sábado, 31 de outubro de 2020
sexta-feira, 30 de outubro de 2020
quinta-feira, 29 de outubro de 2020
Papa Francisco reza pelas vítimas de ataque terrorista em Nice
PARIS, 29 out. 20 / 10:00 am (ACI).- O Papa Francisco expressou sua proximidade aos católicos franceses e assegurou suas orações pelas vítimas do atentado terrorista ocorrido em 29 de outubro na Basílica de Notre Dame em Nice (França), que deixou pelo menos três mortos.
Nesta quinta-feira, um terrorista, gritando "Alá Akbar" (Alá é grande), assassinou com uma faca duas mulheres idosas e o sacristão do templo. Pelo menos uma das vítimas foi decapitada.
“O Papa está informado da situação e está próximo da comunidade católica de luto. Ele reza pelas vítimas e seus entes queridos, para que cesse a violência, para que as pessoas voltem a se olhar como irmãos e não como inimigos, para que o amado povo francês possa reagir unido ao mal com o bem", disse o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni.
Bruni destacou que "é um momento de dor, num tempo de confusão" e acrescentou que "terrorismo e violência nunca podem ser aceitos".
Nesse sentido, Bruni também indicou que "o ataque de hoje semeou morte num lugar de amor e consolação, como a casa do Senhor".
Por sua vez, os Bispos da Conferência Episcopal Francesa enviaram um comunicado no qual condenam o atentado terrorista e destacam que "essas pessoas foram atacadas e assassinadas porque estavam na Basílica".
Além disso, os Bispos da Conferência Episcopal Francesa disseram que "estes assassinatos nos lembram o martírio do Pe. Jacques Hamel" e asseguraram que "esses atos horríveis afetam todo o país".
“Esse terrorismo tem como objetivo infundir angústia em toda a sociedade. Por isso é urgente deter esta gangrena, assim como é urgente encontrar a irmandade indispensável que nos manterá de pé diante dessas ameaças”, alertaram os Bispos franceses.
Por fim, o prefeito de Nice, Christian Estrosi, declarou que esta cidade havia sido atingida novamente pelo "Islamofascismo" e informou que o agressor entrou na igreja e gritou "Alá Akbar", ou seja, "Alá é grande" antes do ataque, algo que como ele afirma, “não deixa dúvidas quanto às motivações do ato”.
(acidigital)
Palavra de Vida – outubro 2020
“Quem se eleva será humilhado e quem se humilha será exaltado.” (Lc 14,11)
Os Evangelhos mostram-nos muitas vezes que Jesus aceitava de bom grado os convites para almoçar: eram momentos de encontro, ocasiões para estabelecer amizades e consolidar relações sociais.
Nesta passagem do Evangelho de Lucas, Jesus observa o comportamento dos convidados: há uma corrida para ocupar os primeiros lugares, que estavam reservados às personalidades. Nota-se bem a ânsia de querer sobressair sobre os outros.
Mas Ele tem no pensamento um outro banquete: aquele que será oferecido a todos os filhos, na casa do Pai, sem “direitos adquiridos” em nome de uma pretensa superioridade.
Pelo contrário, os primeiros lugares estarão reservados precisamente para aqueles que escolhem o último lugar, ao serviço dos outros. Por isso proclama:
Quem se eleva será humilhado e quem se humilha será exaltado.
Colocando-nos no centro, com a nossa avidez, o nosso orgulho, as nossas exigências, as nossas lamúrias, caímos na tentação da idolatria, isto é, na adoração de falsos deuses, que não merecem nem honra nem confiança.
Por isso, o primeiro convite de Jesus é para descer do “pedestal” do nosso eu, para não colocarmos o nosso egoísmo no centro, mas, pelo contrário, nos centrarmos em Deus. Sim, Ele pode ocupar o lugar de honra na nossa vida!
É importante dar-Lhe lugar, aprofundar a nossa relação com Ele, aprender d’Ele o estilo evangélico do rebaixar-se. De facto, colocar-se livremente no último lugar é escolher o lugar que o próprio Deus, em Jesus, escolheu. Ele, mesmo sendo o Senhor, escolheu partilhar a condição humana, para anunciar a todos o amor do Pai.
Quem se eleva será humilhado e quem se humilha será exaltado.
Nesta escola aprendemos também a construir a fraternidade, isto é, a comunidade solidária de homens e mulheres, adultos e jovens, sãos e doentes, capazes de construir pontes e de servir o bem comum.
Como Jesus, também nós podemos aproximar-nos do nosso próximo sem medo. Colocarmo-nos ao seu lado para caminhar juntos nos momentos difíceis e alegres, valorizar as suas qualidades, partilhar os bens materiais e espirituais: encorajar, dar esperança, perdoar. Alcançaremos o primado da caridade e da liberdade dos filhos de Deus.
Num mundo doente de oportunismo, que corrompe a sociedade, é um verdadeiro avançar contra a corrente, é uma revolução plenamente evangélica.
Esta é a lei da comunidade cristã, como escreveu também o apóstolo Paulo: «Com humildade, considerai os outros superiores a vós próprios». (1)
Quem se eleva será humilhado e quem se humilha será exaltado.
Como escreveu Chiara Lubich: «No mundo, as coisas seguem uma ordem completamente diferente. Vigora a lei do eu […] E conhecemos as dolorosas consequências que esta lei pode provocar no plano das relações sociais:[…] injustiças e desordens de todo o tipo. Todavia, aqui Jesus não pensa explicitamente em todos estes abusos, mas sim na raiz de onde eles brotam: o coração humano. […] Para Jesus, o que é preciso transformar é exatamente o coração, assumindo um comportamento novo, necessário para se estabelecer relacionamentos autênticos e justos. Ser humildes não significa apenas não ser ambiciosos, mas ter consciência do nosso próprio nada, sentirmo-nos pequenos diante de Deus e colocarmo-nos, portanto, nas Suas mãos como uma criança […].
Como viver bem este rebaixar-se? Fazê-lo, como Jesus fez, por amor aos nossos irmãos e irmãs. Deus considera feito a Si aquilo que fizermos a eles. Portanto, humilhemo-nos: servindo-os. […] E a exaltação chegará, com certeza, no mundo novo, na Outra Vida. Mas, para quem vive na Igreja, esta mudança de situações já está presente. Na verdade, quem comanda deve ser como alguém que serve. Situação, por isso, já transformada. E assim a Igreja, onde se vivem as palavras que aprofundámos, é já, para a humanidade, um sinal do mundo que há de vir». (2)
Letizia Magri
1) Fl 2, 3. 2) C. Lubich, Palavra de vida de outubro de 1995, in Parole di Vita, a/c Fabio Ciardi (Opere di Chiara Lubich 5), Città Nuova, Roma 2017, pp. 564- 565.
quarta-feira, 28 de outubro de 2020
Catequese - 12. Jesus, homem de oração
PAPA FRANCISCO
AUDIÊNCIA GERAL
Sala Paulo VI
Quarta-feira, 28 de outubro de 2020
Estimados irmãos e irmãs, bom dia!
Hoje, nesta audiência, como já fizemos em audiências anteriores, vou ficar aqui. Gostaria muito de descer, para saudar cada um, mas devemos manter a distância, porque se eu descer agora, haverá aglomeração para cumprimentar, e isto é contra os cuidados, as precauções que devemos ter diante desta “senhora” que se chama Covid e que tanto nos prejudica. Por esta razão, perdoai-me se não desço para vos saudar: saudar-vos-ei daqui, mas levo-vos todos no coração. E vós, levai-me no vosso coração e rezai por mim. À distância, podem rezar uns pelos outros; obrigado pela compreensão.
No nosso itinerário de catequeses sobre a oração, depois de termos percorrido o Antigo Testamento, chegamos agora a Jesus. E Jesus rezava. O início da sua missão pública tem lugar com o batismo no rio Jordão. Os Evangelistas concordam em atribuir uma importância fundamental a este episódio. Narram o modo como todo o povo se reuniu em oração, e especificam que esta reunião teve um claro caráter penitencial (cf. Mc 1, 5; Mt 3, 8). O povo procurava João para se fazer batizado para o perdão dos pecados: há um caráter penitencial, de conversão.
Portanto, o primeiro ato público de Jesus é a participação numa oração comum do povo, uma prece do povo que se faz batizar, uma oração penitencial, na qual todos se reconhecem pecadores. Por isso, o Batista gostaria de se lhe opor, dizendo: «Eu é que devo ser batizado por ti. E Tu vens a mim?» (Mt 3, 14). O Batista compreende quem é Jesus. Mas Jesus insiste: o seu é um ato que obedece à vontade do Pai (v. 15), um ato de solidariedade para com a nossa condição humana. Ele reza com os pecadores do povo de Deus. Ponhamos isto na nossa cabeça: Jesus é o Justo, não é um pecador. Mas Ele queria vir até nós, pecadores, e Ele reza connosco, e quando rezamos Ele está connosco a rezar; Ele está connosco porque está no céu a rezar por nós. Jesus reza sempre com o seu povo, reza sempre connosco: sempre. Nunca rezamos sozinhos, rezamos sempre com Jesus. Ele não permanece na margem oposta do rio - “Eu sou justo, vós pecadores” – para marcar a sua diversidade e distância do povo desobediente, mas mergulha os seus pés nas mesmas águas de purificação. Faz-se como um pecador. E esta é a grandeza de Deus que enviou o Seu Filho que se aniquilou a si mesmo e se manifestou como um pecador.
Jesus não é um Deus distante, e não o pode ser. A encarnação revelou-o de forma completa e humanamente impensável. Assim, ao inaugurar a sua missão, Jesus coloca-se à frente de um povo de penitentes, como se estivesse encarregado de abrir uma brecha pela qual todos nós, depois d'Ele, devemos ter a coragem de passar. Mas a via, o caminho, é difícil; mas Ele vai abrindo o caminho. O Catecismo da Igreja Católica explica que esta é a novidade da plenitude dos tempos. Diz: «A oração filial, que o Pai esperava dos seus filhos, vai finalmente ser vivida pelo próprio Filho Único na sua humanidade, com e para os homens» (n. 2599). Jesus reza connosco. Ponhamos isto na cabeça e no coração: Jesus reza connosco.
Portanto, naquele dia, nas margens do rio Jordão, encontra-se toda a humanidade, com os seus anseios de oração não expressos. Há sobretudo o povo dos pecadores: aqueles que pensavam que não podiam ser amados por Deus, quantos não se atreviam a ir além do limiar do templo, aqueles que não rezavam porque não se sentiam dignos. Jesus veio para todos, até para eles e começa precisamente por se unir a eles, à frente deles.
O Evangelho de Lucas destaca sobretudo a atmosfera de oração em que o batismo de Jesus teve lugar: «Tendo sido batizado todo o povo, e no momento em que Jesus se encontrava em oração, depois de ter sido batizado, o céu abriu-se» (3, 21). Orando, Jesus abre a porta do céu, e daquela brecha desce o Espírito Santo. E do alto uma voz proclama a maravilhosa verdade: «Tu és o meu Filho muito amado; em ti pus todo o meu enlevo» (v. 22). Esta simples frase contém um tesouro imenso: faz-nos intuir algo do mistério de Jesus e do seu coração, sempre voltado para o Pai. No turbilhão da vida e do mundo que chegará a condená-lo, até nas experiências mais duras e tristes que deverá suportar, inclusive quando experimenta que não tem onde reclinar a cabeça (cf. Mt 8, 20), até quando o ódio e a perseguição se desencadeiam à sua volta, Jesus nunca está sem o amparo de uma morada: habita eternamente no Pai.
Eis a grandeza única da oração de Jesus: o Espírito Santo apodera-se da sua pessoa e a voz do Pai atesta que Ele é o amado, o Filho em quem se reflete plenamente.
Esta prece de Jesus, que nas margens do rio Jordão é totalmente pessoal - e assim será ao longo da sua vida terrena - no Pentecostes tornar-se-á, pela graça, a oração de todos os batizados em Cristo. Ele próprio obteve este dom para nós e convida-nos a rezar como Ele rezou.
Por esta razão, se numa noite de oração nos sentirmos fracos e vazios, se nos parecer que a vida tem sido completamente inútil, nesse momento devemos implorar que a prece de Jesus se torne também a nossa. “Hoje não posso rezar, não sei o que fazer: não me apetece, sou indigno, indigna”. Neste momento, devemos confiar n'Ele para que reze por nós. Neste momento, Ele está diante do Pai a rezar por nós, é o intercessor; mostra ao Pai as feridas por nós. Tenhamos confiança nisto! Se tivermos confiança, então ouviremos uma voz do céu, mais alta do que a voz que se eleva da nossa ignomínia, e ouviremos esta voz sussurrar palavras de ternura: “Tu és o amado de Deus, tu és filho, tu és a alegria do Pai que está nos céus”. Precisamente para nós, para cada um de nós, ressoa a palavra do Pai: mesmo que fôssemos rejeitados por todos, pecadores da pior espécie. Jesus não desceu às águas do Jordão para si mesmo, mas por todos nós. Foi todo o povo de Deus que se aproximou do Jordão para rezar, para pedir perdão, para fazer o batismo de penitência. E como diz aquele teólogo, aproximaram-se do Jordão “com a alma e os pés nus”. Isso é humildade. Rezar requer humildade. Abriu os céus, como Moisés abriu as águas do mar Vermelho, para que todos nós pudéssemos passar atrás dele. Jesus ofereceu-nos a sua própria oração, que é o seu diálogo de amor com o Pai. Concedeu-no-la como uma semente da Trindade, que quer criar raízes no nosso coração. Acolhamo-la! Acolhamos este dom, o dom da oração. Sempre com Ele. E não nos enganaremos. Obrigado!
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Saudações:
Amados peregrinos de língua portuguesa, cordialmente vos saúdo. Que nada vos impeça de viver e crescer na amizade do Pai Celeste, e testemunhar a todos a sua bondade e misericórdia! Sobre vós e vossas famílias desça a sua Bênção.
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Apelo
Uno-me à dor das famílias dos jovens estudantes barbaramente assassinados no sábado passado em Kumba, Camarões. Sinto uma grande perplexidade perante um ato tão cruel e sem sentido, que tirou a vida aos pequenos inocentes enquanto estavam na sala de aulas. Que Deus ilumine os corações, para que gestos semelhantes nunca mais se repitam e para que as atormentadas regiões do Noroeste e Sudoeste do país possam finalmente encontrar a paz! Espero que as armas permaneçam em silêncio e que a segurança de todos e o direito de cada jovem à educação e ao futuro possam ser garantidos. Manifesto o meu afeto às famílias, à cidade de Kumba e a todo o país e invoco o conforto que só Deus pode dar.
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Resumo da catequese do Santo Padre:
Depois de termos percorrido o Antigo Testamento na nossa catequese sobre a oração, chegamos agora a Jesus. Começamos pelo primeiro ato da sua vida pública: o batismo no rio Jordão. Este batismo teve lugar numa oração coral do povo, numa oração penitencial onde todos se reconheciam pecadores. Jesus reza com os pecadores; não ficou na margem oposta do rio para destacar a sua diversidade e distância do povo desobediente, mas mergulha os seus pés nas mesmas águas de purificação. Assim Ele inaugura a sua missão, colocando-Se à frente dum povo de penitentes, como se tivesse de abrir uma brecha pela qual todos nós, depois d’Ele, pudéssemos passar. Na verdade, depois de Jesus ter sido batizado e estando em oração, o Céu rasgou-se… Rezando, Ele abre a porta dos Céus e, por aquela brecha, desce o Espírito Santo e faz-se ouvir a voz do Pai: «Tu és o meu Filho muito amado; em Ti pus todo o meu agrado». Aquela oração de Jesus, nas margens do Jordão, era pessoal, mas no Pentecostes tornar-se-á a oração de todos os batizados em Cristo. O próprio Jesus nos convidou e ensinou a rezar como Ele rezava. Por isso, quando nos sentirmos fracos, inúteis, vazios, devemos suplicar que a oração de Jesus se torne também nossa. Ouviremos então uma voz do Céu, mais forte do que a denúncia que sobe do íntimo de nós mesmos, murmurar estas palavras de ternura: «Tu és o filho, tu és a filha, tu és o enlevo do Pai dos Céus». Foi por nossa causa e para nós que se fez ouvir a voz do Pai; Jesus desceu às águas do Jordão, não para Si próprio, mas para todos nós. Abriu os Céus, como Moisés abrira as águas do Mar Vermelho, para podermos passar atrás d’Ele. Jesus deu-nos, de prenda, a sua própria oração, o seu diálogo de amor com o Pai.
(vatican.va)
terça-feira, 27 de outubro de 2020
O Papa: sonho uma “Europa-comunidade”, solidária, amiga das pessoas
Em uma carta ao Cardeal Parolin pelos 50 anos de colaboração entre a Santa Sé e as instituições europeias, Francisco revive a história e os valores do continente, esperando uma mudança de fraternidade em um período de grandes incertezas e risco de desvios individualistas. Não há necessidade de olhar "para o álbum de recordações", mas para o futuro que pode ser "oferecido ao mundo".
Alessandro De Carolis – Vatican News
Quatro sonhos - porque séculos de civilização não esgotaram seu ímpeto propulsor - apoiados por uma única convicção substancial: não pode haver uma Europa autêntica sem os pilares sobre os quais foi projetada desde a primeira intuição, ou seja, um espaço de povos unidos pela solidariedade, depois de ter sido um trágico cenário de guerra e muros. A carta de Francisco ao Cardeal Pietro Parolin é uma espécie de carta aberta ao Velho Continente, na qual sua visão - ideal e ao mesmo tempo ancorada no realismo da era do vírus - é enriquecida pelos sonhos de dois ilustres predecessores, Robert Schuman, um dos pais fundadores da Europa, e São João Paulo II, que defendia vigorosamente suas raízes cristãs.
A encruzilhada: divisões ou fraternidade
A ocasião que inspira a longa carta de Francisco é a comemoração de vários aniversários e eventos relacionados aos quais o Secretário de Estado participaria, desde os 50 anos de colaboração entre a Santa Sé e as instituições europeias, até os 40 anos do nascimento da Comece, a Comissão dos Episcopados das Comunidades Europeias. Dois aniversários dentro do quadro mais amplo dos 70 anos da Declaração Schuman, com os qual a Europa renunciava às divisões da guerra. E são precisamente as divisões que hoje são possíveis, em um momento histórico que exige, em vez disso, compacidade, que levam o Papa a repetir um conceito muito sentido. “A pandemia – escreve - é como uma encruzilhada que obriga a tomar uma opção: ou prosseguimos pelo caminho embocado no último decênio que aparece animado pela tentação da autonomia, esperando-nos mal-entendidos, contraposições e conflitos cada vez maiores; ou redescobrimos o ‘caminho da fraternidade’”.
“Europa, sê tu mesma”
A crise da Covid, observa Francisco, colocou em evidência tudo isso: “não só a tentação de proceder sozinhos, procurando soluções unilaterais para um problema que ultrapassa as fronteiras dos Estados”, enquanto que desde suas origens a Europa pós-bélica “nasce da consciência de que, juntos e unidos, somos mais fortes, que - como afirmou na Evangelium gaudium – ‘a unidade é superior ao conflito’ e que a solidariedade pode ser ‘um estilo de construção da história’”. No coração de Francisco ressoa o eco do que João Paulo II falou em 9 de novembro de 1982 de Santiago de Compostela, no final de sua peregrinação à Espanha.
Raízes profundas
A famosa frase "Europa volta a encontrar-te. Sê tu mesma " é reinterpretada por Francisco com energia semelhante e então, escreve, para a Europa "eu gostaria de dizer: tu, que foste uma forja de ideais ao longo dos séculos e agora pareces perder o teu ímpeto, não te detenhas a olhar o teu passado como um álbum de recordações. Com o tempo, até as mais belas recordações se atenuam, e acabamos por deixar de as lembrar”. “Europa, volta a encontrar-te! Volta a encontrar os teus ideais, que têm raízes profundas. Sê tu mesma! Não tenhas medo da tua história milenária, que é uma janela para o futuro mais do que para o passado”. E portanto “não tenhas medo da tua necessidade de verdade” que provém desde a Grécia antiga, da “tua necessidade de justiça que se desenvolveu a partir do direito romano” e, “da tua necessidade de eternidade, enriquecida pelo encontro com a tradição judaico-cristã”.
Europa, uma família
A partir destes valores, Francisco fala de quatro visões. "Eu sonho então – sublinha por primeiro - com uma Europa que seja amiga da pessoa e das pessoas. Uma terra onde a dignidade de cada pessoa seja respeitada, onde a pessoa seja um valor em si mesma e não o objeto de um cálculo econômico ou uma mercadoria". Uma Europa com esta sensibilidade é portanto, para o Papa, uma terra que "tutela a vida", o trabalho, a educação, a cultura, que sabe proteger "os que são mais frágeis e mais fracos, especialmente os idosos, os doentes que precisam de tratamentos caros e os deficientes". E como consequência natural de certa forma esta primeira visão leva à segunda, que faz Francisco dizer: "Sonho com uma Europa que seja uma família e uma comunidade", em outras palavras, uma "família de povos" capaz de "viver em unidade, valorizando as diferenças, a partir da fundamental entre homem e mulher". E aqui Francisco resume o sonho falando de "comunidade europeia", solidária e fraterna, o oposto de uma terra dividida em "realidades solitárias e independentes", que facilmente será "incapaz de enfrentar os desafios do futuro".
A Europa que abre os olhos e as portas
O terceiro sonho do Papa é o de "uma Europa solidária e generosa", um "lugar acolhedor e hospitaleiro, onde a caridade - que é a virtude cristã suprema - vença todas as formas de indiferença e egoísmo". E como, observa ele, "estar solidário significa estar próximo", isto "para a Europa significa concretamente estar disponível, próximo e desejosa de apoiar, através da cooperação internacional, os outros continentes, penso - diz o Papa - especialmente na África", para se resolverem os conflitos em curso. E também para com os migrantes, não apenas assistidos em suas necessidades imediatas, mas acompanhados ao longo do caminho para a integração. Em resumo, Francesco insiste em "uma Europa que seja uma 'comunidade solidária'", a única capaz de "enfrentar este desafio de maneira frutífera, enquanto - evidencia - toda solução parcial já mostrou sua inadequação".
Além de confessionalismos e laicismos
E depois o quarto sonho, que o Papa expressa desta forma: "Uma Europa saudosamente laica, na qual Deus e César apareçam distintos, mas não contrapostos". O que para Francisco significa uma terra "aberta à transcendência, onde a pessoa crente se sinta livre para professar publicamente a fé e propor o seu ponto de vista à sociedade". Uma Europa pela qual , o Papa reconhece que “acabaram-se os tempos do confessionalismo, mas também – assim o esperamos – dum certo laicismo que fecha as portas aos outros e sobretudo a Deus, pois é evidente que uma cultura ou um sistema político que não respeite a abertura à transcendência, não respeita adequadamente a pessoa humana".
Um futuro a ser escrito
As últimas considerações são para a "grande responsabilidade" dos cristãos em animar a mudança em todas as áreas "em que vivem e trabalham" e para confiar a "querida Europa" a seus santos padroeiros, Bento, Cirilo e Metódio, Brígida, Catarina e Teresa Benedita da Cruz. Na "certeza - que Francisco cultiva - de que a Europa ainda tem muito a dar ao mundo".
(vaticannews)
segunda-feira, 26 de outubro de 2020
O Papa ao Marianum: o mundo sem mães não tem futuro
A imagem de Maria criada pelo Padre Rupnik
Ao receber os professores e alunos da Pontifícia Faculdade Teológica "Marianum", de Roma, Francisco recordou que "os tempos em que vivemos são os tempos de Maria": mãe que regenera a vida e mulher que cuida do povo de Deus. "Quantas mulheres - afirma o Papa - não recebem a dignidade que lhes é devida".
Benedetta Capelli, Silvonei José - Vatican News
"Ir à escola de Maria é ir a uma escola de fé e de vida": Francisco nesta frase encerra o sentido e a perspectiva da pesquisa da Pontifícia Faculdade Teológica "Marianum", de Roma, confiada aos Servos de Maria e nos 70 anos de sua fundação. A mariologia a ser vivida precisamente no estilo mariano, colaborando com outros institutos, permanecendo atentos aos "sinais dos tempos marianos", por vezes purificando a piedade popular, levando "à cultura, também através da arte e da poesia, a beleza que humaniza e infunde esperança".
O coração da mãe
No pensamento de Francisco emergem dois conceitos fortes sobre Maria, como mãe e como mulher. Recordando que "vivemos no tempo do Concílio Vaticano II", a mariologia - sublinha o Papa - buscou força na Lumen Gentium e partindo dali, nos "tempos de Maria", é necessário redescobrir "as maravilhas" de Nossa Senhora "indo até ao coração do seu mistério".
Mãe, "a melhor das mães", capaz de tornar "a Igreja e o mundo mais fraternos". "A Igreja - afirma Francisco - precisa redescobrir o seu coração materno, que bate pela unidade; mas também precisa da nossa Terra, para voltar a ser a casa de todos os seus filhos", "onde todos somos irmãos, onde há lugar para cada descartado das nossas sociedades".
Precisamos da maternidade, de quem gera e regenera a vida com ternura, porque só o dom, o cuidado e a partilha mantêm a família humana unida. Pensemos no mundo sem as mães: não tem futuro: as vantagens, os lucros, por si só, não dão um futuro, na verdade, por vezes aumentam as desigualdades e as injustiças. As mães, em vez disso, fazem com que cada filho se sinta em casa e dão esperança.
A mulher da dignidade
Do Novo Testamento ao Evangelho, Maria "é a mulher, a nova Eva, que de Caná ao Calvário intervém para a nossa salvação. "Ela é a mulher vestida de sol que cuida dos descendentes de Jesus". Uma mãe que torna família a Igreja, uma mulher "que faz de nós um povo". Francisco insiste na piedade popular que diz respeito a Nossa Senhora e exorta a mariologia a segui-la com atenção, promovendo-a e por vezes purificando-a. Convida a estarmos atentos aos "sinais dos tempos marianos":
Entre estes, há precisamente o papel da mulher: essencial para a história da salvação, e não pode deixar de ser essencial para a Igreja e para o mundo. Mas quantas mulheres não recebem a dignidade que lhes é devida! A mulher, que trouxe Deus ao mundo, deve poder levar os seus dons para a história. Precisamos de sua criatividade e estilo. A teologia tem necessidade, para que não seja abstrata e conceitual, mas delicada, narrativa, vital.
A Mariologia é chamada "a procurar espaços mais dignos para a mulher na Igreja, começando pela comum dignidade batismal”
Instituição fraterna
O Marianum, recorda o Papa, é uma "instituição fraterna" chamada a alargar horizontes, superando o medo de "abrir-se" e de pensar em perder a sua própria especificidade. Colocar-se em jogo, afirma Francisco, significa dar vida como fazem as mães.
E Maria é mãe que ensina a arte do encontro e do caminhar juntos. É bonito então que, como numa grande família, no Marianum convirjam diferentes tradições teológicas e espirituais, que façam o diálogo ecumênico e inter-religioso também.
Concluindo o seu discurso, Francisco recordou um quadro do padre Marko Ivan Rupnik em que Nossa Senhora aparece em primeiro plano mas não o é. "Ela recebe Jesus e com as suas mãos, como degraus, o faz descer".
Esta obra do padre Rupnik é de fato uma mensagem. E o que é Maria para nós? Aquela que, para cada um de nós, faz descer Cristo, Cristo o pleno de Deus, o Cristo homem que se fez fraco por nós. Cristo, o homem que se fez fraco por nós. Vejamos Nossa Senhora assim: aquela que faz entrar Cristo, que faz Cristo passar, que deu à luz Cristo, e que permanece sempre mulher. É tão simples... E pedimos que Nossa Senhora nos abençoe. Darei agora a bênção a todos vocês, pedindo que possamos ter sempre em nós esse espírito de filhos e de irmãos. Filhos de Maria, filhos da Igreja, irmãos entre nós.
(vaticannews)
Eleições nos Açores
PS perde maioria absoluta. Chega, PAN e IL são os novos partidos do Parlamento dos Açores
O PS perdeu hoje a maioria absoluta nas eleições regionais dos Açores, só tendo conseguido eleger 25 deputados do total de 57. Assembleia Legislativa Regional terá três novos partidos — e uma ausência.
O PS ganhou as legislativas regionais de hoje, ao alcançar 39,13% (40.701 votos). Com este resultado, os socialistas não alcançaram o seu principal objetivo: renovar a maioria absoluta com que governaram na região nos últimos 20 anos.
Para alcançar a maioria absoluta o PS teria que ter pelo menos 29 dos 57 deputados do parlamento açoriano.
O PSD, com 33,74% (35.091 votos), garantiu 21 mandatos, mais dois mandatos do que nas eleições de 2016. Já o CDS-PP com 5,51% (5.734 votos), elegeu três deputados, além de um parlamentar em coligação com PPM (com 115) votos.
O Bloco de Esquerda (BE) conseguiu dois deputados eleitos, candidatos pelos círculos de São Miguel e da Terceira.
Os dois eleitos pelo BE são António Lima, de 39 anos, professor e líder do partido nos Açores, que se apresentou às eleições regionais como candidato do círculo eleitoral da ilha de São Miguel, e Alexandra Manes, de 45 anos, ajudante de educação especialista, que foi candidata pela ilha da Terceira.
O PPM obteve 2,34% (2.431 votos) e elegeu um deputado, além de um outro eleito em coligação com o CDS-PP.
Por sua vez, o partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN) conseguiu hoje o seu primeiro deputado eleito nas legislativas regionais dos Açores, pelo círculo de compensação. O eleito pelo PAN é Pedro Neves, de 41 anos, assessor político e porta-voz do partidos nos Açores, que se apresentou às eleições regionais como cabeça de lista do partido pela ilha de São Miguel e candidato pelo círculo de compensação.
Para além do PAN, a Assembleia Regional dos Açores ganha outros dois partidos na sua composição. Chega e Iniciativa Liberal (IL), que se estrearam neste sufrágio na região conseguiram alcançar o seu objetivo: eleger pelo menos um deputado.
O IL, com 1,93% (2.012 votos), conseguiu eleger um deputado pelo círculo de compensação. Já o Chega, com 5,06% (5.260 votos) conseguiu eleger dois deputados, um pelo círculo de São Miguel e outro pelo de compensação.
Na estreia nas eleições regionais, em que o IL teve candidatos em dois dos 10 círculos eleitorais, o deputado eleito de partido foi Nuno Barata, de 54 anos, gestor portuário, candidato pelo círculo eleitoral da ilha de São Miguel e pelo de compensação.
A coligação PCP/PEV, que tinha eleito um deputado há quatro anos não conquistou nenhum mandato, tendo obtido 1,68% (1.745 votos).
(24.sapo.pt)
domingo, 25 de outubro de 2020
sexta-feira, 23 de outubro de 2020
quinta-feira, 22 de outubro de 2020
Renovado por dois anos o Acordo Provisório entre Santa Sé e China
O anúncio foi dado nesta quinta-feira (22) pela Sala de Imprensa da Santa Sé. As razões do acordo foram publicadas em um artigo do L'Osservatore Romano: "o início foi positivo, graças à boa comunicação e colaboração entre as partes".
VATICAN NEWS
O Acordo Provisório entre a Santa Sé e a República Popular da China sobre a nomeação de bispos foi prorrogado "por mais dois anos". Este foi o anúncio em uma declaração emitida pela Sala de Imprensa da Santa Sé nesta quinta-feira (22), dia em que deveria expirar o prazo: "A Santa Sé, acreditando que o início da aplicação do Acordo mencionado - de valor eclesial e pastoral fundamental - foi positivo, graças à boa comunicação e colaboração entre as Partes no assunto acordado, e está intencionada em continuar o diálogo aberto e construtivo para promover a vida da Igreja Católica e o bem do povo chinês”.
O comunicado é acompanhado por um longo artigo do jornal L'Osservatore Romano, no qual são explicadas as razões desta escolha. "As duas Partes - lê-se no artigo - avaliaram vários aspectos de sua aplicação, e concordaram, através da troca oficial de Notas Verbais, em prorrogar sua validade por mais dois anos, até 22 de outubro de 2022". O objetivo principal do Acordo "é apoiar e promover a proclamação do Evangelho" na China "reconstituindo a unidade plena e visível da Igreja". A questão da nomeação de bispos e da unidade dos bispos com o Sucessor de Pedro "é de vital importância para a vida da Igreja, tanto em nível local quanto universal".
Precisamente este elemento "inspirou as negociações e foi de referência na elaboração do texto do Acordo", para assegurar "pouco a pouco tanto a unidade de fé e comunhão entre os bispos quanto o serviço integral em favor da comunidade católica na China". Atualmente, pela primeira vez em muitas décadas, todos os bispos da China estão em comunhão com o bispo de Roma e, graças à implementação do Acordo, não haverá mais ordenações ilegítimas". O artigo explica que com o Acordo "não foram tratadas todas as questões ou situações em aberto que ainda suscitam preocupação para a Igreja", mas "exclusivamente o tema das nomeações episcopais".
Citando o recente discurso do Cardeal Secretário de Estado Pietro Parolin na conferência do PIME em Milão, o artigo lembra que "surgiram alguns mal-entendidos". Muitos deles surgiram da atribuição ao Acordo "de objetivos que ele não tem" ou de ligá-lo "a questões políticas que não têm nada a ver com o próprio Acordo". A assinatura em Pequim em setembro de 2018 "foi o ponto de chegada de um longo caminho", mas "foi também e acima de tudo o ponto de partida para acordos mais amplos e mais previdentes". O Acordo Provisório, cujo texto, "dado seu caráter experimental, foi consensualmente mantido confidencial, é o resultado de um diálogo aberto e construtivo".
Esta "atitude de diálogo, alimentada pelo respeito e pela amizade, é fortemente desejada e promovida" pelo Papa Francisco, que "está bem consciente das feridas trazidas à comunhão da Igreja no passado, e após anos de longas negociações, iniciadas e continuadas por seus antecessores e em uma indubitável continuidade de pensamento com eles, restabeleceu a plena comunhão com os bispos chineses ordenados sem mandato pontifício e autorizou a assinatura do Acordo sobre a nomeação dos bispos, cujo projeto já havia sido aprovado pelo Papa Bento XVI".
“Por parte de alguns setores da política internacional - lê-se ainda no artigo - foi feita uma tentativa de analisar o trabalho da Santa Sé principalmente de acordo com uma hermenêutica geopolítica. Porém, no caso da estipulação do Acordo Provisório para a Santa Sé esta é uma questão profundamente eclesiológica". Além disso, "há a plena consciência" de que este diálogo "favorece uma busca mais frutífera do bem comum em benefício de toda a comunidade internacional".
Quanto aos resultados alcançados até agora, foram nomeados dois novos bispos, "enquanto vários outros processos para novas nomeações episcopais" estão em andamento. Embora, "estatisticamente, possa não parecer um grande resultado, ele representa, entretanto, um bom começo, na esperança de alcançar progressivamente outros objetivos positivos". Mesmo porque a emergência sanitária causada pela pandemia afetou os contatos entre as duas partes e a aplicação do Acordo.
"A aplicação do Acordo, com a participação efetiva e cada vez mais ativa do Episcopado chinês, está tendo, portanto, grande importância para a vida da Igreja Católica na China e, como resultado, para a Igreja universal. Neste contexto, existe também o objetivo pastoral da Santa Sé, de ajudar os católicos chineses, há muito divididos, a dar sinais de reconciliação, de colaboração e de unidade para uma proclamação renovada e mais eficaz do Evangelho na China".
"Devemos reconhecer - conclui o artigo - que ainda existem muitas situações de grande sofrimento. A Santa Sé está profundamente consciente disso, leva isso em conta e não deixa de chamar a atenção do governo chinês para encorajar um exercício mais frutífero da liberdade religiosa. O caminho ainda é longo e com muitas dificuldades". A Santa Sé espera que o Acordo Provisório e a prorrogação "contribuam para a solução das questões de interesse comum ainda em aberto, com particular referência à vida das comunidades católicas na China, assim como para a promoção de um horizonte internacional de paz, em um momento em que vivemos numerosas tensões em nível mundial".
(vaticannews)
quarta-feira, 21 de outubro de 2020
Audiência Geral Catequese - 11. A oração dos Salmos. 2
Audiência Geral
Sala Paulo VI
9h30
Catequese - 11. A oração dos Salmos. 2
Prezados irmãos e irmãs, bom dia!
Hoje temos que mudar um pouco o modo de realizar esta audiência devido ao coronavírus. Vós estais distanciados, também protegidos pela máscara e eu estou aqui um pouco afastado e não posso fazer o que faço sempre, aproximar-me de vós, pois cada vez que me aproximo, vós aproximais-vos todos juntos e perde-se a distância e há o perigo de contágio para vós. Lamento fazer isto, mas é para a vossa segurança. Em vez de me aproximar de vós, apertando as mãos e saudando, cumprimentamo-nos de longe, mas sabei que estou perto de vós com o coração. Espero que compreendais por que estou a fazer isto. Depois, enquanto os leitores liam a passagem bíblica, chamou a minha atenção aquele menino ou menina que chorava. E vi a mãe que abraçava e amamentava o bebé e pensei: “É assim que Deus faz connosco, como aquela
Hoje completamos a catequese sobre a oração dos Salmos. Antes de mais, notamos que nos Salmos aparece frequentemente uma figura negativa, a do “ímpio”, ou seja, aquele ou aquela que vive como se Deus não existisse. É a pessoa sem qualquer referência ao transcendente, sem freios na sua arrogância, que não teme o julgamento sobre o que pensa e o que faz.
Por esta razão, o Saltério apresenta a oração como a realidade fundamental da vida. A referência ao absoluto e ao transcendente - a que os mestres da ascese denominam “temor sagrado de Deus” - é o que nos torna plenamente humanos, é o limite que nos salva de nós mesmos, impedindo que nos aventuremos nesta vida de modo predatório e voraz. A oração é a salvação do ser humano!
Certamente, existe também uma oração falsa, uma prece feita apenas para sermos admirados pelos outros. Aquele ou aqueles que vão à missa apenas para mostrar que são católicos ou para exibir o último modelo que compraram, ou para fazer uma boa figura social. Esses vão a uma oração falsa. Jesus advertiu fortemente a este respeito (cf. Mt 6, 5-6; Lc 9, 14). Mas quando o verdadeiro espírito de oração é acolhido com sinceridade e entra no coração, então faz-nos contemplar a realidade com o olhar do próprio Deus.
Quando rezamos, tudo adquire “profundidade”. Isto é curioso na oração, talvez comecemos por uma coisa subtil, mas na oração essa coisa adquire espessura, adquire peso, como se Deus a tomasse nas Suas mãos e a transformasse. O pior serviço que pode ser prestado, a Deus e também ao homem, é rezar com tédio, de maneira habitudinária. Rezar como papagaios. Não, reza-se com o coração. A oração é o centro da vida. Se houver oração, o irmão, a irmã, até o inimigo, torna- se importante. Um antigo ditado dos primeiros monges cristãos reza: «Abençoado é o monge que, depois de Deus, considera todos os homens como Deus» (Evágrio Pôntico, Tratado sobre a Oração, n. 123). Quem adora Deus, ama os seus filhos. Quem respeita Deus, respeita os seres humanos.
Por esta razão, a oração não é um calmante para aliviar as ansiedades da vida; ou, contudo, uma prece deste tipo certamente não é cristã. Ao contrário, a oração responsabiliza cada um de nós. Vemos isto claramente no “Pai-Nosso”, que Jesus ensinou aos seus discípulos.
Para aprender este modo de rezar, o Saltério é uma grande escola. Vimos que os Salmos nem sempre usam palavras requintadas e gentis, e muitas vezes têm as cicatrizes da existência. No entanto, todas estas orações foram utilizadas primeiro no Templo de Jerusalém e depois nas sinagogas; até as mais íntimas e pessoais. Assim se expressa o Catecismo da Igreja Católica: «As expressões multiformes da oração dos salmos tomam forma, ao mesmo tempo, na liturgia do templo e no coração do homem» (n. 2588). E deste modo a oração pessoal haure e alimenta-se primeiro daquela do povo de Israel e depois daquela do povo da Igreja.
Inclusive os salmos na primeira pessoa do singular, que confidenciam os pensamentos e os problemas mais íntimos de um indivíduo, são património coletivo, a ponto de serem recitados por todos e para todos. A oração dos cristãos tem este “respiro”, esta “tensão” espiritual que mantém unidos o templo e o mundo. A prece pode começar na penumbra de uma nave, mas depois acaba a sua corrida pelas ruas da cidade. E vice-versa, pode germinar durante os afazeres diários e encontrar o seu cumprimento na liturgia. As portas das igrejas não são barreiras, mas “membranas” permeáveis, disponíveis para acolher o clamor de todos.
O mundo está sempre presente na oração do Saltério. Os Salmos, por exemplo, dão voz à promessa divina de salvação dos mais frágeis: «Por causa da aflição dos humildes e dos gemidos dos pobres, levantar-me-ei - diz o Senhor - para lhes dar a salvação que desejam» (12 [11], 6). Ou alertam para o perigo das riquezas mundanas, porque «o homem que vive na opulência e não reflete é semelhante ao gado que se abate» (48, 21). Ou, ainda, abrem o horizonte ao olhar de Deus sobre a história: «O Senhor desfaz os planos das nações pagãs, reduz a nada os projetos dos povos. Só os desígnios do Senhor permanecem eternamente, os pensamentos do seu coração por todas as gerações» (33, 10-11).
Em síntese, onde está Deus, deve estar também o homem. A Sagrada Escritura é categórica: «Mas amamos, porque Deus nos amou primeiro - Ele está sempre à nossa frente. Ele espera sempre por nós porque nos ama primeiro, ele olha para nós primeiro, ele compreende-nos primeiro. Ele espera sempre por nós - Se alguém disser: “Amo a Deus”, mas odeia o seu irmão, é mentiroso. Porque aquele que não ama o seu irmão, a quem vê, é incapaz de amar a Deus, a quem não vê. - Se rezas muitos terços por dia mas depois falas mal de outros, e depois sentes rancor interior, ódio contra o próximo, isto é puro artifício, não é verdadeiro. - De Deus recebemos este mandamento: aquele que amar a Deus, ame também ao seu irmão» (1 Jo 4, 19-21). A Escritura admite o caso de uma pessoa que, mesmo procurando sinceramente a Deus, nunca consegue encontrá-lo; mas afirma também que nunca se pode negar as lágrimas dos pobres, sob pena de não encontrar a Deus. Deus não suporta o “ateísmo” daqueles que negam a imagem divina impressa em cada ser humano. Aquele ateísmo quotidiano: acredito em Deus, mas com os outros mantenho a minha distância e permito-me odiar os outros. Isto é ateísmo prático. Deixar de reconhecer a pessoa humana como imagem de Deus é um sacrilégio, uma abominação, é a pior ofensa que se pode levar ao templo e ao altar.
Estimados irmãos e irmãs, que a oração dos Salmos nos ajude a não cair na tentação da “impiedade”, ou seja, de viver, e talvez até de rezar como se Deus não existisse, como se os pobres não existissem.
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Saudações:
Saúdo os peregrinos e ouvintes de língua portuguesa, recordando a todos que a oração abre a porta da nossa vida a Deus. E Deus ensina-nos a sair de nós mesmos para ir ao encontro dos outros mergulhados na prova, dando-lhes consolação, esperança e apoio. De coração, vos abençoo em nome do Senhor.
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Resumo da catequese do Santo Padre:
Por vezes vemos aparecer nos Salmos a figura do ímpio, da pessoa que vive como se Deus não existisse; na sua arrogância, lança-se sobre a vida como um voraz predador, sem temer juízos de ninguém. Falta-lhe um freio, que o salve de si mesmo: os mestres de vida espiritual chamam a este freio o «santo temor de Deus». Para nos tornarmos plenamente humanos, é necessária a referência ao absoluto, ao transcendente; precisamos de possuir o santo temor de Deus. A oração é a salvação do ser humano, porque o leva a contemplar a própria realidade com os olhos de Deus. Se houver oração, ganham importância a nossos olhos também os outros. Quem adora Deus, ama os seus filhos; quem respeita Deus, respeita os seres humanos. Por isso, uma oração pode começar na penumbra da nave duma igreja, para terminar a sua corrida pelas estradas da cidade e, vice-versa, pode germinar no meio das ocupações diárias, para alcançar a sua plenitude na liturgia. As portas da igreja não são barreiras, mas membranas permeáveis, disponíveis para recolher o grito de todos. Enfim, onde está Deus, deve estar também o homem. A Sagrada Escritura admite o caso duma pessoa que, apesar de procurar Deus sinceramente, não O consegue encontrar; mas afirma também que nunca se pode ignorar as lágrimas do pobre, sob pena de não se encontrar Deus. Na verdade, Deus não suporta o «ateísmo» de quem nega a imagem divina que está gravada em cada ser humano: não a reconhecer é um sacrilégio, um abomínio… Que a oração dos Salmos nos impeça de cair na tentação da «impiedade», isto é, de viver como se Deus não existisse, e como se não existissem os pobres.
(vatican.va)
terça-feira, 20 de outubro de 2020
Distanciamento exigido pela pandemia pode estar a potenciar o bullying
O distanciamento exigido pela pandemia pode estar a potenciar o bullying pela internet. O alerta é feito pela PSP, neste que é o dia internacional de combate ao bullying.
A Polícia de Segurança Pública sublinha a importância de denunciar estes casos e lembra que os comportamentos de 'bullying' interferem de forma negativa na evolução física, emocional e psicológica dos jovens.
No passado ano letivo foram registadas 900 ofensas corporais e cerca de 600 injúrias ou ameaças.
O problema tem assumido novos contornos com o recurso às novas tecnologias.
Segundo a Unicef, uma em cada três crianças no mundo, entre os 13 e os 15 anos, é vítima de bullying na escola regularmente.
(rtp.pt)
Bartolomeu I sobre a “Fratelli tutti”: abandonemos a indiferença e o cinism
Entrevista do Patriarca Ecumênico de Constantinopla com a mídia vaticana sobre a encíclica de Francisco: sonhamos o nosso mundo como uma família unida
ANDREA TORNIELLI
“Concordamos plenamente com o convite-desafio” do Papa Francisco de "abandonar a indiferença ou mesmo o cinismo que rege nossa vida ecológica, política, econômica e social em geral, como unidades centralizadas em si mesmas ou desinteressadas, e a sonhar o nosso mundo como uma família humana unida". Com estas palavras, o Patriarca Ecumênico de Constantinopla Bartolomeu, em visita a Roma, comenta a encíclica "Fratelli tutti" de Francisco em um encontro com a mídia vaticana.
Santidade, qual foi sua reação à leitura da encíclica do Papa Francisco "Fratelli tutti"?
Mesmo antes de conhecer a Encíclica Fratelli Tutti, de nosso irmão Papa Francisco, estávamos certos de que seria mais um exemplo de seu interesse inabalável pelo homem, "o amado de Deus", através da manifestação de solidariedade com todos os "oprimidos e sobrecarregados" e os necessitados, e que conteria propostas concretas para enfrentar os grandes desafios do momento, inspiradas pela fonte inesgotável da tradição cristã, e surgindo de seu coração cheio de amor. Nossas expectativas foram plenamente atendidas após completar a análise desta interessante Encíclica, que não é simplesmente um compêndio ou resumo de Encíclicas anteriores ou de outros textos do Papa Francisco, mas a coroação e conclusão bem sucedida de toda a doutrina social. Concordamos completamente com o convite-desafio de Sua Santidade de abandonar a indiferença ou mesmo o cinismo que rege nossa vida ecológica, política, econômica e social em geral, como unidades centralizadas em si mesmas ou desinteressadas, e sonhar o nosso mundo como uma família humana unida, na qual somos todos irmãos sem exceção. Com este espírito, expressamos o desejo e a esperança de que a Encíclica Fratelli tutti se revele uma fonte de inspiração e de diálogo fecundo através de iniciativas decisivas e ações transversais em nível intercristão, inter-religioso e pan-humano.
O primeiro capítulo da encíclica fala das "sombras" que persistem no mundo. Quais são as que mais o preocupam? E que esperança ganhamos do olhar sobre o mundo que nos vem do Evangelho?
Com seu agudo senso humanista, social e espiritual, o Papa Francisco identifica e nomeia as "sombras" no mundo moderno. Falamos de "pecados modernos", embora gostemos de evidenciar que o pecado original não ocorreu em nosso tempo e em nossa era. Não idealizamos o passado de forma alguma. No entanto, estamos justamente perturbados com o fato de que os modernos desenvolvimentos técnicos e científicos fortaleceram os "híbridos" do homem. As conquistas da ciência não respondem às nossas fundamentais buscas existenciais, nem as eliminaram. Observamos também que o conhecimento científico não penetra nas profundezas da alma humana. O homem sabe disso, mas age como se não o soubesse.
O Papa fala também da disparidade persistente entre os poucos que possuem muito e os muitos que possuem pouco ou nada...
O desenvolvimento econômico não reduziu a disparidade entre ricos e pobres. Ao contrário, priorizou o lucro às custas da proteção dos fracos e contribui para o agravamento dos problemas ambientais. E a política tornou-se a serva da economia. Os direitos humanos e o direito internacional são elaborados e servem a propósitos não relacionados à justiça, liberdade e paz. O problema dos refugiados, o terrorismo, a violência do Estado, a humilhação da dignidade humana, as formas modernas de escravidão e a epidemia da Covid-19 estão agora colocando a política diante de novas responsabilidades e apagando sua lógica pragmática.
Qual é, diante desta situação, a proposta do cristianismo?
A proposta de vida da Igreja é a grande virada para "só uma coisa é necessária", e isto é o amor, a abertura para o outro e a cultura da solidariedade das pessoas. Diante do moderno "homem-deus" arrogante, pregamos o "Deus-Homem". Diante do economicismo, damos lugar à economia ecológica e à atividade econômica baseada na justiça social. À política da "lei do mais forte", nos opomos ao princípio do respeito aos direitos inalienáveis dos cidadãos e ao direito internacional. Diante da crise ecológica, somos chamados a respeitar a criação, a simplicidade e a consciência de nossa responsabilidade de proporcionar um ambiente natural intacto para a próxima geração. Nosso esforço para resolver estes problemas é indispensável, mas sabemos que aquele que opera através de nós é o Deus que é amigo da humanidade.
Por que o ícone do Bom Samaritano é muito atual nos dias de hoje?
Cristo une em particular o "primeiro e grande mandamento" do amor de Deus com o "segundo semelhante ao primeiro" mandamento do amor ao próximo (Mt. 22, 36 - 40). E acrescenta: "Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas". E João o teólogo é muito claro: "Quem não ama, não conheceu Deus" (Jo 4, 8). A parábola do Bom Samaritano está próxima à parábola do Julgamento (Mt 25, 31-46), é (Lc 10, 25-37) o texto bíblico, que nos revela toda a verdade do mandamento do amor. Nesta parábola, o Sacerdote e o Levita representam a religião, que é fechada em si mesma, e só está interessada em manter a "lei" inalterada, ignorando e negligenciando farisaicamente as "prescrições mais sérias da lei" (Mt. 23, 23), o amor e a ajuda ao próximo. O Bom Samaritano acaba sendo o filantropo estrangeiro próximo àquele que foi espancado e ferido por bandidos. À pergunta inicial do doutor da lei: "Quem é meu próximo?" (Lc. 10, 29), Cristo responde com uma pergunta:
"Qual dos três, em tua opinião, foi o próximo do homem que caiu nas mãos dos assaltantes?" (Lc. 10, 36). Aqui o homem não tem permissão para fazer perguntas, mas ele é solicitado e chamado a agir. É sempre necessário mostrar o próximo, o irmão, diante e para com o que está longe, o estrangeiro e o inimigo. Deve-se notar que na parábola do Bom Samaritano, de acordo com a pergunta do legista que coloca Cristo à prova "Que farei para herdar a vida eterna?" (Lucas 10, 25), em resposta a ela, o verdadeiro amor ao próximo tem uma clara referência soteriológica. Esta é também a mensagem da perícope do Julgamento.
Em que base podemos todos nos considerar irmãos e por que é importante sentir-se assim para o bem da humanidade?
Os cristãos da Igreja nascente chamavam uns aos outros de "irmãos". Esta irmandade espiritual e cristocêntrica é mais profunda que o parentesco natural. Para os cristãos, porém, os irmãos e irmãs não são apenas membros da Igreja, mas de todos os povos. A Palavra de Deus assumiu a natureza humana e uniu tudo em si mesma. Assim como todos os seres humanos são criação de Deus, também todos foram incluídos no plano da salvação. O amor do crente não tem fronteiras e limites. Na verdade, ele abrange toda a criação; é "ardor do coração para toda a criação" (Isaac, o Sírio). O amor pelos irmãos é sempre incomparável. Este não é um sentimento abstrato de simpatia para com a humanidade, que geralmente ignora os outros. A dimensão da comunhão pessoal e da fraternidade distingue o amor cristão e a fraternidade do humanismo abstrato.
O Papa, em sua encíclica, pronuncia uma condenação muito forte da guerra e da pena de morte. Como o senhor comenta esse capítulo da "Fratelli tutti"?
Este tema foi referido pelo Santo e Grande Concílio da Igreja Ortodoxa (Creta, junho de 2016), entre outros, como segue: "A Igreja de Cristo geralmente condena a guerra, que considera resultado do mal e do pecado" (A Missão da Igreja Ortodoxa no mundo moderno, D, 1). Nos lábios de todo cristão deve estar o slogan "Guerra, nunca mais! E a atitude de uma sociedade em relação à pena de morte é um indicador de sua orientação cultural e da consideração da dignidade humana. O digno sistema da cultura constitucional europeia, da qual um dos pilares fundamentais é a ideia do amor, como expressão de suas crenças cristãs, nos obriga a considerar que todo homem deve ter a possibilidade de arrependimento e melhoramento, mesmo que tenha sido condenado pelo pior crime. É, portanto, uma consequência lógica e moral que mesmo aquele que condena a guerra rejeite a pena de morte.
(vaticannews)
segunda-feira, 19 de outubro de 2020
domingo, 18 de outubro de 2020
sábado, 17 de outubro de 2020
Papa Francisco: “Ajudar com pequenos gestos que são vistos por Deus"
“No exercício de sua profissão, estejam sempre ciente de que toda pessoa é amada por Deus, é sua criatura e, como tal, merece respeito” recordou o Papa Francisco aos membros da Arma dos carabineiros da Companhia Roma-São Pedro
Jane Nogara – Vatican News
Na manhã deste sábado, 17 de outubro o Papa Francisco recebeu os membros da Arma dos Carabineiros da Companhia Roma-São Pedro. O Papa iniciou agradecendo o trabalho dos Carabineiros da Santa Sé e também pela colaboração com outras forças armadas italianas e vaticanas para a segurança e ordem pública.
“Em seu trabalho, afirmou o Papa , “ao redor do Vaticano como em outras partes da cidade, vocês são chamados a prestar atenção especial às pessoas frágeis e desfavorecidas, especialmente os idosos”
Pequenos gestos vistos por Deus
Francisco recordou da tradicional relação de confiança entre os membros da Arma dos Carabineiros e os cidadãos. “Quando uma pessoa encontra um Carabineiro, ela está ciente de que pode contar com sua ajuda. E isto é mais meritório quando acontece através daqueles pequenos e significativos gestos, nem sempre vistos, de seu serviço diário” disse o Papa acrescentando “mesmo se os superiores não veem estes atos ocultos, podem ter certeza que Deus os vê e não os esquece!”.
Toda pessoa é amada por Deus, merece respeito
"Encorajo todos vocês, continuou o Pontífice, a serem promotores da cidadania responsável, guardiões do direito à vida, através de seu compromisso com a segurança e a proteção das pessoas".
“No exercício de sua profissão, estejam sempre ciente de que toda pessoa é amada por Deus, é sua criatura e, como tal, merece respeito”
Por fim o Papa Francisco afirmou: “Renovo a todos vocês minha gratidão pela presença vigilante e discreta ao redor do Vaticano. Que o Senhor os recompense!”. Desejando que “todos vivam experiências positivas para sua vida profissional, pessoal e familiar”.
(vaticannews)
sexta-feira, 16 de outubro de 2020
Logo e site oficiais da Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023 divulgados hoje
Lisboa, 16 out. 20 / 07:57 am (ACI).- A organização da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) 2023, em Lisboa, apresentou hoje, aniversário do início de Pontificado de São João Paulo II, o logotipo e o site oficiais do próximo encontro internacional de jovens católicos que o Papa polaco idealizou.
O site da próxima JMJ pode ser visto em: https://www.lisboa2023.org/pt e traz informações e material a respeito das JMJs e da primeira edição deste evento em solo português. Inicialmente marcada para 2022, a edição de Lisboa precisou ser adiada foi adiada para o verão de 2023 devido à pandemia de Covid-19 e vai decorrer na zona do Parque Tejo, na parte histórica da capital.
O logo da JMJ Lisboa 2023, da designer portuguesa Beatriz Roque Antunes, de 24 anos, inspirado no tema da Jornada: ‘Maria levantou-se e partiu apressadamente’ (Lc 1, 39). A logomarca tem como elementos centrais a Cruz, atravessada por um caminho onde surge o Espírito Santo, e a figura da Virgem, acompanhada pela referência à oração do Rosário, que Nossa Senhora pediu aos pastorinhos em Fátima que fosse rezado diariamente. O logo é acompanhado das cores verde e vermelho, que representam respectivamente a esperança e a alegria, e são as cores da bandeira nacional portuguesa.
Segundo informa a Agência Ecclesia, do episcopado português, a proposta vencedora foi escolhida num concurso internacional promovido pelo Comité Organizador Local (COL) que contou com a participação de centenas de candidatos provenientes de 30 países dos cinco continentes. Coube depois ao Dicastério para os Leigos, Família e Vida selecionar a proposta vencedora.
Ainda segundo Agência Ecclesia, “no atual contexto, o Comité Organizador Local da JMJ Lisboa 2023 continua a dar prioridade às necessidades daqueles que têm sido afetados pela pandemia, sem perder de vista a organização do evento. As equipas de trabalho, em diálogo contínuo com a Santa Sé, prosseguem os preparativos deste encontro de jovens que, há mais de três décadas, é para todo o mundo sinal de esperança, união e solidariedade”.
O lançamento da imagem do encontro internacional de Lisboa decorreu num evento digital, transmitido através das páginas da JMJ no Facebook (disponível em 22 idiomas) e Youtube.
As Jornadas Mundiais da Juventude
Idealizadas no pontificado de São João Paulo II, as Jornadas têm sido realizadas em diversas dioceses do mundo, reunindo milhões de jovens católicos a cada realização.
A primeira edição aconteceu em 1986, em Roma, e desde então a JMJ já passou pelas seguintes cidades: Buenos Aires (1987), Santiago de Compostela (1989), Czestochowa (1991), Denver (1993), Manila (1995), Paris (1997), Roma (2000), Toronto (2002), Colónia (2005), Sidney (2008), Madrid (2011), Rio de Janeiro (2013), Cracóvia (2016) e Panamá (2019).
(acidigital)
Francisco: a fome não é só uma tragédia, mas uma vergonha para a humanidade
No Dia Mundial da Alimentação, o Pontífice propõe novamente a sugestão já avançada pelo Papa São Paulo VI na "Popularium progressio" e contida na encíclica "Fratelli tutti", isto é, a criação de um “Fundo mundial” para eliminar definitivamente a fome com o dinheiro usado em armas e em outras despesas militares.
Bianca Fraccalvieri - Vatican News
Vergonhosa: assim o Papa definiu a condição de milhões de pessoas no mundo que não têm o que comer.
Em 16 de outubro, se celebra o Dia Mundial da Alimentação, que este ano coincide com os 75 anos da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) .
Para esta ocasião, o Papa Francisco enviou uma mensagem ao diretor-geral da instituição, Qu Dongyu, dirigida também a todos os membros que a compõem.
Comentando o tema escolhido para 2020 “Cultivar, nutrir e preservar. Juntos. As nossas ações são o nosso futuro”, Francisco ressalta a necessidade de agir conjuntamente e com firme propósito para gerar iniciativas que melhorem o meio ambiente.
“No decorrer desses 75 anos, a FAO aprendeu que não é suficiente produzir alimento, mas é preciso também garantir sistemas alimentares que sejam sustentáveis e ofereçam dietas saudáveis e acessíveis a todos.”
Em outras palavras, se trata de adotar soluções inovadoras que possam transformar o modo em que produzimos e consumimos os alimentos.
Vergonha
Para o Papa, vivemos uma época de contradições: de um lado, somos testemunhas de um progresso sem precedentes em vários campos da ciência; de outro, o mundo enfrenta múltiplas crises humanitárias, com um aumento do número de pessoas que lutam contra a fome e que a pandemia está agravando.
Francisco então entra no âmago do seu discurso com um apelo à responsabilidade:
“Para a humanidade, a fome não é só uma tragédia, mas também uma vergonha. Em grande parte, é provocada por uma distribuição desigual dos frutos da terra, à qual se acrescentam a falta de investimentos no setor agrícola, as consequências das mudanças climáticas e o aumento dos conflitos em várias regiões do planeta. Por outro lado, se descartam toneladas de alimentos. Diante desta realidade, não podemos permanecer insensíveis ou paralisados. Somos todos responsáveis.”
Francisco reforça a necessidade de políticas e ações concretas, pois as “discussões dialéticas ou ideológicas” nos afastam do objetivo de erradicar a fome e permitem que “nossos irmãos e irmãs continuem a morrer por falta de alimento”.
O Pontífice propôs novamente a sugestão já avançada pelo Papa São Paulo VI na Popularium progressio e contida na encíclica Fratelli tutti, isto é, a criação de um “Fundo mundial” para eliminar definitivamente a fome com o dinheiro usado em armas e em outras despesas militares.
O Papa encerra sua mensagem fazendo votos de que a atividade da FAO seja sempre mais incisiva e fecunda, de modo que todos “possamos viver dignamente, com respeito e amor”.
Afronta
Em sintonia com o Papa Francisco, o secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou que “em um mundo de fartura, é uma afronta grave que centenas de milhões de pessoas vão para a cama com fome todas as noites.”
Atualmente, 690 milhões de pessoas não têm o que comer. Ao mesmo tempo, mais de 3 bilhões de pessoas não têm dinheiro para fazer uma dieta saudável.
Guterres lembra ainda a entrega do Prêmio Nobel da Paz deste ano ao Programa Mundial de Alimentos, PAM, e os 75 anos da FAO, afirmando que a comunidade internacional deve aproveitar a data para “intensificar os esforços para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.”
O secretário-geral convocou para setembro do próximo ano, à margem da Assembleia Geral, uma Cúpula de Sistemas Alimentares para inspirar ações rumo aos Objetivos.
(vaticannews)
quinta-feira, 15 de outubro de 2020
Hoje é celebrada Santa Teresa D’Ávila, Doutora da Igreja
REDAÇÃO CENTRAL, 15 out. 20 / 05:00 am (ACI).- “Nada te perturbe, nada te espante, tudo passa! Só Deus não muda. A paciência, por fim, tudo alcança. Quem a Deus tem, nada lhe falta, pois só Deus basta”. Esta é provavelmente a frase mais conhecida no mundo de Santa Teresa D’Ávila (1515-1582), celebrada neste dia 15 de outubro pela Igreja Católica.
Teresa de Cepeda y Ahumada nasceu no dia 28 de março de 1515, em uma nobre família de Ávila, na Espanha, filha de Alonso Sánchez de Cepeda e Beatriz de Ahumada.
Aos 20 anos, decidiu-se pela vida religiosa, apesar da resistência de seu pai. Em sua biografia, diz que ela saiu de sua casa em uma manhã para entrar no mosteiro carmelita da Encarnação. Lá, viveu por 27 anos, com uma grande comunidade religiosa composta por cerca de 180 freiras, suportando e superando uma grave doença, que marcou sua vida.
Por volta dos 40 anos, Teresa sentiu o chamado que ficou conhecido como “experiência mística”, o que mudou o curso de sua vida. Aos 47 anos, começou uma terceira fase, empreendendo sua tarefa de fundadora andarilha.
As carmelitas, como a maioria das religiosas, tinham decaído muito do primeiro ardor no começo do século XVI. As religiosas podiam sair da clausura com o menor pretexto, de modo que o convento se converteu no lugar ideal para quem desejava uma vida fácil e sem problemas. As comunidades eram extremamente numerosas, o que era causa e efeito do relaxamento. Por exemplo, no convento de Ávila havia 140 religiosas.
Santa Teresa empreendeu o desafio de levar a cabo a iluminada ideia de fundar uma comunidade mais reduzida e reformada. A santa estabeleceu a mais estrita clausura e o silêncio quase perpétuo. O convento carecia de rendas e reinava nele a maior pobreza; as religiosas vestiam hábitos rudimentares, usavam sandálias em vez de sapatos (por isso foram chamadas descalças) e eram obrigadas à perpétua abstinência de carne.
Santa Teresa não admitiu no princípio mais do que 13 religiosas, mas logo aceitou que houvesse 21. Em 1567, o superior geral dos carmelitas, João Batista Loiro (Rossi), visitou o convento de Ávila e ficou muito satisfeito com o trabalho realizado ali pela santa. Assim, concedeu a esta plenos poderes para fundar outros conventos do mesmo tipo e até autorizou a fundar dois conventos de frades reformados (carmelitas contemplativos).
Caracterizada por sua simplicidade, prudência, amabilidade e caridade, Santa Teresa tinha uma profunda vida de oração e, em obediência a seu confessor, porque ela não era uma pessoa culta e se expressava com um castelhano singelo, escreveu suas visões e experiências espirituais. Essas obras são agora um grande presente para a Igreja.
Os escritos de Santa Teresa sublinham, sobretudo, o espírito de oração, a maneira de praticá-lo e os frutos que produz. Como a santa escreveu precisamente na época em que estava dedicada à difícil tarefa de fundar conventos de carmelitas reformadas, suas obras, prescindindo de seu conteúdo e natureza, dão testemunho de seu vigor, laboriosidade e capacidade de recolhimento.
Escreveu o “Caminho de Perfeição” para dirigir a suas religiosas e o livro das “Fundações” para animá-las e edificá-las. Quanto ao “Castelo Interior”, pode-se considerar que escreveu para a instrução de todos os cristãos.
Santa Teresa morreu nos braços da Beata Ana, em Alba de Tormes no dia 4 de outubro de 1582, pronunciando as palavras: “Sou filha da Igreja”. Sua canonização se realizou em 1622. Foi proclamada Doutora da Igreja em 27 de setembro de 1970 pelo Papa Paulo VI.
(acidigital)
quarta-feira, 14 de outubro de 2020
terça-feira, 13 de outubro de 2020
segunda-feira, 12 de outubro de 2020
Nossa Senhora Aparecida, Rainha e Padroeira do Brasil
Os brasileiros festejam nesta segunda-feira, dia 12 de outubro Nossa Senhora Aparecida, Rainha e Padroeira do Brasil. Recordamos a mensagem do Papa de um ano atrás.
Vatican News
Em outubro de 1717, o Conde de Assumar, então Governador do Brasil, foi em visita a Guaratinguetá. Visto que aqueles eram dias de abstinência de carne, Felipe Pedroso, Domingos Martins Garcia e João Alves foram encarregados de procurar outro tipo de alimento para o ilustre visitante e sua comitiva.
Após algumas tentativas decepcionantes, os pescadores encontraram uma imagem de terracota, representando a figura da Imaculada Conceição. Ela foi pescada em duas vezes: na primeira, acharam o corpo e, na segunda, a cabeça. O fato ocorreu no Porto de Itaguaçu. Como nos relatos bíblicos, a pesca sucessiva foi extremamente abundante.
Os piedosos pescadores e seus familiares iam rezar, todas as noites, diante da imagem da Virgem Imaculada na casa de Felipe Pedroso. Mais tarde, este construiu um pequeno oratório onde colocou a imagem aparecida. Todos os sábados, os vizinhos e as pessoas que sabiam do fato, se reuniam para rezar o Terço. A partir disso, começaram a ocorrer milagres e o povo começou a chamar a imagem como Nossa Senhora Aparecida.
Em 1745 foi inaugurada a primeira capela; com o passar do tempo, em 1842, foi iniciada a construção de um templo, inaugurado em 8 de dezembro de 1888 e, em 1893, elevado a Santuário de Nossa Senhora da Conceição Aparecida.
Em 1904, deu-se a coroação solene da imagem, a pedido do Papa São Pio X; em 1930, Pio XI a declarou e proclamou “Rainha e Padroeira do Brasil”.
Em 1967, o Papa Paulo VI ofereceu a “Rosa de Ouro” à Basílica de Aparecida, por ocasião dos 250 anos do aparecimento da imagem.
A atual Basílica Nacional foi inaugurada, solenemente, em 1980, pelo Papa São João Paulo II.
Papa Francisco e Nossa Senhora Aparecida
No dia 12 de outubro de 2019, no âmbito dos trabalhos do Sínodo dos Bispos para a Amazônia o Papa Francisco gravou uma mensagem ao povo brasileiro, uma mensagem especial de grande atualidade:
No dia de Nossa Senhora Aparecida, trago no coração o povo brasileiro e envio uma saudação. Que Ela, pequenina e humilde, continue os cobrindo e acompanhando em seu caminho: caminho de paz, de alegria, de justiça. Que Ela os acompanhe em suas dores, quando não podem crescer por tantas limitações políticas ou sociais ou ecológicas, e de tantos lugares provêm. Que Ela os ajude a crescer e a se libertar continuamente. Que os abençoe.
O lugar da Mãe Aparecida nas Santas Missões
Todos bem conhecem o amor e o carinho que os Missionários Redentoristas têm para com Nossa Senhora. Esse apreço foi herdado de Santo Afonso, o “cantor das glórias de Maria”.
Nas missões alfonsianas a expressão pública da devoção mariana tinha um lugar especial na programação da missão. Uma das cerimônias mais tocantes se realizava no interior da igreja com a imagem da Santíssima Virgem sendo conduzida em procissão, encerrando-se com um grande sermão alusivo sobre ela. Era esse o modo de se proceder: a imagem ficava exposta todas as noites; porém nesse dia ela saia de seu altar. Logo após o ato de contrição para o qual tudo já devia estar preparado, abria-se as portas da igreja e os sacerdotes vestidos com seus hábitos carregavam o andor com a imagem da Virgem, passando por entre os fiéis, indo colocá-la no lugar de costume, junto do púlpito. E ali realizava-se o grande sermão que tocava o coração de todos, movendo os últimos empedernidos.
Herança alfonsiana e conhecimento da “alma religiosa” do brasileiro
Quando os redentoristas alemães vieram para o Brasil, depois de alguns anos de prática missionária, as Santas Missões ao estilo pregado pelas equipes missionárias de São Paulo passaram a contar com um grande triunfo nacional que se chama Nossa Senhora Aparecida. É incontestável, que essa imagem tão pequenina, atraía multidões de brasileiros. Ela se tornou a grande missionária, rainha das missões, mãe das comunidades e, na esteira de sua benção, se encontram os missionários redentoristas.
Foi na missão pregada na cidade valeparaibana de Queluz que pela primeira vez se levou a imagem à missão. Isso no ano de 1902. Padre Lourenço Gahr, cronista daquela missão nos deixou um precioso relatório, que destaca o patrocínio da Mãe de Deus. Assim escreveu ele:
“Ninguém ali se lembrava de uma missão. Desta vez, foi como se a graça caísse como um raio sobre os corações, obrigando-os a ouvir a Palavra de Deus e a receber os sacramentos. Apesar da muita e continuada chuva, a procura do confessionário foi intensa desde a madrugada até noite adentro. A atração particular do povo foi uma imagem de Nossa Senhora Aparecida, que leváramos e expuséramos à veneração. Diante dela rezavam os fiéis sem cessar e montavam guarda”.
Redentoristas de São Paulo: as primeiras missões
A partir de então, seguindo a tradição alfonsiana, Maria, em sua imagem de Aparecida, passou a ser venerada nas Santas Missões, sempre deixando uma feliz lembrança nas mentes e corações aqueles que eram missionados.
Para fazer crescer o fervor e a devoção, alguns atos se tornaram comuns em cada missão pregada: toda pregação sempre é encerrada com o missionário falando de Nossa Senhora. Também o sábado, dedicado à Nossa Senhora, conta com atos especiais. Além do mais, em cada missão se fazia a recepção festiva da imagem missionária, e se organizava uma guarda de honra que se revezava junto da imagem.
Como atos de piedade ainda hoje são realizadas consagrações, procissões e promessas e em muitas paróquias missionadas dá-se a criação de irmandades e arquiconfrarias.
Além destas formas de expressão da religiosidade próprias da espiritualidade redentorista, nas missões também são aproveitadas outras formas e expressões já existentes no Brasil, mas que foram clarificadas. Inclusive algumas formas antes consideradas como “profanas” são aproveitadas como a queima de fogos na recepção da imagem missionária, nas procissões, no dia do cruzeiro, usando ainda o colorido das bandeiras, dos estandartes e fitas.
Algumas das expressões da religiosidade popular bem esclarecidas tornaram-se decisivas no sucesso de uma missão especialmente aquelas que se relacionavam com Nossa Senhora e o altar onde fica a imagem, conhecido como “Altar da Graça” é ainda hoje preparado com todo esmero e dedicação.
Escrito por padre Inácio de Medeiros, CSsR
Redentorista da Província de São Paulo, graduado em História da Igreja pela Universidade Gregoriana de Roma, já trabalha nessa área há muitos anos, tendo lecionado em diversos institutos. Atuou na área de comunicação, sendo responsável pela comunicação institucional e missionária da Província de São Paulo, atualmente é diretor da Rádio Aparecida.
Fonte: A12
(vaticannews)
domingo, 11 de outubro de 2020
sábado, 10 de outubro de 2020
Por mais mulheres em cargos de decisão na Igreja: a intenção do Papa para outubro
Em “O Vídeo do Papa” de outubro, mês missionário, o Papa Francisco faz um apelo à promoção de uma maior integração dos fiéis leigos, especialmente das mulheres, nas instâncias de responsabilidade da Igreja.
Vatican News
“Rezemos para que, em virtude do batismo, os fiéis leigos, em especial as mulheres, participem mais nas instâncias de responsabilidade da Igreja, sem cair em clericalismos que anulam o carisma laical.”
Por esta intenção, o Papa Francisco pede que rezemos neste mês de outubro, mês missionário.
O Santo Padre destaca o papel dos leigos e leigas, a quem ele considera verdadeiros protagonistas do anúncio do Evangelho, e pede que especialmente as mulheres participem de cargos de decisão.
Como todo mês, a intenção é acompanhada de um vídeo preparado pela Rede Mundial de Oração do Papa. Nesta ocasião, o vídeo foi produzido em colaboração com o Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida e conta com a participação de altas funcionárias do Vaticano e jornalistas do Vatican News.
Ampliar os espaços de presença feminina relevante na Igreja
“Ninguém foi batizado como padre ou bispo. Todos nós fomos batizados como leigos”, recorda o Papa no vídeo, afirmando que ”leigos e leigas são protagonistas da Igreja”.
E nesta presença laical, afirma Francisco, “deve-se sublinhar o feminino, pois as mulheres costumam ser deixadas de lado”.
“Devemos promover a integração das mulheres em lugares onde são tomadas decisões importantes”, defende o Pontífice.
Comentando esta intenção, o Diretor Internacional da Rede Mundial de Oração do Papa, padre Frédéric Fornos SJ, destaca que desde 2013 – ano da eleição de Francisco – “muito foi feito, mas muito mais deve ser feito”.
O jesuíta cita uma frase do Papa Francisco da Exortação apostólica “Evangelii gaudium”: “As reivindicações dos legítimos direitos das mulheres, a partir da firme convicção de que homens e mulheres têm a mesma dignidade, colocam à Igreja questões profundas que a desafiam e não se podem iludir superficialmente” (EG 104).
Em outro documento, “Querida Amazônia”, o Pontífice escreve que muitas mulheres, impelidas pelo Espírito Santo, mantêm a Igreja de pé, em muitas partes do mundo, com admirável dedicação e fervorosa fé. É fundamental que participem cada vez mais em suas instâncias de decisão. Isso exige uma mudança profunda de mentalidade, exige a nossa conversão, que implica oração.
(vaticannews)