domingo, 2 de maio de 2010



ATÉ BREVE






HOJE É O DIA DO SENHOR!





A Despedida


Na Liturgia desses domingos de Páscoa, podemos perceber a preocupação de Cristo em formar a sua Igreja, que continuará a obra de salvação iniciada por ele:

- As aparições no Cenáculo e na pesca milagrosa...

- A imagem do Rebanho, do qual Cristo é o Bom Pastor...


Hoje nos fala do espírito que deve animar a nova Comunidade:

O AMOR MÚTUO.


A 1a Leitura mostra o final da 1a viagem missionária de São Paulo,

na qual fundou e organizou novas comunidades cristãs. (At 14,21b-27)


Nela podemos notar 3 elementos:


- O Anúncio da Palavra até os confins da terra:

anunciar o seu amor e o seu desejo de salvação para toda a humanidade.

- Os Conflitos são superados:

Os sofrimentos são indispensáveis para entrar no Reino, mas confirmam a autenticidade da mensagem e possibilitam sentir a presença de Deus na caminhada da comunidade.

- A Organização das Comunidades:

Paulo cria uma Instituição de Dirigentes ("Presbíteros"),

que aparecem aqui pela primeira vez fora da Igreja de Jerusalém.

É um ministério para administrar, vigiar e defender a comunidade.

São Paulo escolhe diretamente, após uma preparação de oração e jejum...


A 2ª Leitura mostra o rosto final dessa Comunidade de chamados a viver no amor. (Ap 21.1-5a)


Deus veio morar conosco. Cabe à Comunidade cristã transformar

a Babilônia em que vivemos em Nova Jerusalém.

A Igreja deve ser um anúncio dessa comunidade escatológica,

essa "noiva" bela, que caminha com amor

ao encontro de Deus, o Amado.


No Evangelho, Jesus, ao se despedir dos discípulos,

deixa em testamento à comunidade o "MANDAMENTO NOVO:

"Amai-vos uns aos outros, como eu vos amei". (Jo 13,31-33a.34-35)


+ O AMOR MÚTUO:


- É SINAL da presença de Jesus na comunidade cristã.

Jesus continua sua presença e sua ação no amor mútuo dos discípulos.


- É o DISTINTIVO do verdadeiro cristão:

"Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos,

se tiverdes amor uns para com os outros".


- É um MANDAMENTO NOVO:

> Mandamento: não é apenas conselho... convite...

> Novo: "Amar o próximo como a si mesmo" já existia no Antigo Testamento

(Lev 19,18). Onde está a novidade?

- A novidade está na medida, no modelo desse amor:

"Como EU vos tenho amado..."


Amar como Jesus:

Nós amamos quem "merece ser amado"...

Jesus ama os pobres, os doentes, os marginalizados... até os algozes...

Ele nos amou até o fim... de modo infinito, sem limites...

"Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida por seus amigos".


Amar como Deus ama:

"Como o Pai me ama... assim também eu vos amo...!"

Com a grandeza do coração de Deus, à semelhança dele.

Amar como Deus ama! É o nosso desafio, a nossa vocação...

- Como amar o Pai sem amar os filhos?

Eles também são feitos à semelhança de Deus e como Deus devem amar.

Só quem ama, com as palavra e com a ação, é verdadeiro cristão...


+ O Distintivo da Nova Comunidade:

Os discípulos de Jesus não são os depositários de uma doutrina,

ou de uma ideologia, ou os observadores de leis,

ou os fiéis cumpridores de ritos:

Mas são aqueles que, pelo amor mútuo,

vão ser um sinal vivo do Deus que ama.

Pelo amor, serão no mundo Sinal do Pai.


A proposta cristã resume-se no amor.

O amor é o distintivo, que nos identifica;

quem não vive o amor, não integra a comunidade de Jesus.

O amor mútuo é a síntese de toda a Lei da Nova Aliança,

é o estatuto que fundamenta a Comunidade cristã.


A Comunidade de Jesus deve testemunhar

com gestos concretos o amor de Deus.

Deve também demonstrar que a utopia é possível

e que os homens podem ser irmãos.


- A nossa religião é a religião do amor,

ou é a religião das leis, das exigências, dos ritos externos?


- Em nossos gestos, as pessoas descobrem

a presença do Amor de Deus no Mundo?


Canto: amar como Jesus amou


Pe. Antônio Geraldo Dalla Costa -02.05.2010




sábado, 1 de maio de 2010

Palavra de Vida – maio de 2010

“Quem me ama será amado por meu Pai,

e eu o amarei e me manifestarei a ele.”

(Jo 14,21)




No último discurso de Jesus, é o amor que ocupa o centro: o amor do Pai pelo Filho, e o amor a Jesus, que consiste em cumprir os seus mandamentos.
Aqueles que escutavam Jesus não tinham dificuldades em reconhecer nas suas palavras um eco dos Livros sapienciais: “O amor é a observância de suas leis (Sb 6,18) e “facilmente é contemplada (a Sabedoria) por aqueles que a amam” (cf. Sb 6,12). E, sobretudo, o “manifestar-se a quem o ama” encontra um paralelo no Antigo Testamento em Sb 1,2, onde está escrito que o Senhor se manifestará àqueles que acreditam nele.
Ora, o sentido desta Palavra de Vida que propomos é: quem ama o Filho é amado pelo Pai, e é, por sua vez, também amado pelo Filho, que se manifesta a ele.

“Quem me ama será amado por meu Pai, e eu o amarei e me manifestarei a ele”.

Essa manifestação de Jesus, porém, exige que estejamos no amor.
Não é concebível um cristão que não tenha esse dinamismo, essa carga de amor no coração. Um relógio não funciona, não marca a hora – e nem se pode dizer que é um relógio – se estiver com a bateria descarregada. Assim, um cristão que não está sempre na disposição de amar não merece ser chamado de cristão.
Isso porque todos os mandamentos de Jesus se resumem em um único mandamento: o amor a Deus e ao próximo, em quem devemos reconhecer e amar Jesus.
O amor não é mero sentimentalismo: ele se traduz em vida concreta, no serviço aos irmãos – principalmente os que estão ao nosso lado –, começando pelas pequenas coisas, pelos serviços mais humildes.
Diz Charles de Foucauld: “Quando amamos alguém, estamos de verdade nele, estamos nele com o amor, vivemos nele com o amor, não vivemos mais em nós mesmos, somos “desprendidos” de nós mesmos, “fora de nós mesmos” (Charles de Foucauld, Scritti Spirituali, VII, Città Nuova, Roma 1975, p. 110).
E é por causa desse amor que uma luz abre caminho em nós, a luz de Jesus, segundo a sua promessa: “Quem me ama... me manifestarei a ele” (cf. Jo 14,21). O amor é fonte de luz: amando compreende-se melhor a Deus, que é amor.
E isso faz com que se ame ainda mais e se aprofunde o relacionamento com o próximo.
Essa luz, esse conhecimento amoroso de Deus é, portanto, a marca, a prova do verdadeiro amor. E ela pode ser experimentada de vários modos, porque em cada um de nós ela assume uma cor, uma tonalidade própria. Mas essa luz possui algumas características comuns em todas as pessoas: ela nos ilumina sobre a vontade de Deus, nos dá paz, serenidade e uma compreensão sempre nova da Palavra de Deus. É uma luz quente que nos estimula a caminhar na estrada da vida de modo cada vez mais rápido e seguro. Quando as sombras da existência tornarem o nosso caminho inseguro, e até mesmo quando ficarmos paralizados pela escuridão, essa Palavra do Evangelho nos lembrará que a luz se acende com o amor e que bastará um gesto concreto de amor, ainda que pequeno (uma oração, um sorriso, uma palavra), para nos dar aquele tanto de luz que nos permitirá seguir adiante.
Quando andamos de bicicleta à noite (nas bicicletas antigas, com dínamo), se pararmos de pedalar precipitaremos na escuridão; mas se recomeçarmos a pedalar, o dínamo produzirá a energia necessária para iluminar o caminho.
O mesmo acontece na nossa vida: basta reativarmos o amor, o amor verdadeiro, aquele que dá sem esperar nada em troca, para que se reacenda em nós a fé e a esperança.

Chiara Lubich