quarta-feira, 22 de outubro de 2025

Bispos criticam facilitação do acesso à fertilização in vitro promovida por Trump


Fertilização in vitro ??
Fertilização in vitro. Imagem referencial. | Rohane Hamilton/Shutterstock
 

Bispos nos EUA estão criticando o esforço do presidente Donald Trump para aumentar o acesso à fertilização in vitro (FIV) no país. O tratamento de fertilidade, que resulta na morte de mais embriões humanos do que gera bebês, é contrário à doutrina da Igreja .

Trump anunciou em 16 de outubro que o governo dos EUA firmou um acordo com uma empresa farmacêutica para reduzir o custo de alguns medicamentos de fertilização in vitro e que a Administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA (FDA, na sigla em inglês) está trabalhando para agilizar a revisão de um novo medicamento. A FDA é um órgão federal dos EUA que tem função similar à da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) no Brasil.

A fertilização in vitro (FIV) é um tratamento de fertilidade no qual médicos fundem espermatozoides e óvulos em laboratório para criar embriões humanos a serem implantados no útero da mãe. Milhões de embriões excedentes não implantados são destruídos ou usados em pesquisas científicas. Alguns ficam congelados por tempo indeterminado.

“Rejeitamos veementemente a promoção de procedimentos como a fertilização in vitro que... congelam ou destroem seres humanos preciosos e os tratam como coisa”, disseram três bispos numa declaração conjunta divulgada pela Conferência dos Bispos Católicos dos EUA (USCCB).

“Toda vida humana, nascida e por nascer, é sagrada e amada por Deus”, disseram os bispos. “Sem diminuir a dignidade das pessoas nascidas por fertilização in vitro, devemos reconhecer que as crianças têm o direito de nascer de um ato natural e exclusivo de amor conjugal, e não de uma intervenção tecnológica empresarial. E ações governamentais prejudiciais para expandir o acesso à fertilização in vitro não devem também levar pessoas de fé a serem cúmplices de seus males”.

Os bispos disseram também: “Continuaremos a revisar essas novas políticas e esperamos nos envolver mais com a administração e o Congresso, sempre proclamando a santidade da vida e do casamento”.

A declaração foi assinada pelo bispo de Winona-Rochester, Minnesota, EUA, Robert Barron, presidente do Comitê de Leigos, Matrimônio, Vida Familiar e Juventude da USCCB; pelo bispo de Fort Wayne-South Bend, Indiana, Kevin Rhoades, presidente do Comitê de Liberdade Religiosa da USCCB; e pelo bispo de Toledo, Ohio, Daniel Thomas, presidente do Comitê de Atividades Pró-Vida da USCCB.

O bispo de Arlington, Virgínia, Michael Burbidge, também divulgou uma declaração criticando a iniciativa de expandir a fertilização in vitro, tratamentos que classificou como "antiéticos e injustos".

“Deus é o autor e abençoa a vida de cada criança nascida de fertilização in vitro, assim como ele deseja o verdadeiro bem e prosperidade de todas as pessoas”, disse Burbidge, que já foi presidente do Comitê de Atividades Pró-Vida da USCCB.

“A dura realidade, no entanto, é que a fertilização in vitro subverte a dignidade dos pais, assim como a vida das crianças ainda não nascidas”, disse ele. “Toda criança nascida por meio de fertilização in vitro um dia descobrirá que tem muitos irmãos e irmãs desaparecidos, que, embora iguais em dignidade e direitos, foram concebidos, mas tiveram seu direito à vida deliberadamente negado. Isso ocorre porque muitos dos embriões gerados por qualquer processo de fertilização in vitro serão descartados, por serem considerados indesejáveis, ou congelados, por serem considerados desnecessários. Por sua natureza, a fertilização in vitro tanto cria quanto destrói vidas humanas”.

Reguladores também estão trabalhando para expandir opções para que os empregadores ofereçam cobertura de fertilidade para fertilização in vitro e tratamentos "que abordem as causas básicas da infertilidade".

Embora a fertilização in vitro seja contrária à doutrina da Igreja, alguns dos últimos tratamentos podem incluir opções compatíveis com as doutrinas católicas, como tecnologia de procriação natural, educação sobre fertilidade e tratamento médico.

Na declaração conjunta da USCCB, os bispos escreveram que estão "gratos" pelo fato de o governo dos EUA ter incluído tratamentos de fertilidade não relacionados à fertilização in vitro que dão "medicina reprodutiva restauradora abrangente e holística, que pode ajudar eticamente a abordar a infertilidade e suas causas subjacentes".

Do mesmo modo, Burbidge chamou a inclusão de “uma oportunidade bem-vinda para todos os empregadores, e especialmente para a Igreja e seus apostolados, de melhorar sua cobertura de saúde, oferecendo cobertura nova ou expandida para cuidados éticos de fertilidade”.

“Espero que, pela graça de Deus e com o tempo, todos os cristãos e pessoas de boa vontade, especialmente nossas autoridades civis, venham a encorajar e favorecer cuidados de fertilidade éticos e que afirmem a vida, que sejam propícios à verdadeira saúde e ao florescimento das famílias americanas”, escreveu Burbidge.

 (acidigital)

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