcionava uma comissão categorizada. "Tens fé?", pergunta-lhe, primeiro, São Pedro. "Tens esperança?", continua São Tiago. "Tens caridade?", termina São João. "Sim — responde Dante — tenho fé, tenho esperança, tenho caridade". Demonstra-o e fica aprovado por unanimidade".

Assim começa a catequese do Papa João Paulo I, em 1978, dedicada à esperança, a "segunda lâmpada" da santificação, pois a esperança é inseparável da vida cristã e Cristo, é a nossa esperança.

Dando sequência a sua série de reflexões no contexto deste ano jubilar sobre os "Papas e a Esperança", Pe. Gerson Schmidt* nos propõe hoje "João Paulo I e sua catequese sobre a Esperança – Parte II":

"O Papa Albino Luciani, que escolheu o nome de João Paulo, conseguiu apenas realizar 4 catequeses de quartas-feiras antes de morrer inesperadamente, depois de tão somente 33 dias de Pontificado. Numa dessas catequeses, falou sobre a Virtude da Esperança, que nesse ano Jubilar estamos aprofundando e tomando como lema “Peregrinos de Esperança”. Por isso, nosso aprofundamento sobre essa rica catequese, da Audiência Geral, de 20 de setembro de 1978, intitulada “A virtude da esperança”, que já damos inicio na semana anterior.

O Papa João Paulo I dizia assim em sua audiência catequética: “Têm surgido de vez em quando no decurso dos séculos afirmações e tendências de cristãos demasiado pessimistas quanto ao homem. Mas tais afirmações foram desaprovadas pela Igreja e esquecidas graças a uma falange de santos alegres e ativos, graças ao humanismo cristão, aos mestres de ascética que Saint-Beuve chamou "les doux" e graças ainda a uma teologia compreensiva. São Tomás de Aquino, por exemplo, coloca entre as virtudes a ‘iucunditas’, ou seja, a capacidade de converter num sorriso alegre - na medida e no modo conveniente - as coisas ouvidas e vistas (Cf. 2.2ae, q. 168, a. 2). Jucundo explicava assim aos meus alunos de um pedreiro irlandês, que caiu do andaime e quebrou as pernas. Levado ao hospital, vieram o médico e a Irmã enfermeira. "Pobrezinho, disse a irmã, feriu-se muito caindo". Replicou o ferido: "Madre, não foi precisamente caindo, mas chegando ao chão é que me feri". Declarando ser virtude gracejar e fazer sorrir, São Tomás encontrava-se de acordo com a "alegre nova" pregada por Cristo, com a hilaritas recomendada por Santo Agostinho. Vencia o pessimismo, revestia de alegria a vida cristã, convidava-nos a tomar "animo também com os gozos sãos e puros que se nos deparam no caminho”. Esse modo hilárico e sereno aqui expresso pelo Papa sorriso diante dos problemas e desafios o tornaram o Papa simpático e esperançoso. 

Conclui assim o Papa João Paulo I sua catequese: “Para terminar, desejava aludir a uma esperança, por alguns chamada cristã, mas que só é cristã até certo ponto. Explico-me: no Concílio também eu votei a "Mensagem ao Mundo" dos Padres Conciliares. Dizíamos nela: o cargo principal de divinizar não exime a Igreja do cargo de humanizar. Votei a Gaudium et Spes; comovi-me e entusiasmei-me quando saiu a Populorum Progressio. Julgo que o Magistério da Igreja nunca insistirá demais em apresentar e recomendar a solução dos grandes problemas da liberdade, da justiça, da paz e do desenvolvimento; e os leigos católicos nunca se baterão suficientemente para resolver estes problemas. É, porém, erro afirmar que a libertação política, económica e social coincide com a salvação em Jesus Cristo, afirmar que o Regnum Dei se identifica com o Regnum hominis, que Ubi Lenin ibi Jerusalem. Em Friburgo, no 85° Katholikentag foi tratado, nestes últimos dias, o tema "o futuro da esperança". Falava-se do "mundo" que é preciso melhorar, e a palavra "futuro" vinha a propósito. Mas se dá esperança para o "mundo" se passa à esperança para cada alma, então é necessário falar também de "eternidade". Em Ostia, à beira-mar, numa famosa conversa, Agostinho e Mônica, "esquecidos do passado e voltados para o futuro, perguntavam-se que viria a ser a vida eterna" (Confissões IX, n. 10.). Tal é a esperança cristã; a esta se referia o Papa João XIII e a esta nos referimos nós, quando, com o catecismo, oramos: "Meu Deus, espero da vossa bondade... a vida eterna e as graças necessárias para a merecer com as boas obras, que eu devo e quero fazer. Meu Deus, não fique eu confundido eternamente".

Vejam que, segundo o Papa Luciani, “o cargo principal de divinizar não exime a Igreja do cargo de humanizar”. Ele diz que votou na aprovação da Constituição Pastoral Gaudium et Spes que retrata a Missão da Igreja no Mundo. Comoveu-se e entusiasmou-se quando saiu a Populorum Progressio - CARTA ENCÍCLICA DE SUA SANTIDADE O PAPA PAULO VI SOBRE O DESENVOLVIMENTO DOS POVOS. “Julgo que o Magistério da Igreja nunca insistirá demais em apresentar e recomendar a solução dos grandes problemas da liberdade, da justiça, da paz e do desenvolvimento; e os leigos católicos nunca se baterão suficientemente para resolver estes problemas”, afirmou ele.

Pois, estamos vivendo o rico tempo Pascal. É do mistério pascal que emerge e aflora o sentido supremo da esperança cristã que não nos fixa simplesmente para o futuro, mas a dar sentido ao tempo presente. É também ao mesmo tempo um compromisso histórico e abertura ao porvir escatológico como dom do poder de Deus, não simplesmente uma obra humana. É o poder da Vitória de Cristo a dar um novo sentido aos desafios concretos de nossa história."

*Padre Gerson Schmidt foi ordenado em 2 de janeiro de 1993, em Estrela (RS). Além da Filosofia e Teologia, também é graduado em Jornalismo e é Mestre em Comunicação pela FAMECOS/PUCRS.


 

De onde vem a devoção ao Sagrado Coração de Jesus


SagradoCoraznDeJess_WikimediaCommons_050618.jpg Sagrado Coração de Jesus | Wikimedia Commons
 

Faltam poucos dias para a festa do Sagrado Coração de Jesus e muitos fiéis se perguntam como e onde se originou esta tradição.

História da devoção ao Sagrado Coração de Jesus

A devoção ao coração ferido de Jesus se origina no século XI, quando cristãos piedosos meditavam sobre as cinco feridas de Jesus na cruz.

Naquela época, as orações ao Sagrado Coração, à ferida no ombro de Jesus, entre outras devoções privadas, cresciam entre os fiéis. Todas elas ajudaram os cristãos a meditar sobre a paixão, aumentando assim o amor ao Senhor Jesus.

Foi somente em 1670 que o padre francês Jean Eudes celebrou a primeira festa do Sagrado Coração de Jesus.

Na mesma época, uma religiosa conhecida por sua piedade, Irmã Margarita Maria Alacoque, começou a relatar suas visões de Jesus, que lhe apareceu com frequência. Em dezembro de 1673, o Senhor permitiu-lhe, como já havia permitido a Santa Gertrudes, descansar sua cabeça sobre o seu coração.

Enquanto ela experimentava o conforto da sua presença, Jesus falou-lhe do seu grande amor e lhe explicou que a tinha escolhido para fazer conhecer o seu amor e a sua bondade à humanidade.

No ano seguinte, em junho ou julho de 1674, Margarida Maria relatou que Jesus queria ser homenageado com a imagem de Seu coração de carne. Ele pediu aos fiéis que O recebessem com frequência na Eucaristia, especialmente na primeira sexta-feira de cada mês, e que praticassem uma hora sagrada de devoção.

Em 1675, durante a oitava de Corpus Christi, Margarita Maria teve uma visão que, mais tarde, ficou conhecida como a “grande aparição”.

Nela, o Senhor Jesus pediu que a festa do Sagrado Coração fosse celebrada todos os anos na sexta-feira seguinte ao Corpus Christi, em reparação pela ingratidão dos homens para com o Seu sacrifício redentor na cruz.

A devoção tornou-se popular após a morte de Santa Margarida Maria, em 1690. No entanto, como a Igreja sempre tem o cuidado de aprovar uma aparição ou devoção particular, o feriado só foi estabelecido oficialmente na França em 1765.

Em 8 de maio de 1873, a devoção ao Sagrado Coração foi formalmente aprovada pelo papa Pio IX.

26 anos depois, em 21 de julho de 1899, o papa Leão XIII recomendou, com urgência, que todos os bispos do mundo celebrassem a festa em suas dioceses.

O papa Leão aprovou as seguintes indulgências para a devoção:

• Pelo cumprimento da devoção pública ou privada, sete anos e sete quarentenas (a remissão da pena temporária equivalente ao que seria concedido por quarenta dias de penitência) a cada dia.

• Se a devoção for praticada diariamente em privado, ou se uma pessoa comparecer a uma função pública pelo menos dez vezes, uma indulgência plenária (remissão de todas as penas temporárias pelos pecados) em qualquer dia de junho ou entre 1 e 8 de julho (de acordo com o decreto Urbis et Orbis, de 30 de maio de 1992).

• A indulgência 'toties quoties' (para as almas do purgatório) pode ser conquistada no dia 30 de junho ou no último domingo de junho nas igrejas onde se celebra o mês de junho solenemente.

• Aos sacerdotes que pregam os sermões nas solenes celebrações do mês de junho em homenagem ao Sagrado Coração, e aos reitores das igrejas onde se realizam estas cerimônias, o privilégio do Altar Gregoriano no dia 30 de junho.

• Uma indulgência plenária para cada comunhão do mês de junho e para aqueles que promovem a celebração solene do mês de junho.

(acidigital)

 

A humanidade clama e invoca a paz, diz Leão XIV depois de bombardeio dos EUA ao Irã


O papa se mostrou preocupado depois da participação dos EUA na guerra entre Irã e Israel O papa se mostrou preocupado depois da participação dos EUA na guerra entre Irã e Israel | Captura de vídeo Vatican Media
 

Depois da oração do Ângelus, o papa Leão XIV expressou sua profunda preocupação pela crescente tensão no Oriente Médio, com especial atenção à situação no Irã. “Sucedem-se notícias alarmantes vindas do Oriente Médio, especialmente do Irã”, disse no começo de sua mensagem.

O papa fez essa declaração pouco depois dos primeiros bombardeios dos EUA neste fim de semana em várias instalações nucleares iranianas, depois de mais de 45 anos de contenção nas tensas relações entre Washington e Teerã.

Os ataques agravaram o conflito entre Israel e Irã. O papa enquadrou esses eventos no contexto mais amplo de conflitos na região: “Neste cenário dramático, que inclui Israel e Palestina, leva ao risco de cair no esquecimento o sofrimento cotidiano da população, especialmente em Gaza e em outros territórios, onde a urgência de um adequado apoio humanitário se torna cada vez mais urgente”.

Leão XIV renovou seu apelo pelo fim do conflito, enfatizando que “hoje, mais do que nunca, a humanidade clama e invoca a paz”. Esse, disse ele, “é um grito que exige responsabilidade e razão, e não deve ser sufocado pelo fragor das armas e por palavras retóricas que incitam ao conflito”.

O papa disse que “cada membro da comunidade internacional tem uma responsabilidade moral: deter a tragédia da guerra, antes que ela se torne um precipício irreparável”.

Ele lembrou que “não existem conflitos distantes quando a dignidade humana está em jogo”. “A guerra não resolve os problemas, mas os amplifica e produz feridas profundas na história dos povos, que levam gerações para cicatrizar”, acrescentou.

O papa também evocou as consequências humanas mais desoladoras da violência. “Nenhuma vitória armada poderá compensar a dor das mães, o medo das crianças, o futuro roubado”.

Por fim, renovou seu apelo à diplomacia e ao compromisso com a paz. “Que a diplomacia faça silenciar as armas, que as Nações moldem seu futuro com obras de paz, não com violência e conflitos sangrentos”, disse.

(acidigital)

 

Cristo é a resposta de Deus à fome do homem, diz Leão XIV no Corpus Christi


Papa Leão XIV na procissão eucarística em Roma Papa Leão XIV na procissão eucarística em Roma | Daniel Ibáñez/EWTN
 

O papa Leão XIV fez um chamado a “partilhar o pão”, sinal do dom da salvação divina, a fim de “multiplicar a esperança” no mundo, ao celebrar a missa da solenidade de Corpus Christi hoje (22).

Nessa festa litúrgica em que a Igreja Católica celebra de maneira especial o mistério da Eucaristia, ou seja, a presença real de Jesus Cristo no pão e no vinho consagrados, o papa disse: "Cristo é a resposta de Deus à fome do homem, porque o seu corpo é o pão da vida eterna: tomai todos e comei”.

Por volta das 16h30 (horário local), o papa seguiu do Vaticano para a basílica de São João de Latrão, sua catedral como bispo de Roma, para celebrar a missa dominical, na qual refletiu sobre o profundo significado da Eucaristia e o valor da partilha. A celebração foi realizada no exterior da igreja.

Ao explicar o Evangelho do dia, que narra o milagre dos pães e dos peixes, o papa disse que, “ao salvar as multidões da fome, Jesus anuncia que salvará todos da morte”.

Desse modo, instituiu a base do “mistério da fé, que celebramos no sacramento da Eucaristia”. “Assim como a fome é sinal da nossa radical indigência de vida, assim também partir o pão é sinal do dom divino de salvação”, disse.

Leão XIV destacou como a compaixão de Jesus por aqueles que sofrem “manifesta a amorosa proximidade de Deus, que vem ao mundo para nos salvar”. “Quando Deus reina, o homem é liberto de todo o mal”, acrescentou.

Frente à finitude humana, “quando nos alimentamos de Jesus, pão vivo e verdadeiro, vivemos por Ele”.

Referindo-se novamente ao milagre do Evangelho, Leão XIV disse que, na fome do povo, um sinal profundo é revelado, porque é “nesta hora, no tempo da indigência e das sombras, que Jesus permanece entre nós”.

O papa disse que, diante da sugestão dos apóstolos de mandar a multidão embora, Jesus ensina uma lógica contrária, porque “a fome não é uma necessidade alheia ao anúncio do Reino e ao testemunho da salvação”.

“Com Jesus há tudo o que é necessário”

Jesus “tem compaixão do povo faminto e convida os seus discípulos a cuidar dele”, disse o papa.

Os discípulos ofereceram apenas cinco pães e dois peixes, mas esses são cálculos “aparentemente razoáveis” que revelam “sua falta de fé”. "Com Jesus há tudo o que é necessário para dar força e sentido à nossa vida”, acrescentou o papa.

Os gestos de Jesus ao partir o pão, disse Leão XIV, “não inauguram um complexo ritual mágico, mas testemunham com simplicidade a gratidão para com o Pai, a oração filial de Cristo e a comunhão fraterna que o Espírito Santo sustenta”.

“Para multiplicar os pães e os peixes, Jesus divide os poucos que há, e assim mesmo são suficientes para todos, e ainda sobram”, disse.

Com um gesto sério, o papa denunciou as atuais desigualdades no mundo e criticou “a acumulação de poucos” como um sinal visível “de uma soberba indiferente, que produz dor e injustiça”.

“Hoje, no lugar das multidões recordadas no Evangelho estão povos inteiros, humilhados pela ganância alheia mais ainda do que pela própria fome”, disse.

O papa pediu para seguir o exemplo do Senhor e exortou a viver esse ensinamento com gestos concretos, especialmente no Jubileu da Esperança: “O exemplo do Senhor continua a ser para nós um critério urgente de ação e serviço: partilhar o pão, para multiplicar a esperança, proclama o advento do Reino de Deus”.

A Eucaristia, alimento que transforma

Leão XIV citou santo Agostinho para descrever a Eucaristia como “um pão que alimenta e não falta; um pão que se pode comer, mas não se esgota”, e disse que “a Eucaristia é a presença verdadeira, real e substancial do Salvador, que transforma o pão em si mesmo, para nos transformar n’Ele”.

O papa também abordou a raiz existencial dessa comunhão com Cristo: “A nossa natureza faminta traz o sinal de uma indigência que é saciada pela graça da Eucaristia”.

Ao se referir à unidade da Igreja, o papa lembrou que “o Corpus Domini, vivo e vivificante, torna-nos a nós, isto é, a própria Igreja, corpo do Senhor”. E acrescentou, citando a constituição dogmática Lumen gentium do Concílio Vaticano II: “Todos os homens são chamados a esta união com Cristo, luz do mundo, do qual vimos, por quem vivemos, e para o qual caminhamos”.

Antes de iniciar a procissão eucarística que o levou – expondo o Santíssimo Sacramento – à basílica de Santa Maria Maior, o papa quis explicar seu significado espiritual e missionário: “Juntos, pastores e rebanho, alimentamo-nos do Santíssimo Sacramento, adoramo-lo e levamo-lo pelas ruas”.

“Ao fazê-lo, apresentamo-lo ao olhar, à consciência e ao coração das pessoas”, acrescentou.

Leão XIV concluiu com um convite a todos os fiéis: “Restaurados pelo alimento que Deus nos dá, levemos Jesus ao coração de todos, porque Jesus a todos envolve na obra da salvação, convidando cada um a participar da sua mesa. Felizes os convidados, que se tornam testemunhas deste amor”.

 (acidigital)

Tudo muda quando você muda (Mt 7,1-5) | Palavra de Deus | Irmã Maria Raq...

SANTO DO DIA - 23 DE JUNHO: SÃO JOSÉ CAFASSO

Laudes de Segunda-feira da 12ª Semana do Tempo Comum

sábado, 21 de junho de 2025

Missa a Nossa Senhora de Fátima desde a Capelinha das Aparições 21.06.2025

Ilha Terceira Açores, 20-06-25 Desfile de Abertura das Sanjoaninas 2025.

Papa no Jubileu dos Governantes: uma boa ação política pode contribuir para a paz

“Uma boa ação política, que favoreça a distribuição equitativa de recursos, pode oferecer um serviço eficaz à harmonia e à paz, tanto a nível social quanto no âmbito internacional”. Palavras do Papa Leão XIV aos Parlamentares presentes no Vaticano neste sábado, 21 de junho, por ocasião do Jubileu dos Governantes

Jane Nogara - Cidade do Vaticano

Na programação do Jubileu dos Governantes, na manhã deste sábado (21/06) o Papa Leão XIV recebeu Parlamentares e suas delegações provenientes de 68 países. Ao iniciar seu discurso o Papa definiu a ação política como “a forma mais alta de caridade" por seu serviço à sociedade e ao bem comum, compartilhando com os presentes três considerações fundamentais para o atual contexto cultural.

Papel da política ao serviço do bem comum

A primeira destaca a tarefa dos políticos de promover e proteger o “bem da comunidade”, especialmente em defesa dos mais fracos e marginalizados, tentando superar a inaceitável desproporção entre riqueza e pobreza. Destacando que “uma boa ação política, ao favorecer a distribuição equitativa dos recursos, pode oferecer um serviço eficaz à harmonia e à paz, tanto em nível social quanto no âmbito internacional”.

Liberdade religiosa e Lei natural

A segunda reflexão feita pelo Pontífice aos Parlamentares, diz respeito à liberdade religiosa e ao diálogo inter-religioso. Também neste campo, continuou o Papa, “a ação política pode fazer muito, promovendo as condições para que haja efetiva liberdade religiosa e possa se desenvolver um encontro respeitoso e construtivo entre as diversas comunidades religiosas”. Reconhecendo que, “acreditar em Deus, com os valores positivos que daí derivam, é uma fonte imensa de bem e de verdade na vida dos indivíduos e das comunidades”

Em seguida Papa Leão introduziu o conceito de Lei natural “não escrita pelas mãos do homem, mas reconhecida como universalmente válida e em todos os tempos, encontrando na própria natureza a sua forma mais plausível e convincente”. “A lei natural”, explicou o Papa, “universalmente válida para além e acima de outras convicções de caráter mais opinável, constitui a bússola para se orientar ao legislar e ao agir, em particular sobre delicadas questões éticas que hoje se colocam de maneira muito mais premente do que no passado, tocando a esfera da intimidade pessoal”.

Também foi recordada a Declaração Universal dos Direitos Humanos que já pertence ao patrimônio cultural da humanidade, disse ainda o Pontífice, pois “é um texto fundamental que coloca a pessoa humana no centro da busca pela verdade, devolvendo dignidade a quem não se sente respeitado”.

O desafio da Inteligência Artificial

A terceira consideração feita pelo Papa no Jubileu dos Parlamentares refere-se ao desafio imposto pela inteligência artificial (IA). Embora se reconheça o seu potencial de ajuda para a sociedade, adverte-se que a sua utilização não deve comprometer a identidade, a dignidade e as liberdades fundamentais da pessoa humana. O Papa neste ponto destacou que “a IA é um instrumento para o bem do ser humano, não para diminuí-lo ou, pior ainda, para definir a sua derrota”.

“A vida pessoal - evidenciou ainda o Pontífice - vale muito mais que um algoritmo, e as relações sociais precisam de espaços humanos muito maiores do que os esquemas limitados que qualquer máquina sem alma possa pré-fabricar”. Concluindo que a política não pode ignorar tal provocação, ao contrário, é chamada a responder aos desafios da nova cultura digital com visão e atenção.

O exemplo de São Tomás Moro

Por fim, o Papa citou o exemplo de São Tomás Moro (Thomas More, Thomas Morus)  para os políticos presentes. Recordando que foi um homem fiel às suas responsabilidades civis e um servidor do Estado, interpretando a política como uma missão para o crescimento da verdade e do bem. “A coragem com que não hesitou em sacrificar a própria vida para não trair a verdade, torna-o ainda hoje, para nós, um mártir da liberdade e da primazia da consciência. Que o seu exemplo seja também para cada um de vocês fonte de inspiração e de planejamento”.

 (vaticannews)

Leão XIV dá sua primeira entrevista na televisão


Leão XIV dá entrevista à televisão pública italiana em 19 de junho de 2025 ??
Leão XIV dá entrevista ontem (19) à televisão pública italiana. | RAI - captura de tela
 

O papa Leão XIV deu ontem (19) uma entrevista à TV pela primeira vez. Depois de visitar o Centro de Transmissão de Ondas Curtas da Rádio Vaticano, na zona extraterritorial de Santa Maria della Galleria, um jornalista do programa de notícias TG1 da RAI, televisão pública italiana, lhe fez algumas perguntas.

O papa respondeu sobre a situação internacional.

"É realmente preocupante. Dia e noite, tento acompanhar o que está acontecendo em tantas partes do mundo”, disse ele. “As pessoas falam principalmente sobre o Oriente Médio hoje em dia, mas não é só lá".

Assim como fez na audiência geral da última quarta-feira (18), Leão XIV renovou seu apelo pela paz mundial e pediu que “busquemos a todo custo evitar o uso de armas” e avançar “no diálogo por meio de instrumentos diplomáticos”.

"Há muitas pessoas inocentes morrendo, e devemos sempre promover a paz", disse o papa.

Ele disse que aproveitou o feriado de ontem no Vaticano, na solenidade de Corpus Christi, para visitar o terreno da Rádio Vaticano, onde está sendo planejado um sistema de energia solar fotovoltaica. O projeto permitirá que o pequeno Estado seja abastecido inteiramente com energia sustentável.

"A Santa Sé iniciou um projeto que esperamos que corra bem e que seja realmente uma contribuição ecológica, também para o bem de toda a região italiana e do Vaticano", disse Leão XIV.

"Todos nós conhecemos os efeitos das mudanças climáticas e realmente precisamos cuidar do mundo inteiro, de toda a criação, como o papa Francisco ensinou tão claramente", disse o papa.

Leão XIV disse que ouvia a Rádio Vaticano em seus anos como missionário no Peru. “Na América Latina, muitas vezes até nas montanhas, onde não havia outras opções, a Rádio Vaticano nos alcançava. Eu sempre carregava um pequeno rádio comigo”, disse ele.

 

Ninguém Pode Servir a dois Senhores (Mt 6,24-33)

O remédio para a ansiedade (Mt 6,24-34) | Palavra de Deus | Irmã Maria R...

SANTO DO DIA - 21 DE JUNHO: SÃO LUIZ GONZAGA

Laudes da Memória de São Luís Gonzaga

sexta-feira, 20 de junho de 2025

Cool Opening Ceremony Performance #performance #SportsMeeting #sports

Apresentação do Séquito Real das Sanjoaninas 2025

Missa desde a Basílica da Santíssima Trindade do Santuário de Fátima 20....

O Espírito Santo é uma festa em que a “igualdade é obrigatória sem perda da identidade de cada um”

 

Presidente da Comissão Diocesana Justiça e Paz reconhece nesta marca identitária dos Açores o espaço da verdadeira sinodalidade onde a liberdade, a escuta e a comunidade são valores absolutos

Maduro Dias, presidente da Comissão Diocesana Justiça e Paz

A forma como os açorianos celebram e vivem o Espírito Santo, que este domingo e no próximo têm os seus dias maiores,  antecipa um espaço de liberdade neste culto que o transforma num “instrumento essencial” para combater o individualismo e a polarização que marcam a sociedade atual, afirma Francisco Maduro Dias, investigador e presidente da Comissão Diocesana Justiça e Paz.

“É uma forma de viver e conviver com os outros de uma maneira comunitária: não sou igual ao outro por força de … sou chamado a viver com o outro e a olhar o outro como irmão, igual a mim, ombro no ombro, com ele” afirma o responsável que este ano foi, pela primeira vez mordomo das Festas do Divino Espírito Santo da santa Casa da Misericórdia de Angra.

“É muito bonito pensar nisso neste domingo, pois o  século XXI é marcado pelo individualismo e o direito de cada um olhar para o espelho e ver-se a si próprio e o que eu vejo em torno do Espirito Santo, mais do que um chamamento é uma obrigação de trabalhar junto, a ser junto, a construir junto” diz Maduro Dias, numa entrevista que vai para o ar este domingo depois do meio dia no Rádio Clube de Angra e na Antena 1 Açores, no programa de rádio Igreja Açores.

“A festa do Espirito Santo é uma festa da comunidade, uma festa de iguais e  isso desafia as estruturas sociais, desafia tudo, pois o eu do tamanho do planeta terra, pelo menos nesta bolha que é o ocidente, que quase me inibe de estender a mão ao irmão com medo de que possa invadir a sua esfera privada, é ultrapassado pelo nós. Não há outra pessoa que não o nós”, refere.

“A festa do Espírito Santo é uma festa em que a igualdade é obrigatória sem perda da identidade de cada um” afirma sublinhando que a Igreja, isto é, as comunidades cristãs, têm este instrumento “poderoso” nas suas mãos.

“O Espírito Santo pode ser um instrumento importante para combater os extremismos nomeadamente no que diz respeito a valores como  o respeito pela dignidade humana independentemente das circunstâncias de cada um”, explicita.

“Vejo no Espírito Santo uma enorme capacidade da nossa população, sobretudo nos Açores, poder imaginar Deus na sua matéria mais imaterial” prossegue afirmando que “numa população que continua a não ser muito sabedora das coisas da religião, torna-se impressionante  a forma como consegue ver Deus na sua completa definição de amor e ter tudo em todos”, avança ainda.

“É uma marca da nossa forma de estar no mundo: marca cristã, religiosa, social e política no sentido de saber viver em sociedade” afirma, por outro lado, nesta entrevista que vai para o ar depois do meio-dia.

“Nós precisamos do Espírito Santo para nos percebermos e nos afirmarmos como gente que somos; esse reconhecimento remete para o grupo e para a partilha”.

“Quando os sinais atuais nos pedem para cada um ficar no seu buraco, no seu eu, há uma festa do Espírito Santo que nos convida, quase nos obriga , a vir para a rua e a ser comunidade”, enfatiza.

Questionado sobre a relação tensa ao longo da história entre as Irmandades e a hierarquia católica e mais  recentemente a tentativa do poder político de se apropriar deste culto, Maduro Dias diz que ambas podem ser uma “tentação”.

“É tão difícil a quem só vai à Igreja no dias das coroações como é difícil a quem está dentro da hierarquia: compreender o que é este culto, esta lufada de ar fresco que todos os anos entra por portas dentro na forma das coroações e o que ele representa sobretudo numa sociedade onde o eu é o que vale”.

Por outro lado, a apropriação do Espírito Santo pelos políticos é algo que não perturba porque o Espirito Santo “como espaço de liberdade absoluta que é, nunca se deixará domar”.

Durante a entrevista o historiador, responsável pela montagem da narrativa ao Culto ao Divino Espírito santo na Rede de Museus dos Açores,  lembrou que seis meses depois do sismo de Angra, a 1 de janeiro de 1980, a população se juntou para “construir” um império em Angra reunindo as novas vizinhanças desalojadas mas desejosas de louvar a terceira Pessoa da Santíssima Trindade, tendo-se verificado um império no coração de Angra em maio desse ano, ainda quando o processo de reconstrução da cidade não estava em marcha.

“So o Senhor Espírito Santo, como aprendi a dizer, poderia fazer tal coisa”. Aliás foi a 21 de março de 1980, dois meses e meio depois deste sismo, que arrasou a cidade de Angra em dia de ano novo, que a região aprovou na Assembleia legislativa dos Açores a criação do Dia dos Açores na segunda-feira de Pentecostes.

A entrevista de Francisco maduro Dias vai para o ar este domingo depois do meio dia, no Rádio Clube de Angra e na Antena 1 Açores.

Açores: Novas formas de pobreza e exclusão desafiam Igreja Católica, diz D. Armando Esteves Domingues


 

O bispo de Angra afirmou que as novas formas de pobreza e exclusão nos Açores são um desafio para a Igreja Católica, que se pode inspirar nas dinâmicas de solidariedade geradas pelas manifestações de culto ao Espírito Santo.

“Os dados dizem-nos que temos mais de 28% de açorianos a viver em risco de pobreza, quase uma terça parte. Também aqui, nos Açores, 8% da população está mesmo em situação de privação material severa e o rendimento médio é também calculado 10% abaixo da média nacional”, assinala D. Armando Esteves Domingues, convidado da entrevista conjunta semanal Ecclesia/Renascença, emitida e publicada aos domingos.

Na véspera do Dia da Região Autónoma dos Açores, que se assinala anualmente na segunda-feira depois da solenidade de Pentecostes, o responsável católico admite que a ação do Governo e das Instituições têm conseguido diminuir a “gravidade da situação”, mas sublinha que “há muito a fazer”.

O bispo de Angra fala em “bolsas de pobreza” e dificuldades estruturais, a que se somam “realidades novas”.

“Também temos muitos sem-abrigo, mas sobretudo estas drogas sintéticas que vieram atirar muitos jovens para as cadeias, para as ruas, para a miséria, para fora das escolas”, adverte.

“Há aqui dramas que são também avolumados devido ao facto de serem ilhas, mais fechadas, mas onde todas estas propostas novas chegam e chegam com violência. A Igreja também está, neste momento, a refletir isto seriamente, e a procurar também respostas.”

A respeito da segunda-feira do Espírito Santo, D. Armando Esteves Domingues destaca a importância desta devoção “não só na vida social e religiosa, mas também na vida política”.

“Não há açoriano que não viva esta realidade”, indica.

O responsável elogia a “dinâmica de solidariedade, de caridade, de partilha”, com origem “comunitária e espontânea” que parte da organização do povo.

O bispo de Angra, onde se encontra há mais de dois anos, destaca ainda a importância da diáspora, onde se encontram “as mesmas bandeiras, os mesmos símbolos, a mesma coroa, o mesmo cetro”.

“Quem faz estas experiências e sai, já não consegue viver sem elas. Ir a uma das comunidades dos Estados Unidos, ou do Canadá, ou mesmo até no Brasil, Bermudas, ir a uma destas comunidades é o mesmo que estar nos Açores”, acrescenta.

Questionado sobre eventuais preocupações com a deportação de imigrantes açorianos nos EUA, o bispo começa por referir que “alguns políticos falaram nesta questão, afirmando que a ninguém faltará o apoio dentro dos Açores se voltarem”.

“Sabemos que alguns vivem receosos, às vezes até evitando irem demasiado a lugares públicos, com medo de serem repatriados. Ainda não é relevante, mas há preocupação, sem dúvida”, acrescenta.

D. Armando Esteves Domingues, que tem procurado conhecer “todos os cantos” da diocese açoriana, diz que a Igreja é “quem está mais metida ao lado das pessoas”, assumindo a intenção de colocar a dimensão social na estrutura das comunidades católicas.

“É na área social que mais se pode ser Igreja evangelizadora”, sustenta.

O bispo de Angra admite que várias situações de pobreza “não deixam evoluir e sair desta situação de carência e desta situação assistencialista, para não dizer subsidiodependência”.

O objetivo, acrescenta, é “ajudar as pessoas a desenvolver-se, a ser protagonistas do seu próprio desenvolvimento”, em vez de “sentar-se na cadeira à espera que o mundo passe”.

(Ecclesia e RR)