Kiko Argüello: A família precisa de ajuda
Entrevista no contexto da celebração «Pela família cristã», em Madrid-
Por Miriam Díez i Bosch
- «O Espírito Santo nos pede que ajudemos a família na Europa», afirma o iniciador do Caminho Neocatecumenal, Kiko Argüello, nesta entrevista concedida à Zenit, no contexto da celebração «Pela família cristã», celebrada dia 30 de Dezembro na capital espanhola com a participação de mais de 2 milhões de pessoas.
Ao encontro, convocado pela arquidiocese de Madrid, uniu-se ao vivo por televisão, Bento XVI, com uma saudação na qual recordou que «os pais têm o direito e a obrigação fundamental de educar seus filhos na fé e nos valores que dignificam a existência humana».
-Está tão mal a família?
-Argüello: Sim, há que salvar a família na Europa porque ela está muito ameaçada, na Espanha, Itália e em outras partes. Agora na Espanha a última lei expressa sobre o divórcio fez que só em seis semanas mais de 90 mil famílias fossem destruídas, isso é catastrófico. E em alguns lugares do norte da Europa, como na Suécia, 70% das pessoas vivem sozinhas, o mundo vive sozinho, não sabe o que fazer, há alcoolismo e problemas, e então a sociedade transforma-se. Há muitos divórcios.
-As separações e divórcios tocam de perto muita gente...
-Argüello: Pense que na Espanha, todos tem um irmão, um amigo ou alguém próximo que seja separado. Cria-se assim um clima ao redor da família, terrível e nós o que queremos com esta festa é apoiá-las e mostrar que há também muitas famílias católicas. Sem dúvida, com a família cristã temos o futuro da humanidade. João Paulo II disse já na Espanha: o futuro são os filhos.
Numa família, os filhos recebem uma identidade, são filhos do amor de Deus, os pais colaboraram com Deus porque nós somos todos em Cristo. O filho é o fruto do amor de Deus. Os pais se fizeram de uma só carne e é aí, na família cristã, onde o filho recebe uma moral, uma fé e um destino glorioso, a vida eterna, o céu. Isso não o dá a família não-cristã.
-A família na Europa está pior que em outros lugares?
-Argüello: Na Europa, há governos que são ateus e a coisa é muito grave: é como se fôssemos num barco que não vai a lugar nenhum. E em contrapartida, este barco, que é nossa vida, vai ao céu.
-Seu movimento é conhecido pelas famílias numerosas. Como entusiasmam tantas pessoas a favor da família no Caminho Neocatecumenal?
-Argüello: Nós, no Caminho Neocatecumenal, o que fazemos precisamente é seguir o caminho que abre a uma iniciação cristã nas paróquias. Fazemos isso vivendo a fé em comunidade.
Já em 1985, o Papa João Paulo II disse que a situação familiar da Europa não ia bem, e propôs voltar ao primeiro modelo apostólico. É o que fazemos, vivendo como cristãos, ajudando-nos mutuamente.
Seguimos as palavras de «Amai-vos como eu vos amei». É este amor que se dá nas comunidades que salvam a família, pois a família está dentro de uma comunidade com outras famílias; é a forma que temos para ajudar a família na Europa.
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