terça-feira, 30 de junho de 2020
Os Santos de hoje
REDAÇÃO CENTRAL, 30 Jun. 20 / 05:00 am (ACI).- “A esses homens que levaram uma vida santa, veio juntar-se uma grande multidão de eleitos que, por causa dos ciúmes, sofreram todo o tipo de maus tratos e suplícios e deram um magnífico exemplo entre nós”, assinalava em uma carta aos Coríntios o Papa São Clemente I.
Com o anúncio da Boa Nova dos Apóstolos, o número de fiéis foi crescendo cada vez mais. No entanto, o Senado romano rejeitou esta nova religião, que era contrária às tradições de Roma, e a declarou ilegal até o ano 35 d.C.
Mais tarde, para escapar da acusação de ter incendiado Roma, Nero culpou os cristãos, acusando-os de ser uma religião maléfica, que praticava o canibalismo, ao não entender o sentido da Eucaristia, e difamando-os como incestuosos, pelo costume que tinham de chamar-se irmãos e dar o beijo da paz.
Foi assim que desencadeou uma série de perseguições na qual milhares de cristãos deram suas vidas para proclamar e crer no verdadeiro amor de Deus que Jesus Cristo ensinou.
O Martirológio Jeronimiano é o primeiro a comemorar o martírio de mais de 900 pessoas nos tempos de Nero, com data de 29 de junho, o mesmo dia de São Pedro e São Paulo.
Atribui-se a São Pio V a primeira menção no Martirológio Romano desses protomártires com data de 24 de junho. Atualmente, a Igreja os celebra em 30 de junho.
(acidigital)
Abrir as portas a Cristo: os 40 anos da primeira visita de João Paulo II ao Brasil
"E agora posso confiar-vos um desejo? Que as vossas portas que se abriram para mim com amor e confiança, permaneçam largamente abertas para Cristo. Será minha alegria plena", assim se despediu o Papa polonês ao visitar pela primeira vez o Brasil em 1980. João Paulo II percorreu quase 15 mil quilômetros e conheceu 13 cidades em 13 dias.
Bianca Fraccalvieri - Cidade do Vaticano
No dia 30 de junho de 40 anos atrás, em 1980, o solo de Brasília foi beijado por São João Paulo II, para a primeira das quatro visitas que o Papa polonês realizou ao Brasil no decorrer do seu pontificado.
“Abraço neste momento – ao menos em espírito – cada pessoa que vive nesta pátria brasileira. O Papa pensa em cada um. Ele ama a todos e a todos envia um cumprimento bem brasileiro: “um abraço!”.Com este gesto de amizade, recebei os meus votos de felicidades: Deus abençoe o vosso Brasil. Deus abençoe a todos vós, brasileiros, com a paz e a prosperidade, a serena concórdia na compreensão e na fraternidade. Sob o olhar materno e a proteção de Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil!”
Foram 13 cidades em 13 dias
Brasil de ponta a ponta
Estas foram as suas palavras no discurso de boas-vindas – o primeiro de 48 pronunciamentos.
Aliás, os números e o fôlego de Karol Wojtyla impressionam. Em 13 dias (a viagem se concluiu em 12 de julho), ele cruzou o Brasil de norte a sul, percorrendo quase 15 mil quilômetros. Além de Brasília, esteve em Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Aparecida, Porto Alegre, Curitiba, Salvador, Recife, Teresina, Belém,
Ninguém ficou de fora: o Papa se reuniu com autoridades - o presidente na época era João Figueiredo -, corpo diplomático, seminaristas, religiosas, religiosos, sacerdotes, bispos. Visitou pontos turísticos, como o Corcovado, penitenciárias, leprosários, favelas. Manteve encontros com a comunidade judaica, polonesa, com ortodoxos, homens da cultura, operários, estudantes, líderes das Comunidades Eclesiais de Base e indígenas.
Abrir as portas a Cristo
Mas mais do que os números, ficaram indeléveis as palavras e, sobretudo, os gestos de afeto para com o brasileiro.
“Aprendi, por exemplo, que “quem parte leva saudades”. Devo confessar que já estou sentindo o que significa este ditado. Mas, com a saudade do Brasil, levo também no coração uma imensa alegria e a mais grata satisfação, por tudo aquilo que me foi dado ver, comungar e viver convosco, nestes dias da minha permanência entre vós.”
“E agora posso confiar-vos um desejo? Que as vossas portas que se abriram para mim com amor e confiança, permaneçam largamente abertas para Cristo. Será minha alegria plena.”
Dom Walmor de Azevedo, arcebispo de Belho Horizonte e Presidente da CNBB:
“Celebrar os 40 anos da primeira visita de São João Paulo II ao Brasil, é celebrar memórias muito profundas, tocantes e sustentadoras do caminho missionário da nossa Igreja. Lembro-me com alegria emoção e gratidão a visita".
O testemunho de dom Walmor:
Cardeal Orani João Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro
“Neste dia 30 de junho comemoramos os 40 anos da chegada do primeiro Papa em terras brasileiras. São João Paulo II ficou aqui 12 dias. Ele passou por diversas cidades e capitais do Brasil. Eu tive a oportunidade de celebrar no local que el celebrou em Belém do Pará, quando estive em Belém. Ficou marcante na minha memória, eu ainda não era bispo, a música a bênção João de Deus, e a sua visita ao Rio de Janeiro à favela do Vidigal”.
O testemunho de dom Orani:
(vaticannews)
segunda-feira, 29 de junho de 2020
domingo, 28 de junho de 2020
sábado, 27 de junho de 2020
O Papa Francisco doa 35 respiradores para a emergência da Covid-19
Da América Latina à Ásia, passando pela África e Europa: a proximidade de Francisco através do trabalho incansável da Esmolaria Apostólica chega às partes mais conturbadas do mundo, com os sistemas de saúde de joelhos por causa da pandemia.
Gabriella Ceraso/Mariangela Jaguraba – Vatican News
Através de um comunicado, a Esmolaria Apostólica faz saber que nas últimas semanas, através das Nunciaturas Apostólicas, o Papa Francisco doou 35 respiradores. Os equipamentos chegaram aos países do mundo em maior dificuldade, os gravemente atingidos pela pandemia e com os sistemas de saúde mais críticos, representando a proximidade concreta e o amor paterno de Francisco.
Máquinas para salvar vidas
Trata-se de respiradores cruciais para salvar a vida dos pacientes com formas graves da Covid-19. Nos últimos meses ouvimos falar deles continuamente, porque o número de pessoas que precisavam desses equipamentos foi, em todos os lugares, maior do que a disponibilidade dessas máquinas que basicamente, através da ventilação mecânica, ajudam os pacientes com insuficiência respiratória, um dos sintomas mais graves do coronavírus.
América e África
Na lista detalhada fornecida pela Esmolaria, passamos do continente americano para a África, até chegar à Europa e Ásia. Quatro respiradores foram enviados para o Haiti e dois para a República Dominicana e Bolívia, enquanto 4 chegaram ao Brasil, ao qual Francisco assegurou suas orações, fazendo-se presente três vezes por telefone aos bispos e recomendando-lhes que se confiassem a Nossa Senhora Aparecida. O Brasil atualmente é um dos países mais críticos por causa da difusão do vírus: 55 mil vítimas, mais de 1 milhão de casos confirmados, o pior balanço depois dos Estados Unidos, onde há quase 2 milhões e quinhentos mil casos e 124 mil mortos.
Europa e Ásia
Três respiradores chegaram à Colômbia e 2 ao Equador, com mais de 4.300 contagiados. Os equipamentos foram entregues pelo Núncio Apostólico ao Ministro da Saúde Pública para o hospital “Eugenio Espejo”, em Quito, onde o gesto foi visto pela população como “um bálsamo”, segundo informou o representante da Santa Sé e arcebispo da cidade, dom Andrés Carrascosa Coso. Outros 3 respiradores chegaram a Honduras, o mesmo número ao México e 4 à Venezuela, onde a crise de saúde se associa a uma situação social e econômica difícil. Depois a África: no continente, a carícia e a proximidade do Papa chegou aos Camarões e ao Zimbabué com 4 respiradores no total, depois a Ásia com 2 respiradores para o Bangladesh, e por fim à Europa com 2 respiradores para a Ucrânia, onde se contam agora mais de mil vítimas.
(vaticannews)
sexta-feira, 26 de junho de 2020
Palavra de Vida – junho 2020
“Quem vos recebe, a mim recebe; e quem me recebe, recebe aquele que me enviou” (Mt 10,40).
O Evangelho de Mateus narra neste capítulo a escolha que Jesus faz dos Doze e o respetivo envio para anunciarem a Sua mensagem.
São nomeados um a um, sinal da relação pessoal que construíram com o Mestre, tendo-O seguido desde o início da Sua missão. Conheceram o Seu estilo, caracterizado sobretudo pela proximidade com os doentes, os pecadores e os que eram considerados endemoninhados; com todas as pessoas marginalizadas, julgadas negativamente, de quem todos se mantinham à distância. É só depois destes sinais concretos de amor pelo Seu povo que Jesus se prepara para anunciar que o Reino de Deus está próximo.
Os apóstolos são, portanto, enviados em nome de Jesus, como seus “embaixadores”, e é Ele que deve ser acolhido através deles. Frequentemente, os grandes personagens da Bíblia, pela abertura de coração a um hóspede inesperado, não programado, receberam a visita do próprio Deus. Ainda hoje, sobretudo nas culturas que conservam um forte sentido comunitário, o hóspede é sagrado, mesmo quando é desconhecido, e prepara-se para ele o melhor lugar.
“Quem vos recebe, a mim recebe; e quem me recebe, recebe aquele que me enviou”
Jesus dá as Suas instruções aos Doze: eles devem pôr-se a caminho, descalços e com pouca bagagem: sem alforge, só uma túnica… Devem deixar-se tratar como hóspedes, prontos a aceitar os cuidados dos outros, com humildade; gratuitamente devem cuidar e estar próximos dos pobres e deixar a todos, como dom, a paz. Como Jesus, serão pacientes nas incompreensões, confiando na assistência do amor do Pai.
Deste modo, quem tiver a sorte de encontrar algum deles poderá verdadeiramente experimentar a ternura de Deus.
“Quem vos recebe, a mim recebe; e quem me recebe, recebe aquele que me enviou”
Enquanto discípulos, todos os cristãos têm uma missão: testemunhar com mansidão, primeiro com a vida e depois também com as palavras, o amor de Deus que eles próprios encontraram, para que se torne uma realidade aprazível para muitos, para todos. E, por se terem sentido acolhidos por Deus, apesar das suas fragilidades, o primeiro testemunho é precisamente o acolhimento caloroso dos irmãos.
Numa sociedade marcada tantas vezes pela procura do sucesso e da autonomia egoística, os cristãos são chamados a mostrar a beleza da fraternidade, que sabe reconhecer as necessidades uns dos outros e atuar a reciprocidade.
“Quem vos recebe, a mim recebe; e quem me recebe, recebe aquele que me enviou”
Assim escreveu Chiara Lubich a respeito do acolhimento evangélico: «[…] Jesus foi a manifestação do amor totalmente acolhedor do Pai celeste por todos nós, e do amor que nós, consequentemente, deveremos ter uns pelos outros. […] Procuremos então viver esta Palavra de vida sobretudo nas nossas famílias, comunidades, grupos de trabalho; eliminando os nossos juízos, as discriminações, os preconceitos, os ressentimentos, a intolerância com este ou aquele próximo. São atitudes em que caímos muitas vezes com facilidade, mas que muito esmorecem e comprometem os relacionamentos humanos e impedem, bloqueando como a ferrugem, o amor recíproco. […] O acolhimento do outro, do que é diferente de nós, está na base do amor cristão. É o ponto de partida, o primeiro degrau para a construção daquela civilização do amor, daquela cultura de comunhão, para a qual Jesus nos chama de modo especial nos dias de hoje».
Letizia Magri
1. Cf. C. Lubich, Palavra de Vida de dezembro de 1992, in Parole di Vita, a/c Fabio Ciardi (Opere di Chiara Lubich 5), Città Nuova, Roma 2017, pp. 513-514.
quinta-feira, 25 de junho de 2020
Papa envia 2500 kits de testes para diagnóstico de Covid-19 a Gaza
Até agora, os territórios palestinos registram 1328 casos de Covid-19, mas a baixa porcentagem de pessoas testadas positivas poderia ser um indício da falta de testes realizados. “Os 2500 kits enviados pelo Papa vão nos ajudar a fazer diagnósticos mais precisos. Em toda a Faixa existe apenas uma máquina que pode fazer as análises para mais de 2 milhões de pessoas”, afirmou Pe. Romanelli, pároco de Gaza.
Alessandro Guarasci - Vatican News
O Papa doou 2500 testes de Covid-19 ao Ministério da Saúde de Gaza, através da Congregação para as Igrejas Orientais. A entrega dos kits, que aconteceu no último dia 17 de junho, foi coordenada pela Delegação Apostólica, pelo Patriarcado Latino de Jerusalém e pela Caritas de Jerusalém. A notícia foi divulgada pelo próprio Patriarcado.
A caridade do Papa
Os kits foram entregues pela Caritas Jerusalém e pelo Pe. Gabriel Romanelli, pároco latino da Sagrada Família em Gaza. A doação faz parte das iniciativas promovidas pelo Fundo de Emergência, desejado pelo Papa Francisco, para ajudar os países mais afetados pela disseminação da Covid-19. Entre eles, a Síria que recebeu 10 ventiladores, outros três foram doados para o Hospital São José em Jerusalém, enquanto os kits com testes de Covid-19 foram enviados ao Hospital da Sagrada Família em Belém.
A doação do Papa faz parte dos muitos “carinhos” com que Francisco se faz presente e próximo: fundos que são um oxigênio para áreas em dificuldade e, depois, respiradores, material médico, kits sanitários que viajam de uma parte do mundo para a outra, do Equador à Romênia, do Brasil à Espanha, a Nápoles e a Lecce. Mas, também, telefonemas que chegam a bispos, comunidades, médicos, enfermeiros que vivem o sofrimento e a dificuldade, tanto nos corredores dos hospitais como nas cúrias ou nas associações de voluntariado na linha de frente. Para cada um, uma palavra ou um gesto e muita gratidão.
A falta de testes e leitos em Gaza
Com a propagação do vírus em Gaza, onde vivem cerca de 2 milhões de pessoas, as autoridades locais de saúde lamentaram a falta de testes para fazer diagnósticos e também solicitaram 100 ventiladores e 140 leitos para as UTIs. Segundo o Ministério da Saúde da Palestina, Gaza regista 72 casos de Covid-19 (15 ainda estão ativos) de um total de 1328 casos nos Territórios Palestinos (dados de 25 de junho).
A baixa percentagem de pessoas testadas positivas poderia ser um indício da falta de testes realizados. A Caritas de Jerusalém e o Ministério da Saúde de Gaza, como informa o Patriarcado Latino, "prepararam um plano de emergência que prevê, entre outras coisas, a prestação de serviços médicos no Centro da Caritas e a ativação de três equipes médicas móveis para realizar serviço domiciliar no tratamento de pacientes não-Covid-19 durante as 24 horas do dia". Como em Israel, também na Cisjordânia foram registrados novos picos de infecção nas últimas duas semanas: o mais alto em Hebron com 551 casos, seguido de Nablus com 32.
O pároco de Gaza: além da Covid-19, a grave situação econômica
Segundo o Pe. Gabriel Romanelli, pároco latino da Sagrada Família em Gaza, nos Territórios Palestinos "há uma emergência de coronavírus, mas ela está ligada a muitas outras situações”. O sacerdote cita, então, “o bloqueio da fronteira com Israel ou Egito, o fechamento de muitas atividades comerciais, como os restaurantes. Dessa forma, muitas pessoas perderam o emprego e ficaram sem salário. Os professores das nossas escolas não foram demitidos, mas o Patriarcado teve dificuldade em pagar os salários".
O fechamento de Gaza pesa mais do que nunca neste momento, explica o pároco, mas as poucas entradas conseguiram conter o contágio pelo vírus. O Pe. Romanelli acrescenta que todos os casos que tiveram “dizem respeito a pessoas que vieram de fora e que foram imediatamente colocadas em quarentena. Os kits enviados pelo Papa vão nos ajudar a fazer diagnósticos mais precisos e, assim que os recebemos, levamos ao laboratório do Ministério da Saúde. Em toda Gaza, de fato, tem apenas uma máquina que pode fazer as análises".
(vaticannews)
quarta-feira, 24 de junho de 2020
O Papa na Audiência Geral: Davi é nobre porque reza. A oração nos dá nobreza
Angelus
"A oração nasce da convicção de que a vida não é algo que passa por nós, mas um mistério surpreendente, que em nós suscita a poesia, a música, a gratidão, o louvor, ou a lamentação e a súplica. Quando uma pessoa não tem essa dimensão poética, quando lhe falta a poesia, a sua alma manca", disse Francisco em sua catequese.
Mariangela Jaguraba - Cidade do Vaticano
O Papa Francisco prosseguiu com o tema da oração na Audiência Geral desta quarta-feira (24/06), realizada na Biblioteca do Palácio Apostólico.
Na catequese de hoje, o Pontífice abordou o tema da “A oração de Davi”, “predileto de Deus desde menino, escolhido para uma missão única, que assumirá um papel central na história do povo de Deus e da nossa fé”.
Nos Evangelhos, Jesus é chamado várias vezes “filho de Davi” e como ele, nasce em Belém. Segundo as promessas, da descendência de Davi vem o Messias: “Um Rei totalmente segundo o coração de Deus, em perfeita obediência ao Pai, cuja ação cumpre fielmente o seu plano de salvação”.
Davi é um pastor
A história de Davi começa nas colinas ao redor de Belém, onde apascenta o rebanho de seu pai, Jessé. É ainda um rapaz, o último de muitos irmãos. Por ordem de Deus, o Profeta Samuel vai em busca do novo rei. Davi trabalhava ao ar livre e confortava a sua alma tocando harpa. “Nos longos dias de solidão gostava de tocar e cantar ao seu Deus. Brincava também com a funda”, disse o Papa, acrescentando:
Portanto, em primeiro lugar Davi é um pastor: um homem que cuida dos animais, que os defende quando surge o perigo, que lhes dá o sustento. Quando Davi, por vontade de Deus, tiver que se preocupar pelo povo, não realizará ações muito diferentes destas. É por isso que na Bíblia a imagem do pastor é muito recorrente. Também Jesus se define “o bom pastor”, o seu comportamento é diferente daquele do mercenário; oferece a sua vida pelas ovelhas, guia-as, sabe o nome de cada uma delas.
Dimensão poética
Davi aprendeu muito da sua primeira profissão. “Quando o profeta Natã o repreenderá pelo seu gravíssimo pecado, Davi compreenderá imediatamente que tinha sido um mau pastor, que roubara de outro homem a única ovelha que ele amava, que já não era um servo humilde, mas um homem doente de poder, um caçador furtivo que mata e saqueia”, sublinhou Francisco.
A seguir, o Pontífice destacou o segundo traço característico presente na vocação de Davi: o seu espírito de poeta. “Desta pequena observação deduzimos que Davi não era um homem vulgar, como muitas vezes pode acontecer com indivíduos obrigados a viver por muito tempo isolados da sociedade. Ao contrário, é uma pessoa sensível, que gosta da música e do canto. A harpa o acompanhará sempre: para elevar um hino de alegria a Deus, para expressar um lamento, ou para confessar o próprio pecado.”
O mundo que se apresenta aos seus olhos não é uma cena silenciosa: o seu olhar capta, por detrás do desenrolar dos acontecimentos, um mistério maior. A oração nasce precisamente dali: da convicção de que a vida não é algo que passa por nós, mas um mistério surpreendente, que em nós suscita a poesia, a música, a gratidão, o louvor, ou a lamentação e a súplica. Quando uma pessoa não tem essa dimensão poética, quando lhe falta a poesia, a sua alma manca. Portanto, segundo a tradição Davi é o grande artífice da composição dos salmos. No início fazem frequentemente referência explícita ao rei de Israel e a alguns dos acontecimentos mais ou menos nobres da sua vida.
Oração, voz que nunca se apaga
“Davi tem um sonho: ser um bom pastor”, disse o Papa. “Às vezes conseguirá estar à altura desta tarefa, outras vezes, não; mas o que importa, no contexto da história da salvação, é que ele representa a profecia de outro Rei, do qual é apenas anúncio e prefiguração”, sublinhou Francisco.
“Olhemos para Davi, pensemos a Davi. Santo e pecador, perseguido e perseguidor, vítima e carnífice também. É uma contradição. Davi era tudo isso, junto”, disse o Pontífice, ressaltando que “também nós, na nossa vida, temos traços frequentemente opostos. Na trama da vida, todos os homens pecam muitas vezes de incoerência. Na vida de Davi existe apenas um fio condutor que confere unidade a tudo o que acontece: a sua oração. Esta é a voz que nunca se apaga”.
“Davi Santo, reza. Davi pecador, reza. Davi perseguido, reza. Davi perseguidor, reza. Davi vítima, reza. Até Davi, carnífice, reza. Este é o fio condutor de sua vida. Um homem de oração. Essa é a voz que nunca se apaga: quer assuma os tons do júbilo, quer os da lamentação, é sempre a mesma oração, só muda a melodia. Agindo assim, Davi nos ensina a deixar que tudo faça parte do diálogo com Deus: tanto a alegria como a culpa, o amor como o sofrimento, a amizade como a doença. Tudo pode tornar-se palavra dirigida ao “Tu” que nos ouve sempre”, frisou ainda o Papa.
Davi é nobre porque reza
Davi, que conheceu a solidão, na verdade, nunca esteve sozinho! E no fundo este é o poder da oração, em todos aqueles que lhe dão espaço na própria vida: A oração dá a você nobreza, e Davi é nobre porque reza. É um carnífice que reza, se arrepende e a nobreza retorna da oração. A oração nos dá nobreza: ela é capaz de assegurar a relação com Deus, que é o verdadeiro Companheiro de caminho do homem, no meio das numerosas provações da vida.
“Boas ou más, mas sempre a oração. Obrigado, Senhor. Tenho medo, Senhor. Ajuda-me, Senhor. Perdoa-me, Senhor. A confiança de Davi é tão grande que, quando ele foi perseguido e teve que fugir, ele não deixou ninguém defendê-lo: “Se meu Deus me humilha assim, Ele sabe”, porque a nobreza da oração nos deixa nas mãos de Deus. Aquelas mãos chagadas de amor e as únicas mãos seguras que temos”, concluiu Francisco.
(vaticannews)
terça-feira, 23 de junho de 2020
segunda-feira, 22 de junho de 2020
Papa aos heróis da pandemia: o início de um milagre
“Não esqueçam que, com o trabalho de todos vocês, médicos, paramédicos, voluntários, sacerdotes, religiosos e leigos que fizeram isso, começaram um milagre”, disse o Papa Francisco a uma grande delegação do norte da Itália recebida em audiência no sábado (20), no Vaticano. E acrescentou que Deus vai ajudar para “que termine bem esse milagre que vocês começaram!”.
Benedetta Capelli, Andressa Collet - Vatican News
Um sinal de esperança é a marca deixada pelo Papa Francisco em cada uma das pessoas que participaram da audiência no Vaticano no último sábado (20). Uma grande delegação formada por profissionais da saúde e sacerdotes que vieram da área mais afetada pelo coronavírus na Itália, a região norte do país.
O milagre em meio à pandemia
Médicos e enfermeiros, em particular, descritos pelo Pontífice como “artesãos silenciosos da cultura da proximidade e da ternura”, se sentiram abraçados pelas palavras tanto de reconhecimento pelo “serviço árduo e até heroico” feito durante a pandemia como de encorajamento para seguir adiante. Ao final da audiência, o Papa motivou esses “anjos” a canalizar a energia positiva para produzir frutos no futuro:
“E não se esqueçam que, com o trabalho de vocês, de todos vocês, médicos, paramédicos, voluntários, sacerdotes, religiosos, leigos, que fizeram isso, começaram um milagre. Tenham fé e, como dizia aquele alfaiate, um teólogo já falecido: "eu nunca vi Deus começar um milagre sem terminá-lo bem". [Manzoni, Promessi sposi, cap. 24°]. Que termine bem esse milagre que vocês começaram!”
A enfermeira do Hospital Papa João XXIII, da cidade de Bergamo, Barbara Valle, presente na audiência, comentou as palavras de Francisco: “palavras muito bonitas, inclusive usar a palavra milagre é realmente uma coisa muito forte. Esperamos que, olhando para o futuro, mantenhamos essa experiência como algo que nos fortaleceu mesmo se devemos continuar mantendo os comportamentos que temos que manter. Mas, deixando para trás a provação, com todo o sofrimento que mesmo assim permanece no coração que, depois, com o tempo, vamos reelaborando em sentido positivo, nos deu uma grande força”.
As enfermeiras são mães
A enfermeira foi cumprimentada pelo Papa ao final da audiência, com palavras de “ternura e esperança”, depois da bênção e da foto em grupo: “devemos ser obedientes às disposições”, disse Francisco, em referência às medidas de segurança por causa da pandemia. De fato, além do distanciamento social durante todo o encontro, o Papa é quem foi ao encontro dos presentes para saudá-los, um a um, “com gentileza, como se deve fazer, como as autoridades disseram para fazer”, ressaltou o Pontífice.
“Quando ele se aproximou, disse palavras muito bonitas. Eu disse que era uma enfermeira, junto com as outras colegas, e ele nos disse que as enfermeiras são como mães que expressam ternura. Depois, me contou uma anedota pessoal: disse que devia a sua vida à uma enfermeira que lhe tinha dado uma dose a mais daquela recomendada pelo médico.”
Gestos de proximidade
O médico do Pronto-Socorro do Hospital Papa João XXIII, de Bergamo, Massimiliano De Vecchi, também presente na audiência, falou da situação atual sob controle em relação aos meses anteriores, apesar de ter vivido uma tragédia pessoal. De Vecchi chegou a contar ao Pontífice que perdeu o pai, vítima da Covid-19: “percebi que o Papa, naquele momento, rezou por ele. Foi um gesto de proximidade que me marcou muito”, disse o médico.
“Das suas palavras me impactaram mais quando enfatizou as boas coisas vividas e emersas durante essa tragédia. O Papa nos recordou que, em meio a tanta dor, a tanto sofrimento, existiram muitos gestos de proximidade, de solidariedade e que não devemos nos esquecer disso, mas guardar tudo para o futuro.”
(vaticannews)
domingo, 21 de junho de 2020
sábado, 20 de junho de 2020
sexta-feira, 19 de junho de 2020
Bento XVI visita seu irmão na Alemanha
O Papa emérito chegou hoje (18/06) em Regensburg para ficar ao lado de seu irmão Georg
Alessandro De Carolis – Vatican News
Na manhã desta quinta-feira (18/06) o Papa emérito Bento XVI deixou sua residência, nos Jardins do Vaticano, para ir a Regensburg, na Alemanha, para ficar ao lado de seu irmão Georg de 96 anos, que está doente.
Os dois irmãos Ratzinger sempre foram muito unidos. Com diferença de idade de três anos, foram ordenados sacerdotes no mesmo dia, 29 de junho de 1951, na Catedral de Freising. As circunstâncias da vida os levaram a direções diferentes - Georg, um brilhante músico e Joseph, um grande teólogo -, mas o vínculo entre eles sempre se manteve firme. Prova disso são em particular as numerosas visitas que Georg Ratzinger fez ao Vaticano de 2005 a 2013, durante os anos do pontificado do seu irmão e também após a sua renúncia.
Em 2008, quando a cidade de Castel Gandolfo quis oferecer a cidadania honorária ao seu irmão, Bento XVI se expressou com estas palavras: “Desde que nasci, meu irmão não é apenas um companheiro para mim, mas também um guia confiável. Tem sido sempre um ponto de orientação e referência com a clareza e a determinação de suas decisões”. Palavras de grande afeto, nascidas em uma circunstância feliz e que os sentimentos do momento tornam ainda mais intensas.
(vaticannews)
quinta-feira, 18 de junho de 2020
Papa: Coração de Jesus dê a todos esperança e confiança!
Ao final da Audiência Geral (17/06), o Papa Francisco recordou que amanhã celebramos a Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, encorajando os fiéis a apresentarem a Ele “todas as intenções da nossa humanidade sofredora, seus medos e suas misérias”.
Bianca Fraccalvieri – Cidade do Vaticano
Em sua saudação em várias línguas na Audiência Geral de ontem, quarta-feira, o Papa Francisco mencionou uma festa muito querida pelos cristãos: a solenidade do Sagrado Coração de Jesus.
O Pontífice convidou os fiéis a descobrirem as riquezas que se “escondem” no Seu Coração, para aprender a amar o próximo.
Aos de línguas francesa, Francisco os encorajou a apresentar a Jesus “todas as intenções da nossa humanidade sofredora, seus medos e suas misérias”.
[ Possa este Coração, repleto de amor pelos homens, dar a todos esperança e confiança! ]
Mês dedicado ao Sagrado Coração
No primeiro Angelus deste mês, o Pontífice recordou que o mês de junho é dedicado de modo particular ao Coração de Cristo, uma devoção que une os grandes mestres espirituais e as pessoas simples do povo de Deus.
O Coração humano e divino de Jesus, disse ele, é a fonte onde sempre podemos haurir a misericórdia, o perdão, a ternura de Deus.
Podemos ir à esta fonte detendo-nos sobre uma passagem do Evangelho, sentindo que no centro de todo gesto, de toda palavra de Jesus está o amor, o amor do Pai. E podemos fazê-lo também adorando a Eucaristia, onde este amor está presente no Sacramento.
Podemos ir à esta fonte detendo-nos sobre uma passagem do Evangelho, sentindo que no centro de todo gesto, de toda palavra de Jesus está o amor, o amor do Pai. E podemos fazê-lo também adorando a Eucaristia, onde este amor está presente no Sacramento.
Então – conclui Francisco –, também o nosso coração, pouco a pouco, se tornará mais paciente, mais generoso, mais misericordioso.”
“Jesus, faz com que meu coração se assemelhe ao Seu”, foi a oração do Santo Padre, afirmando ter aprendido com a sua avó a recitar essas palavras, convidando os fiéis a fazerem o mesmo.
“Jesus, faz com que meu coração se assemelhe ao Seu”, foi a oração do Santo Padre, afirmando ter aprendido com a sua avó a recitar essas palavras, convidando os fiéis a fazerem o mesmo.
quarta-feira, 17 de junho de 2020
terça-feira, 16 de junho de 2020
Por que não conseguimos superar o racismo?
Há três semanas, George Floyd foi morto. Desde aquele dia, manifestações contra o racismo estão caracterizando não apenas os Estados Unidos, mas vários países europeus e africanos. Conosco Paolo De Stefani do Centro Universitário de Direitos Humanos "Antonio Papisca".
Andrea De Angelis, Silvonei José - Cidade do Vaticano
Numa época em que o homem se redescobre mais frágil por causa da pandemia, os protestos contra o racismo, que explodiram em Minnesota por causa do caso Floyd, espalharam-se por outros estados do país e depois explodiram com manifestações também fora das fronteiras continentais, mostram a finitude do ser humano. Quando falamos em racismo, provavelmente devemos partir de sua definição: "Qualquer tendência, psicológica ou política, susceptível de ascender à teoria ou de ser legitimada por lei, que, com base na suposta superioridade de uma raça sobre outras ou sobre outra, favorece ou leva à discriminação social ou mesmo ao genocídio". Sim, genocídio. A isso pode levar o ódio racial e a história nos ensina isso.
Tudo começou há 20 dias
De Minneapolis a Nova York. De Londres a Paris, até à manifestação pacífica da semana passada em Roma. Do Pacífico ao Oceano Índico, já que os protestos também explodiram no Quênia. A morte de George Floyd está caracterizando este final de primavera no hemisfério norte. Lembraremos, é claro, da pandemia da Covid-19, mas há quase três semanas a tragédia epocal do novo coronavírus tem sido acompanhada pela questão racial nas notícias ao redor do mundo. Após o assassinato de Floyd, outras mortes ligadas a prisões pela polícia dos EUA inflamaram as praças. Sejam precedentes, mas também sucessivas (em Atlanta, com o afro-americano Rayshard Brooks, morto por um policial após uma briga durante a prisão). As consequências são importantes: há aqueles que acreditam que terão um forte impacto nas próximas eleições dos Estados Unidos, aqueles que afirmam que vão mudar a agenda política pós-pandemia.
A África também exige justiça
Há apenas três dias, países africanos convidaram o Conselho de Direitos Humanos da ONU a discutir urgentemente o racismo e a violência policial no contexto da mobilização mundial que se seguiu à morte de Floyd. Numa carta em nome de 54 países africanos, o embaixador de Burkina Faso na ONU em Genebra apresentou oficialmente um pedido com forte valor simbólico, cujo eco chega muito além das fronteiras da África. A questão, naturalmente, não é apenas política, mas também sócio-antropológica. O que leva o homem a temer, ao ponto de condená-lo, quem é diferente dele? As motivações são psicológicas, fazem parte da história do ser humano ou estão ligadas a momentos particulares e fatores econômicos? Em essência, por que também no século 21 estamos ainda falando de racismo?
O legado do colonialismo
"A questão racial tem nome e sobrenome e está ligada ao legado do colonialismo". Foi o quem disse em entrevista ao Vatican News Paolo De Stefani, professor da Universidade de Pádua e membro do Centro Universitário de Direitos Humanos "Antonio Papisca".
"A pandemia e as manifestações desses dias estão ligadas, pois a emergência do coronavírus tem mostrado uma série de contradições", acrescenta De Stefani. "O sistema protege mais quem já está protegido, além disso o mantra econômico previa austeridade, enquanto agora - sublinha – chegam bilhões para serem gastos: as pessoas estão confusas". Mas como será superada esta crise? "Certamente não graças ao homem branco". Serão as minorias oprimidas nos últimos anos, dos afro-europeus aos afro-americanos, que vão fortalecer sua identidade, torná-la mais estrutural", conclui o especialista em direitos humanos.
Nenhuma tolerância ao racismo
"Não podemos pretender defender a sacralidade de toda a vida humana e fechar os olhos ao racismo e à exclusão". O Papa afirmou isso na Audiência Geral de quarta-feira, 3 de junho, ressaltando que não pode haver tolerância ao racismo e também condenando "todas as formas de violência, das quais nada se ganha e muito se perde". As palavras de Francisco foram precedidas pelos discursos dos bispos estadunidenses, que expressaram compreensão pela indignação da comunidade afro-americana, apontando como o racismo foi tolerado por muito tempo, mas também como a violência é autodestrutiva.
(vaticannews)
segunda-feira, 15 de junho de 2020
Papa: sem os idosos não há futuro. Covid-19 mostrou despreparo da sociedade
Em 15 de junho celebra-se o Dia Mundial de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa. Em mensagem no Twitter, o Pontífice destaca que a pandemia demonstrou o despreparo da sociedade em acolhê-los, já que foram a principal vítima do coronavírus.
Vatican News
“A pandemia da #COVID19 mostrou que nossas sociedades não estão organizadas o suficiente para dar lugar aos idosos, com justo respeito à sua dignidade e fragilidade. Onde não há cuidado com os idosos, não há futuro para os jovens.”
Com esta mensagem, o Papa Francisco recorda hoje o Dia Mundial de Conscientização da Violência à Pessoa Idosa. Este ano, as Nações Unidas destacam a necessidade de se proteger os idosos durante e depois da pandemia da Covid-19.
Embora todas as faixas etárias corram risco, os idosos têm um risco maior de mortalidade e doenças graves após a infecção. Entre as pessoas acima de 80 anos, a taxa de mortalidade é cinco vezes maior.
Pandemia
Estima-se que 66% das pessoas com 70 anos ou mais tenham pelo menos uma condição de saúde subjacente, colocando-as em maior risco. Os idosos também podem ser discriminados quando médicos e hospitais decidem quem tem acesso a tratamentos e medicamentos.
Além disso, antes da pandemia, metade da população idosa em alguns países em desenvolvimento já não tinha acesso a serviços essenciais de saúde. A crise pode levar a uma redução de serviços críticos, aumentando ainda mais os perigos.
Em maio, o secretário-geral da ONU, António Guterres, lançou um relatório detalhando o impacto da Covid-19 em idosos. Na altura, ele afirmou que “nenhuma pessoa, jovem ou velha, é dispensável.”
Para o chefe da organização, "os idosos têm os mesmos direitos à vida e à saúde que todos os outros." Ele disse ainda que “decisões difíceis sobre cuidados médicos devem respeitar os direitos humanos e a dignidade de todos."
Crescimento
Entre 2019 e 2030, o número de pessoas com 60 anos ou mais deve crescer 38%, passando de 1 bilhão para 1,4 bilhão. Nessa altura, o número de idosos irá superar o número de jovens em todo o mundo. Esse aumento será maior e mais rápido nos países em desenvolvimento.
Por tudo isso, a ONU afirma que “é preciso prestar mais atenção aos desafios específicos que afetam os idosos, inclusive no campo dos direitos humanos.”
Abusos
O abuso de idosos é um problema que existe tanto nos países em desenvolvimento como nos países desenvolvidos, mas muitas vezes não é reportado.
Existem poucas estatísticas sobre o tema, apenas em alguns países de alta renda, mas entre 1% a 10% dos idosos nessas regiões é vítima de abusos.
Embora a extensão do problema seja desconhecida, a ONU afirma que “seu significado social e moral é óbvio” e “exige uma resposta global multifacetada, focada na proteção dos direitos dos idosos.”
No Brasil, a Pastoral da Pessoa Idosa trabalha para garantir o respeito e a dignidade dos idosos, identificando os possíveis sinais de violência e realizando os devidos encaminhamentos.
(com informações do site ONU News)
(vaticannews)
domingo, 14 de junho de 2020
sábado, 13 de junho de 2020
Papa: estender a mão ao pobre requer treino diário.IV Dia Mundial dos Pobres
Ninguém se improvisa instrumento de misericórdia, afirma o Papa na Mensagem para o Dia Mundial dos Pobres, celebrado em 15 de novembro. Requer-se um treino diário e o povo de Deus deve estar na vanguarda para ouvir e atender este clamor.
Bianca Fraccalvieri – Cidade do Vaticano
«Estende a tua mão ao pobre»: a sabedoria de Ben-Sirá (Ec 7, 32) inspirou a mensagem do Papa Francisco para o IV Dia Mundial dos Pobres, que será celebrado em 15 de novembro.
O texto foi apresentado este sábado numa coletiva via streamming organizada pela Sala de Imprensa da Santa Sé.
A mensagem recorda um dos princípios do cristianismo: a oração a Deus e a solidariedade para com os pobres e os enfermossão inseparáveis.
“O tempo que se deve dedicar à oração jamais pode tornar-se um álibi para descuidar do próximo em dificuldade”, escreve o Papa. Pelo contrário: “a bênção do Senhor desce sobre nós e a oração alcança o seu objetivo quando são acompanhadas pelo serviço dos pobres”.
Não se trata de uma opção condicionada ao tempo disponível ou a interesses pessoais, mas do encontro com uma pessoa em condições de pobreza, que não cessa de nos provocar e questionar.
“Não podemos sentir-nos tranquilos, quando um membro da família humana é relegado para a retaguarda, reduzindo-se a uma sombra. O clamor silencioso de tantos pobres deve encontrar o povo de Deus na vanguarda.”
A Igreja não tem soluções globais a propor, diz ainda o Papa, mas oferece o seu testemunho e gestos de partilha.
Quantas mãos estendidas: ladainha de obras de bem
Nestes meses, em que o mundo inteiro foi dominado por um vírus que trouxe dor e morte, pudemos ver tantas mãos estendidas! A mão estendida do médico, do enfermeiro, do farmacêutico, do sacerdote... “E poderíamos enumerar ainda outras mãos estendidas, até compor uma ladainha de obras de bem. Todas estas mãos desafiaram o contágio e o medo, a fim de dar apoio e consolação.”
Fazer o bem não é algo improvisado, adverte Francisco. “Não nos improvisamos instrumentos de misericórdia. Requer-se um treino diário.”
E neste período amadureceu em nós a exigência de uma nova fraternidade. “As graves crises econômicas, financeiras e políticas não cessarão enquanto permitirmos que permaneça em letargo a responsabilidade que cada um deve sentir para com o próximo e toda a pessoa.”
Responsabilidade: o objetivo é o amor!
«Estende a mão ao pobre» é, pois, um convite à responsabilidade. Não se trata de uma exortação facultativa, mas de uma condição da autenticidade da fé que professamos.
Enquanto alguns estendem a mão, outros a conservam nos bolsos e não se deixam comover pela pobreza. A indiferença e o cinismo são o seu alimento diário. E aqui o Pontífice não usa meias palavras para condenar quem usa as mãos para especular, acumular dinheiro com a venda de armas, quem troca favores ilegais para um lucro fácil e corrupto.
“Não poderemos ser felizes enquanto estas mãos que semeiam morte não forem transformadas em instrumentos de justiça e paz para o mundo inteiro.”
O objetivo de cada ação humana, recorda por fim o Papa, só pode ser o amor: tal é o objetivo para onde caminhamos, e nada deve distrair-nos dele.
Este amor é partilha, dedicação e serviço: “Possa então a mão estendida enriquecer-se sempre com o sorriso de quem não faz pesar a sua presença nem a ajuda que presta, mas alegra-se apenas em viver o estilo dos discípulos de Cristo”.
Os pobres estão e sempre estarão conosco
O Dia Mundial dos Pobres foi instituído pelo Papa Francisco em 2016, na conclusão do Jubileu da Misericórdia. A data é celebrada no penúltimo domingo do ano litúrgico.
A proposta da data é recordar aos fiéis esta “realidade fundamental para a vida da Igreja, porque os pobres estão e sempre estarão conosco (cf. Jo 12, 8) para nos ajudar a acolher a companhia de Cristo na existência do dia a dia”.
(vaticannews)
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