O tema da Liturgia de ontem tocou-me de sobremaneira.
A primeira Leitura – Ecle 1,2;2,21-23 – foi aquela que mais
incomodou e até foi apelidada de pessimista. Não entendi por quê! Sou muito
ignorante, mas acho que, se a Igreja colocou este Livro na Bíblia, é porque
considerou que ele trazia uma mensagem
boa para nós.
A questão é que, com este texto, enfiámos o “barrete .”Verdade!
Eu e tu nem sabemos bem o que somos, nem como somos. Ainda
não temos discernimento suficiente para enxergarmos. Mas quem escreveu este
Livro estava cheio do Espírito de Deus, por isso vai ao fundo do nosso ser e
revela o que há dentro de cada um de nós.
De facto, tudo o que fazemos é para agradar ao nosso ego e
para parecer bem aos outros. Assim, queremos sempre mais dinheiro para comprar
coisas, para exibir, para termos prestígio – na dimensão de cada um. O nosso coração anda cheio de preocupações, a
elaborar esquemas, projetos para deslumbrar, para ter o que o amigo tem...
Até durante a noite, por vezes perdemos o sono porque em vez
de dormirmos descansados, pensamos nestas coisas... Queremos tudo isto para
nós, não para partilhar com quem não tem...
“Vaidade das vaidades”! Ambição das ambições! Avareza das
avarezas!
No final das contas, apesar do nosso “tesouro”, continuamos
todos chateados, cheios de inveja, angustiados, porque as coisas materiais são
perecíveis e frágeis e não nos consolam verdadeiramente. Só nos distraem e
afastam de Deus e não nos servem para o Céu, por isso S. Paulo diz
“Afeiçoai-vos às coisas do alto”.
Nesta Leitura, o Senhor diz-me: usa as coisas materiais e
partilha-as com quem não tem; sê justo, verdadeiro e dá testemunho do amor de
Cristo e sê feliz, que foi para isso que Deus te criou.
PASSA UM BOM DIA
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