sexta-feira, 31 de outubro de 2025

Comentário à Liturgia da Comemoração de Todos os Fiéis Defuntos

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Leão XIV: uma educação desarmante e desarmada cria igualdade e crescimento para todos

Leão XIV recebeu os participantes do Jubileu do Mundo Educativo, no Vaticano. Em seu discurso, disse que a educação une as pessoas em comunidades vivas e organiza as ideias em constelações de sentido", disse ainda o Pontífice, ressaltando que "a educação nos ensina a olhar cada vez mais para o alto". "Não se limitem a olhar para o celular e para os seus fugazes fragmentos de imagens: olhem para o Céu, para o alto", sublinhou.

Mariangela Jaguraba/Raimundo Lima – Vatican News

O Papa Leão XIV recebeu em audiência nesta quinta-feira (30/10), na Sala Paulo VI, no Vaticano, os estudantes que participam do Jubileu do Mundo Educativo que teve início na última segunda-feira, 27 de outubro, e se concluirá no domingo, 2 de novembro. Estiveram presentes dentro e fora da Sala Paulo VI, oito mil e quinhentas pessoas.

O Pontífice iniciou o seu discurso, dizendo-lhes que esperou "por este momento com grande emoção" e que a companhia deles o fez "lembrar dos anos em que ensinava matemática para jovens vibrantes" como eles. "Agradeço por terem aceitado o convite para virem aqui hoje, para compartilhar as reflexões e esperanças que, por meio de vocês, transmito aos nossos amigos em todo o mundo", disse o Papa.

Leão XIV com algumas crianças no pátio do Petriano.
Leão XIV co m algumas crianças no pátio do Petriano.   (@Vatican Media)

Audácia de viver em plenitude

A seguir, Leão XIV recordou São Pier Giorgio Frassati, "um estudante italiano canonizado durante este ano jubilar". O Pontífice citou duas frases que Frassati repetia com frequência: “Viver sem fé não é viver, mas ir vivendo” e “Para o alto”.

"São afirmações muito verdadeiras e encorajadoras", disse ainda o Papa, convidando os jovens a terem "a audácia de viver em plenitude". "Não se contentem com as aparências ou as modas: uma existência centrada naquilo que passa nunca nos satisfaz. Em vez disso, cada um diga em seu coração: 'Sonho mais, Senhor, quero mais: inspira-me!'", disse ele.

Esse desejo é a força de vocês e expressa bem o compromisso dos jovens que planejam uma sociedade melhor, da qual não aceitam ser meros espectadores. Encorajo-os, portanto, a tender constantemente “para o alto”, acendendo o farol da esperança nas horas sombrias da história. Como seria bonito se um dia a sua geração fosse reconhecida como a “geração plus”, lembrada pelo impulso extra que saberão dar à Igreja e ao mundo.”

O Papa no átrio da Sala Paulo VI
O Papa no átrio da Sala Paulo VI   (@Vatican Media)

Protagonistas da educação

O Papa disse ainda aos estudantes que "este sonho não pode permanecer apenas de uma pessoa", mas que "devemos nos unir para realizá-lo, testemunhando juntos a alegria de crer no Senhor Jesus". De acordo com o Papa, "devemos conseguir isto através da educação, um dos instrumentos mais bonitos e fortes para mudar o mundo".

“Há cinco anos, o amado Papa Francisco lançou o grande projeto do Pacto Educativo Global, uma aliança de todos aqueles que, de várias formas, trabalham na área da educação e da cultura, com o objetivo de envolver as novas gerações numa fraternidade universal. Na verdade, vocês não são apenas destinatários da educação, mas seus protagonistas.”

Leão XIV os convidou a se aliarem "para inaugurar uma nova era educativa, na qual todos - jovens e adultos - nos tornemos testemunhas críveis da verdade e da paz".

O Papa com alguns adolescentes na Sala Paulo VI
O Papa com alguns adolescentes na Sala Paulo VI   (@Vatican Media)

Não se limitar a olhar para o celular

O Papa acrescentou uma reflexão de John Henry Newman, "um santo estudioso que muito em breve será proclamado Doutor da Igreja". "Ele dizia que o saber se multiplica quando é partilhado e que é no diálogo das mentes que se acende a chama da verdade. Assim, a verdadeira paz nasce quando muitas vidas, como estrelas, se unem e formam um desenho. Juntos, podemos formar constelações educativas, que orientam o caminho futuro", disse o Pontífice.

"Cada um é uma estrela, mas, juntos, vocês são chamados a orientar o futuro. A educação une as pessoas em comunidades vivas e organiza as ideias em constelações de sentido", disse ainda o Pontífice, ressaltando que "a educação nos ensina a olhar cada vez mais para o alto". "Não se limitem a olhar para o celular e para os seus fugazes fragmentos de imagens: olhem para o Céu, para o alto", sublinhou.

O Papa entre os jovens na Sala Paulo VI
O Papa entre os jovens na Sala Paulo VI   (@Vatican Media)

Uma sociedade incapaz de educar a dimensão espiritual

O Papa frisou que "não basta ter grande conhecimento científico, se depois não sabemos quem somos e qual é o sentido da vida. Sem silêncio, sem escuta, sem oração, até as estrelas se apagam". "Podemos conhecer muito do mundo e ignorar o nosso coração: vocês já devem ter experimentado aquela sensação de vazio, de inquietação que não nos deixa em paz", disse ainda o Papa Leão.

“Nos casos mais graves, vemos episódios de desconforto, violência, bullying, opressão, e até mesmo jovens que se isolam, não querendo mais relacionar-se com os outros. Penso que por trás destes sofrimentos esteja também o vazio criado por uma sociedade incapaz de educar a dimensão espiritual da pessoa humana, e não apenas as dimensões técnica, social e moral.”

Leão XIV recordou Santo Agostinho que, quando jovem, "era um rapaz brilhante, mas profundamente insatisfeito". "Até que descobriu Deus no próprio coração, escrevendo uma frase muito profunda, que serve para todos nós: «O nosso coração vive inquieto, enquanto não repousa em Vós». Portanto, educar para a vida interior significa: "Ouvir a nossa inquietação, não fugir dela nem empanturrá-la com o que não sacia".

Servir da tecnologia com sabedoria

A seguir, falou a propósito de um dos novos desafios educativos: a educação digital.

Vocês vivem nela, e isso não é mau: contém enormes oportunidades de estudo e comunicação. No entanto, não permitam que o algoritmo escreva a sua história! Sejam os seus autores: sirvam-se da tecnologia com sabedoria e não permitam que a tecnologia se sirva de vocês.”

O Papa Leão XIV na Sala Paulo VI
O Papa Leão XIV na Sala Paulo VI   (@Vatican Media)

Humanizar o digital

"A inteligência artificial também é uma grande novidade – uma das rerum novarum, ou seja, das coisas novas – do nosso tempo: todavia, não basta ser “inteligente” na realidade virtual, é necessária humanidade no trato com os outros, cultivando uma inteligência emocional, espiritual, social e ecológica", frisou ainda o Papa.

“Eduquem-se de modo a humanizar o digital, construindo-o como um espaço de fraternidade e criatividade, não como uma prisão onde vocês se fecham, nem como uma dependência ou uma fuga. Em vez de turistas da rede, sejam profetas no mundo digital.”

"A este respeito, temos diante de nós um exemplo muito atual de santidade: São Carlo Acutis", frisou ainda Leão XIV. "Um jovem que não se tornou escravo da rede, antes a utilizou com habilidade para o bem. São Carlo uniu a sua linda fé à paixão pela informática, criando um site sobre milagres eucarísticos e fazendo assim da Internet um instrumento para evangelizar. A sua iniciativa nos ensina que o digital é educativo quando não nos fecha em nós mesmos, mas nos abre aos outros", disse ainda o Papa.

Sala Paulo VI lotada de jovens
Sala Paulo VI lotada de jovens   (@Vatican Media)

Desarmar os corações

Por fim, Leão XIV falou sobre um desafio que "está no cerne do novo Pacto Educativo Global: a educação para a paz. Vejam bem como o nosso futuro é ameaçado pela guerra e pelo ódio que dividem os povos. Este futuro pode ser alterado? Certamente! Mas como? Através de uma educação para a paz desarmada e desarmante".  

Com efeito, não basta silenciar as armas: é preciso desarmar os corações, renunciando a toda forma de violência e vulgaridade. Deste modo, uma educação desarmante e desarmada cria igualdade e crescimento para todos, reconhecendo a igual dignidade de cada jovem, sem nunca os dividir entre aqueles poucos privilegiados que têm acesso a escolas caríssimas e aqueles muitos que não têm acesso à educação. Com grande confiança em vocês, convido-os a serem construtores de paz, em primeiro lugar, onde vivem, na família, na escola, no esporte e entre os amigos, indo ao encontro de quem provém de outra cultura.

Concluindo, Leão XIV os convidou a olharem "para o alto, para Jesus Cristo, «o sol da justiça», que os guiará sempre pelos caminhos da vida".

 

(vaticannews)

Homilia Diária | Sexta-feira-feira da 30ª Semana do Tempo Comum (31/10/2...

Homilia Diária | Sexta-feira-feira da 30ª Semana do Tempo Comum (31/10/2...

Hoje é dia de são Quintino mártir, padroeiro dos capelães e serralheiros


São Quintino. ??
São Quintino. | ACI Digital.
 

A Igreja Católica celebra hoje (31) são Quintino, o mártir, nascido na Roma Antiga. Não há certeza sobre o ano ou local onde nasceu, mas sabe-se que morreu no ano 287 d.C.

“Quintino” ou Quentin era filho de um senador romano que se converteu ao cristianismo. A tradição sugere que ele foi batizado pelo papa são Marcelino e que acompanhou são Lúcio de Beauvais em sua pregação na Gália (região romana que incluía a atual França e parte da Bélgica).

Convocado a dar testemunho de Cristo

Durante séculos, dizia-se que são Quintino fazia curas milagrosas e tinha o poder de expulsar demônios. Pelo seu testemunho de amor a Cristo, provocou a conversão de muitos pagãos, embora também tenha despertado suspeitas das autoridades civis do império.

Ele foi acusado de professar o cristianismo e levado à força perante o governador Riciovaro. Ele o repreendeu por estar do lado daqueles que proclamavam a fé num homem crucificado, algo que o cidadão comum considerava desonroso, típico de criminosos e covardes. Quintino respondeu a Riciovaro que isso era para ele a maior honra, ainda maior do que ser filho de um senador.

Ai de mim se eu não evangelizar! (1Cor 9, 16)

Riciovaro considerou as declarações de Quintino uma afronta à sua investidura e ordenou que fosse acorrentado e açoitado. Após ser açoitado, o cristão foi levado para uma masmorra, de onde escaparia milagrosamente aproveitando a escuridão da noite.

Livre novamente, Quintino retomou a pregação. Infelizmente ele foi descoberto e preso novamente. Foi transferido para “Augusta Veromanduorum” (hoje cidade francesa de Saint-Quentin, rebatizada em homenagem ao seu ilustre santo). Lá ele ficou em uma masmorra aguardando execução.

São Quintino foi decapitado e seus restos mortais jogados no rio Somme, de cujas águas seria resgatado por um grupo de cristãos em 287. Hoje suas relíquias permanecem na basílica da cidade que leva seu nome.

 

Laudes de Sexta-feira da 30ª Semana do Tempo Comum

quinta-feira, 30 de outubro de 2025

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Missa desde a Basílica da Santíssima Trindade do Santuário de Fátima 30....

Nas PROVAÇÕES, NÃO DUVIDE do AMOR de DEUS - Dom José Falcão

UCP: Pós-Graduação em Perda e Luto

Deus cuida de você (Lc 13,31-35) Palavra de Deus | Irmã Maria Raquel 30/10

Jubilee of the World of Education, 30 October 2025 - Pope Leo XIV

Hospital Pediátrico do Papa acolhe quem bate vindo de locais de conflito, diz Parolin

O secretário de Estado, o cardeal Pietro Parolin, intervém na conferência promovida por ocasião dos 40 anos do reconhecimento do Hospital Bambino Gesù como Instituto de Recuperação e Tratamento de Caráter Científico e reitera como os valores da pesquisa e da cura fazem parte “da mesma vocação” em apoio à vida. O presidente Tiziano Onesti fala de 31 jovens palestinos acolhidos juntamente com as suas famílias.

Lorena Leonardi – Roma

O tratamento e a pesquisa são ambos “caminhos de uma mesma vocação” a serviço da vida, uma responsabilidade que “une ética, ciência e solidariedade” em um lugar que se destaca não apenas por seu “sim” à pesquisa, mas também porque não diz “não” a ninguém e sempre encontra uma maneira de acolher quem bate à porta, mesmo que venha de lugares distantes, especialmente se marcados pela pobreza ou conflitos. Assim, o secretário de Estado, cardeal Pietro Parolin, resumiu a missão do Hospital Pediátrico Bambino Gesù durante uma intervenção nesta terça-feira, 28 de outubro, na sede da instituição sanitária, no bairro San Paolo, em Roma.

Ciência e humanidade caminham juntas

O cardeal participou da conferência sobre o tema “A pesquisa X o tratamento”, promovida por ocasião dos 40 anos do reconhecimento do “hospital do Papa” como Instituto de Recuperação e Tratamento de Caráter Científico, em 1985. Quatro décadas, destacou Parolin, “de pesquisa e tratamento, empenho, inteligência e paixão, durante as quais a ciência e a humanidade caminharam juntas a serviço das crianças e de suas famílias”.

A compaixão no tratamento dos doentes

O cardeal lembrou como na recente exortação apostólica de Leão XIV, Dilexi te, se insiste na compaixão cristã manifestada ao longo do tempo de maneira peculiar no tratamento dos doentes e sofredores. A tradição de visitar os doentes e assisti-los, confortando suas dores “não é apenas um gesto de filantropia — esclareceu — mas uma missão eclesial, através da qual, nos doentes, a Igreja toca a carne sofredora de Cristo”. Uma “herança de cuidado” que continua nos hospitais católicos, portanto também no Bambino Gesù, onde “a presença cristã ao lado dos doentes lembra que a salvação não é uma ideia abstrata, mas uma ação concreta”. E onde essa missão também é realizada através da pesquisa.

Resultados da tecnologia usada eticamente

Sobre o tema, o secretário de Estado reiterou o que Leão XIV disse aos participantes da Escola de Verão de Astrofísica recebidos em audiência em junho sobre a importância do compartilhamento do conhecimento, base da pesquisa científica moderna. Os grandes sucessos, destacou, vêm “do trabalho em equipe, da tecnologia usada de forma ética” e da multiplicação dos “vestígios de conhecimento ao nosso redor”.

Os resultados do Bambino Gesù

E no Bambino Gesù foram disseminados muitos vestígios, a partir do primeiro transplante pediátrico de coração na Itália, em 1986, até a primeira terapia genética para tumores sólidos em 2018, passando por todas as conquistas em muitos campos, até o laboratório de terapia genética recém inaugurado e representa um importante passo à frente na pesquisa e no tratamento de doenças onco-hematológicas e imunológicas pediátricas.

Os rostos por trás dos objetivos alcançados

Por trás de cada objetivo alcançado, observou Parolin, há “pessoas, histórias, rostos, crianças e famílias com novas esperanças, pesquisadores e médicos que encontram soluções, grupos disciplinares que transformaram os percursos de tratamento”. O cardeal convidou a não parar “diante das dificuldades ou das questões que as doenças raras ou condições clínicas graves colocam”, mas a enfrentá-las “com coragem e tenacidade, sempre buscando uma resposta” . Ele então evocou o episódio evangélico da cura do paralítico de Cafarnaum, que foi baixado do telhado para que pudesse encontrar Jesus, como metáfora da pesquisa científica, capaz de “procurar um caminho onde não há, encontrar uma passagem onde os outros veem um limite”.

A confiança em São Pier Giorgio Frassati

Mais uma vez, o cardeal exaltou a capacidade do hospital pediátrico de “permanecer ao lado e acompanhar”, unindo “ciência e caridade, fé e inteligência, pesquisa e cura”, para testemunhar que cada criança, cada pessoa que sofre” é “o rosto de Cristo a ser acolhido e amado”. Por fim, a confiança em São Pier Giorgio Frassati — jovem italiano de Torino ligado à família Salviati, que fundou o hospital em 1869 — para colocar “nossa saúde a serviço daqueles que não a têm”.

Sustentabilidade e universalidade

O presidente do Bambino Gesù, Tiziano Onesti, falou sobre “responsabilidade” em sentido amplo, insistindo na sustentabilidade, “para que não haja desperdício”, e na universalidade, “para que os cuidados, sem esquecer as raízes da cidade e do país, sejam oferecidos a todos”. O presidente explicou que, atualmente, o hospital acolhe três jovens palestinos, um na sede do Gianicolo e dois em Palidoro: “chegarão mais três esta semana, no total acolhemos 31 e estamos tratando-os”. Trata-se de “casos de elevada complexidade, porque, obviamente, naquela zona, naquele teatro de guerra, já não há hospitais nem cuidados médicos. Portanto, continuamos com responsabilidade acolhendo não só as crianças, mas também as suas famílias”. Sem reduzir tudo a “números e serviços”, o compromisso é que a investigação não crie apenas “trocas de conhecimento, mas pontes de solidariedade”, num horizonte capaz de devolver “dignidade e confiança”.

Prestar cuidados “que antes não existiam”

Andrea Onetti Muda, diretor científico do hospital, refletiu sobre o quanto o mundo da pesquisa mudou nas últimas décadas: “o mundo da pediatria era muito diferente do que conhecemos hoje e as possibilidades terapêuticas eram limitadas, a pesquisa não estava muito integrada à clínica, as tecnologias eram pouco mais que rudimentares”. No entanto, já naquela época havia “uma pequena semente que brotava: havia uma visão, a de unir o cuidado dos mais frágeis à força da pesquisa científica”. Uma visão que se tornou realidade, porque desde então “muitas famílias puderam olhar para o futuro com esperança” e dezenas de milhares de crianças “receberam em nosso hospital cuidados que antes não existiam”, juntamente com a diversão e o sorriso que a doença lhes havia roubado.

Inovar no dia a dia

O ministro da Saúde da Itália, Orazio Schillaci, lembrou a peculiaridade dos Institutos de internação e tratamento de caráter científico, estruturas nas quais “a pesquisa e a assistência se fundem, fazendo com que a medicina dê grandes passos à frente”. Ele reconheceu que o Bambino Gesù se destacou, no panorama nacional e internacional, “graças à capacidade de aplicar a inovação diariamente a uma sólida cultura de pesquisa e à disponibilidade das melhores competências profissionais. Tudo isso — acrescentou — sempre mantendo alta a atenção à ética e à relação de cuidado”.

Investimento “ético” para um tratamento “sem fronteiras”

O presidente da Região do Lazio, Francesco Rocca, ecoou suas palavras, prometendo apoio às instituições que, como o Bambino Gesù, são “uma referência para as famílias”. Trata-se, disse ele, de um verdadeiro “investimento ético” em uma estrutura que cuida “sem fronteiras”, inclusive de crianças provenientes de terras onde a infância está sob ataque, garantindo-lhes respeito e proteção e colocando-se como um verdadeiro “patrimônio da humanidade”.

“Crianças, família e vida”

O prefeito de Roma, Roberto Gualtieri, definiu o hospital como “um dos motores que torna nossa cidade única”, unindo-a “aos valores mais preciosos: as crianças, a família e a vida”. No âmbito de uma mesa redonda, pesquisadores e pesquisadoras ilustraram projetos de estudo sobre genética funcional, sobre a “assinatura inflamatória” no âmbito reumatológico, sobre medicina regenerativa e impressão tridimensional, sobre o uso inovador da máquina para perfusão extracorpórea.

O novo laboratório de terapia genética

No final do encontro, foi possível visitar o novo laboratório de terapia genética, instalado em um espaço de 700 metros quadrados, onde são desenvolvidos medicamentos celulares geneticamente modificados para serem produzidos na oficina adjacente ao hospital e aplicações de estudos clínicos inovadores em diversas doenças oncológicas pediátricas, em uma constante interação entre o âmbito clínico e a pesquisa.

 

(vaticannews)

Por que a Igreja Católica abraça a festa de Holywins?


Crianças vestidas de santos. ??
Crianças vestidas de santos. | Arquidiocese Católica de Sydney.
 

Em vez de fantasias de monstros ou personagens sombrios da ficção, muitas famílias estão escolhendo substituir o Halloween por Holywins, que pode ser traduzido como “a santidade vence”.

Holywins é uma celebração católica que convida as pessoas, especialmente as crianças, a vestirem-se de santos católicos na véspera da celebração de Todos os Santos.

Esta festa é uma oportunidade excepcional não só para aprender mais sobre a vida destes santos, mas também para imitar os seus exemplos de devoção e serviço. Essas ideias foram destacadas pelo bispo-auxiliar de Sydney, Austrália, Richard Umbers, em 2022.

O bispo australiano disse que o ato de “vestir-se de santos amados” na véspera da festa de Todos os Santos (31 de outubro), é “uma expressão alegre de piedade popular, que recupera as raízes cristãs do Halloween e cultiva a tradição da Igreja de observar as festas litúrgicas”.

Com a chegada do Holywins, as paróquias de todo o mundo incentivam as crianças e os jovens a participarem na prática de vestir-se de santos, de forma a reforçar a identidade cristã desta festa. Além das fantasias, são organizadas diversas atividades devocionais e recreativas.

O padre Andrew Benton, pároco da Igreja de St Michael's de Belfield, Austrália, templo que em anos anteriores acolheu a celebração dos Holywins, diz que para ele “é muito importante” que os pequenos “apreciem os santos no céu, e desejem ser como eles”.

O padre não vê isso só como uma missão pessoal, mas como uma oportunidade excepcional para todas as paróquias. Para ele, esta abordagem é “uma grande oportunidade para as crianças pensarem mais profundamente sobre alguns dos aspectos católicos que foram absorvidos por nossa cultura e descristianizados”.

A coordenadora de educação religiosa no colégio St Michael's, Micheline Elías, tem a mesma visão entusiasta. Ela considera que Holywins “poderia ser uma oportunidade para evangelizar e celebrar as devoções católicas”.

Na sua opinião, este evento oferece uma valiosa oportunidade para ensinar às crianças e às comunidades sobre a fé católica e incentiva o desenvolvimento das virtudes e a busca da santidade na vida cotidiana.

 

Hoje é dia de santo Alonso Rodríguez, exemplo de humildade e serviço


Santo Alonso Rodríguez. ??
Santo Alonso Rodríguez. | ACI Digital.
 

A Igreja celebra hoje (30) santo Alonso Rodríguez, irmão coadjutor jesuíta que viveu entre os séculos XVI e XVII, exemplo de humildade e vocação ao serviço.

Antes de se tornar religioso, Alonso era um homem de família: era casado e tinha três filhos. Quando tinha cerca de 40 anos, diversas circunstâncias fizeram com que a sua vida tomasse um rumo completamente diferente – que o levaria a fazer parte da Companhia de Jesus. Nesse sentido, Alonso é um modelo de escuta do Espírito e de confiança no Senhor.

A maior dor: quando tudo parece perdido

Santo Alonso Rodríguez nasceu na Espanha, em 1531, em uma família de comerciantes. Aos 26 anos, casou-se com a senhora María Suárez, com quem teve três filhos.

Alguns anos antes, ele havia assumido o negócio da família, quando seu pai, comerciante de lã, o herdou. Alonso fez o possível para cumprir a tarefa, mas sem muito sucesso. Neste contexto já difícil, perdeu primeiro os dois filhos mais velhos e depois a mulher, que morreu ao dar à luz o terceiro filho. Infelizmente, aquela criança também não sobreviveria: depois de ser colocada aos cuidados de duas tias, a criança adoeceu e morreu.

Renascimento

Alonso, então, ficou sozinho, sem aquela que tinha sido a força motriz de sua vida: sua família. Providencialmente, nos dias de solidão e de silêncio forçado, começou a recordar a sua infância e como os seus pais, naqueles tempos, tinham recebido em sua casa padres e membros da recém-fundada Companhia de Jesus.

O agora viúvo se sentiu impelido a voltar àquilo que, como uma semente, parecia reviver com o tempo: a fé que nunca abandonou, mas da qual se esquivava um pouco.

Essa fé parecia brotar novamente e apontava horizontes renovados. Alonso decidiu então se aproximar de Deus, animado pelo consolo que encontrou no Senhor para uma dor tão indescritível. Começou a frequentar regularmente os sacramentos e a ter uma vida de penitência e oração, voltando completamente à piedade que o marcou quando criança e que agora era fonte de fortaleza.

São Pedro Fabro e as sementes de Deus

Alonso se lembrava constantemente de Pedro Fabro, cofundador dos jesuítas e que conheceu aos 12 anos, quando esteve por algum tempo hospedado na casa dos seus pais. Fabro era um homem que irradiava afabilidade e fortaleza. Ele também havia sofrido, mas nunca se mostrou desanimado.

Assim, a imagem do jesuíta o moveu a se envolver cada vez menos com a dor e a viver mais diante da fé que o marcou. De repente, participando do trabalho dos jesuítas, Alonso começou a ver sua vida de forma diferente, pouco a pouco, com esperança. Descobriu que o Senhor ainda esperava muito dele e que poderia ser completamente renovado. Assim, começou a pensar em colocar-se ao serviço de Deus e da Igreja como religioso.

O coração importa, não a idade, nem o trabalho

Alonso então pediu para ser admitido na Companhia de Jesus. Contudo, os jesuítas, em primeira instância, não o aceitaram por diversos motivos. Entre eles, a idade – tinha mais de quarenta anos –, a saúde precária e a falta de estudos avançados – requisito para o sacerdócio jesuíta. Apesar disso, o santo não desistiu. Manteve a esperança de ser admitido, lembrando a todos como santo Inácio de Loyola não deixou de se tornar religioso por causa da idade.

Finalmente, o provincial dos jesuítas o aceitou como irmão leigo em 1571. Depois de terminar o noviciado, foi enviado ao colégio de Nossa Senhora de Monte-Sión, em Palma de Maiorca, onde lhe foi atribuído o cargo de porteiro, cargo que ocuparia por 32 anos.

O porteiro e um jovem missionário

Santo Alonso Rodríguez fez do seu cargo de porteiro um verdadeiro serviço aos outros e uma ocasião permanente de santificação.

Da portaria do convento estabeleceu diálogo com muitas pessoas, entre as quais estava ninguém menos que são Pedro Claver, na época aluno do colégio Monte-Sión. Diz-se que santo Alonso entusiasmou e encorajou Pedro a viajar algum dia para a América. Como se sabe, Pedro foi o santo protetor dos escravos em Cartagena das Índias, na América. Por causa dessas coisas de Deus, os dois jesuítas seriam canonizados no mesmo ano, 1888.

A oração é capaz de abrir todas as portas

Alonso aproveitava as horas de trabalho na portaria para rezar. Na verdade, uma de suas orações favoritas era o santo terço, que ele rezava várias vezes ao dia. Alonso teve até visões do Céu e da Virgem Maria, que lhe aparecia – a Ela se confiava sempre para o proteger do mal – para ouvi-lo e dar-lhe consolo. Se em alguma ocasião caísse em tentação, Alonso passava pela imagem da Virgem e lhe dizia: “Sancta Maria, Mater Dei, memento mei” [Santa Maria, Mãe de Deus, lembra-te de mim].

Certa vez, perguntaram a santo Alonso por que ele não era mais duro e áspero com as pessoas chatas que frequentavam a escola. Ele respondeu: “Jamais poderemos tratar Jesus, que se disfarça de próximo, com aspereza ou grosseria”.

Santo Alonso Rodríguez morreu em 31 de outubro de 1617.

 

Liturgia das Horas: Laudes (2ªss.5ª) 30/10/25

quarta-feira, 29 de outubro de 2025

October 29, 2025 General Audience- Pope Leo XIV

 

 

LEÃO XIV

AUDIÊNCIA GERAL

Praça de São Pedro
Quarta-feira, 29 de outubro de 2025


Catequese por ocasião do 60º aniversário da Declaração conciliar Nostra aetate

Estimados irmãos e irmãs, peregrinos na fé e representantes das diferentes tradições religiosas! Bom dia, bem-vindos!

No centro da reflexão de hoje, nesta Audiência geral dedicada ao diálogo inter-religioso, desejo colocar as palavras do Senhor Jesus à samaritana: «Deus é espírito, e aqueles que o adoram devem adorá-lo em espírito e verdade» (Jo 4, 24). No Evangelho, este encontro revela a essência do autêntico diálogo religioso: um intercâmbio que se estabelece quando as pessoas se abrem umas às outras com sinceridade, escuta atenta e enriquecimento recíproco. É um diálogo que nasce da sede: a sede de Deus pelo coração humano e a sede humana de Deus. No poço de Sicar, Jesus supera as barreiras de cultura, género e religião. Convida a samaritana a uma nova compreensão do culto, que não se limita a um lugar em particular – “nem nesta montanha, nem em Jerusalém” – mas que se realiza em Espírito e verdade. Este momento capta o núcleo do diálogo inter-religioso: a descoberta da presença de Deus, além de todas as fronteiras, e o convite a procurá-lo juntos com reverência e humildade.

Há sessenta anos, no dia 28 de outubro de 1965, o Concílio Vaticano II, com a promulgação da Declaração Nostra aetate, abriu um novo horizonte de encontro, respeito e hospitalidade espiritual. Este Documento luminoso ensina-nos a encontrar os seguidores de outras religiões não como estranhos, mas como companheiros de viagem no caminho da verdade; a honrar as diferenças, afirmando a nossa humanidade comum; e a discernir, em qualquer busca religiosa sincera, um reflexo do único Mistério divino que abraça toda a criação.

Em particular, não devemos esquecer que a primeira orientação da Nostra aetate foi para o mundo judaico, com o qual São João XXIII tencionava restabelecer a relação original. Assim, pela primeira vez na história da Igreja, devia adquirir forma um tratado doutrinal sobre as raízes judaicas do cristianismo que, nos planos bíblico e teológico, representasse um ponto de não retorno. «O povo do Novo Testamento está espiritualmente ligado à descendência de Abraão. Com efeito, a Igreja de Cristo reconhece que os primórdios da sua fé e eleição já se encontram, segundo o mistério divino da salvação, nos patriarcas, em Moisés e nos profetas» (NA, 4). Assim a Igreja, «lembrada do seu comum património com os judeus, e levada não por razões políticas, mas pela religiosa caridade evangélica, deplora todos os ódios, perseguições e manifestações de antissemitismo, seja qual for o tempo em que isto sucedeu e seja quem for a pessoa que isto promoveu contra os judeus» (ibid.). Desde então, todos os meus predecessores condenaram o antissemitismo com palavras claras. E assim também eu confirmo que a Igreja não tolera o antissemitismo e o combate, por causa do próprio Evangelho.

Hoje podemos olhar com gratidão para tudo o que foi realizado no diálogo judaico-católico nestas seis décadas. Isto não se deve apenas ao esforço humano, mas à assistência do nosso Deus que, segundo a convicção cristã, é em si mesmo diálogo. Não podemos negar que neste período houve também desentendimentos, dificuldades e conflitos que, no entanto, nunca impediram a continuação do diálogo. Também hoje não devemos permitir que as circunstâncias políticas e as injustiças de alguns nos desviem da amizade, sobretudo porque até agora conseguimos realizar muito.

O espírito da Nostra aetate continua a iluminar o caminho da Igreja. Ela reconhece que todas as religiões podem refletir «um raio da verdade que ilumina todos os homens» (n. 2) e procuram respostas para os grandes mistérios da existência humana, de tal modo que o diálogo deve ser não apenas intelectual, mas profundamente espiritual. A Declaração convida todos os católicos – bispos, clero, pessoas consagradas e fiéis leigos – a participar sinceramente no diálogo e na colaboração com os seguidores de outras religiões, reconhecendo e promovendo tudo o que é bom, verdadeiro e santo nas suas tradições (cf. ibid.). Hoje isto é necessário em praticamente todas as cidades do mundo onde, devido à mobilidade humana, as nossas diversidades espirituais e de pertença são chamadas a encontrar-se e a conviver fraternalmente. A Nostra aetate recorda-nos que o verdadeiro diálogo afunda as suas raízes no amor, único fundamento da paz, da justiça e da reconciliação, ao mesmo tempo que rejeita com firmeza todas as formas de discriminação ou perseguição, afirmando a igual dignidade de todos os seres humanos (cf. NA, 5).

Portanto, caros irmãos e irmãs, sessenta anos após a Nostra aetate, podemos perguntar-nos: o que podemos fazer juntos? A resposta é simples: agir juntos. Mais do que nunca, o nosso mundo precisa da nossa unidade, amizade e colaboração. Cada uma das nossas religiões pode contribuir para aliviar o sofrimento humano e cuidar da nossa casa comum, o nosso planeta Terra. As nossas respetivas tradições ensinam a verdade, a compaixão, a reconciliação, a justiça e a paz. Devemos reafirmar o serviço à humanidade, em todos os momentos. Juntos, devemos vigiar contra o abuso do nome de Deus, da religião e do próprio diálogo, assim como contra os perigos representados pelo fundamentalismo religioso e pelo extremismo. Devemos abordar também o desenvolvimento responsável da inteligência artificial porque, se for concebida como alternativa ao humano, ela pode violar gravemente a sua dignidade infinita e neutralizar as suas responsabilidades fundamentais. As nossas tradições têm uma imensa contribuição a oferecer para a humanização da técnica e, por conseguinte, para inspirar a sua regulamentação, em defesa dos direitos humanos fundamentais.

Como todos nós sabemos, as nossas religiões ensinam que a paz começa no coração do homem. Neste sentido, a religião pode desempenhar um papel essencial. Devemos restituir a esperança à nossa vida pessoal, às nossas famílias, bairros, escolas, aldeias, países e ao nosso mundo. Esta esperança fundamenta-se nas nossas crenças religiosas, na convicção de que um mundo novo é possível.

Há sessenta anos, a Nostra aetate trouxe esperança ao mundo depois da segunda guerra mundial. Hoje somos chamados a refundamentar esta esperança no nosso mundo devastado pela guerra e no nosso ambiente natural degradado. Colaboremos, pois se estivermos unidos tudo é possível. Façamos com que nada nos divida. E, neste espírito, desejo manifestar mais uma vez a minha gratidão pela vossa presença e amizade. Transmitamos este espírito de amizade e colaboração também à geração futura, porque é o verdadeiro pilar do diálogo.

E agora, detenhamo-nos um momento em oração silenciosa: a oração tem o poder de transformar as nossas atitudes, pensamentos, palavras e ações.

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Saudações:

Saúdo cordialmente todos os peregrinos de língua portuguesa, em particular aqueles provenientes de Portugal e do Brasil. Queridos irmãos e irmãs, todo cristão é chamado a participar do esforço pela unidade, levando a esperança ao coração da sociedade. Nunca nos esqueçamos de que o verdadeiro relacionamento com o Senhor conduz sempre à paz e à concórdia. Deus vos abençoe!

* * *

APELO

Nestes dias abateu-se sobre a Jamaica o furacão “Melissa”, uma tempestade de poder catastrófico, provocando violentas inundações e, nestas horas, com a mesma força devastadora, atravessa Cuba. Milhares de pessoas ficaram desalojadas, enquanto que casas, infraestruturas e vários hospitais foram danificados. Asseguro a todos a minha proximidade, rezando por quantos perderam a vida, por aqueles que estão em fuga e pelas populações que, à espera do evoluir da tempestade, vivem momentos de ansiedade e preocupação. Encorajo as Autoridades civis a fazer tudo o que for possível e agradeço às comunidades cristãs, bem como às organizações de voluntariado, pela ajuda que continuam a prestar.

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Resumo da catequese do Santo Padre:

Hoje recordamos os 60 anos da Declaração Nostra Aetate, na qual se ensina que os fiéis de outras religiões são companheiros de viagem no caminho da verdade. O texto destaca as raízes hebraicas do cristianismo, renovando a condenação do antissemitismo. Explica, ainda, que a essência da amizade entre os credos nasce da sede de Deus e o seu núcleo é a consciência da divina presença para além de qualquer limite. O diálogo, profundamente espiritual, tem as suas raízes no amor, único fundamento da paz, da justiça e da reconciliação. Por isso, os cristãos valorizam tudo o que é bom, verdadeiro e santo nas outras religiões, recusando qualquer tipo de discriminação, para que, agindo juntos, se dê um grande contributo ao nosso tempo, combatendo os abusos, humanizando a tecnologia e promovendo a esperança e a paz.

60º aniversário da Nostra Aetate, 28 de outubro de 2025 – Papa Leão XIV

 

 

Papa: que as religiões sirvam para libertar o povo do preconceito, da ira e do ódio

No 60º aniversário da Nostra Aetate, o Pontífice recorda que “manter viva a esperança, o diálogo e o amor no coração do mundo” é tarefa sagrada de toda a humanidade.

Thulio Fonseca - Vatican News

"A Igreja Católica não rejeita nada de verdadeiro e santo que existe nessas religiões e que «refletem não raramente um raio da verdade que ilumina todos os homens» (n. 2). Ela considera-os com sincera reverência e convida os seus filhos e filhas, através do diálogo e da colaboração, a reconhecer, preservar e promover o que é espiritual, moral e culturalmente bom em todos os povos."

Essas palavras do Papa Leão XIV, proferidas durante seu discurso na noite desta terça-feira, 28 de outubro, na Sala Paulo VI, ecoaram como o fio condutor da celebração pelos sessenta anos da Declaração conciliar Nostra Aetate, dedicada às relações da Igreja com as religiões não cristãs. O evento, com o tema “Caminhar juntos na Esperança”, marcou o primeiro momento das comemorações e reuniu cerca de duas mil pessoas e oitenta representantes das principais tradições religiosas do mundo, do Judaísmo ao Islamismo, do Hinduísmo às religiões tradicionais africanas, acompanhados por um numeroso grupo de crianças.

O Santo Padre durante o encontro com diversos representantes de outras religiões
O Santo Padre durante o encontro com diversos representantes de outras religiões   (@Vatican Media)

A atmosfera foi de alegria e fraternidade. O encontro contou com apresentações artísticas que expressaram a diversidade espiritual e cultural dos povos: a tradicional dança Kandyan do Sri Lanka, o número indonésio Tiga Apsari, representando o encontro entre hinduísmo, catolicismo e islamismo; uma apresentação cultural da República Democrática do Congo; uma melodia tradicional judaica evocando a esperança do povo de Israel; e, por fim, uma coreografia contemporânea dos Estados Unidos intitulada “We are the new world” (“Somos o novo mundo”).

Aproximar dos outros com amor

Entre os momentos mais significativos do evento, destacaram-se os três testemunhos de fé e reconciliação: o do Mestre budista Hassin Tao, da Birmânia, fundador do Mosteiro Linjiu e do Museu das Religiões do Mundo em Taiwan; o da judia Sarah Bernstein, diretora do Centro Rossing em Jerusalém, empenhada na construção de pontes entre comunidades em conflito; e o dos jovens do projeto “Bel Espoir – MED25”, que navegam juntos pelo Mediterrâneo promovendo a paz e o encontro entre religiões.

O “diálogo autêntico”, como definiu o Papa, “não começa no meio-termo, mas na convicção, nas raízes profundas da nossa própria crença, que nos dão a força para nos aproximarmos dos outros com amor”.

O diálogo como caminho de esperança

Em seu discurso, Leão XIV também recordou que o documento Nostra Aetate, promulgado pelo Concílio Vaticano II em 1965, “plantou uma semente de esperança para o diálogo inter-religioso”, que ao longo de seis décadas cresceu e “se tornou uma árvore majestosa, cujos ramos oferecem refúgio e produzem frutos de amizade, cooperação e paz”.

“O diálogo não é uma tática nem um instrumento, mas um modo de viver, um caminho do coração que transforma todos os seus protagonistas, tanto quem escuta quanto quem fala”, afirmou o Papa, sublinhando que quando “percorremos este caminho não abandonamos a nossa própria fé, mas permanecemos mais firmes nela.” O Pontífice lembrou ainda o exemplo daqueles que “deram a vida pelo diálogo”, chamando-os de mártires e convidando todos os presentes a recordá-los com gratidão.

Papa Leão XIV durante o encontro na Sala Paulo VI
Papa Leão XIV durante o encontro na Sala Paulo VI   (@Vatican Media)

“Manter vivo o amor”

Leão XIV sublinhou que a mensagem da Nostra Aetate permanece “mais urgente que nunca”, especialmente em um mundo “onde se erguem novamente muros entre nações, religiões e até entre vizinhos”. “O estrondo da guerra, as feridas da pobreza e o clamor da terra nos lembram de quão frágil ainda é nossa família humana”, disse o Papa. “Como líderes religiosos, guiados pela sabedoria de nossas respectivas tradições, compartilhamos uma responsabilidade sagrada: ajudar nosso povo a libertar-se das correntes do preconceito, da ira e do ódio; ajudá-lo a elevar-se acima do egoísmo e da autorreferencialidade; ajudá-lo a vencer a ganância que destrói tanto a alma humana quanto a terra.”

Em referência ao Jubileu da Esperança, que a Igreja celebra neste ano, o Papa afirmou que “a esperança e a peregrinação são realidades comuns a todas as tradições religiosas” e convidou todos a “caminhar juntos na esperança”:

“Quando o fazemos, algo de belo acontece: os corações abrem-se, as pontes são construídas e novos caminhos surgem onde parecia impossível. Esta não é a obra de uma religião, de uma nação ou mesmo de uma geração. É uma tarefa sagrada para toda a humanidade — manter viva a esperança, manter vivo o diálogo e manter vivo o amor no coração do mundo.”

O poder da oração 

O Santo Padre enfatizou que "neste momento crucial da história, foi-nos confiada uma grande missão: despertar em todos os homens e mulheres o seu sentido de humanidade e do sagrado. É precisamente por isso, meus amigos, que nos reunimos neste lugar, assumindo como líderes religiosos a grande responsabilidade de levar esperança a uma humanidade que muitas vezes é tentada pelo desespero". O encontro foi encerrado com um momento de oração silenciosa, durante o qual o Santo Padre convidou todos a pedir “que a paz desça sobre nós e preencha os nossos corações.”

“A oração tem o poder de transformar nossos corações, nossas palavras, nossas ações e o nosso mundo”, concluiu o Papa Leão XIV, recordando as palavras de São João Paulo II em Assis, em 1986: “Se o mundo deve continuar, e os homens e mulheres devem sobreviver nele, o mundo não pode prescindir da oração.”

Leão XIV com as crianças do coral italiano
Leão XIV com as crianças do coral italiano   (@Vatican Media)

Leão XIV recorda as vítimas do furacão Melissa, na Jamaica

O Papa manifestou sua proximidade aos que foram atingidos pelo furacão Melissa, na Jamaica, definindo-o "uma tempestade catastrófica que está causando violentas inundações". O Pontífice encorajou "as autoridades civis a fazerem tudo o que for possível" e agradeceu "às comunidades cristãs, junto com as organizações de voluntários, pela ajuda que estão prestando".

Mariangela Jaguraba – Vatican News

No final da Audiência Geral, desta quarta-feira (29/10), realizada na Praça São Pedro, o Papa Leão XIV recordou as vítimas do furacão Melissa que chegou à Jamaica pelo noroeste do país.

Nos últimos dias, o furacão Melissa atingiu a Jamaica, uma tempestade catastrófica que está causando violentas inundações. Atualmente, está atravessando Cuba com uma força devastadora. Milhares de pessoas foram deslocadas, enquanto casas, infraestrutura e vários hospitais foram danificados.

O Santo Padre assegura sua "proximidade, reza por aqueles que perderam a vida, por aqueles que estão fugindo e pelas populações que, à espera do desenrolar da tempestade, estão vivendo momentos de ansiedade e preocupação".

Encorajo as autoridades civis a fazerem tudo o que for possível e agradeço às comunidades cristãs, junto com as organizações de voluntários, pela ajuda que estão prestando.

Devastação causada pela passagem do furacão Melissa, em Kingston, na Jamaica
Devastação causada pela passagem do furacão Melissa, em Kingston, na Jamaica   (ANSA)

Danos causados ​​pelo furacão Melissa

O primeiro-ministro jamaicano, Andrew Holness, declarou a ilha uma "zona de desastre" após a passagem do furacão, que registrou ventos de até 300 quilômetros por hora. "Os relatos que recebemos até agora incluem danos a hospitais, danos significativos a propriedades residenciais, habitações e também a propriedades comerciais", disse Holness, descrevendo os "impactos devastadores" do furacão. A tempestade, segundo o vice-presidente do Conselho Jamaicano para Gestão de Riscos de Catástrofes, Desmond McKenzie, danificou quatro hospitais e deixou um sem energia, obrigando as autoridades a evacuar 75 pacientes. Mais de meio milhão de pessoas ficaram sem energia elétrica ontem à noite. A tempestade foi considerada responsável pela morte de sete pessoas no Caribe, incluindo três na Jamaica, três no Haiti e uma na República Dominicana, onde outra pessoa continua desaparecida.

 

 

Homilia Diária | Quarta-feira-feira da 30ª Semana Tempo Comum (29/10/2025)

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O Papa: educar é promover a dignidade, justiça e confiança num mundo em conflito

A Carta Apostólica "Desenhar novos mapas de esperança" foi publicada nesta terça-feira, 28 de outubro, por ocasião do 60° aniversário da Declaração Conciliar "Gravissimum Educationis", documento que Leão XIV relança e integra aos desafios atuais. Reitera a necessidade da formação integral da pessoa, irredutível a um algoritmo, e destaca a família como o principal lugar da educação. Incentivado o trabalho em rede.

Antonella Palermo – Vatican News

Considerando os milhões de crianças em todo o mundo ainda sem acesso à educação primária e as dramáticas emergências educacionais causadas por guerras, migrações, desigualdades e diversas formas de pobreza, como a educação cristã é interpelada? Estas são apenas algumas das questões que o Papa Leão XIV aborda em sua Carta Apostólica "Desenhar novos mapas de esperança", assinada na segunda-feira, 27 de outubro, e divulgada nesta terça-feira, 28, por ocasião do 60º aniversário da Declaração Conciliar Gravissimum Educationis. Um texto, enfatiza Leão XIV, que, no atual ambiente educacional complexo, fragmentado e digitalizado, "não perdeu sua força" e, de fato, mostra "resiliência surpreendente".

"Essa mensagem que impele as comunidades educativas a construir pontes para oferecer, com criatividade, formação profissional e cívica nas escolas e universidades é, de fato, mais válida e urgente hoje do que nunca", afirma o Papa. A direção a seguir é, portanto, aquela já indicada no documento do Vaticano II, que deu origem a uma constelação de obras e carismas, um precioso patrimônio espiritual e pedagógico.

É impressionante o dinamismo que permeia a Carta de Leão XIV, que convida a usar sempre os carismas educativos como resposta "original" às necessidades de cada época. Citando Santo Agostinho — que compreendeu que o mestre autêntico inspira o desejo da verdade, educa para a liberdade de ler os sinais e escutar a voz interior, o Pontífice menciona a contribuição que amadureceu neste campo ao longo dos séculos: do Monaquismo, capaz de levar adiante esta tradição mesmo nos lugares mais remotos, à obra das Ordens Mendicantes e à Ratio Studiorum, que fundiu as vertentes da escolástica e da espiritualidade inaciana. Recorda, em seguida, a experiência de São José de Calasanz com as escolas gratuitas para os pobres; a de São João Batista de La Salle, com a sua atenção aos filhos dos camponeses e dos operários, aos quais se dedicariam os Irmãos das Escolas Cristãs; e, ainda, o compromisso de São Marcelino Champagnat com a superação de toda discriminação na educação; e o compromisso histórico de São João Bosco com seu "método preventivo". O Papa não deixa de mencionar a coragem de muitas mulheres que, ele lembra, abriram portas para meninas, migrantes e os últimos: Vicenza Maria López y Vicuña, Francesca Cabrini, Giuseppina Bakhita, Maria Montessori, Katharine Drexel e Elizabeth Ann Seton.

A educação cristã é um trabalho conjunto

O Papa faz questão de enfatizar a importância do "nós", reiterando que "ninguém educa sozinho": na comunidade educativa, o professor, o aluno, a família, quem trabalha na administração e serviço geral, pastores e sociedade civil convergem para gerar vida. A retomada do pensamento de São João Newman – que, justamente no contexto do Jubileu do Mundo Educativo, foi declarado co-padroeiro junto com Santo Tomás de Aquino – é particularmente pertinente aqui, explica o Papa, "para convidar a renovar o compromisso com um conhecimento tão intelectualmente responsável e rigoroso quanto profundamente humano". Destacando a vitalidade que precisa ser fomentada nos ambientes educativos, ele afirma que devemos "sair do superficial, recuperando uma visão empática e aberta". E acrescenta:

O desejo e o coração não devem ser separados do conhecimento: isso significaria quebrar a pessoa. A universidade e a escola católica são lugares onde as perguntas não são silenciadas e a dúvida não é banida, mas sim acompanhada.

Educar é uma tarefa de amor, recorda o Sucessor de Pedro, falando do ensino como "uma profissão de promessas", pois promete tempo, confiança, competência, justiça, misericórdia, a coragem da verdade e o bálsamo da consolação.

A pessoa não pode ser reduzida a um algoritmo

Em sua Carta Apostólica, Leão XIV reitera o conceito central contido no documento conciliar, que alerta contra toda redução da educação a "treinamento funcional ou instrumento econômico". Ele reitera que "uma pessoa não é um 'perfil de competências', não se reduz a um algoritmo previsível, mas um rosto, uma história, uma vocação". Ele insiste:

A educação não mede seu valor apenas pelo eixo da eficiência: ela o mede pela dignidade, pela justiça e pela capacidade de servir ao bem comum.

Reconstruir a confiança num mundo de conflito

Seguindo uma visão que não quer ser meramente nostálgica, mas uma profunda conexão com o presente, o texto do Papa Leão usa a metáfora das estrelas no firmamento para expressar que os princípios mencionados são "estrelas fixas" e "dizem que a verdade se busca em conjunto; que a liberdade não é um capricho, mas uma resposta; que a autoridade não é dominação, mas serviço". Daí a reafirmação de não construir muros, de educar para o mundo e para a concórdia entre indivíduos e povos:

A educação católica tem a tarefa de reconstruir a confiança num mundo marcado por conflitos e pelo medo, lembrando que somos filhos, não órfãos: dessa consciência nasce a fraternidade.

Entrelaçar fé, cultura e vida

A ênfase na centralidade da pessoa na educação — como o Papa Francisco também enfatizou na Jornada Mundial da Juventude em Lisboa — leva o Pontífice a uma lembrança pessoal que o remete à sua missão no Peru, à "querida diocese de Chiclayo". Ele relata uma visita à Universidade Católica São Toríbio de Mogrovejo, onde tranquilizou a comunidade acadêmica: "Não se nasce profissionais", disse ele na época, "todo percurso universitário se constrói passo por passo, livro por livro, ano por ano, sacrifício após sacrifício". Volta novamente o modo de conceber as escolas católicas, por um lado, e o corpo docente, por outro, reconhecendo que as atualizações técnicas por si só não bastam para acompanhar os tempos, mas sempre é necessário o discernimento:

As escolas católicas são ambientes onde fé, cultura e vida se entrelaçam. Não são simplesmente instituições, mas ambientes vivos onde a visão cristã permeia cada disciplina e cada interação. Os educadores são chamados a uma responsabilidade que vai além do contrato de trabalho: seu testemunho é tão valioso quanto suas aulas. Portanto, a formação de professores — científica, pedagógica, cultural e espiritual — é crucial.

Formar rede: a família continua sendo o principal lugar da educação

A expressão "aliança educativa", recorrente em toda a Carta, é emblemática para ressaltar que a família não pode ser substituída por outras instâncias educativas: trata-se de colaboração e da consciência de que a prioridade da educação reside neste núcleo. Escuta, intencionalidade e responsabilidade compartilhada são necessárias: "É esforço e bênção: quando funciona, inspira confiança; quando falta, tudo se torna mais frágil". Além disso, o próprio Concílio coloca essa responsabilidade dos pais na base de uma educação saudável. Se o mundo está interligado, a educação também deve estar, promovendo a participação em todos os níveis e abandonando as rivalidades, herança do passado, e unindo todos os esforços para uma convergência saudável e frutífera entre escolas paroquias e colégios, universidades e institutos superiores, centros de formação profissional, movimentos, plataformas digitais, iniciativas de aprendizagem-serviço e pastoral escolar, universitária e cultural. O que conta, segundo a visão do Papa Leão, é coordenar a pluralidade de carismas para compor uma estrutura "coerente e frutífera", aproveitando ao máximo as diferenças metodológicas e estruturais, que devem ser consideradas recursos, não fardos.

O futuro exige que aprendamos a colaborar mais, a crescer juntos.

A educação católica une a justiça social e ambiental

O objetivo do qual não devemos nos desviar é a formação integral da pessoa, na qual a fé seja considerada não "uma matéria a mais", mas "o sopro que oxigena todas as outras matérias". Somente assim, especifica a Carta, a educação católica pode se tornar o "fermento" para um humanismo integral que aborde as questões do nosso tempo. E o nosso tempo, infelizmente, marcado em muitas partes pela guerra, exige precisamente uma educação para a paz, que não é a ausência de conflito, mas "uma força suave que rejeita a violência. Uma educação para a paz 'desarmada e desarmante' ensina a depor as armas da palavra agressiva e do olhar crítico, para aprender — enfatiza o Bispo de Roma — a linguagem da misericórdia e da justiça reconciliada".

Esquecer a nossa humanidade comum gerou divisões e violência; e quando a Terra sofre, os pobres sofrem ainda mais. A educação católica não pode ficar calada: deve unir justiça social e justiça ambiental, promover a sobriedade e estilos de vida sustentáveis ​​e formar consciências capazes de escolher não apenas o que é conveniente, mas também o que é certo.

As tecnologias devem servir à pessoa, não substituí-la

Enquanto Leão XIV, novamente inspirando-se no Vaticano II, alerta para o risco de "subordinar a educação ao mercado de trabalho e à lógica muitas vezes rígida e desumana das finanças", em relação à tecnologia, ele envia uma mensagem clara:

Devem enriquecer o processo de aprendizagem, não empobrecer relações e comunidades. Uma universidade e escola católicas sem visão correm o risco de uma eficiência sem alma, de uma padronização do conhecimento, que se torna empobrecimento espiritual.

Em particular, o Papa afirma que "nenhum algoritmo pode substituir o que torna humana a educação: a poesia, a ironia, o amor, a arte, a imaginação, a alegria da descoberta e até mesmo a educação ao erro como oportunidade de crescimento". E acrescenta, entrando no cerne do debate público contemporâneo, que "a inteligência artificial e os ambientes digitais devem ser orientados para a proteção da dignidade, da justiça e do trabalho; devem ser regidos por critérios de ética pública e participação; devem ser acompanhados por uma reflexão teológica e filosófica adequada".

Menos cátedra e mais mesas onde se sentar juntos, sem hierarquias inúteis

Seguindo o legado profético do Papa Francisco, portanto, com a Carta "Traçar novos mapas de esperança", o Papa Leão acrescenta três prioridades aos sete percursos já delineados por seu antecessor no Pacto Educativo Global:

A primeira diz respeito à vida interior: os jovens exigem profundidade; são necessários espaços de silêncio, discernimento e diálogo com a consciência e com Deus. A segunda diz respeito ao digital humano: educamos para o uso sábio da tecnologia e da IA, colocando a pessoa à frente do algoritmo e harmonizando a inteligência técnica, emocional, social, espiritual e ecológica. A terceira diz respeito à paz desarmada e desarmante: educamos para linguagens não violentas, reconciliação, pontes, não muros; "Bem-aventurados os que promovem a paz" (Mt 5,9) torna-se o método e o conteúdo da aprendizagem.

Menos oposições estéreis, mais sinfonia do Espírito

O pedido final da Carta é para desarmar as palavras, elevar o olhar e proteger o coração. O mandato à comunidade educativa, no entanto, não ignora os desafios: "a hiperdigitalização pode destruir a atenção; a crise das relações pode ferir a psique; a insegurança social e a desigualdade podem apagar o desejo". Precisamente neste contexto atual, são necessárias "qualidade e coragem", a serem praticadas em vista de uma inclusão cada vez maior, que não seja indiferente à pobreza e à fragilidade, porque, sublinha o Papa, "a gratuidade evangélica não é retórica: é um estilo de relação, um método e um objetivo". Se assim não fosse, se perderiam os pobres, mas:

Perder os pobres equivale a perder a própria escola.

 

Oito coisas que talvez não sabia sobre o popular são Judas Tadeu


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São Judas Tadeu é um dos santos mais populares e queridos entre os católicos devido aos inúmeros “favores” que seus devotos asseguram ter conseguido por meio da sua intercessão. Confira a seguir, oito coisas que talvez não sabia sobre São Judas Tadeu, o conhecido padroeiro das causas impossíveis.

1. Tadeu significa “magnânimo”

A tradição na Igreja conhece este apóstolo como Judas Tadeu. Os Evangelistas São Mateus e São Marcos o nomeiam simplesmente “Tadeu” (Mt 10, 3; Mc 3, 18) e Lucas o denomina “Judas, irmão de Tiago” (Lc 6, 16; At 1, 13). Judas significa “Deus seja louvado”.

Não sabemos exatamente de onde provém o segundo nome Tadeu, provavelmente vem do aramaico “taddà”, isto é “peito” e, portanto, significaria “magnânimo”. Ou talvez surgiu da abreviação de um nome grego como “Teodoro, Teódoto”.

2. Era primo de Jesus

Algumas pessoas afirmam que São Judas Tadeu era irmão do apóstolo são Tiago, filho de Alfeu (Cleofas), o qual era irmão de São José. Segundo o documento publicado pela Congregação para o Clero, Cleofas se casou com Maria de Cleofas, depois de enviuvar de seu primeiro matrimônio do qual nasceu são Judas Tadeu.

Esta outra Maria era a “irmã” da Virgem Maria que estava ao pé da cruz (Jo 19,25). Portanto, são Tiago Menor e Judas seriam primos de Jesus e sobrinhos de São José e da Santíssima Virgem. Entretanto, não conseguiram comprovar se Maria de Cleofas era “irmã” de sangue da Virgem Maria ou somente sua cunhada porque nesse tempo se chamava “irmãos” os parentes em geral.

3. Parecia muito com Jesus

São Judas Tadeu normalmente é representado com uma medalha no peito, com o rosto de Cristo impresso. Isto acontece porque se parecia com Jesus fisicamente e também espiritualmente. Além disso, o santo carrega uma chama de fogo na cabeça a qual manifesta que recebeu o Espírito Santo em Pentecostes.

Outros escultores o mostram levando uma Bíblia em referência ao livro que leva seu nome. Em sua mão aparece uma machadinha, referente ao seu martírio, ou um cajado como símbolo das grandes distâncias que percorria enquanto pregava.

4. Morreu mártir junto com são Simão

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São Judas Tadeu pregou primeiro na Judeia, em seguida foi para a Mesopotâmia e finalmente a Pérsia, lugar no qual se reuniu com o apóstolo São Simão e juntos combateram as heresias de Zaroes e Arfexat, dois sacerdotes pagãos que levantaram o povo contra as obras dos apóstolos. Ambos os apóstolos receberam juntos a coroa do martírio e, por isso, a Igreja os celebra no mesmo dia. As relíquias dos santos estão em um altar da Basílica de São Pedro no Vaticano.

5. Teve uma visão de Jesus antes de morrer

Antes de morrer, são Judas olhou para são Simão e lhe disse que viu o Senhor que os chamava para Ele. Segundo a antiga tradição, mataram São Simão cortando seu corpo em dois e cortaram a cabeça de são Judas Tadeu com uma machadinha. A Igreja no ocidente celebra o seu dia em 28 de outubro.

6. É padroeiro das causas impossíveis

Santa Brígida da Suécia, mística e padroeira da Europa, escreveu que um dia Jesus lhe recomendou que quando quisesse obter certos favores, deveria pedir pela intercessão de são Judas Tadeu. Por esta razão, é considerado padroeiro das causas impossíveis, assim como Santa Rita de Cássia.

7. Tem uma epístola na Bíblia

A Epístola ou Carta de Judas faz parte do Novo Testamento e é atribuída a são Judas Tadeu. Foi escrita em grego entre os anos 62 e 65, antes da queda de Jerusalém. Foi escrita por Judas, irmão de são Tiago, e não está dirigida a ninguém, nem a alguma Igreja em particular.

Através dela, repreende os falsos mestres e convida todos a manterem a pureza da fé. A carta termina com uma bela oração (Jd 1, 25) que diz: “Ao Deus único, Salvador nosso, por Jesus Cristo, Senhor nosso, sejam dadas glória, magnificência, império e poder desde antes de todos os tempos, agora e para sempre. Amém”.

8. A Igreja não avaliza as polêmicas correntes de oração

Normalmente, circulam pela Internet e em papéis deixados nas casas ou nos templos, uma suposta “corrente ou Novena Milagrosa a São Judas Tadeu”, a qual exige que o conteúdo seja compartilhado a um número determinado de pessoas e dentro de um período de tempo para obter bênçãos e ameaça com males aqueles que não o façam. A origem é desconhecida, mas a Igreja não avaliza estas iniciativas.