sábado, 31 de agosto de 2013

SEMANA DE ORAÇÃO PELA PAZ NA SÍRIA




 A AIS tencionava organizar uma campanha de oração pela Síria em Outubro, mês dedicado a Nossa Senhora e ao Rosário, mas com as notícias e decisões dos últimos dias, não podemos esperar: a urgência de lançar esta campanha é iminente. AGORA é o momento de rezar pelo povo Sírio e pela paz.

O Patriarca Greco-Católico Melquita de Antioquia, Gregório III Laham, sublinhou que apesar da realidade presente, as iniciativas de paz ainda são viáveis e deveria ser a prioridade máxima de todos os países envolvidos nesta crise.

Em resposta a este apelo, a AIS lançou uma campanha de oração durante a semana de 30 de Agosto a 6 de Setembro pela paz e reconciliação na Síria. A AIS acredita no poder da oração. Por esta razão, preparou um conjunto de textos para estes sete dias de oração. Convidamos as pessoas de todas as crenças a unir-se nesta campanha de oração pela paz neste país sofredor.

Nota: As frases em itálico chegam-nos da Síria. Nem sempre podemos citar a fonte, mas queremos transmitir a todos as suas palavras.

Oração pela Paz na Síria (para rezar todos os dias)

Deus de Compaixão, 
escuta o clamor do povo Sírio,
conforta os que sofrem violência,
consola os que choram os seus mortos.
Fortalece os países vizinhos para que acolham os refugiados.
Toca os corações dos que recorrem às armas
e protege os que trabalham pela paz. 
Deus da Esperança, 
inspira os líderes para que escolham a paz em vez da violência e para que procurem a reconciliação com os seus inimigos.
Inflama a compaixão na Igreja Universal para com o povo Sírio
e dá-nos esperança num futuro com base na justiça para todos.
Nós Te pedimos por Jesus Cristo, Príncipe da Paz e Luz do mundo.
Ámen.

PRIMEIRO DIA: Escuta o clamor do povo Sírio

O sofrimento já ultrapassou todos os limites. Toda a Síria se transformou num campo de batalha. Todos os aspectos da democracia, dos direitos humanos, da liberdade, da laicidade e da cidadania se perderam de vista e ninguém se preocupa. A crise já abateu milhares de milhares de soldados, opositores, civis, homens, mulheres, crianças, xeques muçulmanos e sacerdotes cristãos.

Patriarca Gregório III Laham da Igreja Greco-Católica Melquita

Rezemos pela paz na Síria. Rezemos para que as armas sejam silenciadas. Rezemos pelo fim de toda a violência e de todo o conflito armado. Rezemos, com o Santo Padre, todos juntos: Maria, Rainha da Paz, rogai pela Síria, rogai por nós.
SEGUNDO DIA: Conforta os que sofrem violência

Síria, um campo de batalha. Destruído o mundo laboral, a inocência das crianças, as famílias e os lares, as escolas, os lugares de culto, os hospitais... Uma tragédia cruel perante o olhar silencioso de tantos. Um país pequeno que carrega a dura e pesada imagem de Jesus com a Cruz. “Simão de Cirene” ainda tem de aparecer.
São 6,8 milhões de pessoas afectadas pelo conflito bélico na Síria. O tempo do silêncio está a aproximar-se... olhares silenciosos, cheios de lágrimas e de corações despedaçados, são uma linguagem que nos une ao Imaculado Coração de Maria aos pés da Cruz...

Por todos aqueles que sofrem por causa deste conflito bélico. Rezemos para que depois de tanto sofrimento e tantos horrores, não percam a esperança de alcançar uma solução pacífica e justa. Rezemos para que surjam muitos “Simão de Cirene”, dispostos a levar a cruz e a tornar esse peso mais leve. Maria, Rainha da Paz, rogai pela Síria, rogai por nós.
TERCEIRO DIA: Consola os que choram os seus mortos

A crise na Síria, que começou a 15 de Março de 2011, já roubou muitas vidas, demasiadas, e a política actual continua a transformar e a agravar a situação sem precedentes neste país.

A ONU informa: mais de 100.000 mortos. Perante este drama, as palavras têm pouco valor... 
As cidades são destruídas e os projectos de desenvolvimento estão nos cemitérios. Da Síria chega-nos um relato: Uma menina de seis anos brincava às escondidas com o irmão, quando um franco-atirador disparou contra ele... No cemitério, a menina gritava junto do túmulo do irmão: “Sai do teu esconderijo! Já não quero brincar mais!
Rezemos pelas vítimas desta guerra. Por todas e cada uma delas. Não são números, mas nomes, membros de uma família. São mães, pais, filhos e filhas. São nossos irmãos e irmãs, filhos de Deus criados à Sua imagem e semelhança. Rezemos para que se respeite e defenda o direito à vida de todas as pessoas. Maria, Rainha da Paz, rogai pela Síria, rogai por nós.
QUARTO DIA: Fortalece os países vizinhos para que acolham os refugiados

Segundo o ACNUR (Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados) actualmente existem 1.971.003 refugiados sírios, sobretudo na Turquia, Líbano, Iraque e Jordânia. Além disso, há muitos refugiados que não estão registrados por terem medo ou por estarem deslocados dentro do próprio país. Em cada segundo do dia tenho um único desejo: regressar à minha pátria. O meu coração está ferido. A única coisa que me prende aqui são os meus filhos. Mesmo que regressar significasse morrer, eu regressaria, lamenta-se, chorando, uma mãe de dois filhos refugiada na Turquia.

É impossível imaginar o futuro deste país, esta terra pacífica que outrora foi o lar de muitos refugiados do Médio Oriente: Nós fugimos do Iraque durante a guerra e fomos para a Síria. Tínhamos conseguido refazer as nossas vidas, mas há quase dois anos tivemos de fugir novamente para o Iraque. Aí o meu filho foi atingido por uma bala na cabeça enquanto jogava futebol. Sobreviveu, mas ficou paralisado, e a bala ficou alojada na cabeça. É uma cirurgia de risco. Chegámos à Turquia há dois meses. Uma família acolheu-nos na sua casa. Talvez aqui nos possam ajudar. 

No Líbano há mais de 700.000 refugiados. O Arcebispo, D. Darwish, escreve-nos: Há dez meses que estamos a ajudar. Começámos com dezanove famílias, mas o número aumentou drasticamente. Actualmente ajudamos 580 famílias. Se o conflito se complicar e a violência se propagar a todo o país, este número aumentará ainda mais.
Rezemos por todos aqueles que tiveram de abandonar as suas famílias, as suas casas, as suas terras e os seus bens. Por todos aqueles que têm fome e não têm um tecto para se abrigar. Rezemos pelos que vivem em campos de refugiados. Rezemos por todos os países que acolhem os deslocados, por todos aqueles que em todo o mundo oferecem ajuda, assistência e cuidados aos emigrantes e aos refugiados. Maria, Rainha da Paz, rogai pela Síria, rogai por nós.

QUINTO DIA: Toca os corações dos que recorreram às armas e protege os que trabalham pela paz

O mais dramático é a ausência de diálogo nos últimos três anos, a angústia e o desespero que se estão a apoderar deste povo...

Já lá vão mais de dois anos de combates e conflitos. Quem se lembra agora que, no início, o objectivo era combater a injustiça, a falta de liberdade e a opressão? As frentes opostas do conflito endureceram. O que começou por ser uma guerra civil tornou-se um tema internacional, mas de forma negativa. Os interesses económicos e geopolíticos estão a ganhar uma batalha há muito alheia aos interesses do povo Sírio: Faz com que acabe a guerra e que possamos voltar para casa! rezam as crianças sírias dia após dia. É só isso que querem. É só isso que desejam, que acabe a guerra.
Rezemos pelos líderes políticos do país e de todo o mundo, para que se decidam a procurar a paz e o bem do país, e para que deixem de pensar nos seus próprios interesses e poder. Rezemos pelos que trabalham pela paz, para aliviar a dor do povo Sírio, para secar as suas lágrimas, para que não se cansem de o fazer, apesar das ameaças internas e da indifrença do mundo.  Maria, Rainha da Paz, rogai pela Síria, rogai por nós.
SEXTO DIA: Inflama a compaixão na Igreja Universal para com o povo Sírio

Hoje rezamos principalmente pela minoria cristã na Síria (5,2%). Depois do Sínodo para o Médio Oriente (2010), os Cristãos queriam ser testemunhas activas do Evangelho no coração do mundo judaico-muçulmano. … A violência rapidamente sufocou os frutos deste Sínodo em muitos países.

A minoria cristã está sempre numa situação frágil, num status quo ambíguo: Quando há conflitos no mundo árabe, os Cristãos normalmente mantêm-se neutros: não apoiam o Governo, nem a oposição. … É por essa razão que acabam por ser rejeitados por ambas as partes. Ambos desejam a sua lealdade. Assim, a neutralidade não salvou os dois bispos e três sacerdotes que foram raptados, nem as centenas de cristãos que foram assassinados ou raptados, nem evitou o êxodo massivo de jovens e família inteiras.

Paulo de Tarso, que se tinha dedicado a perseguir a Igreja, mudou radicalmente a sua forma de pensar e agir como resultado da sua experiência na estrada de Damasco. Foi aí que ele se tornou São Paulo, apóstolo e missionário, e foi aí que pregou pela primeira vez.
Rezemos pelos nossos irmãos e irmãs na fé. São Paulo, abençoa a Cristandade na Síria, ajuda os Cristãos deste país. Não esqueças este lugar, que foi o berço do Cristianismo. Que a sua fé não diminua! Que eles possam sentir o apoio e o consolo dos seus irmãos e irmãs cristãos em todo o mundo. Maria, Rainha da Paz, rogai pela Síria, rogai por nós.

SÉTIMO DIA: Dá-nos esperança num futuro com base na justiça para todos

Está na hora de acabar com o uso das armas e, em vez de apelar à violência, os poderes internacionais precisam de trabalhar para a paz. Durante todo este tempo de crise, as nossas igrejas têm estado quase cheias. As pessoas dão-se conta que, apesar dos problemas, Deus pode realizar milagres. Há um misto de esperança e desespero. As pessoas não sabem o que é que o futuro lhes reserva. As pessoas sentem medo mas, apesar de tudo, a sua fé é forte.

Patriarca Gregório III, Laham da Igreja Greco-Católica Melquita
Por isso, não desfalecemos, e mesmo se, em nós, o homem exterior vai caminhando para a ruína, o homem interior renova-se, dia após dia. Com efeito, a nossa momentânea e leve tribulação proporciona-nos um peso eterno de glória, além de toda e qualquer medida.

2ª Coríntios 4:16-18
Rezemos para que a esperança não enfraqueça. Rezemos para que Jesus Cristo, príncipe da Paz e Luz do Mundo, conceda ao povo Sírio a confiança, para que transborde de esperança, pela força do Espírito Santo. Maria, Rainha da Paz, rogai pela Síria, rogai por nós.


(FUNDAÇÃO AIS – Organização dependente da Santa Sé)


O PAPA NO TWEET


Pessoa, antes que doente


Congresso sobre a cura da criança 
promovido pelo dicastério para a pastoral no campo da saúde


Interdisciplinaridade nas intervenções terapêuticas, envolvimento dos pais e constância em completar os tratamentos prescritos, atenção especial quer à dimensão espiritual e ética quer à rapidez do desenvolvimento psicofísico, que caracteriza os jovens e as crianças, e também ao contexto social e ambiental no qual vivem. 
Eis alguns dos pontos relevantes que sobressaíram no âmbito do congresso sobre o tema «A criança como pessoa e como doente. Abordagens terapêuticas em confronto», organizado pelo Pontifício Conselho para a Pastoral no Campo da Saúde  e pela fundação «O bom samaritano», realizado recentemente na Sala Pio X, em Roma. Durante os dois dias de estudo, promovidos no âmbito do Ano da Fé, nos quais participaram 230 peritos, provenientes dos cinco continentes, reafirmou-se a centralidade absoluta e a integralidade da pessoa, desde os primeiros momentos de vida, sobretudo quando se trata de jovens e crianças que sofrem de patologias ou, de qualquer forma, em condições de sofrimento.
28 de Agosto de 2013


(L´OSSERVATORE ROMANO)

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

As Festa e Feiras




Nesta altura do ano proliferam as festas e feiras.
Nos Açores, todas as semanas, em todas as Ilhas se celebram festas religiosas que são chamariz para muito de profano.  Programas extensivos que incluem cultura, música e muita “comezaina” – os restaurantes e tascas estão a abarrotar de gente e alguns com fila considerável. Diz-se que nos Açores pouco se trabalha e muito se festeja...

Mas por terras do continente português, para além das ditas festas descobriram que, organizando Feiras, que  a coisa dava muito mais. Então, é a feira da cebola, da alheira, da azeitona, medieval, do chicharro, da sardinha... Todos os dias, não há touradas mas há extensões enormes de mesas cheias de gente que só come e bebe.
Não interessa o preço que vão pagar, mas sim o petisco que vão comer, pois foi para isso que calcorrearam dezenas e centenas de quilómetros para lá chegarem.

E depois, é o que se vê, um dia não são dias. Parece que estão programados: agora é para comer e beber à grande, depois é hora da sesta e mais logo ... para a “manifestação”.

Eu sou do tempo da penúria e os meus pais ensinaram-me a nunca gastar mais do que se tinha e até nos incentivavam a criarmos um “fundo” para caso de necessidade. Muita vez, a minha mãe ia “escondidinha” partilhar da nossa comida com alguém que tinha menos que nós.
Nunca esqueço os exemplos dos meus pais, porque os vivi e tento segui-los.

VIVE BEM E PARTILHA.