Caminhando
terça-feira, 19 de março de 2024
Hoje a Igreja celebra são José, modelo de pai e esposo
Por Redação central
19 de mar de 2024 às 05:00
São José teve o privilégio de ser esposo de Nossa Senhora, de criar o Filho de Deus e de ser a cabeça da Sagrada Família. É considerado patrono da Igreja Universal, de uma infinidade de comunidades religiosas e também da boa morte. Sua solenidade é celebrada hoje (19).
“José, filho de Davi, não temas receber Maria por esposa, pois o que nela foi concebido vem do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo de seus pecados” (Mt 1, 20-21), disse o anjo em sonhos ao “justo” são José.
São José é conhecido como o “santo do silêncio” porque não é conhecido por palavras pronunciadas por ele, mas sim por suas obras, sua fé e seu amor por Jesus e em seu santo matrimônio.
Conta a tradição que doze jovens pretendiam se casar com Maria e que cada um levava um bastão de madeira muito seca na mão. De repente, quando a Virgem tinha que escolher entre todos eles, o bastão de José milagrosamente floresceu. Por isso é representado com um ramo florescido.
Junto a Maria, São José também teve que sofrer a falta de pousada em Belém, ver o amor de sua vida dar à luz em um estábulo e ter de fugir ao Egito, como se fossem delinquentes, para que Herodes não matasse o menino. Mas, soube enfrentar tudo isto confiando na Providência de Deus.
Com seu ofício de carpinteiro, não pôde comprar os melhores presentes para seu filho Jesus ou garantir que recebesse a melhor educação, mas o tempo que dedicou para atendê-lo e ensinar-lhe sua profissão foram mais que suficientes para que o Senhor conhecesse o carinho de um pai, que também é capaz de deixar tudo para ir em busca do filho perdido.
O casto esposo de Maria é considerado também patrono da boa morte porque teve a sorte de morrer acompanhado e consolado por Jesus e Nossa Senhora. Foi declarado patrono da Igreja Universal pelo papa Pio IX em 1847.
Uma das que mais propagou a devoção a são José foi santa Teresa D’Ávila, que foi curada por sua intercessão de uma terrível enfermidade que quase a deixou paralisada e que era considerada incurável. A santa rezou com fé a são José e obteve a cura. Logo costumava repetir:
“Parece que outros santos têm especial poder para solucionar certos problemas. Mas, a são José, Deus concedeu um grande poder para ajudar em tudo”.
No final de sua vida, a santa carmelita ressaltou: “Durante 40 anos, a cada ano, na festa de são José, pedi uma graça ou favor especial e não me falhou nenhuma só vez. Eu digo aos que me escutam que façam o ensaio de rezar com fé a este grande santo e verão quão grandes frutos vão conseguir”.
(acidigital)
segunda-feira, 18 de março de 2024
ANGELUS (Texto)
PAPA FRANCISCO
ANGELUS
Praça São Pedro
Domingo, 17 de março de 2024
Queridos irmãos e irmãs, bom dia!
Hoje, quinto domingo da Quaresma, enquanto nos aproximamos da Semana Santa, Jesus diz-nos algo de importante no Evangelho (cf. Jo 12, 20-33): que na Cruz veremos a sua glória e a do Pai (cf. vv. 23.28).
Mas como é possível que a glória de Deus se manifeste precisamente ali, na Cruz? Poder-se-ia pensar que isto acontece na ressurreição, não na cruz, que é uma derrota, um fracasso! Pelo contrário, hoje Jesus, falando da sua paixão, diz: «Chegou a hora de o Filho do Homem ser glorificado» (v. 23). O que nos quer dizer?
Quer dizer-nos que a glória, para Deus, não corresponde ao sucesso humano, à fama ou à popularidade; a glória, para Deus, não tem nada de autorreferencial, não é uma exibição grandiosa de poder seguida de aplausos do público. Para Deus, a glória é amar até ao ponto de dar a vida. Glorificar-se, para ele, significa doar-se, tornar-se acessível, oferecer o seu amor. E isto aconteceu de forma culminante na Cruz, precisamente ali, onde Jesus manifestou ao máximo o amor de Deus, revelando plenamente o seu rosto de misericórdia, dando-nos a vida e perdoando os seus crucificadores.
Irmãos e irmãs, da Cruz, “cátedra de Deus”, o Senhor ensina-nos que a verdadeira glória, aquela que nunca tem fim e que nos torna felizes, é feita de dom e perdão. Dom e perdão são a essência da glória de Deus. E são para nós o caminho da vida. Dom e perdão: critérios muito diferentes dos que vemos à nossa volta, e também em nós, quando pensamos na glória como algo a receber e não a dar; como algo a possuir e não a oferecer. Não, a glória mundana passa e não deixa alegria no coração; nem conduz ao bem de todos, mas à divisão, à discórdia, à inveja.
Assim, podemos perguntar-nos: qual é a glória que desejo para mim, para a minha vida, que sonho para o meu futuro? A de impressionar os outros com as minhas proezas, as minhas capacidades, as coisas que possuo? Ou o caminho do dom e do perdão, o caminho de Jesus Crucificado, o caminho de quem não se cansa de amar, confiante de que isto testemunha Deus no mundo e faz resplandecer a beleza da vida? Que glória quero eu para mim? Pois recordemos que, quando doamos e perdoamos, a glória de Deus resplandece em nós. Precisamente nisto: quando doamos e perdoamos.
A Virgem Maria, que seguiu Jesus com fé na hora da Paixão, nos ajude a ser reflexos vivos do amor de Jesus.
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Depois do Angelus
Amados irmãos e irmãs!
Recebi com alívio a notícia de que um professor e quatro dos seis religiosos do Instituto Frères du Sacré-Cœur raptados no passado dia 23 de fevereiro foram libertados no Haiti. Apelo à libertação, o mais rapidamente possível, dos outros dois religiosos e de todos aqueles que ainda se encontram sequestrados naquele amado país, provado por tanta violência. Convido todos os atores políticos e sociais a abandonar qualquer interesse particulare e se empenhar-se num espírito de solidariedade na busca do bem comum, apoiando uma transição pacífica para um país que, com a ajuda da comunidade internacional, seja dotado de sólidas instituições capazes de restabelecer a ordem e a tranquilidade entre os seus cidadãos.
Continuemos a rezar pelas populações martirizadas pela guerra, na Ucrânia, na Palestina e em Israel, no Sudão. E não esqueçamos a Síria, um país que sofre há tanto tempo com a guerra.
Saúdo todos vós que viestes de Roma, de Itália e de muitas partes do mundo. Saúdo, em particular, os estudantes espanhóis da rede de residências universitárias “Camplus”, os grupos paroquiais de Madrid, Pescara, Chieti, Locorotondo e da paróquia de San Giovanni Leonardi em Roma. Saúdo a Cooperativa Sociale San Giuseppe de Como, as crianças de Perugia, os jovens de Bolonha a caminho da Profissão de Fé, os crismandos de Pavia, Iolo di Prato e Cavaion Veronese.
Acolho com alegria os participantes na Maratona de Roma, tradicional festa do desporto e da fraternidade. Também este ano, por iniciativa da Athletica Vaticana, muitos atletas estão a participar nas “estafetas da solidariedade”, tornando-se testemunhas de partilha.
E desejo a todos bom domingo. Por favor, não vos esqueçais de rezar por mim. Bom almoço e até à vista!
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SANTO DO DIA: São Cirilo de Jerusalém, doutor da Igreja e príncipe dos catequistas
Origens
São Cirilo de Jerusalém nasceu
por volta do ano de 315 em Jerusalém ou em seus arredores. Pouco se
sabe sobre sua infância e juventude, além de que ele cresceu num lar
cristão, com uma vida financeira confortável. Recebeu uma sólida
formação nas Sagradas Escrituras e em matérias humanísticas.
Sacerdote aos 30 anos
Ordenado sacerdote em 345, aos
30 anos, ele foi sagrado bispo de Jerusalém apenas três anos mais tarde,
em 348. São Cirilo de Jerusalém viveu numa época em que a Igreja do
Oriente estava envolvida em muitas controvérsias. São Cirilo precisou
enfrentar especialmente a heresia do arianismo. O arianismo basicamente
negava a consubstancialidade entre Jesus e Deus Pai, ou seja, segundo os
arianos, Jesus seria o filho de Deus, mas não o próprio Deus.
Escritos valiosos
São Cirilo deixou para a
Tradição da Igreja diversos escritos, mas os mais famosos deles são as
suas 24 catequeses, que estão entre os mais preciosos tesouros da
antiguidade cristã. Suas catequeses foram escritas como parte da
preparação dos catecúmenos para o batismo. Nela, incluem uma introdução,
dezoito catequeses aplicadas durante a Quaresma e cinco “catequeses
mistagógicas”, que foram ministradas durante a semana de Páscoa para
aqueles mesmos que receberam o batismo.
São Cirilo de Jerusalém e o rigor à Doutrina
Catequeses
As catequeses são marcadas pelo rigor em relação à doutrina. A grande
habilidade de São Cirilo em explicar conceitos complexos de forma
simples e direta, facilita o entendimento. A título exemplificativo,
vejamos como ele explica o significado da proclamação “Corações ao
alto!”, na quinta catequese mistagógica:
“Verdadeiramente, nesta hora mui tremenda, é preciso ter o coração no alto, junto de Deus, e não embaixo, na terra, nas coisas terrenas. Com autoridade, pois, o sacerdote ordena que, nesta hora, se abandonem todas as preocupações da vida e os cuidados domésticos e que se tenha o coração no céu, junto ao Deus benevolente.”
O capítulo das perseguições
A vida de São Cirilo não se
resumiu às suas brilhantes catequeses, ela foi também marcada por
polêmicas e perseguições justamente por causa do arianismo. Acácio, um
bispo muito influente na época, simpatizante do arianismo, teria nomeado
São Cirilo bispo de Jerusalém imaginando que fosse tê-lo como aliado na
defesa da heresia. Mantendo-se fiel à sã doutrina, São Cirilo foi
perseguido e acabou enfrentando por três vezes o exílio. A primeira vez
em 357, conforme disposto por um Sínodo em Jerusalém. A segunda em 360,
por obra direta de Acácio. O último exílio foi em 367, o seu mais longo
exílio, que durou 11 anos, por obra direta do imperador Valente, que
também era ariano.
Com a morte do imperador, em 378, São Cirilo pôde finalmente voltar para a sua sede episcopal em ânimo definitivo. Participou em 381, do Concílio Ecumênico de Constantinopla, onde foi firmado o símbolo Niceno-Constatinopolitano.
Proclamado Doutor da Igreja e o seu reflexo na atualidade
Páscoa
Em 386, provavelmente no dia 18 de março, São Cirilo morreu, aos 71 anos
de idade. Em meio a muitas acusações de heresia, São Cirilo permaneceu
fiel à Igreja de Cristo. Foi paciente nas perseguições e sua ortodoxia
foi reconhecida a tal ponto que em 1882 o Papa Leão XIII o proclamou
Doutor da Igreja.
Fontes de documentos atuais
Além disso, duas importantes constituições dogmáticas do Concílio Vaticano II, a Lumen Gentium e a Dei Verbum, foram inspiradas em seus escritos.
Sua repercussão na atualidade
São Cirilo de Jerusalém ajuda,
até hoje, cristãos de todo o mundo a mergulharem no mistério da fé, como
tão bem expressou o Papa Bento XVI:
O mistério que se deve desvendar é o desígnio de Deus, que se realiza através das ações salvíficas de Cristo na Igreja. Por sua vez, a dimensão mistagógica está acompanhada pela dos símbolos, que expressam a vivência espiritual que eles fazem “explodir”. Assim, a catequese de Cirilo, com base nas três componentes descritas – doutrinal, moral e, por fim, mistagógica –, resulta numa catequese global no Espírito. A dimensão mistagógica atua como síntese das duas primeiras, orientando-as para a celebração sacramental, na qual se realiza a salvação do homem todo. Trata-se, em definitivo, de uma catequese integral, que envolvendo corpo, alma e espírito permanece emblemática também para a formação catequética dos cristãos de hoje.
Exemplo de Vida e Oração
Ação de Deus
Olhando para a vida de São
Cirilo, encanta-nos o que o Espírito Santo pode realizar na vida de quem
se abre à graça de Deus: de um lado, um dom impressionante para
transmitir a fé e a sã doutrina, por meio de catequeses que continuam
atualíssimas até hoje; do outro lado, a paciência e a fortaleza para
viver perseguido e não se render, não ceder ao desânimo nem ao cansaço.
Mesmo que, imitando a Cristo, por tanto tempo não tenha tido um lugar
onde reclinar a cabeça.
Minha oração
“Ajudai-nos, São Cirilo de
Jerusalém, a buscarmos sempre mergulhar nos mistérios da fé, para que
vivamos uma fidelidade à toda prova ao que Cristo nos ensinou. Ensinai-nos
a suportar as perseguições, injúrias e falsas acusações com o coração
limpo, sem temor, sem ódio, olhando apenas para Cristo que, crucificado,
suportou muito mais perseguições, muito mais injúrias, muito mais
falsas acuações. São Cirilo
de Jerusalém, rogai por nós, para que sejamos fiéis a Deus como vós
fostes, para que defendamos a verdade como vós defendestes, para que nos
esforcemos para imitar a Cristo como vós imitastes.”
São Cirilo de Jerusalém, rogai por nós. Amém!
(acidigital)