segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

DISCURSO DO SANTO PADRE - 9


Discurso do Santo Padre, Bento XVI, preparado para a visita à Universidade “La Sapienza”

( Conclusão)

"Dito do ponto de vista da estrutura da universidade: existe o perigo que a filosofia, não se sentindo já capaz de levar a cabo a sua verdadeira tarefa, se degrade em positivismo; que a teologia com a sua mensagem remexida pela razão, fique confinada à esfera privada de um grupo mais ou menos grande. Se porém, a razão – solicitada pela sua presuntiva pureza – se torna surda à grande mensagem que lhe vem da fé cristã e da sua sapiência, seca como uma árvore, cujas raízes não chegam à agua que lhe dá a vida. Perde a coragem da verdade e assim não engrandece, mas torna-se mais pequena. Aplicado à nossa cultura europeia isto significa: se ela quer só auto-construir-se com base no círculo dos próprios argumentos e no que no momento a convence e – preocupada com a sua laicidade – se destaca das raízes das quais vive, então deixa de se tornar mais razoável e mais pura, mas desorganiza-se e despedaça-se. Com isto retorno ao ponto de partida.
O que é que o Papa há de fazer ou dizer na universidade?

Seguramente não deve procurar impôr aos outros de modo autoritário a fé, que só pode ser
dada em liberdade. Do seu ministério de Pastor na Igreja e com base na natureza intrínseca deste seu ministério pastoral é sua tarefa manter a sensibilidade pela verdade; convidar sempre de novo a razão a pôr-se em busca do verdadeiro, do bem, de Deus e, neste caminho, solicitá-la a distinguir as luzes úteis recebidas como herança ao longo da história da fé cristã e a perceber assim Jesus Cristo como a Luz que ilumina a história e ajuda a encontrar o caminho em direcção ao futuro.

Do Vaticano, 17 de Janeiro de 2008"

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