domingo, 31 de março de 2024

Ressuscitou Caminho Neocatecumenal com Cifras

MENSAGEM URBI ET ORBI

MENSAGEM URBI ET ORBI
DO PAPA FRANCISCO

PÁSCOA 2024

Balcão central da Basílica Vaticana
Domingo, 31 de março de 2024


Queridos irmãos e irmãs, Feliz Páscoa!

Hoje ressoa em todo o mundo o anúncio que partiu de Jerusalém há dois mil anos: "Jesus de Nazaré, o crucificado, ressuscitou!" (cf. Mc 16, 6).

A Igreja revive o espanto das mulheres que foram ao sepulcro na madrugada do primeiro dia da semana. O túmulo de Jesus tinha sido fechado com uma grande pedra; e assim, ainda hoje, pedras pesadas, demasiadamente pesadas, fecham as esperanças da humanidade: a pedra da guerra, a pedra das crises humanitárias, a pedra das violações dos direitos humanos, a pedra do tráfico de pessoas e outras. Nós também, como as mulheres discípulas de Jesus, perguntamo-nos uns aos outros: "Quem irá remover estas pedras para nós?" (cf. Mc 16, 3).

E eis a sua descoberta na manhã de Páscoa: a pedra, aquela grande pedra, já havia sido removida. O espanto das mulheres é o nosso espanto: o túmulo de Jesus está aberto e vazio! É aqui que tudo começa. Através desse túmulo vazio passa o novo caminho, o caminho que nenhum de nós, mas somente Deus, poderia abrir: o caminho da vida em meio à morte, o caminho da paz em meio à guerra, o caminho da reconciliação em meio ao ódio, o caminho da fraternidade em meio à inimizade.

Irmãos e irmãs, Jesus Cristo ressuscitou, e somente Ele é capaz de remover as pedras que fecham o caminho para a vida. De fato, Ele mesmo, o Vivente, é o Caminho: o Caminho da vida, da paz, da reconciliação, da fraternidade. Ele nos abre a passagem, algo humanamente impossível, porque somente Ele tira o pecado do mundo e perdoa os nossos pecados. E sem o perdão de Deus, essa pedra não pode ser removida. Sem o perdão dos pecados, não se consegue sair dos fechamentos, dos preconceitos, das suspeitas mútuas e das presunções, que sempre levam a absolver a si mesmo e acusar os outros. Somente o Cristo Ressuscitado, ao dar-nos o perdão dos pecados, abre o caminho para um mundo renovado.

Somente ele nos abre as portas da vida, aquelas portas que fechamos continuamente com as guerras que se alastram pelo mundo. Hoje voltamos nosso olhar, em primeiro lugar, para a Cidade Santa de Jerusalém, testemunha do mistério da paixão, morte e ressurreição de Jesus, e para todas as comunidades cristãs da Terra Santa.

Meu pensamento se dirige, sobretudo, às vítimas dos muitos conflitos em andamento no mundo, a começar pelos que ocorrem em Israel, na Palestina e na Ucrânia. Que o Cristo Ressuscitado abra um caminho de paz para as populações atormentadas dessas regiões. Ao mesmo tempo que convido a que sejam respeitados os princípios do direito internacional, espero que haja uma troca geral de todos os prisioneiros entre a Rússia e a Ucrânia: todos por todos!

Além disso, faço novamente um apelo para que seja garantido o acesso da ajuda humanitária a Gaza e insisto, uma vez mais, na pronta libertação dos reféns sequestrados em 7 de outubro e em um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza.

Não permitamos que as hostilidades em andamento continuem a afetar seriamente a população civil, já exausta, especialmente as crianças. Quanto sofrimento vemos nos olhos das crianças! Aquelas crianças, nas terras onde há guerras, já se esqueceram como se sorri. Com o seu olhar nos perguntam: Por quê? Por que tanta morte? Por que tanta destruição? A guerra é sempre um absurdo, a guerra é sempre uma derrota! Não permitamos que ventos de guerra cada vez mais fortes soprem sobre a Europa e o Mediterrâneo. Não nos rendamos à lógica das armas e do rearmamento. A paz nunca é construída com armas, mas estendendo nossas mãos e abrindo nossos corações.

Irmãos e irmãs, não nos esqueçamos da Síria, que vem sofrendo as consequências de uma guerra longa e devastadora há treze anos. Tantos mortos, pessoas desaparecidas, tanta pobreza e destruição estão esperando por respostas de todos, inclusive da comunidade internacional.

Meu olhar hoje se dirige de modo especial ao Líbano, que há muito tempo vem sendo afetado por um bloqueio institucional e por uma profunda crise econômica e social, agora agravada pelas hostilidades na fronteira com Israel. Que o Senhor Ressuscitado conforte o amado povo libanês e sustente todo o país em sua vocação de ser uma terra de encontro, coexistência e pluralismo.

Dirijo um pensamento especial à região dos Bálcãs Ocidentais, onde estão sendo dados passos significativos para a integração no projeto europeu: que as diferenças étnicas, culturais e confessionais não sejam uma causa de divisão, mas se tornem uma fonte de enriquecimento para toda a Europa e para o mundo inteiro.

Da mesma forma, encorajo as conversações entre a Armênia e o Azerbaijão, para que, com o apoio da comunidade internacional, se possa continuar o diálogo, ajudar os deslocados, respeitar os locais de culto das diferentes denominações religiosas e chegar a um acordo de paz definitivo o mais rápido possível.

Que o Cristo Ressuscitado abra um caminho de esperança às pessoas que, em outras partes do mundo, sofrem com a violência, os conflitos, a insegurança alimentar e os efeitos das mudanças climáticas. Que o Senhor conceda conforto às vítimas de todas as formas de terrorismo. Oremos pelos que perderam suas vidas e imploremos arrependimento e conversão para os autores de tais crimes.

Que o Senhor Ressuscitado ajude o povo haitiano, para que a violência, que derrama sangue e dilacera o País, possa cessar o mais rápido possível e que se possa progredir no caminho da democracia e da fraternidade.

Que Ele dê conforto aos Roingas, afligidos por uma grave crise humanitária, e abra o caminho da reconciliação em Mianmar, dilacerado por anos de conflito interno, a fim de que toda lógica de violência seja definitivamente abandonada.

Que o Senhor abra caminhos de paz no continente africano, especialmente para as populações provadas no Sudão e em toda a região do Sahel, no Chifre da África, na região de Kivu, na República Democrática do Congo, e na província de Cabo Delgado, em Moçambique, e ponha fim à prolongada situação de seca que afeta vastas áreas e causa fome e carestia.

Que o Ressuscitado faça resplandecer a sua luz sobre os migrantes e aqueles que estão passando por dificuldades econômicas, oferecendo-lhes conforto e esperança em seus momentos de necessidade. Que Cristo guie todas as pessoas de boa vontade a se unirem em solidariedade, para enfrentarem juntas os muitos desafios que as famílias mais pobres enfrentam em sua busca por uma vida melhor e pela felicidade.

Neste dia em que celebramos a vida que nos foi dada na ressurreição do Filho, lembremo-nos do amor infinito de Deus por cada um de nós: um amor que supera todos os limites e todas as fraquezas. No entanto, quão frequentemente a preciosa dádiva da vida é desprezada! Quantas crianças não conseguem sequer ver a luz? Quantas morrem de fome, ou são privadas de cuidados essenciais, ou são vítimas de abuso e violência? Quantas vidas são mercantilizadas pelo crescente comércio de seres humanos?

Irmãos e irmãs, no dia em que Cristo nos libertou da escravidão da morte, exorto aqueles com responsabilidade política a não pouparem esforços no combate ao flagelo do tráfico humano, trabalhando incansavelmente para desmantelar suas redes de exploração e trazer liberdade àqueles que são suas vítimas. Que o Senhor console suas famílias, especialmente aquelas que aguardam ansiosamente notícias de seus entes queridos, assegurando-lhes conforto e esperança.

Que a luz da ressurreição ilumine nossas mentes e converta nossos corações, conscientizando-nos do valor de toda vida humana, que deve ser acolhida, protegida e amada.

Feliz Páscoa a todos!



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Domingo de Páscoa, Santa Missa 31 de março de 2024 Papa Francisco

Laudes do Domingo da Páscoa na Ressurreição do Senhor

sábado, 30 de março de 2024

VIGÍLIA PASCAL NA NOITE SANTA - Vatican Media Live - Português

Canto Camino Neocatecumenal: Shemá Israel

Hoje é celebrado são João Clímaco, monge e mestre espiritual


São João Clímaco São João Clímaco

São João Clímaco foi um monge cristão, mestre espiritual e autor do livro “Escada do Paraíso”, que chegou a ser muito popular na Idade Média. O nome desta obra é a fonte do nome deste santo, já que é uma transliteração latina do termo grego klímakos, que significa “da escada”.

O santo “da escada” nasceu na Palestina em 575 e sua vida se desenvolveu quando Bizâncio, capital do Império romano do Oriente, estava em decadência ante as invasões bárbaras e a perda de território

Desde muito pequeno, formou-se lendo os livros de são Gregório Nazianzeno e são Basílio. Aos 16 anos, decidiu ser monge e partiu para o Monte Sinais (Egito).

Segundo os escritos do monge Daniel de Raito, Clímaco teve como mestre o abade Martírio (superior do mosteiro) e, depois de quatro anos de preparação, foi admitido como religioso.

Aos 20 anos, escolheu viver como eremita em uma gruta aos pés de um monte localizado a oito quilômetros do atual mosteiro de Santa Catarina (Monte Sinais).

Desde então, dedicou-se por 40 anos à meditação da Bíblia, oração e alguns trabalhos manuais. Assim, tornou-se um dos maiores sábios da Bíblia e diretor espiritual de dezenas de monges no Oriente.

Em sua velhice, os monges o elegeram abade do mosteiro do Monte Sinais. Naquele tempo, escreveu diversos textos e a “Escada do Paraíso”, um tratado de vida espiritual que descreve o caminho do monge desde a renúncia ao mundo até a perfeição do amor.

No livro, distingue-se três fases sucessivas para alcançar esta perfeição do amor: a primeira é a ruptura com o mundo a fim de voltar ao estado de infância evangélica; a segunda é constituída pela combate espiritual contra as paixões; e a terceira é a perfeição cristã.

São João Clímaco morreu por volta do ano 650. A Igreja o comemora no dia 30 de março.

 

O Sábado Santo é o dia do “grande silêncio”


Vela-Pixabay-15042022.jpg Foto ilustrativa | Pixabay

O Catecismo da Igreja Católica diz que o Sábado Santo é um dia "de grande silêncio" por causa da morte de Cristo.

O Catecismo explica nos números 631 a 637 a parte do Credo que diz “Jesus Cristo desceu a mansão dos mortos, ressuscitou ao terceiro dia”.

O Credo, diz o Catecismo, "confessa, num mesmo artigo da fé, a descida de Cristo a mansão dos mortos e a sua ressurreição dos mortos ao terceiro dia, porque, na sua Páscoa, é da profundidade da morte que Ele faz jorrar a vida".

Jesus, continua o texto, “antes da ressurreição, permaneceu na mansão dos mortos (cf. Hb 13,20). Este é o sentido primeiro dado pela pregação apostólica à descida de Jesus à mansão dos mortos: Jesus conheceu a morte, como todos os homens, e foi ter com eles à morada dos mortos. Porém, desceu lá como salvador proclamando a Boa-Nova aos espíritos que ali estavam prisioneiros”.

Quando Jesus morre, no Sábado Santo “um grande silêncio envolve a terra; um grande silêncio e uma grande solidão. Um grande silêncio, porque o Rei dorme”.

“A terra está amedrontada e oprimida, porque Deus adormeceu na carne e despertou os que dormiam desde os tempos antigos”, acrescenta.

Jesus então “vai à procura de Adão, nosso primeiro pai, a ovelha perdida. Quer visitar os que jazem nas trevas e nas sombras da morte. Vai libertar Adão do cativeiro da morte. Ele que é ao mesmo tempo seu Deus e seu filho”.

O Catecismo também diz que na Bíblia, inferno ou hades é “a morada dos mortos, a que Cristo desceu após a morte, porque aqueles que aí se encontravam estavam privados da visão de Deus. Tal era o caso de todos os mortos, maus ou justos, enquanto esperavam o Redentor”.

“A descida à mansão dos mortos é o cumprimento, até à plenitude, do anúncio evangélico da salvação”, diz o catecismo.

“É a última fase da missão messiânica de Jesus, fase condensada no tempo, mas imensamente vasta no seu significado real de extensão da obra redentora a todos os homens de todos os tempos e de todos os lugares, porque todos aqueles que se salvaram se tornaram participantes da redenção”, diz o catecismo.

Desta forma, Cristo “pela sua morte, reduziu à impotência aquele que tem o poder da morte, isto é, o Diabo, e libertou quantos, por meio da morte, se encontravam sujeitos à servidão durante a vida inteira”.

 (acidigital)

Las cinco llagas de la Virgen María: Meditación para el Sábado Santo | P...

Stabat Mater Dolorosa ♱ Camino Neocatecumenal

No Sábado Santo, esperamos com Maria


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Hoje é Sábado Santo, dia de espera. Jesus está no sepulcro e Maria é quem acompanha a Igreja.

Maria é a mãe da paciente espera, embora esteja sofrendo pela morte de seu Filho. Ela foi a única que manteve viva a chama da fé quando Cristo foi sepultado.

Muitos seguidores de Jesus ficaram desiludidos, pois acreditavam que Ele seria o Grande Messias de Israel. Eles esperavam um guerreiro que os libertasse do domínio romano com punho de ferro e um exército numeroso.

Entretanto, quando viram que Cristo deixou que o crucificassem e morreu, ficaram tristes e desiludidos. “Jesus fracassou, voltemos para nosso trabalho ordinário”, disseram os discípulos de Emaús. Os apóstolos também estavam com medo e ficaram escondidos.

Inclusive as mulheres que estiveram ao pé da Cruz, foram embalsamar o corpo do Senhor porque estava morto. Elas não tinham acreditado na ressurreição de Cristo e, quando encontraram o sepulcro vazio, ficaram surpresas. Sem entender porque o corpo de Jesus não estava lá, começaram a duvidar do que Ele lhes havia dito sobre a ressurreição. Ao aparecer o anjo, uma delas pergunta: Para onde levaram o Senhor? Somente quando Cristo lhes aparece, acreditam.

Maria, muito pelo contrário, não foi ao sepulcro, pois tinha acolhido a palavra de Deus em seu coração. E por ser uma mulher de fé profunda, havia acreditado. Portanto, Ela não estava desiludida, nem assustada e desconfiada. Mas esperava plenamente a ressurreição do seu Filho.

Apesar de ter vivido toda a dor do dia anterior, sua fé e sua esperança são muito maiores. Permaneceu firme ao pé da cruz, embora profundamente dolorida. Nesses momentos, a única coisa que a sustentou foi a sua fé e também a esperança de que se cumpririam as promessas de Deus.

Acompanhe também nosso recurso sobre a Semana Santa: http://www.acidigital.com/fiestas/semanasanta/.

Confira também:

 

Sábado Santo: Esta noite celebramos a Vigília Pascal

 


Sábado Santo Sábado Santo

Hoje é celebrado o Sábado Santo, a Igreja Católica medita sobre a paixão e morte do Senhor, assim como sua descida ao inferno, e espera em oração a sua ressurreição. Celebra-se também a Vigília Pascal que conclui com a Liturgia Eucarística.

Durante este dia, é dada atenção especial à Virgem Maria, acompanhando-a em sua solidão, que vela junto ao túmulo de seu Filho amado.

Na Vigília Pascal, são feitos três atos importantes que começam com a celebração do fogo, na qual o padre abençoa o fogo e acende o círio pascal. Neste ato, entoa-se a Proclamação da Páscoa, que é um poema escrito por volta do ano 300, que proclama que Jesus é o novo fogo.

Acontece também a Liturgia da Palavra, na qual são feitas sete leituras, desde a criação até a ressurreição , sendo a leitura do livro do Êxodo a mais importante que narra a passagem dos israelitas através do Mar Vermelho, quando fugiam das tropas egípcias, sendo bem salvos por Deus. Da mesma maneira, recorda que Deus, esta noite, nos salva por seu Filho.

O terceiro ato é quando toda a Igreja renova suas promessas batismais renunciando a Satanás, suas seduções e suas obras. A pia batismal ou um recipiente que a representa é abençoada e é recitada a ladainha dos santos, que nos une em oração com a Igreja militante e triunfante.

Laudes de Sábado Santo

sexta-feira, 29 de março de 2024

VIA-SACRA (Meditaçao)

SEXTA-FEIRA SANTA
«PAIXÃO DO SENHOR»

VIA-SACRA

COLISEU
ROMA, 29 DE MARÇO DE 2024




VIA-SACRA 2024: «Em oração com Jesus, no caminho da cruz»

 

Introdução

Senhor Jesus, olhamos para a vossa cruz e compreendemos que destes tudo por nós. Dedicamo-Vos este tempo. Queremos passá-lo ao pé de Vós, que rezastes desde o Getsémani até ao Calvário. No Ano de Oração, unimo-nos ao vosso caminho de oração.

Evangelho segundo São Marcos (14, 32-37)

Chegaram a uma propriedade chamada Getsémani (…). Tomando consigo Pedro, Tiago e João, começou a sentir pavor e a angustiar-Se. E disse-lhes: «(...) Ficai aqui e vigiai». Adiantando-Se um pouco, caiu por terra e orou (…): «Abbá, Pai! Tudo Te é possível; afasta de Mim este cálice! Mas não se faça o que Eu quero, e sim o que Tu queres». Depois, foi ter com os discípulos, encontrou-os a dormir e disse a Pedro: «(…) Nem uma hora pudeste vigiar!»

Senhor, preparastes com a oração cada uma das vossas jornadas e agora, no Getsémani, preparais a Páscoa. Abbá, Pai! Tudo Te é possível – dizeis Vós –, porque a oração é antes de tudo diálogo e intimidade; mas é também luta e súplica: afasta de Mim este cálice! E é abandono e oferta: mas não se faça o que Eu quero, e sim o que Tu queres. Assim, em oração, entrastes pela porta estreita do nosso sofrimento e atravessaste-la profundamente. Sentistes medo e angústia (cf. Mc 14, 33): medo diante da morte, angústia sob o peso do nosso pecado que experimentastes sobre Vós, enquanto Vos invadia uma amargura infinita. Mas, no apogeu da luta, rezastes «mais instantemente» (Lc 22, 44): assim transformastes a veemência do sofrimento em oferta de amor.

Uma coisa apenas nos pedistes: ficar convosco, vigiar. Não nos pedis o impossível, mas a proximidade. No entanto, quantas vezes me distanciei de Vós! Quantas vezes, como os discípulos, em vez de vigiar dormi, quantas vezes não tive tempo ou vontade de rezar porque cansado, anestesiado pelas comodidades, ensonado na alma. Jesus, repeti novamente para mim, para nós, vossa Igreja: «Levantai-vos e orai» (Lc 22, 46). Acordai-nos, Senhor, despertai-nos do torpor do coração, porque também hoje, sobretudo hoje, precisais da nossa oração.

 

1. Jesus é condenado à morte

O Sumo Sacerdote ergueu-se no meio da assembleia e interrogou Jesus: «Não respondes nada ao que estes testemunham contra Ti?» Mas Ele continuava em silêncio e nada respondia. (…) Pilatos interrogou-o de novo, dizendo: «Não respondes nada? Vê de quantas coisas és acusado!» Mas Jesus nada mais respondeu, de modo que Pilatos estava estupefacto (Mc 14, 60-61; 15, 4-5).

Jesus, sois a vida, e acabais condenado à morte; sois a verdade, e suportastes um processo cheio de falsidades. Mas por que não reclamais? Por que não levantais a voz e explicais as vossas razões? Por que não refutais os eruditos e os poderosos, como sempre fizestes com tanto sucesso? A vossa reação é surpreendente, Jesus: no momento decisivo, não falais; calais-Vos. Porque, quanto mais forte é o mal, mais radical é a vossa resposta. E a vossa resposta é o silêncio. Mas o vosso silêncio é fecundo: é oração, é mansidão, é perdão, é o caminho para redimir do mal, para converter o que sofreis num dom que ofereceis. Jesus, dou-me conta de Vos conhecer pouco, porque não conheço suficientemente o vosso silêncio; porque no frenesim de correr e fazer, absorvido pelas coisas, tomado pelo medo de não continuar a figurar ou pela mania de me pôr no centro, não encontro tempo para parar e ficar convosco: para Vos deixar agir a Vós, Palavra do Pai que trabalhais no silêncio. Jesus, o vosso silêncio mexe comigo: ensina-me que a oração não nasce dos lábios que se movem, mas dum coração que sabe permanecer à escuta: porque rezar é fazer-se dócil à vossa Palavra, é adorar a vossa presença.

Rezemos dizendo: Falai ao meu coração, Jesus

Vós que respondeis ao mal com o bem   Falai ao meu coração, Jesus
Vós que extinguis o clamor com a mansidão   Falai ao meu coração, Jesus
Vós que detestais a crítica e as lamentações   Falai ao meu coração, Jesus
Vós que me conheceis intimamente   Falai ao meu coração, Jesus
Vós que me tendes mais amor do que me amo eu próprio   Falai ao meu coração, Jesus

  

2. Jesus carrega a cruz

Subindo ao madeiro,
Ele levou os nossos pecados no seu corpo,
para que, mortos para o pecado,
vivamos para a justiça:
pelas suas chagas fomos curados (
1 Ped 2, 24).

Jesus, também nós carregamos cruzes, às vezes muito pesadas: uma doença, um acidente, a morte dum ente querido, uma desilusão afetiva, um filho que anda perdido, o emprego que falta, uma ferida interior que não cura, o fracasso dum projeto, a milésima expetativa para nada... Jesus, como se faz então para rezar? Como fazer quando me sinto esmagado pela vida, quando um fardo me pesa no coração, quando estou sob pressão e já não tenho força para reagir? A vossa resposta reside numa proposta: «Vinde a Mim, todos os que estais cansados e oprimidos, que Eu hei de aliviar-vos» (Mt 11, 28). Vir a Vós… mas eu fecho-me em mim: passo e repasso, sinto pena de mim mesmo, afundo na condição de vítima, um campeão de negatividade. Vinde a Mim: dizê-lo, não foi suficiente! Então vindes ao nosso encontro e carregais aos ombros a nossa cruz, para nos tirar de cima o seu peso. Desejais que lancemos sobre Vós fadigas e preocupações, pois quereis que nos sintamos livres e amados em Vós. Obrigado, Jesus! Uno a minha cruz à vossa, trago-Vos o meu cansaço e as minhas misérias, lanço sobre Vós todos os pesos do meu coração.

Rezemos dizendo: Venho a Vós, Senhor

Com a minha história   Venho a Vós, Senhor
Com as minhas canseiras   Venho a Vós, Senhor
Com as minhas limitações e fragilidades   Venho a Vós, Senhor
Com os meus temores   Venho a Vós, Senhor
Depondo toda a confiança no vosso amor   Venho a Vós, Senhor

 

3. Jesus cai pela primeira vez

Em verdade, em verdade vos digo: se um grão de trigo, lançado à terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, dá muito fruto (Jo 12, 24).

Caístes, Jesus! Em que pensais, como rezais com a face no pó? Mas sobretudo o que é que Vos dá a força para Vos levantardes? Enquanto estais com o rosto por terra, não podendo já ver o céu, imagino-Vos a repetir no coração: Pai, que estais nos céus. O olhar amoroso do Pai, que pousa sobre Vós, é a vossa força. Mas imagino também que, enquanto beijais a terra árida e fria, estejais a pensar no homem, tirado da terra, a pensar em nós, que estamos no centro do vosso coração; e repitais as palavras do vosso Testamento: «Isto é o meu corpo, que vai ser entregue por vós» (Lc 22, 19). O amor do Pai por Vós, e o vosso por nós. O amor: aqui está a mola que Vos faz levantar e prosseguir. Porque, quem ama, não fica por terra, recomeça; quem ama, não se cansa, corre; quem ama, voa. Jesus, peço-Vos sempre muitas coisas, mas só preciso duma: saber amar. Cairei na vida, mas, com o amor, poderei levantar-me e continuar para diante, como fizestes Vós, que sois perito em quedas. De facto a vossa vida foi um cair contínuo ao nosso encontro: de Deus para homem, de homem para servo, de servo para crucificado, até ao túmulo; caístes na terra como semente que morre; caístes para nos reerguer da terra e levar para o Céu. Vós que levantais do pó e fazeis renascer a esperança, dai-me forças para amar e recomeçar.

Rezemos dizendo: Jesus, dai-me a força de amar e recomeçar

 

Quando prevalece a desilusão   Jesus, dai-me a força de amar e recomeçar
Quando caiem sobre mim os juízos dos outros   Jesus, dai-me a força de amar e recomeçar
Quando nada funciona e me torno impaciente   Jesus, dai-me a força de amar e recomeçar
Quando sinto que não aguento mais   Jesus, dai-me a força de amar e recomeçar
Quando me oprime o pensamento de que nada mudará   Jesus, dai-me a força de amar e recomeçar

 

4. Jesus encontra sua mãe

Então Jesus, ao ver ali ao pé a sua mãe e o discípulo que Ele amava, disse (...) ao discípulo: «Eis a tua mãe!» E, desde aquela hora, o discípulo acolheu-a como sua (Jo 19, 26-27).

Jesus, os vossos abandonaram-Vos, Judas traiu-Vos, Pedro renegou-Vos: ficastes sozinho com a cruz. Mas está lá a vossa mãe. Não são necessárias palavras, bastam os seus olhos, que sabem enfrentar o sofrimento e ocupar-se dele. Jesus, no olhar de Maria cheio de lágrimas e de luz, encontrais a memória da ternura, das carícias, dos braços amorosos que sempre Vos acolheram e sustentaram. O olhar materno é o olhar da memória, que nos fundamenta no bem. Não se pode prescindir duma mãe que nos traz ao mundo, mas também não podemos prescindir duma mãe que nos ponha direitos, no mundo. Vós o sabeis e, da cruz, dais-nos a vossa própria mãe. Eis a tua mãe – dizeis ao discípulo, a cada um de nós: depois da Eucaristia, dais-nos Maria, a dádiva extrema antes de morrer. Jesus, no vosso caminho, serviu-Vos conforto a recordação do seu amor; também o meu caminho precisa de se fundar na memória do bem. Dou-me conta, porém, que a minha oração é pobre de memória: rápida, apressada, uma lista de necessidades para hoje e amanhã. Maria, detende a minha corrida! Ajudai-me a fazer memória: a guardar a graça, a lembrar o perdão e os prodígios de Deus, a reavivar o primeiro amor, a saborear as maravilhas da providência, a chorar de gratidão.

Rezemos dizendo: Senhor, reavivai em mim a recordação do vosso amor

Quando reaparecem as feridas do passado   Senhor, reavivai em mim a recordação do vosso amor
Quando extravio o sentido e o fio das coisas   Senhor, reavivai em mim a recordação do vosso amor
Quando perco de vista os dons que recebi   Senhor, reavivai em mim a recordação do vosso amor
Quando perco de vista o dom que sou   Senhor, reavivai em mim a recordação do vosso amor
Quando me esqueço de Vos agradecer   Senhor, reavivai em mim a recordação do vosso amor

 

5. Jesus é ajudado pelo Cireneu

Quando [os soldados] O iam conduzindo, lançaram mão de um certo Simão de Cirene, que voltava do campo, e carregaram-no com a cruz, para a levar atrás de Jesus (Lc 23, 26).

Jesus, quantas vezes, diante dos desafios da vida, presumimos de os superar sozinhos! Como é difícil pedir uma mão, com medo de dar a impressão de não estarmos à altura, temos sempre a preocupação de bem parecer e nos exibir! Não é fácil fiar-se, e menos ainda entregar-se. Mas quem reza sabe que é um necessitado e Vós, Jesus, estais habituado a entregar-Vos na oração. Assim não desprezais a ajuda do Cireneu. Expondes as vossas fragilidades a ele, um homem simples, um agricultor que volta do campo. Obrigado porque, fazendo-Vos amparar na necessidade, apagais a imagem dum deus invulnerável e distante. Não sois imóvel no poder, mas invencível no amor, e ensinais-nos que amar significa socorrer os outros precisamente nisto: nas fragilidades de que se envergonham. Então as fragilidades transformam-se em oportunidades. Assim aconteceu ao Cireneu: a vossa fragilidade mudou a sua vida; e um dia dar-se-á conta de ter socorrido o seu Salvador, ter sido redimido através daquela cruz que levou. Para que a minha vida também mude, peço-Vos, Jesus: ajudai-me a baixar as defesas e deixar-me amar por Vós, precisamente no ponto onde tenho mais vergonha de mim mesmo.

Rezemos dizendo: Curai-me, Jesus!

De toda a presunção de autossuficiência   Curai-me, Jesus!
De pensar que consigo sem Vós e sem os outros   Curai-me, Jesus!
Da mania do perfeccionismo   Curai-me, Jesus!
Da relutância em entregar-Vos as minhas misérias   Curai-me, Jesus!
Da pressa frente aos necessitados que encontro no caminho   Curai-me, Jesus!

 

6. Jesus é confortado pela Verónica que Lhe enxuga o rosto

Bendito seja Deus (…) o Pai das misericórdias e o Deus de toda a consolação! Ele nos consola em toda a nossa tribulação, para que também nós possamos consolar aqueles que estão em qualquer tribulação (…). Na verdade, assim como abundam em nós os sofrimentos de Cristo, também, por meio de Cristo, é abundante a nossa consolação (2 Cor 1, 3-5).

Jesus, muitos acompanham o espetáculo bárbaro da vossa execução e, sem Vos conhecer nem conhecer a verdade, proferem sentenças e condenações, lançando sobre Vós infâmia e desprezo. O mesmo acontece hoje, Senhor, e nem sequer é preciso um cortejo macabro: basta um teclado para insultar e publicar sentenças. Mas, enquanto muitos gritam e condenam, abre caminho no meio da multidão uma mulher. Não fala; age. Não insulta; compadece-se. Vai contracorrente: sozinha, com a coragem da compaixão, arrisca por amor, encontra forma de passar por entre os soldados apenas para Vos dar o conforto duma carícia no rosto. O seu gesto passará à história, e é um gesto de consolação. Quantas vezes invoco a vossa consolação, Jesus! Mas a Verónica lembra-me que também Vós precisais da consolação: Vós, um Deus próximo, pedis a minha proximidade; Vós, meu consolador, quereis ser consolado por mim. Amor não amado, também hoje procurais no meio da multidão corações sensíveis ao vosso sofrimento, à vossa amargura. Procurais verdadeiros adoradores que, em espírito e verdade (cf. Jo 4, 23), permaneçam convosco (cf. Jo 15), Amor abandonado. Jesus, acendei em mim o desejo de estar convosco, de Vos adorar e consolar. E fazei que eu seja, em vosso nome, consolação para os outros.

Rezemos dizendo: Tornai-me testemunha da vossa consolação

Deus de misericórdia, próximo de quem tem o coração ferido   Tornai-me testemunha da vossa consolação
Deus de ternura, que Vos comoveis por nós   Tornai-me testemunha da vossa consolação
Deus de compaixão, que detestais a indiferença   Tornai-me testemunha da vossa consolação
Vós que ficais triste quando aponto o dedo contra os outros   Tornai-me testemunha da vossa consolação
Vós que não viestes para condenar, mas para salvar   Tornai-me testemunha da vossa consolação

 

7. Jesus cai de novo sob o peso da cruz

[O filho mais novo], caindo em si, disse: (…) Levantar-me-ei, irei ter com o meu pai e vou dizer-lhe: «Pai, pequei (…)». E, levantando-se, foi ter com o pai. Quando ainda estava longe, o pai viu-o e, enchendo-se de compaixão, correu a lançar-se-lhe ao pescoço e cobriu-o de beijos. O filho disse-lhe: «Pai, pequei (…); já não mereço ser chamado teu filho». Mas o pai disse (...): «Este meu filho estava morto e reviveu, estava perdido e foi encontrado» (Lc 15, 17-18.20-22.24).

Jesus, a cruz pesa! Carrega o peso da derrota, do fracasso, da humilhação. Compreendo-o quando me sinto esmagado pelas coisas, metralhado pela vida e incompreendido pelos outros; quando sinto o peso excessivo e enervante da responsabilidade e do trabalho, quando estou comprimido pelas garras da ansiedade, assaltado pela melancolia, enquanto um pensamento sufocante me vai repetindo: não vais sair desta, desta vez não te erguerás. Mas há pior. Dou-me conta de tocar o fundo, quando volto a cair no mesmo: quando caio de novo nos meus erros, nos meus pecados, quando me escandalizo dos outros e depois apercebo-me de que não sou diferente. Não há nada pior do que ficar desiludido consigo mesmo, esmagado pelo sentimento de culpa. Mas Vós, Jesus, caístes várias vezes sob o peso da cruz, para estar perto de mim quando volto a cair. Convosco a esperança nunca acaba e, depois de cada queda, levanto-me outra vez, porque, quando erro, não Vos cansais de mim, mas ainda mais Vos aproximais. Obrigado por esperardes por mim; obrigado porque volto a cair tantas vezes e me perdoais infinitas vezes: sempre. Recordai-me que as quedas podem tornar-se momentos cruciais no caminho, porque me levam a compreender a única coisa que importa: que preciso de Vós. Jesus, gravai no meu coração a certeza mais importante: que só me levanto verdadeiramente quando Vós me levantais, quando me libertais dos pecados. Porque a vida não recomeça das minhas palavras, mas do vosso perdão.

Rezemos dizendo: Levantai-me, Jesus!

Quando, paralisado pela difidência, sinto tristeza e desânimo   Levantai-me, Jesus!
Quando vejo a minha inadequação e me sinto inútil   Levantai-me, Jesus!
Quando prevalecem a vergonha e o medo de não conseguir   Levantai-me, Jesus!
Quando me sinto tentado a perder a esperança   Levantai-me, Jesus!
Quando esqueço que a minha força está no vosso perdão   Levantai-me, Jesus!

   

8. Jesus encontra as mulheres de Jerusalém

Seguiam Jesus uma grande multidão de povo e umas mulheres que batiam no peito e se lamentavam por Ele (Lc 23, 27).

Jesus, quem é que Vos segue até ao fim pelo caminho da cruz? Não os poderosos, que Vos esperam no Calvário, nem os espetadores que estão longe, mas as pessoas simples, grandes aos vossos olhos e pequenas aos do mundo. São as mulheres a quem destes esperança: não têm voz, mas fazem-se ouvir. Ajudai-nos a reconhecer a grandeza das mulheres, daquelas que foram fiéis e estiveram perto de Vós na Páscoa, mas também daquelas que ainda hoje são descartadas, sofrendo ultrajes e violências. Jesus, as mulheres que encontrais batem no peito e choram por Vós. Não choram por si mesmas, mas por Vós; choram pelo mal e o pecado do mundo. A sua oração feita de lágrimas chega ao vosso coração. E a minha oração sabe chorar? Comovo-me diante de Vós, crucificado por mim, diante do vosso amor manso e ferido? Choro as minhas falsidades e a minha inconstância? À vista das tragédias do mundo, o meu coração permanece gelado ou enternece-se? Como reajo à loucura da guerra, a rostos de crianças que já não sabem sorrir, a mães que as veem desnutridas e famintas e não têm mais lágrimas para derramar? Vós, Jesus, chorastes por Jerusalém, chorastes pela dureza do nosso coração. Sacudi-me no meu íntimo, dai-me a graça de chorar rezando e de rezar chorando.

Rezemos dizendo: Jesus, enternecei o meu coração endurecido

Vós que conheceis os segredos do coração   Jesus, enternecei o meu coração endurecido
Vós que Vos entristeceis face à dureza dos ânimos   Jesus, enternecei o meu coração endurecido
Vós que amais os corações humildes e contritos   Jesus, enternecei o meu coração endurecido
Vós que enxugastes com o perdão as lágrimas de Pedro   Jesus, enternecei o meu coração endurecido
Vós que transformais o choro em canto   Jesus, enternecei o meu coração endurecido

 

9. Jesus é despojado das suas vestes

«Senhor, quando foi que Te vimos com fome e Te demos de comer, ou com sede e Te demos de beber? Quando Te vimos peregrino e Te recolhemos, ou nu e Te vestimos? E quando Te vimos doente ou na prisão, e fomos visitar-Te?» E o Rei vai dizer-lhes, em resposta: «Em verdade vos digo: Sempre que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, a Mim mesmo o fizestes» (Mt 25, 37-40).

Jesus, estas palavras disseste-las antes da Paixão. Agora compreendo a vossa insistência em identificar-Vos com os necessitados: Vós estivestes encarcerado; Vós sois tratado como estrangeiro, levado até fora da cidade para ser crucificado; Vós estais nu, despojado das vestes; Vós, doente e ferido; Vós, sedento na cruz e faminto de amor. Fazei que Vos veja nos atribulados e veja os atribulados em Vós, porque Vós estais neles, em quem é despojado de dignidade, nos cristos humilhados pela prepotência e a injustiça, por lucros iníquos obtidos à custa dos outros na indiferença geral. Olho para Vós, Jesus, despojado das vestes, e compreendo que me convidais a despojar-me de tantas exterioridades. Porque Vós não olhais para as aparências, mas para o coração. E não quereis uma oração estéril, mas caritativamente fecunda. Deus despido, desnudai-me também a mim. Porque é fácil falar, mas será que Vos amo de verdade nos pobres, a vossa carne ferida? Rezo por quem está despojado de dignidade? Ou rezo apenas para acudir às minhas necessidades e rodear-me de segurança? Jesus, a vossa verdade desnuda-me e leva-me a centrar no que importa: Vós crucificado e os irmãos crucificados. Dai-me a graça de o compreender agora, para não ser encontrado despojado de amor quando me apresentar diante de Vós.

Rezemos dizendo: Despojai-me, Senhor Jesus!

Do apego às aparências   Despojai-me, Senhor Jesus!
Da couraça da indiferença   Despojai-me, Senhor Jesus!
De julgar que não toca a mim socorrer os outros   Despojai-me, Senhor Jesus!
Dum culto feito de respeitabilidade e exterioridade   Despojai-me, Senhor Jesus!
Da convicção de que a vida corre bem, se eu estiver bem   Despojai-me, Senhor Jesus!

          

10. Jesus é pregado na cruz

Quando chegaram ao lugar chamado Calvário, crucificaram-No a Ele e aos malfeitores, um à direita e outro à esquerda. Jesus dizia: «Perdoa-lhes, Pai, porque não sabem o que fazem» (Lc 23, 33-34).

Jesus, trespassam-Vos braços e pés com cravos, dilacerando-Vos as carnes; mas é agora, quando o sofrimento físico é mais atroz, que brota dos vossos lábios a oração impossível: perdoais a quem Vos está cravando os pregos nos pulsos. E não apenas uma vez mas muitas, como recorda o Evangelho com esta forma verbal que indica uma ação repetida: dizíeis «Perdoa-lhes, Pai…». Convosco, Jesus, também eu posso encontrar a coragem de escolher o perdão, que liberta o coração e relança a vida. E, Senhor, não Vos basta perdoar-nos, quereis também desculpar-nos diante do Pai: não sabem o que fazem. Assumis a nossa defesa, fazeis-Vos nosso advogado, intercedeis por nós. Agora que as vossas mãos, com que abençoáveis e curáveis, estão pregadas, e que os vossos pés, com que leváveis a boa nova, já não podem caminhar, agora, na impotência, revelais-nos a omnipotência da oração. No cimo do Gólgota, manifestais-nos a sublimidade da oração de intercessão, que salva o mundo. Jesus, que eu reze não só por mim e pelos meus entes queridos, mas também por quem não me quer bem e me faz mal; que eu reze, segundo os desejos do vosso coração, por quem vive longe de Vós; que eu reze para reparar e interceder em favor de quantos, ignorando-Vos, não conhecem a alegria de Vos amar e ser perdoados por Vós.

Rezemos dizendo: Pai, tende misericórdia de nós e do mundo inteiro

Pela dolorosa paixão de Jesus   Pai, tende misericórdia de nós e do mundo inteiro
Pelo poder das suas chagas   Pai, tende misericórdia de nós e do mundo inteiro
Pelo seu perdão na cruz   Pai, tende misericórdia de nós e do mundo inteiro
Por quantos perdoam por vosso amor   Pai, tende misericórdia de nós e do mundo inteiro
Por intercessão de quantos creem, adoram, esperam e Vos amam   Pai, tende misericórdia de nós e do mundo inteiro

 

11. Jesus grita o seu abandono

Desde o meio-dia até às três da tarde, as trevas envolveram toda a terra. Cerca das três horas da tarde, Jesus clamou com voz forte: «Eli, Eli, lemà sabactàni?», isto é, «Meu Deus, meu Deus, porque Me abandonaste?» (Mt 27, 45-46).

Jesus, eis a oração inaudita! Gritais ao Pai o vosso abandono. Vós, Deus do céu, não trovejais respostas, mas perguntais porquê? No auge da Paixão, sentis a distância do Pai; e já nem O chamais Pai – como sempre –, mas Deus, como se já não conseguísseis identificar o seu rosto. Por que é que sucede isto? Para mergulhardes até ao fundo no abismo do nosso sofrimento. Fizeste-lo por mim, para que, quando vir apenas escuridão, quando experimentar o colapso das certezas e o naufrágio da vida, já não me sinta só, mas acredite que Vós estais lá comigo: Vós, Deus da comunhão, que experimentais o abandono para não mais me deixar refém da solidão. Quando gritastes o vosso porquê, fizeste-lo com um Salmo: assim trouxestes à oração a desolação mais extrema. Eis o que se deve fazer nas tempestades da vida: em vez de calar e guardar dentro, gritar por Vós. Glória a Vós, Senhor Jesus, porque não fugistes da minha confusão, mas viveste-la profundamente; louvor e glória a Vós que, assumindo todas as distâncias, fizestes-Vos próximo de quem está mais longe de Vós. E, na escuridão dos meus porquês, encontro-Vos a Vós, Jesus, luz na noite. E, no grito de tantas pessoas sozinhas e excluídas, oprimidas e abandonadas, revejo-Vos a Vós, meu Deus: fazei que Vos reconheça e Vos ame.

Rezemos dizendo: Jesus, fazei que Vos reconheça e vos ame

Nas crianças não nascidas e nas abandonadas   Jesus, fazei que Vos reconheça e vos ame
Em tantos jovens à espera de alguém que ouça o seu grito de dor   Jesus, fazei que Vos reconheça e vos ame
Nos inúmeros idosos descartados   Jesus, fazei que Vos reconheça e vos ame
Nos presos e em quem vive sozinho   Jesus, fazei que Vos reconheça e vos ame
Nos povos mais explorados e esquecidos   Jesus, fazei que Vos reconheça e vos ame

 

12. Jesus morre entregando-Se ao Pai e dando ao bom ladrão o Paraíso

[Um dos malfeitores crucificado] disse: «Jesus, lembra-Te de mim quando estiveres no teu Reino». Ele respondeu-lhe: «Em verdade te digo: hoje estarás comigo no Paraíso». (…) Dando um forte grito, Jesus exclamou: «Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito». Dito isto, expirou (Lc 23, 42-43.46).

Jesus, um malfeitor no Paraíso!!! Ele confia-Se a Vós, e Vós O confiais juntamente convosco ao Pai. Deus do impossível, dum ladrão fazeis um santo. Mais: no Calvário, mudais o curso da história. Fazeis da cruz, emblema do suplício, o ícone do amor; do muro da morte, uma ponte para a vida. Transformais as trevas em luz, a separação em comunhão, o sofrimento em dança, e o próprio túmulo – última estação da vida – no ponto de partida da esperança. Mas estas inversões, realizai-las connosco, nunca sem nós. Jesus, lembrai-Vos de mim: esta oração sincera permitiu-Vos fazer maravilhas na vida daquele malfeitor. Força inaudita da oração. Às vezes penso que a minha oração não seja ouvida, mas o essencial é perseverar, ter constância, recordar-se de Vos dizer: «Jesus, lembrai-Vos de mim». Lembrai-Vos de mim e o meu mal já não será última paragem, mas um recomeço. Lembrai-Vos, isto é, colocai-me de novo no vosso coração, mesmo quando me afastar, quando me perder na roda da vida que gira loucamente. Lembrai-Vos de mim, Jesus, porque ser recordado por Vós – assim no-lo mostra o bom ladrão – é entrar no Paraíso. Sobretudo lembrai-me, Jesus, que a minha oração pode mudar a história.

Rezemos dizendo: Jesus, lembrai-Vos de mim

Quando a esperança se desvanece e reina a desilusão   Jesus, lembrai-Vos de mim
Quando sou incapaz de tomar uma decisão   Jesus, lembrai-Vos de mim
Quando perco a fé em mim e nos outros   Jesus, lembrai-Vos de mim
Quando perco de vista a grandeza do vosso amor   Jesus, lembrai-Vos de mim
Quando penso que minha oração seja inútil   Jesus, lembrai-Vos de mim

     

13. Jesus é descido da cruz e posto nos braços de Maria

Simeão (...) disse a Maria, sua mãe: «Este menino está aqui para queda e ressurgimento de muitos em Israel e para ser sinal de contradição; uma espada trespassará a tua alma» (Lc 2, 34-35).

Maria, depois do vosso «sim», o Verbo fez-Se carne no vosso ventre; agora, reclinada sobre o vosso ventre, está a sua carne torturada: aquele menino que trazíeis nos braços é um cadáver dilacerado. E todavia, agora no momento mais doloroso, resplandece a vossa oferta: uma espada trespassa-Vos a alma e a vossa oração continua a ser um «sim» a Deus. Maria, nós somos pobres de «sins e ricos de «ses»: se tivesse tido pais melhores, se tivesse sido mais compreendido e amado, se a minha carreira tivesse corrido melhor, se não tivesse havido aquele problema, se eu ao menos deixasse de sofrer, se Deus me ouvisse... Ao perguntar-nos perpetuamente pelo porquê das coisas, sentimos dificuldade em viver o presente com amor. Vós teríeis muitos «ses» para dizer a Deus, mas ainda dizeis «sim». Forte na fé, acreditais que o sofrimento, permeado pelo amor, produz frutos de salvação; que o sofrimento com Deus não tem a última palavra. E, enquanto segurais nos braços Jesus inanimado, ressoam em Vós as últimas palavras que Ele Vos dirigiu: Eis o teu filho. Mãe, sou eu aquele filho! Acolhei-me nos vossos braços e debruçai-Vos sobre as minhas feridas. Ajudai-me a dizer «sim» a Deus, «sim» ao amor. Mãe de piedade, vivemos num tempo cruel e precisamos de compaixão: Vós, terna e forte, ungi-nos de mansidão: dissolvei as resistências do coração e os nós da alma.

Rezemos dizendo: Tomai-me pela mão, Maria

Quando cedo a recriminações e a fazer a vítima   Tomai-me pela mão, Maria
Quando deixo de lutar aceitando conviver com as minhas falsidades   Tomai-me pela mão, Maria
Quando vou adiando e não encontro a coragem de dizer «sim» a Deus  

Tomai-me pela mão, Maria

Quando sou indulgente comigo mesmo e inflexível com os outros   Tomai-me pela mão, Maria
Quando quero que a Igreja e o mundo mudem, mas eu não mudo   Tomai-me pela mão, Maria

     

14. Jesus é colocado no túmulo de José de Arimateia

Ao cair da tarde, veio um homem rico de Arimateia, chamado José; que também se tornara discípulo de Jesus. Foi ter com Pilatos e pediu-lhe o corpo de Jesus. (...) José tomou o corpo, envolveu-o num lençol limpo e depositou-o num túmulo novo, que tinha mandado talhar na rocha (Mt 27, 57-60).

José: o nome que juntamente com o de Maria está no alvorecer do Natal, marca também a aurora da Páscoa. José de Nazaré sonhou e corajosamente levou Jesus para O salvar de Herodes; tu, José de Arimateia, tomas o corpo d’Ele, sem saber que um sonho impossível e maravilhoso se vai realizar lá mesmo, no túmulo que deste a Cristo quando pensavas que Ele não poderia fazer mais nada por ti. Ao contrário, é mesmo verdade que toda a dádiva feita a Deus recebe uma recompensa maior. José de Arimateia, és o profeta da coragem ousada. Para dar o teu dom a um morto, vais ter com o temido Pilatos e fazes-lhe um pedido, para poderes oferecer a Jesus o túmulo que fizeras construir para ti. O teu pedido é tenaz, e às palavras seguem-se as obras. Tu, José, recordas-nos que a oração insistente dá fruto e atravessa até a escuridão da morte; que o amor não fica sem resposta, mas oferece novos começos. O teu túmulo – único na história – será fonte de vida: era novo, há pouco escavado na rocha. E eu, o que dou de novo a Jesus nesta Páscoa? Um pouco de tempo para estar com Ele? Um pouco de amor para os outros? Os meus medos e as minhas misérias sepultadas, que Cristo espera lhe sejam oferecidos como fizeste tu com o túmulo? Será verdadeiramente Páscoa se der algo de meu Àquele que por mim deu a sua vida: pois é dando que se recebe; a vida é encontrada quando se perde, e é possuída quando se dá.

Rezemos dizendo: Tende piedade, Senhor

De mim, preguiçoso para me converter   Tende piedade, Senhor
De mim, que gosto muito de receber e pouco de dar   Tende piedade, Senhor
De mim, incapaz de me render ao vosso amor   Tende piedade, Senhor
De nós, prontos a servir-nos das coisas, mas lentos em servir os outros   Tende piedade, Senhor
Do nosso mundo, infestado pelos túmulos do egoísmo   Tende piedade, Senhor

 

Invocação final (do nome de Jesus, 14 vezes)

Senhor, nós Vos suplicamos como aqueles necessitados, frágeis e doentes do Evangelho que Vos invocavam com a palavra mais simples e familiar, isto é, com o vosso nome.

Jesus, o vosso nome salva, porque Vós sois a nossa salvação.

Jesus, sois a minha vida e, para não perder o rumo no caminho, preciso de Vós, que perdoais e ergueis, que curais o meu coração e dais sentido ao meu sofrimento.

Jesus, tomastes sobre Vós o meu mal e, da cruz, não me acusais, mas abraçais-me; Vós, manso e humilde de coração, curai-me do rancor e do ressentimento, libertai-me da suspeita e da desconfiança.

Jesus, olho para Vós na cruz e vejo escancarar-se diante dos meus olhos o amor, sentido do meu ser e meta do meu caminho: ajudai-me a amar e a perdoar, a superar a impaciência e a indiferença, a não me lamentar.

Jesus, na cruz tivestes sede, e é sede do meu amor e da minha oração; precisais disso para realizar plenamente os vossos projetos de bem e de paz.

Jesus, agradeço-Vos por todos aqueles que respondem ao vosso convite e são perseverantes na oração, têm a coragem de acreditar e a constância para avançar nas dificuldades.

Jesus, apresento-Vos os pastores do vosso povo santo: a sua oração sustenta o rebanho; que eles encontrem tempo para estar diante de Vós, conformem o seu coração ao vosso.

Jesus, bendigo-Vos pelas contemplativas e os contemplativos, cuja oração, escondida do mundo e agradável a vossos olhos, guarde a Igreja e a humanidade.

Jesus, trago à vossa presença as famílias e as pessoas que rezaram esta noite nas suas casas, os idosos, especialmente os que estão sozinhos, os doentes, joias da Igreja que unem os seus sofrimentos ao vosso.

Jesus, que esta oração de intercessão alcance as irmãs e os irmãos que, em muitas partes do mundo, sofrem perseguições por causa do vosso nome; aqueles que sofrem o drama da guerra e quantos, com a força que lhes vem de Vós, carregam cruzes pesadas.

Jesus, com a vossa cruz fizestes de todos nós um só: uni os crentes em comunhão, infundi sentimentos fraternos e pacientes, ajudai-nos a colaborar e a caminhar juntos; guardai a Igreja e o mundo na paz.

Jesus, juiz santo que me chamareis pelo nome, livrai-me dos juízos temerários, da crítica e das palavras violentas e ofensivas.

Jesus, antes de morrer dissestes «tudo está consumado» (Jo 19, 30). Incompleto como estou, não poderei dizer o mesmo; mas confio em Vós, porque sois a minha esperança, a esperança da Igreja e do mundo.

Jesus, quero dizer-Vos ainda uma palavra e ficar repetindo-a: obrigado! Obrigado, meu Senhor e meu Deus.

 

 

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Celebração da Paixão do Senhor 29 de março de 2024 Papa Francisco

DIANTE D'ELE SE VOLTA O ROSTO (45) - Cântico do Caminho Neocatecumenal

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quinta-feira, 28 de março de 2024

Os símbolos da Quinta-feira Santa


LAVA-PES.jpg

Com a missa da Ceia do Senhor hoje, Quinta-feira Santa, tem início o Tríduo Pascal. Ao recordar a Última Ceia de Jesus com os discípulos, celebra-se a instituição da Eucaristia. Além disso, ocorre o rito do lava-pés, repetindo o gesto de Cristo que lavou os pés dos seus discípulos, deixando a todos um testemunho da vocação ao serviço do mundo e da Igreja.

Conheça alguns símbolos da liturgia desta Quinta-feira Santa:

O pão e o vinho

São os elementos naturais que Jesus toma não para que simbolizem, mas sim para que se convertam em seu Corpo e seu Sangue e o façam presente no sacramento da Eucaristia.

Jesus os assume no contexto da ceia pascal, onde o pão ázimo da páscoa judaica que celebrava com seus apóstolos fazia referência a essa noite no Egito em que não havia tempo para que a levedura fizesse seu processo na massa (Ex 12,8).

O vinho é o novo sangue do Cordeiro sem defeitos que, posto na porta das casas, evitou aos israelitas que seus filhos morressem na passagem de Deus (Ex 12,5-7). Cristo, o Cordeiro de Deus (Jo 1,29), ao que tanto se refere o Apocalipse, salva-nos definitivamente da morte por seu sangue derramado na cruz.

Os símbolos do pão e o vinho são próprios da Quinta-feira Santa quando, durante a Missa vespertina da Ceia do Senhor, celebramos a instituição da Eucaristia, da qual encontramos alusões e alegorias ao longo de toda a Escritura.

Mas como esta celebração vespertina é o princípio do Tríduo Pascal, é necessário destacar que a Eucaristia dessa Quinta-feira Santa, celebrada por Jesus sobre a mesa-altar do Cenáculo, era a antecipação de seu Corpo e seu Sangue oferecidos à humanidade no “cálice” da cruz, sobre o “altar” do mundo.

O lava-pés

O Evangelho de São João é o único que nos relata este gesto simbólico de Jesus na Última Ceia e antecipa o sentido mais profundo do “sem-sentido” da cruz.

Um gesto incomum para um Mestre, próprio dos escravos, converte-se na síntese de sua mensagem e dá aos apóstolos uma chave de leitura para enfrentar o que virá.

Em uma sociedade onde as atitudes defensivas e as expressões de autonomia se multiplicam, Jesus humilha nossa soberba e nos diz que abraçar a cruz, sua cruz, hoje, é estar a serviço dos outros. É a grandeza dos que sabem fazer-se pequenos, a morte que conduz à vida.

 

(acidigital)

 

Quinta-feira Santa, dia da Última Ceia do Senhor


A Última Ceia. ??
A Última Ceia. | Autor: Juan de Juanes (Domínio Público).

Hoje (28) é Quinta-feira Santa, dia em que Jesus celebrou a Última Ceia com os seus apóstolos e instituiu dois sacramentos para a salvação da humanidade: a eucaristia e a ordem sagrada.

A Quinta-feira Santa é a “porta” do Tríduo Pascal, ou seja, é o “início” do período mais importante da Semana Santa no qual se comemora a paixão, morte e ressurreição de Jesus.

O papa Francisco disse na audiência geral de 31 de março de 2021: “Na noite de Quinta-Feira Santa, inaugurando o Tríduo pascal, reviveremos a missa que se chama in Coena Domini, isto é, a missa em que se celebra a Última Ceia, o que aconteceu ali, naquele momento. Foi a noite em que Cristo entregou aos seus discípulos o testamento do seu amor na eucaristia, não como lembrança, mas como memorial, como a sua presença perene. Cada vez que se celebra a eucaristia, como eu disse no início, renova-se este mistério da redenção".

A missa da Ceia do Senhor é a celebração central da Quinta-feira Santa, mas não é a única que acontece.

Celebrações litúrgicas da Quinta-feira Santa

Toda Quinta-feira Santa são celebradas duas missas diferentes.

Pela manhã é celebrada a chamada Missa Crismal, na qual é consagrado o santo Crisma e são abençoados os óleos que serão usados ​​nos sacramentos de iniciação. À tarde é a Missa da Ceia do Senhor, ato central do dia.

Na Missa Crismal, acontece diante do bispo local a renovação das promessas sacerdotais de todos os sacerdotes incardinados numa diocese.

A Missa da Ceia do Senhor, celebrada à tarde, comemora a última Páscoa que Jesus passou com os apóstolos, uma Páscoa que seria “redefinida” a partir do sacrifício de Cristo na Cruz.

Um novo mandamento: a Missa da Ceia do Senhor

A Igreja celebra a Quinta-feira Santa com uma celebração eucarística muito especial. Nela, o padre faz, à imitação de Cristo, o lava-pés de doze pessoas da assembleia, cada uma delas representando um dos apóstolos.

Com este gesto, é o próprio Jesus quem se coloca diante dos homens, tornando-se paradigma, modelo e medida de amor através do serviço: “Portanto, se eu, o Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros. Dei-vos o exemplo, para que façais a mesma coisa que eu fiz” (Jo 13,14-15).

Depois, ele acrescenta: “Dou-vos um novo mandamento: Amai-vos uns aos outros. Como eu vos tenho amado, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros” (João 13, 34). O Senhora dá o “novo mandamento” da caridade, a “proposta maior”, o desafio mais elevado – uma iniciativa de Deus à qual o homem pode responder cooperando com a sua Graça transbordante.

O que não se deve perder de vista: a vida sacramental

Não se deve perder de vista que hoje se celebra que Cristo instituiu o sacramento das ordens sacerdotais, juntamente com o sacramento da eucaristia.

Isso significa que Jesus estabeleceu um antes e um depois para a vida de Graça que cada um deve cultivar. Ele fez isso quando partiu o pão durante a Última Ceia e disse aos seus apóstolos: “Fazei isto em memória de mim”. Nas palavras do padre Jiménez, “neste dia Jesus deixa o seu testamento: a eucaristia, o sacerdócio e o mandamento de amar uns aos outros”.

(acidigital)

 

O senhor é meu pastor - Salmo 23 (22)

Quinta-feira Santa: Igreja recorda instituição do sacerdócio


SacerdoteEucaristia_PixabayDominioPublico_230316.jpg Sacerdote diante da Eucaristia | Pixabay (Domínio público)

Na Quinta-feira Santa, dia em que Jesus instituiu o sacramento da ordem sacerdotal, celebra-se o dia do sacerdote. “Este dia é especialmente grande para nós, queridos irmãos sacerdotes. É a festa dos sacerdotes. É o dia em que nasceu o nosso Sacerdócio, que é participação do único Sacerdócio de Cristo Mediador”, escreveu são João Paulo II aos presbíteros por ocasião da Quinta-feira Santa de 1986.

“Neste dia, os sacerdotes do mundo inteiro são convidados a concelebrar a Eucaristia com seus bispos e a renovar ao seu redor as promessas de seus compromissos sacerdotais a serviço de Cristo e de sua Igreja”, acrescentou.

Os sacerdotes têm a graça de fazer que Cristo se faça presente em corpo, sangue, alma e divindade com a consagração do pão e do vinho. Assim como a de perdoar os pecados.

Com a graça de Deus se manteve na Igreja Católica uma linha de sucessão hierárquica dos apóstolos e que segue até hoje. Só os Bispos podem ordenar sacerdotes e todos eles devem obediência ao papa que é o bispo de Roma, sucessor de Pedro e vigário de Cristo.

A vida do sacerdote não é fácil. Tem que deixar a casa de seus pais e privar-se de ter uma família própria. Educam e formam milhares de fiéis, que muitas vezes terminam fazendo o contrário de seus conselhos.

Alguns inclusive passam fome, sede e frio para levar o Evangelho a lugares distantes. Outros são incompreendidos, perseguidos e caluniados por anunciarem a verdade.

O importante, como recordou o papa Francisco na Quinta-feira Santa de 2013, é que o sacerdote deve fazer com “que nosso povo nos sinta discípulos do Senhor, sinta que estamos revestidos com seus nomes, que não procuramos outra identidade; e possa receber através de nossas palavras e obras esse óleo de alegria que Jesus, o Ungido, veio trazer para eles”.

 (acidigital)

Homilia Diária | Da Última Ceia, brotam rios de salvação (Quinta-feira S...

Laudes de Quinta-feira da Semana Santa

quarta-feira, 27 de março de 2024

Eucarístia🙌 Padre Joaquim Ganhão🙌 27/03/2024. 11h00. Basílica Da Santíss...

Es paciente ♱ Camino Neocatecumenal

CARTA DO SANTO PADRE FRANCISCO AOS CATÓLICOS DA TERRA SANTA



 

Amados irmãos e irmãs!

Há muito tempo que vos trago no pensamento, rezando por vós todos os dias. Mas agora, nas vésperas desta Páscoa que para vós sabe muito de Paixão e ainda pouco de Ressurreição, sinto necessidade de vos escrever para dizer que vos trago no coração. Sinto-me próximo de todos vós, nos vossos variados ritos, amados fiéis católicos espalhados por todo o território da Terra Santa, mas de modo particular daqueles que, nestes momentos, estão a sofrer mais dolorosamente o drama absurdo da guerra; sinto-me próximo das crianças a quem é negado um futuro, de quantos choram e sofrem, de todos aqueles que sentem angústia e desânimo.

A Páscoa, coração da nossa fé, é ainda mais significativa para vós que a celebrais nos Lugares onde o Senhor viveu, morreu e ressuscitou: nem a história, nem mesmo a geografia da salvação existiriam sem a Terra que há séculos habitais e onde quereis permanecer e será bom que o possais fazer. Obrigado pelo vosso testemunho de fé, obrigado pela caridade que frutifica entre vós, obrigado por saberdes esperar contra toda a esperança.

Desejo que cada um de vós possa sentir o meu afeto de pai, que conhece os vossos sofrimentos e canseiras, nomeadamente os destes últimos meses. E juntamente com o meu afeto, possais sentir o de todos os católicos do mundo! Como Bom Samaritano, o Senhor Jesus, nossa Vida, derrame sobre as vossas feridas do corpo e da alma o óleo da consolação e o vinho da esperança.

Ao pensar em vós, vem-me à memória a peregrinação que fiz convosco há dez anos; e faço minhas as palavras que há cinquenta anos São Paulo VI, o primeiro Sucessor de Pedro peregrino na Terra Santa, dirigiu a todos os crentes: «O prolongar-se do estado de tensão no Médio Oriente, sem que se realizem passos decisivos para a paz, constitui um grave e constante perigo, que ameaça não só a tranquilidade e a segurança daquelas populações – e a paz do mundo inteiro –, mas também certos valores que são sumamente caros, por diferentes motivos, a grande parte da humanidade» (Exort. ap. Nobis in animo).

Amados irmãos e irmãs, a comunidade cristã da Terra Santa não se limitou a ser, ao longo dos séculos, guardiã dos Lugares da salvação, mas testemunhou constantemente, através das próprias tribulações, o mistério da Paixão do Senhor. E, com a sua capacidade de se erguer e avançar, anunciou, e continua a anunciar, que o Crucificado ressuscitou; com os sinais da Paixão, apareceu aos discípulos e subiu ao Céu, levando para o Pai a nossa humanidade atormentada mas redimida. Nestes tempos sombrios, em que as trevas da Sexta-Feira Santa parecem cobrir a vossa Terra e demasiadas partes do mundo desfiguradas pela loucura inútil da guerra, que é sempre e para todos uma sanguinosa derrota, vós sois tochas acesas na noite; sois sementes de bem numa terra dilacerada por conflitos.

Rezo por vós e convosco: «Senhor, Vós que sois a nossa paz (cf. Ef 2, 14-22), Vós que proclamastes bem-aventurados os obreiros da paz (cf. Mt 5, 9), libertai o coração do homem do ódio, da violência e da vingança. Nós Vos seguimos com os olhos postos em Vós que perdoais e sois manso e humilde de coração (cf. Mt 11, 29). Não deixeis que ninguém nos roube do coração a esperança de nos levantar e ressurgir convosco, fazei que não nos cansemos de afirmar a dignidade de todo o homem, sem distinção de religião, etnia ou nacionalidade, a começar pelos mais frágeis: as mulheres, os idosos, os pequeninos e os pobres».

Irmãos, irmãs, quero dizer-vos: Não estais só, nem vos deixaremos sozinhos; permaneceremos solidários convosco através da oração e da caridade operosa, esperando poder voltar em breve, peregrino, até junto de vós, para vos ver e abraçar, partir o pão da fraternidade e contemplar aqueles rebentos de esperança que brotaram das sementes por vós espalhadas no sofrimento e cultivadas com paciência.

Sei que os vossos Pastores, os religiosos e as religiosas estão unidos a vós: de coração lhes agradeço por tudo o que fizeram, e continuam a fazer. Cresça e brilhe, no cadinho do sofrimento, o ouro da unidade com os irmãos e as irmãs das outras Confissões cristãs, a quem desejo também manifestar solidariedade espiritual e exprimir o meu encorajamento. A todos recordo na oração.

Abençoo-vos e sobre vós invoco a proteção da Bem-Aventurada Virgem Maria, filha da vossa Terra. A todos os cristãos do mundo, renovo o convite a fazer-vos sentir o seu apoio concreto e rezar incansavelmente para que a população inteira da vossa querida Terra possa finalmente estar em paz.

Fraternamente,

Roma, São João de Latrão, Semana Santa de 2024.

 

                                                                                                  FRANCISCO



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AUDIÊNCIA GERAL: (Texto)

PAPA FRANCISCO

AUDIÊNCIA GERAL

Sala Paulo VI
Quarta-feira, 27 de março de 2024


O texto a seguir inclui também as partes não lidas que são igualmente consideradas como pronunciadas:

Catequeses. Os vícios e as virtudes. 13. A paciência

Estimados irmãos e irmãs, bom dia!

Hoje, a audiência estava prevista para a praça, mas devido à chuva foi transferida para dentro. É verdade que vai estar um pouco apinhada, mas pelo menos não nos molharemos! Obrigado pela vossa paciência!

No domingo passado, ouvimos a narração da Paixão do Senhor. Aos sofrimentos que padece, Jesus responde com uma virtude que, embora não esteja contemplada entre as tradicionais, é deveras importante: a virtude da paciência. Trata-se da suportação do que se sofre: não é por acaso que paciência tem a mesma raiz de paixão. E é precisamente na Paixão que sobressai a paciência de Cristo, que com mansidão e docilidade aceita ser preso, esbofeteado e condenado injustamente; diante de Pilatos não recrimina; suporta os insultos, os escarros e a flagelação dos soldados; suporta o peso da cruz; perdoa àqueles que o pregam no madeiro e, na cruz, não responde às provocações, mas oferece misericórdia. Esta é a paciência de Jesus! Tudo isto nos diz que a paciência de Jesus não consiste numa resistência estoica ao sofrimento, mas é o fruto de um amor maior.

O Apóstolo Paulo, no chamado “Hino à caridade” (cf. 1 Cor 13, 4-7), une estreitamente amor e paciência. Com efeito, descrevendo a primeira qualidade da caridade, recorre a uma palavra que se traduz por “magnânima”, “paciente”. A caridade é magnânima, é paciente. Ela exprime um conceito surpreendente, que aparece muitas vezes na Bíblia: Deus, perante a nossa infidelidade, mostra-se «lento para a ira» (cf. Êx 34, 6; cf. Nm 14, 18): em vez de desabafar o seu desgosto pelo mal e pelo pecado do homem, revela-se maior, pronto a recomeçar sempre com uma paciência infinita. Este é, para Paulo, o primeiro traço do amor de Deus que, perante o pecado, propõe o perdão. Mas não só: é o primeiro traço de todo o grande amor, que sabe responder ao mal com o bem, que não se fecha na ira nem no desânimo, mas persevera e relança. A paciência que recomeça! Por isso, na raiz da paciência está o amor, como diz Santo Agostinho: «Uma pessoa é tanto mais forte na suportação de qualquer mal, quanto maior for o amor de Deus nela» (De patientia, XVII).

Poder-se-ia então dizer que não há melhor testemunho do amor de Jesus, do que encontrar um cristão paciente. Mas pensemos também em quantas mães e pais, trabalhadores, médicos e enfermeiros, doentes, que todos os dias, no escondimento, agraciam o mundo com uma santa paciência! Como afirma a Escritura, «é melhor a paciência do que a força de um herói» (Pr 16, 32). No entanto, devemos ser honestos: muitas vezes falta-nos a paciência. No dia a dia todos somos impacientes. Precisamos dela como da “vitamina essencial” para ir em frente, mas impacientamo-nos instintivamente e respondemos ao mal com o mal: é difícil manter a calma, controlar os instintos, conter as más respostas, desarmar disputas e conflitos em família, no trabalho ou na comunidade cristã. A resposta chega imediatamente, não somos capazes de ser pacientes.

Recordemos, porém, que a paciência não é apenas uma necessidade, é uma vocação: se Cristo é paciente, o cristão é chamado a ser paciente. E isto faz-nos ir contra a corrente em relação à mentalidade generalizada de hoje, na qual dominam a pressa e o “tudo já”; na qual, em vez de esperar que as situações amadureçam, pressionam-se as pessoas, esperando que mudem instantaneamente. Não esqueçamos que a pressa e a impaciência são inimigas da vida espiritual. Porquê? Deus é amor, e quem ama não se cansa, não é irascível, não impõe ultimatos, Deus é paciente, Deus sabe esperar. Pensemos na história do Pai misericordioso, que espera o filho que saiu de casa: sofre com paciência, impaciente para o abraçar assim que o vê regressar (cf. Lc 15, 21); ou pensemos na parábola do trigo e do joio, com o Senhor que não tem pressa em extirpar o mal antes do tempo, para que nada se perca (cf. Mt 13, 29-30). A paciência faz-nos salvar tudo!

Mas, irmãos e irmãs, como se faz para aumentar a paciência? Sendo ela, como ensina São Paulo, um fruto do Espírito Santo (cf. Gl 5, 22), deve ser pedida precisamente ao Espírito de Cristo. Ele concede-nos a força mansa da paciência – a paciência é uma força mansa – porque «é próprio da virtude cristã não só praticar o bem, mas também saber suportar os males» (Santo Agostinho, Discursos, 46, 13). Sobretudo nestes dias, far-nos-á bem contemplar o Crucificado para assimilar a sua paciência. Um bom exercício é também levar-lhe as pessoas mais importunas, pedindo-lhe a graça de pôr em prática para com elas aquela obra de misericórdia tão conhecida e tão descuidada: suportar pacientemente as pessoas importunas. E não é fácil! Pensemos se agimos assim: suportar pacientemente as pessoas importunas. Começa-se pedindo para as considerar com compaixão, com o olhar de Deus, sabendo distinguir os seus rostos dos seus erros. Temos o hábito de catalogar as pessoas pelos erros que cometem. Não, isto não é bom. Procuremos as pessoas pelos seus rostos, pelos seus corações, não pelos seus erros!

Concluindo, para cultivar a paciência, virtude que dá alento à vida, é bom dilatar o olhar. Por exemplo, não limitando o campo do mundo aos nossos problemas, como nos convida a fazer a Imitação de Cristo:«Deveis, pois, lembrar-vos dos sofrimentos mais graves dos outros, para aprender a suportar os vossos, pequenos», lembrando que «não existe coisa alguma, por mais pequenina que seja, contanto que a suportemos por amor a Deus, que passe sem recompensa diante de Deus» (III, 19). E ainda, quando nos sentimos nas amarras da provação, como ensina Job, é bom abrir-nos com esperança à novidade de Deus, na firme confiança de que Ele não deixa que as nossas expetativas sejam desiludidas. Paciência significa saber suportar os males. 

E aqui, hoje, nesta audiência, estão presentes duas pessoas, dois pais: um israelita e um árabe. Ambos perderam as suas filhas nesta guerra e ambos são amigos. Não olham para a inimizade da guerra, mas para a amizade de dois homens que se amam e que passaram pela mesma crucificação. Pensemos no lindo testemunho destas duas pessoas que, nas suas filhas, sofreram a guerra da Terra Santa. Amados irmãos, obrigado pelo vosso testemunho!

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Saudações:

Dou as boas-vindas a todos os peregrinos de língua portuguesa, de modo particular aos fiéis brasileiros de São Carlos. Nos dias do Tríduo Pascal, somos convidados a contemplar, em silêncio orante, o Crucifixo. Isto ajudar-nos-á a crescer, à semelhança de Jesus, na humildade e na paciência, das quais o nosso tempo tem tanta necessidade. 

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Resumo da catequese do Santo Padre:

Nestes dias da Semana Santa, a Liturgia propõe-nos as páginas evangélicas da Paixão do Senhor. Nelas vemos Jesus sofrer com mansidão, pedindo perdão para quem o crucifica e derramando misericórdia. Eis a paciência de Cristo: não uma mera resistência estoica, mas o fruto dum amor muito grande, capaz de responder ao mal com o bem. Como o Pai, Jesus vê para além do nosso pecado, perdoa sempre e, com infinita paciência, está pronto a recomeçar tudo de novo. São Paulo, tendo em mente este agir magnânimo de Deus, diz que o amor é paciente. Resta-nos, por isso, imitar o Mestre que, sendo paciente, nos chama a ser como Ele. 



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