quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

DESEJOS PARA 2008 - 9


CHINA E EVANGELIZAÇÃO



AFINAL QUAIS SÃO OS PAÍSES DE MISSÃO?


“Prova de prisão e ardor de evangelização: morre bispo chinês de Kinghsien


Por Marta Lago


ROMA, quarta-feira, 30 de Janeiro de 2008 (ZENIT.org).


- Faleceu o bispo da diocese de Kinghsien (Jingxian/Hengshui) – província de Hebei, China continental –, Dom Mattia Chen Xilu, aos 79 anos, vinte dos quais sofreu privação de liberdade em seu país.
Há exactamente dois anos havia falecido o bispo a quem ele havia sucedido: Dom Pietro Fan Wen-Xing, médico, prisioneiro, sacerdote e sobretudo pastor, nascido em uma «cidade de santos»: Zhujiahe, aldeia da qual procedem cinco dos 120 mártires chineses canonizados em 1º de Outubro de 2000 pelo Servo de Deus João Paulo II.


A 300 quilómetros ao sudeste de Pequim, a diocese de Jingxian tem mais de 40.000 católicos, atendidos por 40 sacerdotes – em sua maioria jovens. Encarrega-se de 4 clínicas e de um asilo. Existem na circunscrição 30 paróquias e 40 lugares de culto. A comunidade é muito activa na assistência aos anciãos e enfermos, assim como nas visitas às famílias.


Membro de uma família católica, Mattia Chen Xilu nasceu em 6 de Fevereiro de 1928. Aos quinze anos ingressou no seminário menor de Jingxian; prosseguiu seus estudos nos Tianjin e Pequim; nesta última cidade foi professor de escola. Em 1950 entrou no seminário maior de Xangai.
Recebeu a ordenação sacerdotal das mãos de Dom Ignácio Kung Pigmei, que posteriormente seria criado cardeal.
Em 1996 foi ordenado bispo [coadjutor]; teria de suceder a Dom Pietro Fan Wen-xing três anos depois, até que em 2002 entrou em coma. Desde então não havia recobrado a consciência.


Na catedral de Jingxian velaram-se os restos mortais de Dom Mattia Chen Xilu, com a celebração diária da Santa Missa e a oração do Rosário. Na terça-feira passada se celebraram seus solenes funerais, presididos por Dom Pietro Feng Xinmao; participaram o bispo de Sienhsien (Xianxian) – Dom Giuseppe Li Liangui – e o bispo coadjutor de Yungping (Yongping/Tangshan) – Dom Pietro Fang Jianping.

Dois mil fiéis se uniram a todos os sacerdotes, religiosas e aos cem seminaristas da diocese na procissão fúnebre.”

(Transcrição)

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

MENSAGEM DO PAPA PARA A QUARESMA 2008-1

MENSAGEM DE SUA SANTIDADE O PAPA BENTO XVI PARA A QUARESMA DE 2008


«Cristo fez-Se pobre por vós» (cf. 2 Cor 8, 9)
(Conclusão)


4. Convidando-nos a ver a esmola com um olhar mais profundo que transcenda a dimensão meramente material, a Escritura ensina-nos que há mais alegria em dar do que em receber (cf. Act 20, 35). Quando agimos com amor, exprimimos a verdade do nosso ser: de facto, fomos criados a fim de vivermos não para nós próprios, mas para Deus e para os irmãos (cf. 2 Cor 5, 15). Todas as vezes que por amor de Deus partilhamos os nossos bens com o próximo necessitado, experimentamos que a plenitude de vida provém do amor e tudo nos retorna como bênção sob forma de paz, satisfação interior e alegria.

O Pai celeste recompensa as nossas esmolas com a sua alegria. Mais ainda: São Pedro cita, entre os frutos espirituais da esmola, o perdão dos pecados. «A caridade – escreve ele – cobre a multidão dos pecados» (1 Pd 4, 8). Como se repete com frequência na liturgia quaresmal, Deus oferece-nos, a nós pecadores, a possibilidade de sermos perdoados. O facto de partilhar com os pobres o que possuímos, predispõe-nos para recebermos tal dom. Penso, neste momento, em quantos experimentam o peso do mal praticado e, por isso mesmo, se sentem longe de Deus, receosos e quase incapazes de recorrer a Ele. A esmola, aproximando-nos dos outros, aproxima-nos de Deus também e pode tornar-se instrumento de autêntica conversão e reconciliação com Ele e com os irmãos.

5. A esmola educa para a generosidade do amor. São José Bento Cottolengo costumava recomendar: «Nunca conteis as moedas que dais, porque eu sempre digo: se ao dar a esmola a mão esquerda não há de saber o que faz a direita, também a direita não deve saber ela mesma o que faz » (Detti e pensieri, Edilibri, n. 201). A este propósito, é muito significativo o episódio evangélico da viúva que, da sua pobreza, lança no tesouro do templo «tudo o que tinha para viver» (Mc 12, 44). A sua pequena e insignificante moeda tornou-se um símbolo eloquente: esta viúva dá a Deus não o supérfluo, não tanto o que tem como sobretudo aquilo que é; entrega-se totalmente a si mesma.
Este episódio comovedor está inserido na descrição dos dias que precedem imediatamente a paixão e morte de Jesus, o Qual, como observa São Paulo, fez-Se pobre para nos enriquecer pela sua pobreza (cf. 2 Cor 8, 9); entregou-Se totalmente por nós.

A Quaresma, nomeadamente através da prática da esmola, impele-nos a seguir o seu exemplo. Na sua escola, podemos aprender a fazer da nossa vida um dom total; imitando-O, conseguimos tornar-nos disponíveis para dar não tanto algo do que possuímos, mas darmo-nos a nós próprios. Não se resume porventura todo o Evangelho no único mandamento da caridade? A prática quaresmal da esmola torna-se, portanto, um meio para aprofundar a nossa vocação cristã. Quando se oferece gratuitamente a si mesmo, o cristão testemunha que não é a riqueza material que dita as leis da existência, mas o amor. Deste modo, o que dá valor à esmola é o amor, que inspira formas diversas de doação, segundo as possibilidades e as condições de cada um.

6. Queridos irmãos e irmãs, a Quaresma convida-nos a «treinar-nos» espiritualmente, nomeadamente através da prática da esmola, para crescermos na caridade e nos pobres reconhecermos o próprio Cristo. Nos Actos dos Apóstolos, conta-se que o apóstolo Pedro disse ao coxo que pedia esmola à porta do templo: «Não tenho ouro nem prata, mas vou dar-te o que tenho: Em nome de Jesus Cristo Nazareno, levanta-te e anda» (Act 3, 6). Com a esmola, oferecemos algo de material, sinal do dom maior que podemos oferecer aos outros com o anúncio e o testemunho de Cristo, em cujo nome temos a vida verdadeira. Que este período se caracterize, portanto, por um esforço pessoal e comunitário de adesão a Cristo para sermos testemunhas do seu amor. Maria, Mãe e Serva fiel do Senhor, ajude os crentes a regerem o «combate espiritual» da Quaresma armados com a oração, o jejum e a prática da esmola, para chegarem às celebrações das Festas Pascais renovados no espírito. Com estes votos, de bom grado concedo a todos a Bênção Apostólica.


Vaticano, 30 de Outubro de 2007.

BENEDICTUS PP. XVI

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

MENSAGEM DO PAPA PARA A QUARESMA 2008



MENSAGEM DE SUA SANTIDADE O PAPA BENTO XVI PARA A QUARESMA DE 2008


«Cristo fez-Se pobre por vós» (cf. 2 Cor 8, 9)


Queridos irmãos e irmãs!


1. Todos os anos, a Quaresma oferece-nos uma providencial ocasião para aprofundar o sentido e o valor do nosso ser de cristãos, e estimula-nos a redescobrir a misericórdia de Deus a fim de nos tornarmos, por nossa vez, mais misericordiosos para com os irmãos. No tempo quaresmal, a Igreja tem o cuidado de propor alguns compromissos específicos que ajudem, concretamente, os fiéis neste processo de renovação interior: tais são a oração, o jejum e a esmola. Este ano, na habitual Mensagem quaresmal, desejo deter-me sobre a prática da esmola, que representa uma forma concreta de socorrer quem se encontra em necessidade e, ao mesmo tempo, uma prática ascética para se libertar da afeição aos bens terrenos. Jesus declara, de maneira peremptória, quão forte é a atracção das riquezas materiais e como deve ser clara a nossa decisão de não as idolatrar, quando afirma: «Não podeis servir a Deus e ao dinheiro» (Lc 16, 13). A esmola ajuda-nos a vencer esta incessante tentação, educando-nos para ir ao encontro das necessidades do próximo e partilhar com os outros aquilo que, por bondade divina, possuímos. Tal é a finalidade das colectas especiais para os pobres, que são promovidas em muitas partes do mundo durante a Quaresma. Desta forma, a purificação interior é corroborada por um gesto de comunhão eclesial, como acontecia já na Igreja primitiva. São Paulo fala disto mesmo quando, nas suas Cartas, se refere à colecta para a comunidade de Jerusalém (cf. 2 Cor 8-9; Rm 15, 25-27).


2. Segundo o ensinamento evangélico, não somos proprietários mas administradores dos bens que possuímos: assim, estes não devem ser considerados propriedade exclusiva, mas meios através dos quais o Senhor chama cada um de nós a fazer-se intermediário da sua providência junto do próximo. Como recorda o Catecismo da Igreja Católica, os bens materiais possuem um valor social, exigido pelo princípio do seu destino universal (cf. n. 2403).
É evidente, no Evangelho, a admoestação que Jesus faz a quem possui e usa só para si as riquezas terrenas. À vista das multidões carentes de tudo, que passam fome, adquirem o tom de forte reprovação estas palavras de São João: «Aquele que tiver bens deste mundo e vir o seu irmão sofrer necessidade, mas lhe fechar o seu coração, como pode estar nele o amor de Deus?» (1 Jo 3, 17). Entretanto, este apelo à partilha ressoa, com maior eloquência, nos Países cuja população é composta, na sua maioria, por cristãos, porque é ainda mais grave a sua responsabilidade face às multidões que penam na indigência e no abandono. Socorrê-las é um dever de justiça, ainda antes de ser um gesto de caridade.


3. O Evangelho ressalta uma característica típica da esmola cristã: deve ficar escondida. «Que a tua mão esquerda não saiba o que fez a direita», diz Jesus, «a fim de que a tua esmola permaneça em segredo» (Mt 6, 3-4). E, pouco antes, tinha dito que não devemos vangloriar-nos das nossas boas acções, para não corrermos o risco de ficar privados da recompensa celeste (cf. Mt 6, 1-2). A preocupação do discípulo é que tudo seja para a maior glória de Deus. Jesus admoesta: «Brilhe a vossa luz diante dos homens de modo que, vendo as vossas boas obras, glorifiquem vosso Pai que está nos Céus» (Mt 5, 16). Portanto, tudo deve ser realizado para glória de Deus, e não nossa. Queridos irmãos e irmãs, que esta consciência acompanhe cada gesto de ajuda ao próximo evitando que se transforme num meio de nos pormos em destaque. Se, ao praticarmos uma boa acção, não tivermos como finalidade a glória de Deus e o verdadeiro bem dos irmãos, mas visarmos antes uma compensação de interesse pessoal ou simplesmente de louvor, colocamo-nos fora da lógica evangélica. Na moderna sociedade da imagem, é preciso redobrar de atenção, dado que esta tentação é frequente. A esmola evangélica não é simples filantropia: trata-se antes de uma expressão concreta da caridade, virtude teologal que exige a conversão interior ao amor de Deus e dos irmãos, à imitação de Jesus Cristo, que, ao morrer na cruz, Se entregou totalmente por nós. Como não agradecer a Deus por tantas pessoas que no silêncio, longe dos reflectores da sociedade mediática, realizam com este espírito generosas acções de apoio ao próximo em dificuldade? De pouco serve dar os próprios bens aos outros, se o coração se ensoberbece com isso: tal é o motivo por que não procura um reconhecimento humano para as obras de misericórdia realizadas quem sabe que Deus «vê no segredo» e no segredo recompensará.


Vaticano 30.01.2008
(Continua)

AOS ASSISTENTES SOCIAIS




"Caros Colegas

O prazo para a inscrição na Conferência a realizar no Brasil é dia 31 de Janeiro, pelo que devem fazer a vossa inscrição on line com a maior brevidade.

A GEOTUR irá enviar-me dentro de dias o preço para viagem e hotel, o que divulgarei de imediato.No entanto façam já a inscrição na Conferência.

Mais informo que para apresentação dos resumos de "comunicações" o prazo é dia 9 de Fevereiro.

Cumprimentos"


(Transcrição)

DESEJOS PARA 2008 - 8


segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

DISCURSO DO SANTO PADRE - 9


Discurso do Santo Padre, Bento XVI, preparado para a visita à Universidade “La Sapienza”

( Conclusão)

"Dito do ponto de vista da estrutura da universidade: existe o perigo que a filosofia, não se sentindo já capaz de levar a cabo a sua verdadeira tarefa, se degrade em positivismo; que a teologia com a sua mensagem remexida pela razão, fique confinada à esfera privada de um grupo mais ou menos grande. Se porém, a razão – solicitada pela sua presuntiva pureza – se torna surda à grande mensagem que lhe vem da fé cristã e da sua sapiência, seca como uma árvore, cujas raízes não chegam à agua que lhe dá a vida. Perde a coragem da verdade e assim não engrandece, mas torna-se mais pequena. Aplicado à nossa cultura europeia isto significa: se ela quer só auto-construir-se com base no círculo dos próprios argumentos e no que no momento a convence e – preocupada com a sua laicidade – se destaca das raízes das quais vive, então deixa de se tornar mais razoável e mais pura, mas desorganiza-se e despedaça-se. Com isto retorno ao ponto de partida.
O que é que o Papa há de fazer ou dizer na universidade?

Seguramente não deve procurar impôr aos outros de modo autoritário a fé, que só pode ser
dada em liberdade. Do seu ministério de Pastor na Igreja e com base na natureza intrínseca deste seu ministério pastoral é sua tarefa manter a sensibilidade pela verdade; convidar sempre de novo a razão a pôr-se em busca do verdadeiro, do bem, de Deus e, neste caminho, solicitá-la a distinguir as luzes úteis recebidas como herança ao longo da história da fé cristã e a perceber assim Jesus Cristo como a Luz que ilumina a história e ajuda a encontrar o caminho em direcção ao futuro.

Do Vaticano, 17 de Janeiro de 2008"

DESEJOS PARA 2008 - 7



O PAPA E OS JOVENS


"Papa, junto a jovens, solta duas pombas, símbolo da paz


Conclui no Vaticano a «Caravana» da Ação Católica

CIDADE DO VATICANO, domingo, 27 de janeiro de 2008 (ZENIT.org).


- No último domingo do «Mês da paz», Bento XVI, acompanhado de crianças, libertou duas pombas desde a janela de seu apartamento.
Os pequenos eram representantes das crianças e jovens da Ação Católica de Roma, que se congregaram ao meio-dia na praça de São Pedro, no Vaticano, junto a seus pais e mestres para rezar a oração mariana do Angelus com o Papa.

«Queridos pequenos amigos – lhes disse o Papa –: sei que vocês estão comprometidos a favor de seus contemporâneos que sofrem por causa da guerra e da pobreza. Sigam por este caminho que Jesus nos indicou para construir a verdadeira paz!».


Uma menina, em nome de todos os jovens presentes, se dirigiu ao Papa com estas palavras: «Querido Papa, aprendemos de ti o que quer dizer verdadeiramente ser agentes dessa paz que gritamos e invocamos neste dia».
«Te damos graças porque pensas sempre em nós, as crianças, e te prometemos que não nos esqueceremos nunca de que no caminho da vida, aconteça o que acontecer, Jesus caminha conosco. Querido Papa, a Ação Católica de Roma te ama muito!», concluiu.


Quando o Papa soltou as pombas, nesta ocasião, não regressaram a seu apartamento, diferentemente dos outros anos.

Com um sorriso, o Papa disse: «Desta vez saíram bem. Às vezes elas regressam».


Neste mês de janeiro, a Ação Católica organizou diferentes iniciativas de formação para crianças e jovens, que concluíram com a «Caravana da paz», que percorreu as ruas da cidade de Roma até desembocar na praça de São Pedro. "

(Transcrição)

domingo, 27 de janeiro de 2008

DISCURSO DO SANTO PADRE - 8



Discurso do Santo Padre, Bento XVI, preparado para a visita à Universidade “La Sapienza”

(Continuação)



"Várias coisas ditas por teólogos ao longo da história ou então traduzidas na práticas das autoridades eclesiásticas, foram demonstradas falsas e hoje confundem-nos. Mas ao mesmo tempo é verdade que a história dos santos, a história do humanismo que cresceu tendo por base a fé cristã demonstra a verdade desta fé no seu núcleo essencial, tornando-a com isso, também, uma instância para a razão pública. É claro que, muito do que dizem a teologia e a fé só pode ser feito no interior da fé e, portanto, não pode apresentar-se como exigência para aqueles perante quem esta fé permanece inacessível. Porém, é verdade que, ao mesmo tempo que a mensagem da fé cristã não é nunca apenas uma “comprehensive religious doctrine” no sentido de Rawls, mas uma força purificadora para a própria razão à qual ajuda a ser mais ela própria. A mensagem cristã, tendo por base a sua origem, deveria ser sempre um encorajamento em direcção à verdade e desse modo, uma força contra a pressão do poder e dos interesses.
Pois bem, até agora só falei da universidade medieval, procurando todavia deixar transparecer a natureza permanente da universidade e da sua missão.

Nos tempos modernos revelaram-se novas dimensões do saber que na universidade são valorizadas sobretudo em dois grandes âmbitos: antes de mais nas ciências naturais, que se desenvolveram com base na conexão da experimentação e da pressuposta racionalidade da matéria; em segundo lugar, nas ciências históricas e humanísticas, em que o homem, perscrutando o espelho da sua história e esclarecendo as dimensões da sua natureza, procura compreender-se melhor a si próprio. Neste desenvolvimento abriu-se à humanidade não só uma medida imensa de saber e de poder; cresceram também a consciência e o reconhecimento dos direitos e da dignidade do homem e quanto a isto só podemos estar gratos. Mas o caminho do homem não pode nunca dizer-se completo e o perigo da queda na desumanidade nunca está simplesmente esconjurado: como o vemos no panorama da história actual! O perigo do mundo ocidental – para falar apenas deste – é hoje que o homem, tendo em consideração a grandeza do
seu saber e poder, ceda diante da questão da verdade
E isto significa ao mesmo tempo, que a razão, no fim, se dobra diante da pressão dos interesses da atracção da utilidade, constrangida a reconhecê-la como critério último."
(Continua)

LITURGIA DO DOMINGO


III DOMINGO DO TEMPO COMUM
Liturgia do Dia
- Is 8,23b-9,3
- Sl 26, 1.4.13-14
- 1Cor 1, 10-13.17
- Mt 4, 12-23
ADMONIÇÃO AMBIENTAL
"Ao celebrarmos hoje o nosso III domingo do tempo comum e ao escutarmos as leituras que nos são propostas, não podemos deixar de nos interrogarmos, e até com um sorriso nos lábios, o que realmente se passa com o Homo que supõe, ... ser Sapiens!
Com mais ou menos intimidade contactámos com pessoas que respondendo ao chamamento do Senhor, confiam totalmente nele e tornam-se “estranhos” pois deixam de funcionar como todos nós, preocupados que estamos com os nossos problemas da vida, especialmente a material!!!
Provavelmente eles viram a luz daquele que arrebata, tal como aconteceu a Paulo a caminho de Damasco, e simplesmente seguem aquela luz irradiante e de unidade! E já que falamos de unidade e tendo presente que já se passaram mais de dois mil anos, começando por aquilo que nos foi revelado em termos de opção espiritual, para a colocarmos em prática, defrontamo-nos com Católicos romanos, Maronitas, Grega, Malabares , Sirio-Caldeus, Ortodoxos, Protestantes, Calvinistas, Luteranos, Anglicanos, e porque não incluir os Ateus Graças a Deus ... e não nos esqueçamos que estamos dentro do tempo de oração para a unidade dos cristão, mas .... a verdade é que, quanto a unidade ...
Pulando para a nossa vida socio-económica o caos parece ser a palavra de ordem. Basta olhármos para o mundo que nos rodeia, egoíta, prepotente, economicista, em que o diálogo se transformou em monólogo dos que detêm o poder, em que o ódio e morte são os valores a cultivar, para não se precisar de mais comentários.
Estará então tudo perdido? Não! Para aqueles que habitam nas sombras da morte, nas trevas, - substituamos :o mundo actual!!! - uma luz se levantou! A luz de Cristo!
E para nós? ....."
(Transcrição)

sábado, 26 de janeiro de 2008

ORAÇÃO PELA UNIDADE DOS CRISTÃOS









Primeiro Centenário do Octavário de Oração pela unidade dos Cristãos.


Cumprem-se, em 2008 cem anos desde que P. Paul Wattson, cofundador da Sociedade da Expiação (Society of the Atonement), de Graymoor (Nueva York, Estados Unidos), começou esta semana anual de oração pela unidade visível da Igreja.


Desde então, até ao presente as diversas Igrejas e Comunidades eclesiais têm-se incorporado a esta larga "marcha" de orações pela recuperação da unidade visível, perdida, da Igreja.”


In: Camineo.Info

DISCURSO DO SANTO PADRE - 7



Discurso do Santo Padre, Bento XVI, preparado para a visita à Universidade “La Sapienza”
(Continuação)

Teologia e filosofia formam um peculiar par de gémeos, no qual nenhuma delas pode ser destacada totalmente da outra e, todavia, cada uma deve conservar o seu objectivo próprio e a própria identidade. É mérito histórico de S. Tomás de Aquino – diante da diferente resposta dos Padres por causa do seu contexto histórico – de ter posto em evidência a autonomia da filosofia e com essa o direito e a responsabilidade própria da razão que se interroga com base nas suas forças. Diferenciando-se da filosofia neo-platónica, em que a religião e a filosofia eram inseparavelmente entrelaçadas, os Padre tinham apresentado a fé cristão como a verdadeira filosofia, sublinhando também que esta fé corresponde à exigência da razão em busca da verdade; que a fé é o “sim” à verdade, com respeito às religiões míticas tornadas simples tradições. Mas depois, no momento do nascimento da universidade, no Ocidente já não existiam essas religiões, mas apenas o cristianismo e assim era necessário sublinhar de modo novo a responsabilidade própria da razão, que não vem embebida na fé. Tomás encontrou-se em acção num momento histórico privilegiado: pela primeira vez os escritos filosóficos de Aristóteles eram acessíveis na sua integridade; estavam presentes os filósofos hebraicos e árabes, como apropriações específicas e prossecuções da filosofia grega. Assim, o cristianismo num novo
diálogo com a razão dos outros, que vinha encontrando, devia lutar pela própria razoabilidade.
A Faculdade de filosofia, assim chamada “Faculdade dos artistas”, que até àquele momento
era apenas propedêutica à teologia, torna-se então uma verdadeira Faculdade, um partner autónomo da teologia e da fé nesta reflexão. Não podemos deter-nos no fascinante confronto que daqui derivou. Direi que a ideia de S. Tomás acerca da relação entre filosofia e teologia poderia ser expressa na fórmula encontrada pelo Concílio de Calcedónia para a cristologia: filosofia e teologia devem reportar-se entre elas “sem confusão e sem separação”. “Sem confusão” quer dizer que cada uma deve conservar a própria identidade. A filosofia deve permanecer verdadeiramente uma procura da razão na própria liberdade na própria responsabilidade; deve ver os seus limites e também a sua grandeza e vastidão. A teologia deve continuar a atingir um tesouro de consciência que ela própria não inventou que sempre a supera e que, não sendo nunca totalmente exaurível mediante a reflexão, precisamente por isso, guia sempre de novo o pensamento. Junto com o “sem confusão” vigora também o “sem separação”: a filosofia não
recomeça de cada vez do ponto zero do sujeito pensante de modo isolado, mas está no grande diálogo da sapiência histórica, que ela criticamente e ao mesmo tempo, docilmente acolhe e desenvolve sempre de novo; mas também não deve fechar-se diante ao que a religião e em particular a fé cristã receberam e deram à humanidade como indicação de caminho.

(Continua)

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

LITURGIA DO DIA: CONVERSÃO DE S. PAULO



Hoje a Igreja celebra : Conversão de São Paulo


QUEM ÉS, PAULO DE TARSO?


«Sou judeu, nascido em Tarso da Cilícia, mas fui educado nesta cidade, instruído aos pés de Gamaliel, em todo o rigor da Lei dos nossos pais e cheio de zelo pelas coisas de Deus, como todos vós sois agora. Persegui de morte esta «Via», algemando e entregando à prisão homens e mulheres, como o podem testemunhar o Sumo Sacerdote e todos os anciãos. Recebi até, da parte deles, cartas para os irmãos de Damasco, onde ia para prender os que lá se encontrassem e trazê-los agrilhoados a Jerusalém, a fim de serem castigados. Ia a caminho, e já próximo de Damasco, quando, por volta do meio dia, uma intensa luz, vinda do Céu, me rodeou com a sua claridade. Caí por terra e ouvi uma voz que me dizia: ‘Saulo, Saulo, porque me persegues?’ Respondi: ‘Quem és Tu, Senhor?’ Ele disse-me, então: ‘Eu sou Jesus de Nazaré, a quem tu persegues.’ Os meus companheiros viram a luz, mas não ouviram a voz de quem me falava. E prossegui: ‘Que hei-de fazer, Senhor?’ O Senhor respondeu-me: ‘Ergue-te, vai a Damasco, e lá te dirão o que se determinou que fizesses.’ Mas, como eu não via, devido ao brilho daquela luz, fui levado pela mão dos meus companheiros e cheguei a Damasco. Ora um certo Ananias, homem piedoso e cumpridor da Lei, muito respeitado por todos os judeus da cidade, foi procurar-me e disse: ‘Saulo, meu irmão, recupera a vista.’ E, no mesmo instante, comecei a vê-lo. Ele prosseguiu: ‘O Deus dos nossos pais predestinou-te para conheceres a sua vontade, para veres o Justo e para ouvires as palavras da sua boca, porque serás testemunha diante de todos os homens, acerca do que viste e ouviste. E agora, porque esperas? Levanta-te, recebe o baptismo e purifica-te dos teus pecados, invocando o Seu nome."



Do Livro dos Actos dos Apóstolos 22,3-16.

DISCURSO DO SANTO PADRE - 6


Discurso do Santo Padre, Bento XVI, preparado para a visita à Universidade “La Sapienza”


(Continuação)


Jürgen Habermas exprime, na minha opinião, um vasto consenso do pensamento actual, quando diz que a legitimidade de uma carta constitucional, qual pressuposto da legalidade, deriva de duas fontes: da participação política igualitária de todos os cidadãos e da forma razoável pela qual os contrastes políticos se resolvem. Em relação a esta “forma razoável” ele nota que essa não pode ser só uma luta por uma maioria aritmética, mas deve caracterizar-se como um “processo de argumentação sensível à verdade (wahrheitssensibles Argumentationsverfahren). Está bem dito, mas é muito difícil transformar isto numa praxis política. Os representantes daquele “processo de argumentação” público são – sabemo-lo – prevalecentemente os partidos como responsáveis da formação da vontade política. De facto, esses terão inevitavelmente em mira, sobretudo a obtenção de maiorias e quase inevitavelmente os interesses que prometem satisfazer; tais interesses são, muitas vezes, particulares e não servem verdadeiramente
ao conjunto. A sensibilidade para a verdade é sempre de novo subjugada pela sensibilidade para os interesses. Eu acho significativo o facto que Habermas fale da sensibilidade pela verdade como elemento necessário no processo de argumentação política, reinserindo assim o conceito de verdade no debate filosófico e no debate político.


Mas agora torna-se inevitável a pergunta de Pilatos: O que é a verdade? E como se reconhece?
Se por isto se re-envia à “razão pública”, como faz Rawls, segue-se necessariamente ainda a pergunta: O que é razoável? Como é que uma razão se demonstra como razão verdadeira?
Em qualquer caso, torna-se evidente que, na busca do direito da liberdade, da verdade da
justa convivência devem ser auscultadas instâncias diversas com respeito a partidos e grupos de
interesse, sem com isto querer minimamente contestar a sua importância.

Voltemos assim à estrutura da universidade medieval. Ao lado da Faculdade de jurisprudência estavam as Faculdades de filosofia e de teologia, a quem era confiada a investigação sobre o ser homem na sua totalidade e com isto a tarefa de ter esta sensibilidade pela verdade. Poderse-ia dizer, deveras, que este é o sentido permanente e verdadeiro de ambas Faculdades: serem guardiãs da sensibilidade pela verdade, não permitir que o homem seja desviado da busca da verdade. Mas como podem elas corresponder a esta tarefa? Esta é uma pergunta na qual é preciso laborarmos constantemente e que não é nunca colocada e resolvida definitivamente. Assim, neste ponto nem sequer eu posso oferecer propriamente uma resposta, mas antes um convite a permanecer em caminho com esta pergunta – em caminho com os grandes que ao longo de toda a história lutaram e procuraram, com as suas respostas e as suas inquietações pela verdade, que permanece continuamente do lado de lá de cada resposta singular.

(Continua)

DESEJOS PARA 2008 - 6

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quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

DISCURSO DO SANTO PADRE - 5



Discurso do Santo Padre, Bento XVI, preparado para a visita à Universidade “La Sapienza”
(Continuação)

Agostinho, ao procurar uma correlação entre as Bem-Aventuranças do Sermão da Montanha e os dons do Espírito mencionados em Isaías 11, afirmou uma reciprocidade entre “scientia” e “tristitia”: o simples saber, disse, torna-nos tristes. E, de facto, quem apenas vê e aprende tudo o que acontece no mundo, acaba por se tornar triste. Mas a verdade significa mais do que saber: a consciência da verdade tem como objectivo a consciência do bem. Este é também o sentido do interrogar-se socrático: Qual é aquele bem que nos torna verdadeiros?

A verdade torna-nos bons e a bondade é verdadeira: é este o optimismo que se vive na fé cristã, porque a esta foi dado conhecer a visão do Logos, da Razão criadora que, na encarnação de Deus se revelou junto com o Bem, como a própria Bondade.
Na teologia medieval houve uma disputa aprofundada sobre a relação entre a teoria e a praxis, sobre a justa relação entre conhecer e agir – uma disputa que aqui não devemos desenvolver. De facto, a universidade medieval com as suas quatro Faculdades apresenta esta correlação.
Comecemos com a Faculdade que, segundo a compreensão de agora, era a quarta, a de medicina.

Ainda que fosse considerada mais como “arte” do que como ciência, a sua inclusão no cosmo da universitas significava claramente que era colocada no âmbito da racionalidade, que a arte de curar estava sob a condução da razão e era subtraída ao âmbito da magia. Curar é uma tarefa que reclama sempre mais da simples razão, mas precisamente por isto, tem necessidade da conexão entre saber e poder, tem necessidade de pertencer à esfera da ratio. Inevitavelmente aparece a questão da relação entre a praxis e a teoria, entre a consciência e o agir na Faculdade de jurisprudência. Trata-se de dar justa forma à liberdade humana que é sempre liberdade na comunhão recíproca: o direito é o pressuposto da liberdade, não o seu antagonista. Mas aqui emerge subitamente a pergunta: Como se individualizam os critérios de justiça que tornam possível uma liberdade vivida em comunidade e servem ao ser bom do homem?
Nesse ponto impõe-se um salto no presente: é a questão de como pode ser encontrada uma normativa jurídica que constitua um ordenamento da liberdade, da dignidade humana e dos direitos do homem. É a questão que nos ocupa hoje nos processos democráticos de formação da opinião e que ao mesmo tempo nos angustia como questão para o futuro da humanidade.

(Continua)

Pára! Faz Silêncio


“VINDE A MIM, TODOS”


De: João Cassiano (c. 360-435), fundador de convento em Marselha Conferência 13. (Evangelho quotidiano)

“Da Galileia, da Judeia, da Idumeia, de Tiro e de Sídon..., vinde a mim, todos"

"Deus não criou o homem para ele se perder, mas para viver eternamente; e este desígnio permanece imutável. […] Ele “deseja que todos os homens se salvem e conheçam a verdade” (1Tim 2, 4). É vontade do vosso Pai que está nos céus, diz Jesus, “que não se perca um só destes pequeninos” (Mt 18, 14). E também está escrito: “Deus não quer que pereça uma só alma” (2 Sam 4, 14).

Deus é verdadeiro e não mente, quando garante por meio de juramento: “Por Minha vida […], não tenho prazer na morte do ímpio, mas sim na sua conversão, de maneira que ele tenha a vida” (Ez 33, 11).Poderá alguém então pensar, sem incorrer em enorme sacrilégio, que Ele não quer a salvação de todos em geral, mas apenas de alguns? Quem se perde perde-se contra a vontade de Deus, que clama sem cessar: “Convertei-vos! Afastai-vos desse mau caminho que seguis; por que persistis em querer morrer, casa de Israel?” (Ez 33, 11). E de novo insiste: “Por que persiste este povo de Jerusalém na sua obstinada rebeldia?” (Jr 8, 5) “O seu semblante é mais duro do que pedra; recusam-se a converter-se” (Jr 5, 3).
A graça de Cristo está, pois, sempre à nossa disposição. Visto que quer que todos os homens se salvem, Ele chama-os a todos, sem excepção:
“Vinde a Mim todos os que estais cansados e oprimidos, e aliviar-vos-ei”
(Mt 11, 28).

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

DISCURSO DO SANTO PADRE - 4



Discurso do Santo Padre, Bento XVI, preparado para a visita à Universidade “La Sapienza”
(Continuação)


Retornando à pergunta de partida. O Papa fala como representante de uma comunidade crente, na qual durante séculos da sua existência amadureceu uma determinada sapiência da vida; fala como representante de uma comunidade que tem consigo a custódia de um tesouro de consciência e de experiência ética importante para toda a humanidade: neste sentido fala como representante de uma razão ética.
Mas agora nós devemo-nos perguntar:
E que coisa é a universidade? Qual a sua missão?
É uma pergunta gigantesca à qual, mais uma vez, posso tentar responder apenas em estilo quase telegráfico com algumas observações. Penso que se possa dizer que a verdadeira, íntima origem da universidade esteja no desejo ardente de consciência que é próprio do homem. Ele quer saber o que é tudo que o rodeia. Quer verdade. Neste sentido pode ver-se a interrogação de Sócrates como o impulso de que nasceu a Universidade ocidental.
Penso, por exemplo - para mencionar apenas um texto – na disputa com Eutifrone, que perante Sócrates defende a religião mítica e a sua devoção. A isto, Sócrates contrapõe a pergunta: “Tu crês que entre os deuses, exista realmente uma guerra, vencedores, terríveis inimigos e combates... Devemos, Eutifrone, efectivamente dizer que tudo isto é verdadeiro?” (6 b – c). Nesta pergunta aparentemente pouco devota – que, porém, em Sócrates derivava de uma religiosidade mais profunda e mais pura, da busca do Deus verdadeiramente divino – os cristãos dos primeiros séculos reconheceram-se a si próprios e ao seu caminho. Tinham acolhido a sua fé não de um modo positivista, ou como a via de saída de desejos não apagados; compreenderam como a dissolução da névoa da religião mitológica para dar lugar à descoberta de que Deus é Razão criadora e ao mesmo tempo Razão-Amor. Por isto, o interrogar-se da razão sobre um Deus maior, e também sobre a verdadeira natureza e o verdadeiro sentido do ser humano era para eles não uma forma problemática de falta de religiosidade, mas fazia parte da essência do seu modo de serem religiosos. Não tinham necessidade, portanto, de escolher ou acantonar o interrogar-se socrático, mas podiam, melhor, deviam acolher e reconhecer como parte da própria identidade a busca fatigante da razão para atingir a consciência da verdade inteira.
Podia, antes devia, assim, no âmbito da fé cristã, no mundo cristão, nascer a universidade. É necessário dar um passo ulterior. O homem quer conhecer – quer verdade. Verdade é, antes de mais, uma coisa do ver, do compreender, da theoria, como lhe chama a tradição grega. Mas a verdade não é apenas teórica.
( Continua)

DESEJOS PARA 2008 - 5


terça-feira, 22 de janeiro de 2008

SEMANA DE ORAÇÃO PELA UNIDADE DOS CRISTÃOS


5º dia da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos

CIDADE DO VATICANO: Publicamos os textos bíblicos escolhidos para o 5º dia da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, em 22 de Janeiro.

O texto faz parte dos materiais distribuídos pela Comissão Fé e Constituição do Conselho Ecuménico das Igrejas e o Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos.

* * *

5º dia: Orai sem cessar com um coração paciente

Tende paciência com todos (1 Tes 5, 14)

Ex 17,1-4: Por quê?
Sal 1: Dar fruto a seu tempo
1 Tes 5 (12a)13b-18: Tende paciência com todos
Lc 18, 9-14: Uma humilde oração

Oração

Senhor, fazei de nós discípulos vossos; que escutemos vossa Palavra dia e noite. Em nosso caminho rumo à unidade, dai-nos saber esperar os frutos ao seu tempo. Quando os preconceitos e a desconfiança triunfam, concedei-nos a humilde paciência necessária para a reconciliação. Assim vos pedimos.

DISCURSO DO SANTO PADRE - 3



Discurso do Santo Padre, Bento XVI, preparado para a visita à Universidade “La Sapienza”

(Continuação)


Quanto maior for, tanto mais as suas boas condições ou a sua eventual degradação se repercutirão sobre o conjunto da humanidade. Vemos hoje com muita clareza como as condições das religiões e como a situação da Igreja – as suas crises e o seu renovamento – agem sobre o conjunto da humanidade. Assim o Papa, como Pastor da sua comunidade, tornou-se cada vez mais uma voz da razão ética da humanidade.
Aqui, porém, emerge repentinamente a objecção, segundo a qual o Papa, de facto, não falaria verdadeiramente com base numa razão ética, mas traria os seus juízos a partir da fé e por isso não poderia pretender uma validação por quantos não partilham desta fé. Deveremos ainda retornar a este argumento, porque se põe aqui a questão absolutamente fundamental. O que é a razão? Como pode uma afirmação – sobretudo uma norma moral – demonstrar-se “razoável”?
Neste ponto quero relevar brevemente que John Rawls, embora negando à doutrina religiosa compreensiva o carácter da razão “pública”, via nela, todavia, uma razão “não pública”, pelo menos uma razão que não poderia, em nome de uma razão secularísticamente endurecida, ser simplesmente desconhecida para aqueles que a sustentam. Ele vê um critério desta razoabilidade para os outros no facto de que doutrinas semelhantes derivam de uma tradição responsável e motivada, e da qual, no decorrer do tempo, se desenvolveram argumentações suficientemente boas de suporte da doutrina relacionada. Nesta afirmação, parece-me importante o reconhecimento que a experiência e a demonstração no decurso de gerações, o fundamento histórico da sapiência humana, são também um sinal da razoabilidade e do seu significado perene. Diante de uma razão a-histórica que procura autoconstruirse apenas sobre uma racionalidade a-histórica, a sapiência da humanidade como tal – a sapiência das grandes tradições religiosas – é de valorizar como realidade que não se pode impunemente deitar para
o cesto de papéis da história das ideias.
( Continua)

DESEJOS PARA 2008 - 4


Deixe o carro em casa.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

DISCURSO DO SANTO PADRE - 2



Discurso do Santo Padre, Bento XVI, preparado para a visita à Universidade “La Sapienza”
(Continuação)


É-me caro, nesta circunstância, exprimir a minha gratidão pelo convite que me foi feito para vir
à vossa universidade para dar uma lição. Nesta perspectiva coloquei-me, antes de mais a pergunta: Que coisa pode e deve dizer um Papa numa ocasião como esta?


Na minha lição em Ratisbona falei, sim, como Papa, mas sobretudo falei na veste de professor daquela minha Universidade, procurando ligar o passado e a actualidade. Na universidade
“Sapienza”, a antiga universidade de Roma, porém, sou convidado como Bispo de Roma e, por isso, devo falar como tal. De facto, a “Sapienza” era até certa altura, a Universidade do Papa, mas hoje é uma universidade laica com aquela autonomia que, na base do seu próprio conceito fundador, sempre fez parte da natureza da universidade, a qual deve estar ligada exclusivamente à autoridade da verdade. Na sua liberdade da autoridade política e eclesiástica a universidade encontra a sua função particular, mesmo até para a sociedade moderna que tem
necessidade de uma instituição do género.


Volto à minha pergunta de partida: Que coisa pode e deve dizer o Papa no encontro com a universidade da sua cidade?
Reflectindo sobre esta pergunta, pareceu-me que ela inclui duas outras, cuja clarificação deve conduzir por si própria à resposta. É preciso de facto, perguntar-se: Qual a natureza e missão do Papado? E ainda: Qual é a natureza e missão da universidade? Não quero nesta sede, ocupar-vos e a mim numa longa discussão sobre a natureza do Papado. Basta um breve aceno.
O Papa é, antes de tudo, bispo de Roma e como tal, em virtude da sucessão do Apóstolo Pedro, tem uma responsabilidade episcopal no que respeita a toda a Igreja Católica. A palavra “bispo” – episkopos, que no seu significado imediato remete para “vigilante”, já no Novo Testamento se fundiu conjuntamente com o significado bíblico de Pastor: ele é aquele que, de um ponto de observação sobrelevado, olha para o conjunto, com atenção ao justo caminho à coesão do conjunto. Neste sentido, tal designação do objectivo orienta o olhar antes de tudo para dentro
da comunidade crente. O Bispo – o Pastor – é o homem que toma conta desta comunidade; aquele que a conserva unida, mantendo-a no caminho em direcção a Deus, indicada segundo a fé cristã de Jesus – e não apenas indicada: Ele próprio é para nós a via. Mas esta comunidade, a qual o Bispo toma conta – grande ou pequena que seja – vive no mundo; as suas condições, o seu caminho, o seu exemplo, e a sua palavra influenciam inevitavelmente toda a restante comunidade humana no seu conjunto.

(Continua)

SEMANA DE ORAÇÃO PELA UNIDADE DOS CRISTÃOS


4º dia da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos

CIDADE DO VATICANO: Publicamos os textos bíblicos escolhidos para o 4º dia da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, em 21 de Janeiro.

O texto faz parte dos materiais distribuídos pela Comissão Fé e Constituição do Conselho Ecuménico das Igrejas e do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos.

Textos bíblicos e oração

Orai sem cessar pela justiça


Vede que ninguém retribua o mal com o mal; procurai sempre o bem uns com os outros e de todos (1 Tes 5, 15)


Êx 3,1-12: O Senhor ouve o grito dos filhos de Israel

Sal 146: O Senhor... faz justiça aos oprimidos

1 Tes 5,(12a)13b-18: Vede que ninguém retribua o mal com o mal

Mt 5,38-42: Não resistais ao homem mau


Oração


Senhor Deus, vós criastes a humanidade, homem e mulher, à vossa imagem. Concedei-nos orar sem cessar, com uma só alma e com um único coração, para que todos os que têm fome no mundo fiquem satisfeitos; que os oprimidos se libertem; que todo ser humano seja tratado com dignidade. Fazei de nós instrumentos vossos, para que este desejo se converta em realidade. Vo-lo pedimos em nome de Jesus Cristo, nosso Senhor. Amém.

domingo, 20 de janeiro de 2008

DISCURSO DO SANTO PADRE



Discurso do Santo Padre, Bento XVI, preparado para a visita à Universidade “La Sapienza”.
Publicamos de seguida o texto da Alocução que o Santo Padre Bento XVI teria
pronunciado no decorrer da visita à Universidade “la Sapienza” de Roma, prevista para quinta-feira, 17 de Janeiro e cancelada na terça-feira anterior.


ALOCUÇÃO DO SANTO PADRE


Magnífico Reitor,
Autoridades políticas e civis.
Ilustres docentes e pessoal técnico administrativo,
Caros jovens estudantes!

É para mim, motivo de profunda alegria encontrar a comunidade da “Sapienza – Universidade
de Roma” por ocasião da inauguração do ano académico. Desde há séculos que esta universidade assinala o caminho e a vida da cidade de Roma, fazendo frutificar as melhores energias intelectuais em cada campo do saber. Quer no tempo em que, desde a sua fundação querida pelo Papa Bonifácio VIII, a instituição estava na directa dependência da Autoridade eclesiástica, quer sucessivamente quando o Studium Urbis se desenvolveu como instituição do Estado italiano, a vossa comunidade académica conservou um grande nível científico e cultural, que a coloca entre as mais prestigiosas universidades do mundo.
Desde sempre a Igreja de Roma olha com simpatia este centro universitário, reconhecendo o
empenho, tantas vezes árduo e fatigante, da investigação e da formação das novas gerações.
Não têm faltado nestes últimos anos momentos significativos de colaboração e de diálogo. Quero recordar, em particular, o Encontro mundial de Reitores por ocasião do Jubileu da Universidade, que viu a vossa comunidade assumir o encargo não só do acolhimento e da organização, mas sobretudo da profética e complexa proposta de elaboração de um “novo humanismo para o terceiro milénio”.
(Continua)

LITURGIA DO DIA: TEMPO COMUM





Hoje a Igreja celebra : S. Sebastião, mártir, +288


ADMONIÇÃO AMBIENTAL

“Iniciamos hoje o nosso tempo comum.
E para iniciarmos mais uma vez este caminho de aumento de compreensão da palavra do Senhor e o nosso posicionamento na dinâmica cristã, a igreja hoje desafia-nos a meditar no convite que nos foi feito ao aderirmos incondicionalmente a Cristo, segunda pessoa da natureza de Deus!
Ele que sendo , o Cordeiro, símbolo da inocência e obediência é também a Luz do mundo.E ao aderirmos a Ele, passamos a fazer parte dessa Luz!
Basta imaginarmos o Sol grande e esplendoroso que por sinal hoje nos foi presenteado! Luz forte, ofuscante e arrebatadora. O Senhor!
E nós?? ... somos nada mais nada menos que as luzinhas microscópicas que pontilham o céu quando o pôr do sol ocorreu. Temos brilho e somos importantes tal como esses pontos, as luzes que dão vida a esse vasto céu breu! Somos os pontos de referência para os outros que nos rodeiam e não entendem o que é ser-se cristão.
Aí a nossa responsabilidade!
Ao recebermos no nosso baptismo o Espírito Santo, aliás tal como Cristo no Jordão, contemos também essa parte divina, na terceira pessoa de Deus.
Será que somos capazes de identificar na pessoa que neste momento está ao lado de cada um de nós, essa parte divina, identificar Cristo nela? Difícil não é? “
(Transcrição)

Leituras:

-Is 49, 3.3-6
- Sl 39
- 1 Cor 1, 1-3
- Ev Jo 1, 29-34

sábado, 19 de janeiro de 2008

SEMANA DE ORAÇÃO PELA UNIDADE DOS CRISTÃOS

2º dia da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos


CIDADE DO VATICANO: Publicamos os textos bíblicos escolhidos para o 2º dia da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, em 19 de Janeiro.


O texto faz parte dos materiais distribuídos pela Comissão Fé e Constituição do Conselho Ecuménico das Igrejas e do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos.


Textos bíblicos e oração


Orai sempre, não tenhais confiança em mais ninguém senão em Deus

Conservai-vos em constante acção de graças (1 Tes 5, 18)

1 Rs 18, 20-40: O Senhor é Deus
Sal 23: O Senhor é meu pastor
1 Tes 5(12a)13b-18: Conservai-vos em constante acção de graças

Oração

Deus de toda criação, escutai vossos filhos em oração. Ajudai-nos a conservar nossa fé e nossa confiança em vós. Ensinai-nos a dar-vos graças em toda circunstância, a ter confiança em vossa misericórdia. Dai-nos a verdade e a sabedoria, para que vossa Igreja nasça à nova vida na comunhão. Só vós sois nossa esperança. Amém.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

ORAÇÃO PELA UNIDADE DOS CRISTÃOS


1º dia da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos


CIDADE DO VATICANO, quinta-feira, 17 de Janeiro de 2008 (ZENIT.org)


Publicamos os textos bíblicos, e orações para o dia


1º dia: Orai sempre “Orai sem cessar” (1 Tes 5, 17)


Is 55, 6-9: Buscai o Senhor enquanto Ele se deixa encontrar


Sal 34: Chamei o Senhor e Ele me respondeu


1 Tes 5, 13b-18: Orai sem cessar


Lc 18, 1-8: Orar constantemente e sem desfalecer


Oração


Senhor da unidade, Pai, Filho e Espírito Santo, nós vos pedimos sem cessar que todos sejam um como vós sois um. Pai, ouvi nosso chamado quando vos buscamos. Cristo, conduzi-nos à unidade que desejais para nós. Espírito Santo, fazei que nunca nos desanimemos.
Amém.

DESEJOS PARA 2008 - 3


Apague a luz que não utiliza

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

SEMANA DE ORAÇÃO PELA UNIDADE DOS CRISTÃOS


"PAI SANTO, GUARDA-OS...PARA QUE SEJAM UM COMO NÓS."

Cidade do Vaticano.
Na próxima sexta-feira começa a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, que tradicionalmente se celebra de 18 a 25 de Janeiro.
O tema escolhido para 2008 é: "Não cesseis de orar" (1 Tes 5,17). Os textos foram preparados conjuntamente pelo Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos e a Comissão Fé e Constituição do Conselho Mundial de Igrejas.

(In: José Luis Turiel - CAMINEO.INFO.)

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

O TEMPO COMUM



O TEMPO COMUM OU ORDINÁRIO


Passadas que são as Solenidades Natalícias, a Liturgia da Igreja convida-nos agora a entrar numa Reflexão não menos importante, que denominou, “Tempo Comum ou Ordinário”.


Ordinário não significa de pouca importância, insonso, incolor… Apenas com este nome se quer distingui-lo dos “tempos fortes”, que são o ciclo da Pascoa e o do Natal com a sua respectiva preparação.


É o tempo mais antigo da organização do ano cristão. Por outro lado, ocupa a maior parte do ano: 33 a 34 semanas, das 52 que existem. O Tempo Comum tem a graça particular de ser o tempo propício para pedir, buscar a Deus com todas as forças da nossa vida.


Assim como neste Tempo Comum vemos um Cristo já maduro, responsável perante a missão que lhe o Pai lhe confiou: vemo-lo crescer em idade, sabedoria e graça diante de Deus seu Pai e dos homens, o vemo-lo evangelizar, para cumprir a Vontade de seu Pai, …assim também nós neste Tempo devemos buscar, crescer e amadurecer a nossa fé, a nossa esperança e o nosso amor, e sobretudo, cumprir com alegria a Vontade de Deus.


Esta é a graça que vamos procurar e implorar de Deus durante estas 33 semanas do Tempo Comum.


(In Catholic net)

ESPANHA: O DEBATE DA FAMÍLIA - 4




“O matrimónio já não
existe legalmente

(Conclusão)

Por: JUAN A. MARTÍNEZ CAMINO*


(Tentei traduzir)


Em Espanha, (agora) chamar esposo ou esposa a uma pessoa e tê-la como tal é algo pertencente ao mundo privado, dos afectos, dos gostos mas não um bem jurídico publicamente defendivel.
Prova disso é o caso seguinte.

Uma menina de seis anos vem do colégio e conta a sua mãe, que a professora lhe dissera que se poderia casar com a sua amiguita Verónica. A mãe, horrorizada, trata de explicar-lhe um pouco as coisas. No dia seguinte, a menina voltou do colégio chorando e chamando a sua mãe de mentirosa porque a professora lhe havia explicado de novo que se poderia casar com Verónica e que a sua mãe estava antiquada e é «homofoba».

Poderia esta mãe tratar de defender legalmente a realidade da sua filha como futura esposa do seu futuro esposo e exigir à professora que deixe de tratar de tirar da cabecita da sua filha os conceitos sagrados de «esposo» y «esposa»?
Não. Não poderia, porque os promotores da actual legislação sobre o matrimónio lhe tiraram esse direito.

Em resumo: a actual legislação espanhola não reconhece nem protege o matrimónio e, portanto, supõe um retrocesso histórico a respeito da Declaração Universal dos Direitos
Humanos de 1948, da que este ano celebramos o sexagésimo aniversario.
A sociedade deve reagir energicamente ante este estado de coisas. Graças a Deus, o está fazendo já.

A Igreja nunca se confrontou com una legislação sobre o matrimónio como a que agora temos em Espanha. O desafio é grande. Há que responder a ele de maneira proporcionada.

O que está em jogo não são tanto os direitos da Igreja, quanto os direitos fundamentais do ser humano.



(*) S. J. Secretario de la Conferencia Episcopal
Española. Doctor en Teología. Catedrático
de Cristología en la Facultad de San Dámaso,
antes Profesor en Comillas. Recién nombrado
Obispo auxiliar de Madrid ( su ordenación
tendrá lugar el próximo 19 de enero)
......................
Foi uma informação que recebi e quis partilhá-la. Esta realidade pode acontecer também aqui no nosso pais - aliás, outras parecidas já existem em Portugal.
Foi um ALERTA, para estarmos mais atentos ao que os políticos que elegemos, estão a fazer com os nossos valores e princípios.

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

CORRECÇÃO FRATERNA



A correcção fraterna


"A prática da correcção fraterna – que tem tradição evangélica – é uma manifestação de carinho sobrenatural e de confiança.


Agradece-a quando a receberes, e não deixes de praticá-la com quem convives.


Não vos oculto que, quando tenho que corrigir ou tomar uma decisão que fará sofrer alguém, padeço antes, durante e depois; e não sou um sentimental. Consola-me pensar que só os animais não choram; nós, os homens, filhos de Deus, choramos.

Sei que em determinados momentos, também vós tereis que sofrer, se vos esforçardes por levar a cabo fielmente o vosso dever. Não vos esqueçais de que é mais cómodo – mas é um descaminho – evitar o sofrimento a todo o custo, com o pretexto de não magoar o próximo;

frequentemente o que se esconde por trás desta omissão é uma vergonhosa fuga ao sofrimento próprio, porque normalmente não é agradável fazer uma advertência séria a alguém.

Meus filhos, lembrai-vos de que o inferno está cheio de bocas fechadas."

(Transcrição)

DESEJOS PARA 2008 - 2


segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

ESPANHA: O DEBATE DA FAMÍLIA - 3



“O matrimónio já não
existe legalmente
(Continuação)

Por: JUAN A. MARTÍNEZ CAMINO*

(Tentei traduzir)


O matrimónio, pois, foi equiparado a uma união assexuada de «cônjuges» e/ou de «progenitores».

A dissolução do matrimónio como figura jurídica própria não é uma pura subtileza conceptual. É um gravíssimo acontecimento que traz consigo consequências muito negativas para a vida de todos os espanhóis. Significa que o matrimónio não está nem reconhecido nem protegido pela lei enquanto tal.

Mas, enquanto se retirou protecção legal a essa realidade humana tão determinante do presente e do futuro da sociedade que é o matrimónio, o nicho ecológico da vida humana, continua a ser o valor principal da identidade das pessoas, da cultura e da paz.

Tratemos, pois, de verificar o que dissemos com um só exemplo que mostra como todos ficam afectados pela falta de protecção jurídica do matrimónio.

Não há nenhum espanhol que não se veja relacionado pelos significados reais das palavras «pai», «mãe», «esposo» ou «esposa». Pois bem, estas realidades são agora olimpicamente ignoradas pela Lei. Nada pode fazer com que a Lei proteja a qualidade de esposo ou de esposa, de pai ou de mãe, pela simples razão de que esses conceitos foram eliminados do Código Civil (espanhol).

(*) S. J. Secretario de la Conferencia Episcopal
Española. Doctor en Teología. Catedrático
de Cristología en la Facultad de San Dámaso,
antes Profesor en Comillas. Recién nombrado
Obispo auxiliar de Madrid ( su ordenación
tendrá lugar el próximo 19 de enero)

domingo, 13 de janeiro de 2008

ESPANHA: O DEBATE DA FAMÍLIA -2




“O matrimónio já não existe legalmente
(Continuação)

Por: JUAN A. MARTÍNEZ CAMINO*



De modo que, não é exagerado dizer que em Espanha, o matrimónio deixou de existir legalmente, posto que, em virtude desse nome, o Código Civil actual entende a união de quaisquer pessoas, independentemente da sua identidade sexual.

Noutros países (pouquíssimos) equiparou-se as uniões de pessoas do mesmo sexo ao matrimónio. Não é que nos pareça tampouco justo, Mas é certamente outra coisa. Ali o matrimónio segue sendo a união de um homem e de uma mulher, do esposo e da esposa, e as leis se limitaram a declarar que as uniões de pessoas do mesmo sexo gozam plenamente dos mesmos direitos que o matrimónio.

A mencionada Lei de Reforma do Código Civil da Espanha permitiu esvaziar o conteúdo específico do contrato matrimonial por um método tão simples quanto devastador. A saber: eliminando do título correspondente do Código as palavras «esposo/esposa» ou «marido/ mulher» e substituindo-as por «cônjuges», um termo genérico que ressalta da diferença qualitativa entre o homem e a mulher. A mesma sorte ocorreu com as palavras «pai» e «mãe», que são substituídas pela palavra «progenitor».
Logo, houve que precisar algo mais e quantificar o que antes eram qualidades distintas; nos registos civis lemos (agora) «cônjuge A» e «cônjuge B», no lugar de esposo e esposa.
Procedimento ridículo e triste, mas necessário para evitar essas palavras sagradas, que se tornaram repugnantes para a ideologia de género das leis espanholas.

(*) S. J. Secretario de la Conferencia Episcopal
Española. Doctor en Teología. Catedrático
de Cristología en la Facultad de San Dámaso,
antes Profesor en Comillas. Recién nombrado
Obispo auxiliar de Madrid ( su ordenación
tendrá lugar el próximo 19 de enero)

LITURGIA DO DIA: BAPTISMO DO SENHOR


(Transcrição)

"Admonição Ambiental


Depois de crescer na obscuridade, Cristo inicia a Sua vida pública através do baptismo pela água do Jordão. Um Baptismo que é no Espírito! E tal como com Cristo, o Espírito Santo também nos “ungiu” no momento do nosso baptismo.


Cristo ao anunciar a Boa Nova desafia a implantação da verdadeira justiça! Justiça para todos que levará também à Paz duradoura!... E nós? Qual o nosso papel como actuais ungidos pelo espírito do Senhor, nas comunidades em que estamos inseridos??


Tal como Cristo deveríamos passar fazendo o bem ...., mas seremos mais realistas se assumirmos, que passamos boa parte da nossa vida a fazer o mal, como ... falando menos verdades, injuriando, tendo inveja e por vezes ódio aos outros, egoísmos e rancores, obter vantagens ilicitamente, e as muitas atitudes que tomamos para nos evidenciarmos e capitalizarmos na nossa procura desenfreada das benesses deste mundo, não olhando a meios para atingirmos os nossos fins pessoais! E se fazemos algum bem muito provavelmente não fazemos tudo o que está ao nosso alcance!


É o momento de, conscientes que também somos Filhos do Senhor, passemos a assumir posições que demonstrem aos outros que nos rodeiam, aquilo que somos: Cristãos!!"

sábado, 12 de janeiro de 2008

ESPANHA: O DEBATE DA FAMÍLIA



"O MATRIMÓNIO JÁ NÃO EXISTE LEGALMENTE"


Por: JUAN A. MARTÍNEZ CAMINO*


"O secretario geral da Conferencia Episcopal expõe
a verdadeira transcendência que têm as
reformas jurídicas sobre o matrimónio, que nos
últimos dias levaram às ruas a Igreja Católica
em discordância com o Governo.


(Tentei traduzir)


Os promotores da actual legislação espanhola sobre o matrimónio pretendem fazer crer às pessoas que ela é a melhor que existe no mundo, dado que “estenderam o direito” a contrair matrimónio a quem quiser fazê-lo com outra pessoa do mesmo sexo. Deste modo as «uniões homossexuais» foram por fim equiparadas ao matrimónio.


São frases que podem soar bem, mas que falseiam uma lacerante realidade, muito distinta.


Não é verdade que as uniões homossexuais tenham sido equiparadas ao matrimónio. A Lei da Reforma do Código Civil em Matéria de Matrimónio (13/2005) fez justamente o contrario: equiparou o matrimónio às uniões de pessoas do mesmo sexo. E aqui, a ordem de factores altera radicalmente a situação.


O «matrimónio» resultante dessa operação legal já não é a união de um homem e de uma mulher, mas a união de quaisquer cidadãos.


Fica assim, completamente sem efeito na sua especificidade, o contrato ao que todas as legislações do mundo chamaram matrimónio, antes e depois de Cristo."


(Continua)

(*) S. J. Secretario de la Conferencia Episcopal
Española. Doctor en Teología. Catedrático
de Cristología en la Facultad de San Dámaso,
antes Profesor en Comillas. Recién nombrado
Obispo auxiliar de Madrid ( su ordenación
tendrá lugar el próximo 19 de enero)

DESEJOS PARA 2008

1 - Economize Água

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

SAL DA TERRA

(Transcrição)

“Há-de urgir-te a caridade de Cristo”



Tens necessidade de vida interior e de formação doutrinal. Exige-te!


– Tu, cavalheiro cristão, mulher cristã, tens de ser sal da terra e luz do mundo, porque estás obrigado a dar exemplo com um santo descaramento.


Há-de urgir-te a caridade de Cristo e, ao sentires-te e saberes-te outro Cristo a partir do momento em que lhe disseste que o seguias, não te separarás dos teus semelhantes – os teus parentes, os teus amigos, os teus colegas –, da mesma maneira que o sal não se separa do alimento que condimenta.


A tua vida interior e a tua formação abrangem a piedade e o critério que deve ter um filho de Deus, para temperar tudo com a sua presença activa.


Pede ao Senhor para seres sempre esse bom condimento na vida dos outros.
(Forja, 450)

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Macau


Macau tem primeira licenciatura oficial em Teologia

LISBOA, quinta-feira, 10 de janeiro de 2008 (ZENIT.org).-
O Curso de Estudos do Cristianismo, primeira licenciatura oficial em Teologia no espaço chinês, arrancou no Instituto Inter-Universitário da Católica de Macau.

Segundo informa «Renascença», a licenciatura, estruturada pela Universidade Católica de Lisboa, conta com 70 alunos, todos de origem chinesa e pertencentes a congregações religiosas.
A China aprovou em apenas duas semanas esta licenciatura, que tem uma duração de cinco anos cumprindo todas as regras canônicas.

Em entrevista à «Renascença», o reitor do Instituto Inter-Universitário de Macau, Ruben Cabral, considera que este é um grande sinal de boa vontade do regime de Pequim para melhorar as relações com a Santa Sé.

O curso respeita as exigências canônicas e tem em conta também a realidade chinesa, explicou Dennis Rochford, diretor do novo curso de Teologia de Macau.

Para o Padre Peter Stilwell, diretor da Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa, esta é uma forma da Igreja Católica valorizar a sua presença na China, apesar das conhecidas e assumidas divergências entre Pequim e o Vaticano.

O sacerdote desloca-se este mês a Macau para fazer com as autoridades chinesas um ponto de situação em relação a esta licenciatura em Teologia para candidatos ao sacerdócio oriundos da China.
(In ZENIT)

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

AINDA ESTAMOS NA EPIFANIA



NA OITAVA...


" Herodes prguntou aos Magos: Que sinal vistes vós

do rei recém-nascido?



- Vimos uma estrela resplandecente que ilumina o mundo inteiro.


Oração
Senhor nosso Deus, sol que ilumina todos os homens,
concedei ao mundo a paz duradoira
e fazei brilhar em nossos corações
a luz admirável que orientou os passos dos Magos.
Por Nosso Senhor."
( Do Livro das Horas)

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

ESPEREM!


Esperem só mais um pouco!

Ainda estamos no Tempo do Natal!
Ainda estamos na oitava da Epifania do Senhor!

Que bom seria se soubéssemos gerir a nossa vida, ao ponto de dar a César o que é de César e a Deus o que é de Deus, usufruindo deste Tempo de alegria interior, reconhecendo, confessando, manifestando de várias maneiras a Glória do Senhor.


Nós não vimos, e acreditamos por isso somos abençoados!


Mas João viu e cremos na sua revelação: “Vi o Espírito descer do céu como uma pomba e permanecer sobre Ele. Eu vi e dou testemunho de que Ele é o Filho de Deus.” Jo 1, 32.34


segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

O MEU SENTIR!




OBRIGADA, SENHOR,



POR ESTA DESCOBERTA:



A Tua Palavra é sempre nova.



Imensa como o mar.



Suave como a brisa de Abraão.



É Luz para os olhos da minha alma,



Calor para este coração traiçoeiro...



domingo, 6 de janeiro de 2008

HOJE É DIA DE REIS

(Transcrição)


“Onde está o rei dos judeus que acaba de nascer?”


A humildade é outro bom caminho para chegar à paz interior. – Foi Ele que o disse: "Aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração... e encontrareis paz para as vossas almas". (Caminho, 607)


Onde está o rei dos judeus que acaba de nascer? Também eu, instado por esta pergunta, contemplo agora Jesus, deitado numa manjedoura, num lugar que só é próprio para os animais. Onde está, Senhor, a tua realeza: o diadema, a espada, o ceptro? Pertencem-lhe e não os quer; reina envolto em panos. É um rei inerme, que se nos apresenta indefeso; é uma criança. Como não havemos de recordar aquelas palavras do Apóstolo: aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo.


Nosso Senhor encarnou para nos manifestar a vontade do Pai. E começa a instruir-nos estando ainda no berço. Jesus Cristo procura-nos – com uma vocação, que é vocação para a santidade –, a fim de consumarmos com Ele a Redenção. Considerai o seu primeiro ensinamento: temos de co-redimir à custa de triunfar, não sobre o próximo, mas sobre nós mesmos. Tal como Cristo, precisamos de nos aniquilar, de sentir-nos servidores dos outros para os conduzir a Deus.


Onde está o nosso Rei? Não será que Jesus quer reinar, antes de mais, no coração, no teu coração? Por isso se fez menino: quem é capaz de ter o coração fechado para uma criança? Onde está o nosso Rei? Onde está o Cristo que o Espírito Santo procura formar na nossa alma? Cristo não pode estar na soberba, que nos separa de Deus, nem na falta de caridade, que nos isola dos homens. Aí não podemos encontrar Cristo, mas apenas a solidão.


No dia da Epifania, prostrados aos pés de Jesus Menino, diante de um Rei que não ostenta sinais externos de realeza, podeis dizer-lhe: Senhor, expulsa a soberba da minha vida, subjuga o meu amor-próprio, esta minha vontade de afirmação pessoal e de imposição da minha vontade aos outros. Faz com que o fundamento da minha personalidade seja a identificação contigo. (Cristo que passa, 31)