XVIII Domingo do tempo Comum
Rico insensato
Todos
nós desejamos segurança, felicidade...
Mas
onde a podemos encontrar?
-
Muitos a procuram nas COISAS, nos bens terrenos
e,
para isso, se dedicam febrilmente
em
empreendimentos grandiosos e lucrativos.
Às
vezes basta a simples visita de um ladrão, um fracasso nos negócios,
o
desemprego, uma doença... e lá se vai o que acumularam...
-
Outros buscam segurança e felicidade nas PESSOAS,
e
quantas vezes acabam depois profundamente decepcionados...
Percebem
que, o que este mundo oferece,
não
é suficiente para estancar a sede de felicidade.
Só
Deus pode nos tornar plenamente felizes...
As
Leituras bíblicas aprofundam essa Verdade:
A
1a Leitura lembra a
situação insuportável do povo de Deus
pela
ganância dos poderosos de então.
Isso
levou o autor sagrado a afirmar:
"Vaidade das vaidades, tudo é
vaidade". (Ecle
1,2; 2,21-23)
*
Essa afirmação é atribuída a Salomão que, apesar de ser um rei
sumamente
sábio, rico e poderoso, lembrava que as coisas terrenas
são
passageiras, uma "bolha" de sabão e convidava ao desapego delas.
Na
2a Leitura, Paulo nos
exorta a mesma coisa:
"Se ressuscitastes com
Cristo, procurai as coisas do alto...
e não as da terra... " (Cl 3, 1-5.9-11)
No
Evangelho, Cristo denuncia a cobiça e
a
preocupação exagerada pelos bens terrenos... (Lc 12,13-21)
-
Um desconhecido pede a Jesus para resolver um problema de herança.
-
Jesus se recusa, porque é difícil fazer justiça quando existe cobiça.
E adverte:
"Tomai cuidado contra todo tipo de GANÂNCIA...
a vida de um homem não consiste na abundância de bens..."
-
Para ilustrar essa verdade, conta a Parábola do RICO INSENSATO,
que construiu grandes celeiros para armazenar
a colheita abundante,
pensando assim ter segurança para viver
tranqüilamente.
Pura ilusão: Naquela mesma noite veio a
morrer...
e se apresentou de mãos vazias diante de
Deus...
-
E Jesus conclui: "Assim acontece com
quem
guarda tesouros para si e não é rico diante de Deus."
*
O pecado foi "acumular apenas para si".
Não
agradeceu a Deus, nem partilhou com os irmãos.
A
ganância pelos bens terrenos é a causa de muitos males...
-
Quantas brigas e divisões em família... na divisão da herança!
-
Quantas lutas... para vencer o concorrente... e ter mais!
-
Quantas fraudes, injustiças e corrupção... no desejo insaciável de bens!
-
Quantas discriminações: porque as pessoas valem pelo que têm!
Pura ilusão: A fonte da vida está só em Deus...
E
a morte nos convence dessa dura realidade...
Esta
parábola não se destina apenas àqueles que têm muitos bens;
mas
destina-se a todos aqueles que (tendo muito ou pouco)
vivem
obcecados com os bens, orientam a sua vida no sentido do "ter"
e
fazem dos bens materiais os deuses,
que
condicionam a sua vida e o seu agir.
+
A
Palavra de Deus nos questiona.
O
ensinamento de Jesus toca em cheio os cristãos encantados
com
o capitalismo neoliberal e sua apologia do lucro e do acúmulo de bens.
Ficam
anestesiados diante das necessidades dos irmãos.
Cristãos
vivendo na riqueza, enquanto muitos irmãos na fé vivem na indigência,
sem
experimentarem a solidariedade dos seus irmãos e irmãs na fé abastados.
Hoje
em dia é muito comum pôr tudo no seguro...
Há
seguro de vida para carros, roubos, incêndios, acidentes pessoais...
A
nossa vida, que continua na eternidade, também deve ser assegurada.
Mas
a vida eterna não pode ser assegurada com as riquezas desse mundo...
e
sim com os tesouros reconhecidos por Deus.
O
dinheiro nos dá a falsa sensação de segurança.
O
único fundamento seguro de nossa existência é Deus...
E,
nele, o próprio dinheiro adquire outro sentido:
Não
será mais instrumento de SEPARAÇÃO entre os homens,
mas
sim de COMUNHÃO, um sinal de amor...
Onde
estamos depositando a nossa segurança e construindo a nossa felicidade?
Não
nos esqueçamos: nosso coração foi feito por Deus,
e
apenas em Deus encontrará a verdadeira e plena felicidade...
Estamos
celebrando o mês vocacional.
A
Vocação é um dom gratuito, um chamado, um convite, uma proposta de Deus, que se
apresenta à nossa liberdade e nos pede uma tomada de decisão.
Esse
chamado é um grande mistério de amor entre nós e Deus,
que
conhece bem o coração de cada um.
Nesse
domingo, queremos lembrar de modo especial a Vocação Sacerdotal.
Aos
nossos Padres, a nossa gratidão e a nossa prece!...
Pe. Antônio Geraldo
Dalla Costa
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