quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024
SANTO DO DIA: Santo Osvaldo, bispo
Começo na vida monástica
Osvaldo, de origem dinamarquesa, era sobrinho de Odo, arcebispo de Cantuária, e parente de Oskyll, arcebispo de York. Educado sob os cuidados de seu tio, recebeu as santas ordens e tomou-se decano do cabido de Winchester. A vida levada pelo clero secular não lhe agradava de modo nenhum; alimentava o desejo de ingressar numa abadia beneditina, o que, de fato, realizou, tomando o hábito monástico em Fleury-sur-Loire, na França.
Sua viagem a Roma
Seu tio, no leito de morte, fez saber a Osvaldo que desejava tê-lo junto a si nos últimos momentos, mas o jovem monge, apenas desembarcado em Douvres, soube que o arcebispo de Cantuária acabara de expirar. Foi, portanto, a York ter com o seu outro parente, que o acolheu com bondade e convenceu a acompanhá-lo numa viagem a Roma. Na volta dessa viagem, Osvaldo ficou em Fleury-sur-Loire, e com ele Germano, jovem que se tomara seu amigo durante a viagem. Mas Oskyll, desejando fazer certas reformas em sua diocese, chamou Osvaldo para junto de si, a fim de tomar parte ativa na administração diocesana.
Bispo em Worcester
Nomeado bispo de Worcester, Osvaldo mostrou-se ativo, justo, hospitaleiro, generoso para com os pobres; tomou-se assim muito amado por seus diocesanos. Em comum entendimento com Dunstan, arcebispo de Cantuária – que influenciara em sua nomeação episcopal – e Ethelwold, bispo de Winchester, restabeleceu a disciplina monástica, procedendo sempre com grande doçura.
Reforma dos mosteiros
Foi nomeado arcebispo de York, em 972, pelo rei Eadgar, conservando, contudo, a administração da diocese de Worcester para levar a cabo a reforma dos mosteiros. Para fazer da abadia de Ramsay centro de estudo científico, fez vir de Fleury o monge Abbon, que aí ficou dois anos, isto é, até sua eleição como abade de Fleury. Como o clero da catedral de Worcester recusasse aceitar a reforma imposta por Osvaldo, este mandou construir aí uma abadia e uma igreja dedicadas a Nossa Senhora. Instalou aí beneditinos, que frequentemente visitava, e com isso a igreja abacial acabou se tomando igreja catedral.
Devoção e respeito ao sagrado
Teve Osvaldo grande devoção pelas relíquias dos santos. Na Quaresma, costumava lavar diariamente os pés de doze pobres; no dia 29 de fevereiro de 992, pelo fim dessa cerimônia, entregou a alma a Deus, ao canto da doxologia “Glória ao Pai”.
Apreciador da ciência
Homem de grande santidade, ativo, generoso e bom, Osvaldo apreciava também a ciência. Favoreceu o seu desenvolvimento nos mosteiros, que estiveram sob seus cuidados. Muitos milagres se produziram em seu túmulo, e seu nome foi inscrito nos calendários. Alguns o deram como mártir, mas erradamente, confundindo-o com o seu homônimo, o rei Osvaldo. Sua comemoração é feita no dia 29 de fevereiro, nos anos não bissextos, sua festa se celebra no dia 28 de fevereiro.
Santo Osvaldo, rogai por nós!
(cancaonova)
quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024
AUDIENCIA GERAL (Texto)
PAPA FRANCISCO
AUDIÊNCIA GERAL
Sala Paulo VI
Quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024
O texto a seguir inclui também as partes não lidas que são igualmente consideradas como pronunciadas:
Catequeses. Os vícios e as virtudes. 9. A inveja e a vanglória
Estimados irmãos e irmãs, bom dia!
Hoje vamos analisar dois vícios capitais que encontramos nos grandes elencos que a tradição espiritual nos deixou: a inveja e a vanglória.
Comecemos pela inveja. Se lermos a Sagrada Escritura (cf. Gn 4), ela apresenta-se-nos como um dos vícios mais antigos: o ódio de Caim em relação a Abel desencadeia-se quando ele se dá conta de que os sacrifícios do seu irmão são agradáveis a Deus. Caim era o primogénito de Adão e Eva, tinha recebido a parte mais importante da herança do pai; no entanto, é suficiente que Abel, o irmão mais novo, alcance um pequeno sucesso, para que Caim se indigne. O rosto do invejoso é sempre triste: o olhar é cabisbaixo, parece que perscruta continuamente o terreno, mas na realidade não vê nada, porque a mente está mergulhada em pensamentos cheios de maldade. A inveja, se não for controlada, leva ao ódio pelo outro. Abel será morto pelas mãos de Caim, que não era capaz de suportar a felicidade do irmão.
A inveja é um mal investigado não apenas no âmbito cristão: chamou a atenção de filósofos e sábios de todas as culturas. Na sua base existe uma relação de ódio e de amor: quer-se o mal do outro, mas secretamente deseja-se ser como ele. O outro é a epifania daquilo que gostaríamos de ser e que, na realidade, não somos. A sua sorte parece-nos uma injustiça: certamente - pensamos - teríamos merecido muito mais os seus sucessos ou a sua boa sorte!
Na raiz deste vício há uma falsa ideia de Deus: não aceitamos que Deus tenha a sua “matemática”, diferente da nossa. Por exemplo, na parábola de Jesus sobre os trabalhadores chamados pelo patrão para ir à vinha em diferentes horas do dia, os da primeira hora julgam ter direito a um salário mais elevado do que aqueles que chegaram por último; mas o patrão dá a todos o mesmo salário, dizendo: «Não posso fazer das minhas coisas o que quero? Ou tendes inveja porque sou bom?» (Mt 20,15). Gostaríamos de impor a Deus a nossa lógica egoísta, mas a lógica de Deus é o amor. Os bens que Ele nos concede devem ser compartilhados. Por isso, São Paulo exorta os cristãos: «Amai-vos uns aos outros com afeto fraterno, concorrendo na estima recíproca» (Rm 12,10). Eis o remédio para a inveja!
E vejamos o segundo vício que hoje examinamos: a vanglória. Ela anda de mãos dadas com o demónio da inveja e, juntos, estes dois vícios são caraterísticos de uma pessoa que aspira a ser o centro do mundo, livre de explorar tudo e todos, objeto de todo o louvor e amor. A vanglória é uma autoestima inflada e sem fundamento. O orgulhoso possui um “eu” despropositado: não tem empatia e não se dá conta de que há outras pessoas no mundo para além dele. As suas relações são sempre instrumentais, determinadas pelo predomínio sobre o outro. A sua pessoa, as suas conquistas, os seus sucessos devem ser exibidos a todos: é um perene mendigo de atenção. E se, às vezes, as suas qualidades não são reconhecidas, então zanga-se ferozmente. Os outros são injustos, não compreendem, não estão à altura. Nos seus escritos, Evágrio Pôntico descreve a amarga vicissitude de alguns monges acometidos pela vanglória. Acontece que, após os primeiros êxitos na vida espiritual, ele sente que já está realizado e então precipita-se no mundo para receber os seus elogios. Mas não compreende que está apenas no início do caminho espiritual, e que a tentação está à espreita e não tardará a abatê-lo.
Para curar o vaidoso, os mestres espirituais não sugerem muitos remédios. Porque, afinal de contas, o mal da vaidade tem o seu remédio em si mesmo: os elogios que o vaidoso esperava receber do mundo depressa se voltarão contra ele. E quantas pessoas, iludidas por uma falsa imagem de si próprias, caíram depois em pecados de que rapidamente se envergonhariam!
A melhor instrução para vencer a vanglória encontra-se no testemunho de São Paulo. O Apóstolo sempre se confrontou com um defeito que nunca conseguiu superar. Por três vezes, pediu ao Senhor que o libertasse desse suplício, mas no fim Jesus respondeu-lhe: «Basta-te a minha graça, porque a força se manifesta plenamente na fraqueza». A partir daquele dia, Paulo foi libertado. E a sua conclusão deveria tornar-se também a nossa: «Por isso, é de bom grado que me orgulharei das minhas fraquezas, para que o poder de Cristo permaneça em mim» (2 Cor 12, 9).
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Saudações:
Saúdo o Instituto «Vidas Raras» e todos os peregrinos de língua portuguesa. Confio à Virgem Maria os vossos corações e os vossos passos. Encorajo-vos a apostar na beleza do serviço, que engrandece o coração e torna fecundos os vossos talentos. De bom grado vos abençoo a vós e aos vossos entes queridos!
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APELO
No dia 1 de março, comemora-se o 25º aniversário da entrada em vigor da Convenção sobre a proibição das minas antipessoal, que continuam a atingir civis inocentes, nomeadamente crianças, muitos anos após o fim das hostilidades. Expresso a minha proximidade para com as numerosas vítimas destes dispositivos perversos, que nos recordam a crueldade dramática das guerras e o preço que as populações civis são obrigadas a pagar. A este respeito, agradeço a todos aqueles que oferecem a sua contribuição para assistir as vítimas e sanear as áreas contaminadas. O seu trabalho é uma resposta concreta ao apelo universal a sermos construtores de paz, cuidando dos nossos irmãos e irmãs.
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Resumo da catequese do Santo Padre:
A inveja é um dos pecados capitais. Na sua base, há uma relação de ódio/amor: desejamos o mal ao outro, mas no fundo quereríamos ser como ele. Os seus sucessos ou a sua boa sorte, consideramo-los uma injustiça, pois os merecíamos, nós, muito mais! Na raiz da inveja, existe uma ideia falsa de Deus: não se aceita que Ele tenha a sua «matemática», diferente da nossa. De braço dado com a inveja, anda a vanglória, a vaidade. São vícios próprios duma pessoa que sonha ser o centro do mundo: incapaz de empatia, não se dá conta de que existem ao seu lado outras pessoas. Para contrastar tais vícios, digamos como Paulo: «Prefiro gloriar-me nas minhas fraquezas, para que habite em mim a força de Cristo».
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Hoje é dia da beata Antônia de Florença, a viúva que se tornou religiosa
Por Redação central
28 de fev de 2024 às 05:00
Hoje (28), é celebrada a beata Antônia de Florença, freira italiana do século XV, que ficou viúva duas vezes e depois foi chamada por Deus para ser freira, tornando-se protagonista de uma reforma em sua família espiritual.
Esposa e mãe
Antônia nasceu em Florença em 1401, casou-se aos 15 anos e teve um filho, mas logo ficou viúva.
Esse segundo golpe a levou a considerar seriamente se o Senhor tinha um plano diferente para ela, longe do casamento ou da vida mundana. Quando seu filho se tornou independente, ela decidiu ser freira.
Antônia foi uma das primeiras mulheres a se consagrar no convento das Irmãs Terciárias Regulares de São Francisco de Assis, em Florença, apesar da oposição de sua família que queria que ela se casasse de novo.
Mãe espiritual
Em 1430, um ano depois de entrar para o claustro, foi nomeada superiora do convento de Santa Ana em Foligno e, depois de três anos ali, foi enviada para o convento de Santa Isabel em Áquila. Lá teve como diretor espiritual são João de Capistrano, que, junto com são Bernardino de Sena, promoveu a chamada "Observância", a reforma da Ordem de São Francisco de Assis.
Por conta própria, Antônia já havia descoberto a necessidade e a urgência de uma regra mais rígida em torno da pobreza e da caridade. Por isso, são João de Capistrano a incluiu em seu projeto e, com a aprovação do papa Nicolau V, doou a ela o mosteiro de Corpus Christi, que havia sido construído para outra Ordem.
Nesse mosteiro a beata retirou-se com onze das suas irmãs em 1447 com o propósito de praticar a regra originária de santa Clara de Assis com todo o seu rigor. São João de Capistrano confiou-lhe a direção do mosteiro e pediu-lhe expressamente que fosse modelo do novo espírito “observante”.
Legado
A beata Antônia foi uma superiora modelo, uma reformadora de costumes, um exemplo de virtudes e obediência. Durante os últimos 15 anos de sua vida, ela teve que suportar uma doença dolorosa, além de outras provações espirituais.
Ela morreu com 71 anos, em 28 de fevereiro de 1472. A cidade de Áquila a venerou como santa desde sua morte e seu culto foi confirmado em 1847.
(acidigital)
terça-feira, 27 de fevereiro de 2024
Hoje é celebrado são Gabriel das Dores, copadroeiro da juventude católica italiana
Por Redação central
27 de fev de 2024 às 05:00
“Jesus, José e Maria, expire em paz, entre vós, a alma”, foram as últimas palavras de são Gabriel de Nossa Senhora das Dores, copadroeiro da juventude católica italiana, cuja festa é celebrada hoje (27). Ele abandonou toda uma série de “vaidades” para seguir o conselho da Virgem Maria.
Seu nome original era Francisco, assim como são Francisco de Assis. Inclusive, nasceu em Assis (Itália), em 1838, e foi batizado na mesma pia batismal que são Francisco e santa Clara. Era o décimo primeiro de treze irmãos e ficou órfão de mãe quando tinha quatro anos.
Desde criança, destacou-se por seu grande amor aos pobres, mas tinha o defeito de explodir rapidamente de raiva. Na adolescência, sua vaidade cresceu. Gostava de se vestir na moda, com roupas elegantes. Ia frequentemente ao teatro, gostava de ler romances e sentia paixão por bailes.
Entretanto, Francisco cumpria fielmente suas práticas religiosas e tinha uma grande devoção pela Virgem Maria, sob a advocação de Nossa Senhora das Dores. Em casa, conservava uma imagem da Pietá que enfeitava com flores.
Era um líder entre os jovens. Frequentou o colégio dos irmãos das Escolas Cristãs e o liceu clássico com os jesuítas. Certo dia, um conhecido lhe fez uma proposta imoral e Francisco puxou um canivete que ocultava entre suas roupas para afastá-lo.
O chamado
Aos 17 anos, a vocação sacerdotal começou a inquietá-lo. Ficou gravemente doente e, acreditando que estava morrendo, prometeu se tornar religioso se sua vida fosse salva. Uma vez recuperado, esqueceu-se de sua promessa. Mais tarde, ficou novamente doente e se encomendou ao então Beato jesuíta (hoje santo) Andrés Bobola.
Quando recuperou a saúde, prometeu igualmente se tornar religioso, mas as diversões o atraiam mais. Em um dia de caça, Francisco tropeçou e disparou um tiro que passou de raspão em seu rosto. Viu nisso um aviso do céu e renovou sua promessa. Tempos depois, comunicou sua inquietação vocacional ao seu pai, que o distraiu com teatro e reuniões.
Um 22 de agosto de 1856, na procissão de “Santa Ícone” (imagem mariana venerada em Spoleto), Francisco fixou seus olhos nos da imagem da Virgem e escutou a voz da Mãe de Deus em seu coração que lhe disse: “Tu não és chamado a seguir no mundo. O que fazes, então, nele? Entra na vida religiosa”.
Mais tarde, despediu-se de sua suposta “noiva” chamada Maria, que esteve presente em sua beatificação, e ingressou no noviciado passionista. Quando recebeu o hábito, adotou o nome “Gabriel de Nossa Senhora das Dores”. “A alegria e o gozo que disfruto dentro dessas paredes são indescritíveis”, escreveu uma vez.
Teve que aprender a controlar seu gênio e, em 1857, emitiu a profissão religiosa. No jardim, são Gabriel tinha reservado um espaço para semear e cuidar das flores especificamente para o altar. Posteriormente foi enviado ao convento passionista de Isola del Gran Sasso.
Aos 23 anos, são Gabriel se sentiu cansado, sem forças e vomitou sangue pela primeira vez, por causa da tuberculose. A comunidade se alarmou, o santo permaneceu sereno, mas piorou.
Em 27 de fevereiro de 1862, pediu a absolvição várias vezes e, com os olhos voltados para o céu, disse: “Pronto, minha Mãe. Maria, Mãe de graça, Mãe de misericórdia, defende-me do inimigo e acolhe-me na hora da morte”. Neste dia, partiu para a Casa do Pai.
(acidigital)
segunda-feira, 26 de fevereiro de 2024
ANGELUS (Texto)
PAPA FRANCISCO
ANGELUS
Praça São Pedro
Domingo, 25 de fevereiro de 2024
Queridos irmãos e irmãs, bom dia!
O Evangelho deste segundo domingo da Quaresma apresenta-nos o episódio da Transfiguração de Jesus (cf. Mc 9, 2-10).
Depois de ter anunciado a sua paixão aos discípulos, Jesus leva consigo Pedro, Tiago e João, sobe a uma alta montanha e ali manifesta-se fisicamente em toda a sua luz. Assim, revela-lhes o significado do que tinham vivido juntos até àquele momento. A pregação do Reino, o perdão dos pecados, as curas e os sinais realizados eram, de facto, centelhas de uma luz maior: a luz de Jesus, a luz que é Jesus. E desta luz os discípulos nunca mais devem desviar o olhar, sobretudo nos momentos de provação, como os já próximos da Paixão.
Eis a mensagem: nunca mais desviar os olhos da luz de Jesus. Um pouco como faziam antigamente os agricultores que, ao lavrar os campos, fixavam o olhar num ponto preciso à sua frente e, mantendo os olhos fixos na meta, traçavam sulcos retos. É isto que nós, cristãos, somos chamados a fazer no caminho da vida: ter sempre diante dos olhos o rosto resplandecente de Jesus, nunca desviar os olhos de Jesus.
Irmãos e irmãs, abramo-nos à luz de Jesus! Ele é amor, Ele é vida sem fim. Ao longo dos caminhos da existência, por vezes tortuosos, procuremos o seu rosto, cheio de misericórdia, de fidelidade, de esperança. Ajudam-nos a fazê-lo a oração, a escuta da Palavra e os Sacramentos: a oração, a escuta da Palavra e os Sacramentos ajudam-nos a manter o olhar fixo em Jesus. E este é um bom objetivo para a Quaresma: cultivar olhares abertos, tornarmo-nos “buscadores de luz”, buscadores da luz de Jesus na oração e nas pessoas.
Perguntemo-nos então: no meu caminho, mantenho o olhar fixo em Cristo que me acompanha? E, para o fazer, dou lugar ao silêncio, à oração, à adoração? Por fim, procuro cada raio de luz de Jesus, que se reflete em mim e em cada irmão e irmã que encontro? E lembro-me de agradecer ao Senhor por isto?
Maria, resplandecente com a luz de Deus, nos ajude a manter o olhar fixo em Jesus e a olharmo-nos uns aos outros com confiança e amor.
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Depois do Angelus
Amados irmãos e irmãs!
Ontem, 24 de fevereiro, recordámos com tristeza o segundo aniversário do início da guerra em grande escala na Ucrânia. Tantas vítimas, feridos, destruição, angústia, lágrimas, num período que se está a tornar terrivelmente longo e cujo fim ainda não se entrevê! É uma guerra que não está apenas a devastar aquela região da Europa, mas a desencadear uma onda global de medo e ódio. Ao mesmo tempo que renovo o meu profundo afeto pelo martirizado povo ucraniano e rezo por todos, especialmente pelas numerosas vítimas inocentes, suplico que se reencontre aquele pouco de humanidade que permita criar as condições para uma solução diplomática em busca de uma paz justa e duradoura. E, irmãos e irmãs, não nos esqueçamos de rezar pela Palestina, por Israel e pelos muitos povos devastados pela guerra, e de ajudar concretamente quantos sofrem! Pensemos no tanto sofrimento, pensemos nas crianças feridas, inocentes.
Acompanho com preocupação o aumento das violências na parte oriental da República Democrática do Congo. Uno-me ao apelo dos Bispos a rezar pela paz, esperando que se ponha fim aos combates e se procure um diálogo sincero e construtivo.
Os raptos cada vez mais frequentes na Nigéria são motivo de preocupação. Exprimo a minha proximidade na oração ao povo nigeriano, esperando que sejam feitos esforços para conter, na medida do possível, a propagação destes episódios.
Estou também próximo da população da Mongólia, atingida por uma vaga de frio intenso, que está a ter graves consequências humanitárias. Este fenómeno extremo é também um sinal das alterações climáticas e dos seus efeitos. A crise climática é um problema social global, que afeta profundamente a vida de muitos irmãos e irmãs, especialmente os mais vulneráveis: rezemos por escolhas sábias e corajosas que contribuam para o cuidado da criação.
Saúdo-vos, fiéis de Roma e de várias partes do mundo, de modo particular os peregrinos de Jaén (Espanha), os jovens greco-católicos romenos de Paris, as Comunidades Neocatecumenais da Polónia, da Roménia e da Itália.
Saúdo o Pontifício Seminário Inter-Regional Campano de Posillipo, o Secretariado do Fórum Internacional da Ação Católica, os Escuteiros de Paliano e os Crismandos de Lastra Signa, Torre Maina e Gorzano.
Saúdo também a Federação Italiana de Doenças Raras, o Círculo Cultural “Reggio Ricama”, os membros do Movimento Não-Violento e os voluntários da Associação N.O.E.T.A.A. E saúdo os jovens da Imaculada.
Desejo a todos bom domingo. Por favor, não vos esqueçais de rezar por mim. Bom almoço e até à vista.
Copyright © Dicastero per la Comunicazione - Libreria Editrice Vaticana
Santo do Dia: São Porfírio, o restaurador da fé de um povo
Origens
São Porfírio era um tecelão, de
família rica, nascido na Grécia. Aos 25 anos, decidiu viver de modo
austero, dedicando-se à solidão e à penitência na região do Rio Jordão.
Por causa de sua escolha, contraiu uma doença que o obrigou a mudar-se
para Jerusalém, tornando-se mais moderado em sua austeridade. Mesmo
doente, conta-se que ele não demonstrava sua realidade e se dedicava a
visitar os lugares santos diariamente.
Fatos extraordinários
Certa vez, em oração, decidiu
vender tudo o que tinha e dar aos pobres. Essa atitude gerou a
recompensa milagrosa da cura para seus males físicos. Logo após, foi
ordenado sacerdote em 393. Recebeu como responsabilidade cuidar das
relíquias do madeiro onde Jesus foi crucificado, também conhecidas como
“Vera Cruz”. Em seguida, devido à sua humildade, foi ordenado bispo de
Gaza, região da Palestina, atualmente, conhecida como Faixa de Gaza. Sua
vida era acompanhada de milagres, que geravam espanto e a conversão dos
pagãos.
São Porfírio e o zelo ao povo de Gaza
Destruindo os ídolos
Dedicou-se aos cuidados do povo
de Gaza e à conversão do grande número de pagãos da região. Por
influência de São João Crisóstomo, foi promulgado um documento que
determinava a destruição de templos pagãos. Dessa maneira, Porfírio
aproveitou a oportunidade para humilhar o demônio e reparar o local de
culto idolátrico, construiu uma Igreja Católica sob as ruínas do templo
antigo. Dessa maneira, o local tornou-se lugar de celebração da Santa
Missa e culto ao Deus Verdadeiro.
Páscoa
Assim, findou sua vida dedicando-se à restauração da fé e ao reparo das idolatrias, falecendo em 420.
Minha oração
“São Porfírio, vós que vencestes os ídolos através da santidade, ajudai-me a destruir todos os ídolos de minha vida e de minha família. Ensinai-me que o caminho da santidade gera conversão dos que me rodeiam. A ti pedimos as graças do Pai, em nome de Jesus. Amém.”
São Porfírio, rogai por nós!
(cancaonova)
domingo, 25 de fevereiro de 2024
Burkina Faso: atentado durante missa deixa pelo menos 15 mortos
O ataque terrorista, informou o comunicado da Diocese de Dori, ocorreu esta manhã (25/02), enquanto a missa estava sendo celebrada.
Vatican News
Pelo menos 15 fiéis foram mortos em um ataque terrorista na manhã deste domingo, 25 de fevereiro, que atingiu a comunidade católica no vilarejo de Essakane, em Burkina Faso, enquanto a missa estava sendo celebrada. A notícia foi confirmada pelo bispo da diocese de Dori, dom Laurent Bifuré Dabire, através de um comunicado.
Das vítimas, 12 morreram no local e três em decorrência dos ferimentos. Também há relatos de dois feridos. De acordo com a imprensa, o ataque foi realizado por homens armados dentro da igreja católica em Essakane.
"Nessas circunstâncias dolorosas", escreveu o prelado, "convidamos todos a rezar pelo repouso eterno daqueles que morreram na fé, pela cura dos feridos e pelo consolo dos corações em luto. Também rogamos pela conversão daqueles que continuam a semear a morte e a desolação em nosso país. Que nossos esforços de penitência e oração durante este período de Quaresma tragam paz e segurança ao nosso país, Burkina Faso".
(vaticannews)
Hoje a Igreja comemora dois santos mártires salesianos assassinados na China
Santos Calisto Caravario e Luís Versiglia Santos Calisto Caravario e Luís Versiglia
Por Redação central
Hoje (25) é celebrada a festa dos santos Luís Versiglia e Calisto Caravario, mártires salesianos assassinados por comunistas na China. Eles defenderam a honra e a dignidade de três jovens que escaparam de ser violadas e escravizadas.
“O missionário que reza muito alcança muito”, costumava dizer o bispo são Versiglia, enquanto o presbítero são Caravario, dias antes de morrer, escreveu à sua mãe: “Passará a vida e acabarão as dores: no paraíso seremos felizes. Nada te perturbe, minha boa mãe; se levas tua cruz na companhia de Jesus, será muito mais leve e agradável...”,
Luís Versiglia nasceu na Itália em 1873. Aos 12 anos ficou fascinado por dom Bosco. Depois da morte do santo, decidiu se tornar salesiano para sair em missão.
Em 1895, foi ordenado sacerdote. Foi nomeado diretor de noviços em Roma pelo beato Miguel Rua e, posteriormente, liderou um grupo de salesianos que chegaram à China em 1906. Instalaram-se com uma obra em Macau e com uma frente missionária em Heungchow.
São Luís Versiglia abriu orfanatos e oratórios salesianos e, em 1921, foi consagrado bispo do vicariato apostólico de Shiuchow. Sob seu impulso, multiplicaram-se as casas missionárias, institutos, asilos, orfanatos e teve início o seminário de nativos.
São Calisto Caravario, por sua vez, nasceu em Turim (Itália), em 1903. Quando o jovem salesiano se encontrou com Luís Versiglia em 1921, disse-lhe: “Encontrarei vocês na China”. Anos depois, cumpriu sua promessa, recebendo a ordenação sacerdotal das mãos do bispo são Versiglia. Em seguida, foi enviado à missão de Lin-chow.
Nessa época, a situação política na China havia se tornado tensa, especialmente contra os cristãos e os missionários estrangeiros. Até as Igrejas eram incendiadas. Dessa forma, começaram as perseguições.
O bispo Versiglia realizou uma visita pastoral a Lin-Chow e o padre Caravario saiu para recebê-lo no caminho.
Em 25 de fevereiro, os dois celebraram a missa em Ling Kong-how e, em seguida, pegaram uma barca junto com dois professores e três jovens da missão (Maria, de 21 anos, Paula, de 16, e Clara, de 22). Na viagem, juntaram-se a eles uma catequista idosa e um menino.
Um grupo de piratas comunistas mandou que parassem a barca e, com fuzis e pistolas, pediram que os missionários pagassem 500 dólares para que pudessem passar. O bispo disse a Caravario: “Diga-lhes que somos missionários e, portanto, não levamos dinheiro conosco”.
Os bandidos revistaram a barca, encontraram as meninas, que se escondiam rezando, e gritaram que iriam levá-las. Queriam violá-las e escravizá-las.
Os santos tentaram detê-los e foram muito agredidos. Os dois acabaram ensanguentados e presos com as jovens. Os piratas ordenaram aos outros que estavam na barca que regressassem para Lin-Kong-How, os quais alertaram as autoridades.
Sobre os missionários, a jovem Maria testemunhou: “Vi dom Caravario, com a cabeça inclinada, falava em voz baixa com o bispo”. Estavam se confessando mutuamente. “O bispo e dom Caravario nos olhavam, mostravam-nos o céu com os olhos e rezavam. Seu aspecto era amável e sorridente e rezavam em voz alta”.
Enquanto as meninas era transladadas, ouviram-se cinco disparos. Mais adiante, os bandidos comentavam: “Todos têm medo da morte. Pelo contrário, esses dois morreram felizes”.
Dias depois, os soldados regulares chegaram ao esconderijo dos bandidos, os quais fugiram abandonando as jovens. Em seguida, elas, de joelhos, rezaram diante dos corpos dos dois santos, que tinham dado sua vida para defendê-las.
São João Bosco sempre teve o desejo de ser missionário e, em um de seus sonhos, viu um cálice cheio de sangue que fervia e se derramava. Assim, compreendeu que os salesianos também teriam mártires. Por isso, são Versiglia e são Caravario, primeiros mártires salesianos, são representados com um cálice que derrama sangue.
São Paulo VI os declarou mártires em 1976. Foram beatificados em 1983 e canonizados em 2000, por são João Paulo II.
(acidigital)
sábado, 24 de fevereiro de 2024
Hoje é celebrado santo Etelberto de Kent, o primeiro rei católico da Inglaterra
Por Redação central
Santo Etelberto (c. 560 - 616) foi o primeiro rei inglês a se converter ao cristianismo. Em tempos em que a Inglaterra era um conjunto de reinos que compartilhavam raízes anglo-saxônicas, Etelberto governava a região de Kent, que fica a sudeste da Inglaterra medieval. Seu reinado foi entre o final do século VI e o início do século VII.
O rei era casado com Berta, uma princesa cristã de origem franca, cuja piedade e boas virtudes contribuíram para sua conversão. Berta e Etelberto se tornaram santos. Quando se conheceram, Etelberto ficou deslumbrado.
Porém, sua conversão não se daria apenas pela influência de sua esposa, mas também pelo testemunho e proximidade espiritual de santo Agostinho de Cantuária. Ele havia chegado à ilha acompanhado por um grupo de monges missionários, enviados pelo papa são Gregório Magno para evangelizar os povos ingleses.
Os inícios da evangelização da Inglaterra
Os missionários chegaram a terras inglesas com a permissão de Etelberto, quando ele ainda era pagão, embora já acolhesse os cristãos graças a santa Berta. O grupo de missionários estava a cargo de santo Agostinho. Eles chegaram à cidade de Thanet, onde foram recebidos cordialmente pelos membros da coroa.
Nesse primeiro encontro, Agostinho deu explicações sobre o motivo de sua presença, comunicando qual era o desejo do papa Gregório para aquelas terras. O rei então concedeu permissão a santo Agostinho para pregar em seu reino e confiou aos missionários o cuidado da igreja de São Martinho, em cujo lado eles estabeleceram sua residência.
As conversões começaram a se multiplicar a partir daquele dia entre os habitantes de Kent, e não demoraria muito para que o rei e sua corte pedissem o batismo. Etelberto foi batizado em Pentecostes do ano 597. Em questão de meses, seguindo o exemplo do rei, cerca de 10 mil pessoas se converteram.
Inglaterra católica
Santo Etelberto, a quem o papa reconheceu como rei cristão, promoveu a difusão do Evangelho autorizando a chegada de mais missionários. Todos, exceto um de seus filhos, se tornaram cristãos. O rei rezou até o fim de seus dias por seu filho pagão, porém ele nunca se interessou pela fé e morreu pagão.
Durante o seu reinado, Etelberto dispôs os recursos necessários para a construção de novas igrejas e a reconstrução de antigos templos e mosteiros. Algumas dioceses de Kent, como Rochester, floresceram em santidade e se tornaram eixos da cristianização da Inglaterra.
Após 56 anos no trono, santo Etelberto morreu no ano de 616. Foi sepultado na igreja de São Pedro e São Paulo, onde também repousam os restos mortais de sua esposa, a rainha santa Berta.
(acidigital)
sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024
Primeira Pregação da Quaresma do cardeal Cantalamessa
"Nós, porém, encontramo-nos aqui no contexto da Cúria, que não é uma comunidade religiosa ou matrimonial, mas de serviço e de trabalho eclesial. As ocasiões para não desperdiçar, se quisermos também nós sermos moídos para nos tornarmos trigo de Deus, são muitas, e cada um deve identificar e santificar aquela que lhe é oferecida em seu posto de serviço".
Fr. Raniero Card. Cantalamessa, OFMCap
“EU SOU O PÃO DA VIDA”
Primeira Pregação da Quaresma de 2024
No início destas pregações da Quaresma, retomemos o diálogo entre Jesus e os apóstolos em Cesareia de Filipe:
Jesus foi à região de Cesareia de Filipe e ali perguntou aos seus discípulos: “Quem dizem os homens ser o Filho do Homem?”. Eles responderam: “Alguns dizem que é João Batista; outros, que é Elias; outros, que é Jeremias ou um dos profetas: Então disse-lhes: “E vós, quem dizeis que eu sou?” Simão Pedro respondeu: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo” (Mt 16,13-16).
De todo o diálogo, interessa-nos, pelo momento, apenas e exclusivamente, a segunda pergunta de Jesus: “E vós, quem dizeis que eu sou?” Não a tomemos, contudo, no sentido com que esta pergunta é normalmente entendida; isto é, como se a Jesus interessasse saber o que pensa dele a Igreja, ou o que os nossos estudos de teologia nos dizem dele. Não! Tomemos essa pergunta como deve ser tomada toda palavra que sai da boca de Jesus, isto é, como se dirigida, hic et nunc, a quem a escuta, individualmente, pessoalmente.
Para realizar este exame, deixemo-nos ajudar pelo evangelista João. Em seu Evangelho, encontramos toda uma série de declarações de Jesus, os famosos Ego eimi, “Eu Sou”, com os quais ele revela o que pensa, ele, de si mesmo, quem diz, ele, ser: “Eu sou o pão da vida”, “Eu sou a luz do mundo”, e assim por diante. Veremos cinco destas autorrevelações e nos perguntaremos cada vez se ele é realmente para nós aquilo que ele afirma ser e como fazer para que o seja sempre mais.
Será um momento para se viver de modo particular. Isto é, não com o olhar voltado para o exterior, aos problemas do mundo e da própria Igreja, como somos levados a fazer em outros contextos, mas um olhar introspectivo. Um momento, então, intimista e separado e, por isso, egoístico? Totalmente o contrário! É um evangelizar-nos para evangelizar, um preencher-nos de Jesus para falar dele “por redundância de amor”, como as primitivas Constituições da minha Ordem Capuchinha recomendavam aos pregadores; isto é, por íntima convicção, não apenas para cumprir um mandato.
* * *
Iniciemos pelo primeiro destes “Eu Sou” de Jesus que encontramos no Quarto Evangelho, no capítulo sexto: “Eu sou o pão da vida”. Escutemos primeiramente a parte do trecho que mais diretamente nos interessa:
Eles perguntaram: “Que sinal realizas para que o vejamos, e creiamos em ti? Que obra fazes? Nossos pais comeram o maná no deserto, como está escrito: ‘Deu-lhes de comer o pão do céu’”. Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade vos digo: não foi Moisés quem vos deu o pão do céu. Meu Pai é quem vos dá o verdadeiro pão do céu, pois o pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo”. Eles então pediram: “Senhor, dá-nos sempre desse pão!”. Jesus lhes disse: “Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim nunca mais terá fome, e quem crê em mim nunca mais terá sede” (Jo 6,30-35).
Uma palavra sobre o contexto. Jesus multiplicara anteriormente cinco pães de cevada e dois peixes para saciar cinco mil homens. Depois se retirou para fugir do entusiasmo do povo, que quer fazê-lo rei. A multidão o procura e o encontra do outro lado do lago.
Neste ponto começa o longo discurso com o qual Jesus procura explicar “o sinal do pão”. Quer fazer entender que há um outro pão a ser buscado, do qual aquele material é, justamente, um “sinal”. É o mesmo procedimento usado com a mulher Samaritana no capítulo IV do Evangelho. Ali, Jesus quer conduzir a mulher a descobrir uma outra água, além daquela física que sacia a sede apenas por um breve tempo; aqui, quer conduzir a multidão a buscar um outro pão, diferente daquele material que sacia apenas por um dia. À Samaritana que pede para ter aquela água misteriosa e espera a vinda do Messias para obtê-la, Jesus responde: “Sou eu, que falo contigo” (Jo 4,26). À multidão que agora faz o mesmo pedido pelo pão, responde: “Eu sou o pão da vida!”.
Perguntamo-nos: como e onde se come este pão da vida? A resposta dos Padres da Igreja era: em dois “lugares” ou dois modos: no sacramento e na Palavra, isto é, na Eucaristia e na Escritura. Havia, é verdade, acentos diversos. Alguns, como Orígenes e, entre os latinos, Ambrósio, insistem mais sobre a Palavra de Deus. “Este pão que Jesus parte – escreve Santo Ambrósio comentando a multiplicação dos pães – significa misticamente a palavra de Deus que, distribuída, aumenta. Ele nos deus as suas palavras como pães que se multiplicam em nossa boca enquanto os degustamos”[1]. Outros, come Cirilo de Alexandria, acentuam a interpretação eucarística. Nenhum deles, contudo, pretendia falar de um modo excluindo o outro. Fala-se da Palavra e da Eucaristia, como das “duas mesas” preparadas por Cristo. Na Imitação de Cristo, lê-se:
Confesso que, enquanto estou detido no cárcere deste corpo, necessito de duas coisas: alimento e luz. Por isso me destes, Senhor, a mim, fraco, o vosso sagrado corpo, para sustento da alma e do corpo, e “pusestes a vossa palavra qual cadeia diante de meus pés” (Sl 118,105). Sem estas duas coisas, não poderia bem viver; porque a palavra de Deus é a luz da minha alma e vosso Sacramento o pão da vida. Podem ser chamadas duas mesas, colocadas de um e outro lado do tesouro da Santa Igreja[2].
A afirmação unilateral de um destes dois modos de comer o pão da vida excluindo o outro é fruto da nefasta divisão ocorrida no cristianismo ocidental. Da parte católica, acabara por se tornar de tal forma preponderante a interpretação eucarística ao ponto de fazer do capítulo sexto de João quase o equivalente à narrativa da instituição da Eucaristia. Lutero, por reação, afirmou o contrário, ou seja, que o pão da vida é a palavra de Deus; ele é distribuído mediante a pregação e comido mediante a fé[3].
O clima ecumênico que se instaurou entre os fiéis em Cristo nos permite recompor a síntese tradicional presente nos Padres. Não há dúvida de que o pão da vida chega a nós mediante a palavra de Deus e, em particular, as palavras de Jesus no Evangelho. Também a sua resposta ao tentador nos recorda isso: “O homem não vive somente de pão, mas de toda palavra que sai da boca de Deus” (Mt 4,4). Mas como não ver no discurso de Jesus na sinagoga de Cafarnaum também uma referência à Eucaristia? Todo o contexto evoca um banquete: fala-se de comida e bebida, de comer e beber, do corpo e do sangue. As palavras: “Quem não comer a minha carne e não beber o meu sangue...” recordam muito de perto as palavras da instituição (“Tomai, comei, isto é o meu corpo” e “Tomai, bebei: este é o meu sangue”), para se poder negar qualquer relação entre elas.
Se na exegese e na teologia se assiste a uma polarização e, às vezes – eu dizia –, a uma contraposição entre o pão da palavra e o eucarístico, na liturgia a sua síntese foi sempre vivida pacificamente. Desde os tempos mais remotos, por exemplo, em São Justino, Mártir, a Missa compreende dois momentos: a liturgia da Palavra, com leituras tiradas do Antigo Testamento e das “memórias dos apóstolos”, e a liturgia eucarística, com a consagração e a comunhão.
Hoje podemos retornar, eu dizia, à síntese originária entre Palavra e Sacramento. Nesta linha, devemos, antes, dar um passo à frente. Consiste em não limitar o comer a carne e beber o sangue de Cristo apenas à Palavra e apenas ao sacramento da Eucaristia, mas em vê-lo atuado em cada momento e aspecto da nossa vida de graça.
Quando São Paulo escreve: “Para mim, de fato, o viver é Cristo” (Fl 1,21), não pensa em um momento particular. Para ele, Cristo é, realmente, em todos os modos da sua presença, pão da vida; “come-se” com a fé, a esperança e a caridade, na oração e em tudo. O ser humano é criado para a alegria e não pode viver sem alegria, ou sem a esperança dela. A alegria é o pão do coração. E também o Apóstolo busca a verdadeira alegria – e exorta os seus a busca-la – no Senhor Jesus Cristo: “Gaudete in Domino semper, iterum dico, gaudete”: “Alegrai-vos sempre no Senhor! Repito, alegrai-vos” (Fl 4,4).
Jesus é pão de vida eterna não só pelo que dá, mas também – e antes de tudo – pelo que é. A Palavra e o Sacramento são os meios; viver dele e nele é o fim: “Como o Pai, que vive, me enviou e eu vivo pelo Pai, também o que comer de mim viverá por mim” (Jo 6,57). No hino Adoro te devote, que tem alimentado por séculos a piedade e a adoração eucarística dos católicos, há uma estrofe que é uma paráfrase desta palavra de Jesus. No original, que muitos de nós certamente recordam, ela soa assim:
O memoriále mortis Dómini,
Panis vivus vitam praestans hómini,
praesta meae menti de te vívere,
et te illi semper dulce sápere.
Em português pode ser traduzida assim:
Ó memorial da morte do Senhor,
Pão vivo que dá vida aos homens,
Fazei que minha alma viva de Vós,
E que a ela seja sempre doce este saber
* * *
Todo o discurso de Jesus tende, portanto, a esclarecer que a vida é aquela que ele dá: não vida da carne, mas vida do Espírito, a vida eterna. Não é, porém, nesta linha que eu gostaria de prosseguir a minha reflexão, nos poucos minutos que me restam. Em relação ao Evangelho, há sempre duas operações a se fazer respeitando rigorosamente a sua ordem: primeiro, a apropriação, depois, a imitação. Temos nos apropriado até agora do pão da vida mediante a fé e o fazemos cada vez que recebemos a Comunhão. Trata-se de ver agora como traduzi-los na prática em nossa vida.
Para fazer isso, colocamo-nos uma simples pergunta: Como ele, Jesus, se tornou pão de vida para nós? A resposta, deu-nos ele mesmo no Evangelho de João: “Em verdade, em verdade vos digo: se o grão de trigo que cai na terra não morre, fica só; mas se morre, produz muito fruto” (Jo 12,24). Sabemos bem a que aludem as imagens de cair na terra e apodrecer. Toda a história da Paixão está contida nelas. Devemos buscar ver o que essas imagens significam para nós. Jesus, de fato, com a imagem do grão de trigo não indica apenas o seu destino pessoal, mas o de cada seu verdadeiro discípulo.
Não se pode escutar a palavra dirigida à Igreja de Roma pelo bispo Inácio de Antioquia sem nos comover e sem permanecer atônitos, vendo o que a graça de Cristo é capaz de fazer de uma criatura humana:
Deixai que eu seja pasto das feras, por meio das quais me é concedido alcançar a Deus. Sou trigo de Deus, e serei moído... Suplicai a Cristo por mim, para que eu, com esses meios, seja vítima oferecida a Deus. Não vos dou ordens como Pedro e Paulo; eles eram apóstolos, eu sou um condenado [4].
Antes dos dentes das feras, o bispo Inácio experimentou outros dentes que o moíam, não dentes de feras, mas de homens: “Desde a Síria até – escreve – luto contra as feras, por terra e por mar, de noite e de dia, acorrentado a dez leopardos, a um destacamento de soldados; quando se lhes faz bem, tornam-se piores ainda”[5]. Isto tem algo a dizer também para nós. Cada um de nós tem, em seu ambiente, destes dentes de feras que o moem. Santo Agostinho dizia que nós, seres humanos, somos “vasos de argila que se ferem uns com os outros”: lutea vasa quae faciunt invicem angustias[6]. Devemos aprender a fazer desta situação um meio de santificação e não de endurecimento do coração, de raiva e lamentação!
Uma sentença frequentemente repetida em nossas comunidades religiosas afirma Vita communis mortificatio maxima: “viver em comunidade é a maior de todas as mortificações”. Não só a maior, mas também a mais útil e mais merecedora de tantas outras mortificações de própria escolha. Esta sentença não se aplica apenas a quem vive em comunidades religiosas, mas em toda convivência humana. Onde ela se realiza no modo mais exigente é, na minha opinião, o matrimônio, e devemos ficar cheios de admiração diante de um matrimônio levado adiante com fidelidade até a morte. Passar a vida inteira, dia e noite, lidando com a vontade, o caráter a sensibilidade e as idiossincrasias de uma outra pessoa, especialmente em uma sociedade como a nossa, é algo de grande e, se feito com espírito de fé, já deveria ser qualificado como “virtude heroica”.
Nós, porém, encontramo-nos aqui no contexto da Cúria, que não é uma comunidade religiosa ou matrimonial, mas de serviço e de trabalho eclesial. As ocasiões para não desperdiçar, se quisermos também nós sermos moídos para nos tornarmos trigo de Deus, são muitas, e cada um deve identificar e santificar aquela que lhe é oferecida em seu posto de serviço. Menciono apenas uma ou duas que considero válidas para todos.
Uma ocasião é aceitar sermos contrariados, renunciar a nos justificar e querer ter sempre razão, quando não é pedido pela importância da coisa. Uma outra é suportar alguém, sujo caráter, modo de falar ou de fazer nos dá nos nervos, e fazê-lo nos irritar interiormente, pensando melhor que também nós talvez sejamos para alguém tal pessoa. O Apóstolo exortava os fiéis de Colossos com estas palavras: “Por isso, revesti-vos de sincera misericórdia, bondade, humildade, mansidão e paciência, suportando-vos uns aos outros e perdoando-vos mutuamente, se um tiver queixa contra o outro” (Cl 3,12-13). O que é mais difícil para “moer” em nós não é a carne, mas o espírito, isto é o amor próprio e o orgulho, e estes pequenos exercícios servem magnificamente ao objetivo.
Hoje infelizmente existe na sociedade uma espécie de dentes que moem sem piedade, mais cruelmente que os dentes de leopardo de que falava o mártir Santo Inácio. São os dentes dos meios de comunicação e das chamadas redes sociais. Não quando eles relevam as distorções da sociedade ou da Igreja (nisso merecem todo o respeito e a estima!), mas quando se enfurecem contra alguém por tomada de partido, simplesmente porque não pertence ao próprio lado. Com maldade, com intuito destrutivo, não construtivo. Coitado de quem acaba hoje neste moedor, seja ele um leigo ou um eclesiástico!
Neste caso, é lícito e um dever fazer valer as próprias razões nos lugares apropriados e, se isso não for possível, ou então se ver que não serve a nada, não resta a um fiel senão unir-se a Cristo flagelado, coroado de espinhos e no qual cuspiram. Na Carta aos Hebreus, lê-se esta exortação aos primeiros cristãos, que pode ajudar em ocasiões semelhantes: “Pensai pois naquele que enfrentou uma tal oposição por parte dos pecadores, para que não vos deixeis abater pelo desânimo” (Hb 12,3).
É algo difícil e doloroso ao máximo, sobretudo quando no meio disso está a própria família natural ou religiosa, mas a graça de Deus pode fazer – e frequentemente tem feito – de tudo isso ocasião de purificação e santificação. Trata-se de ter confiança de que, no fim, como aconteceu para Jesus, a verdade triunfará sobre a mentira. E triunfará melhor, talvez, com o silêncio, mais do que com as mais aguerridas autodefesas.
* * *
O objetivo final do deixar-se moer não é, porém, natureza ascética, mas mística; não serve tanto para mortificar a si mesmo, mas para criar a comunhão. É uma verdade esta, que tem acompanhado a catequese eucarística desde os primeiros dias da Igreja. Está presente já na Didaqué (IX,4), um escrito dos tempos apostólicos. Santo Agostinho desenvolve este tema de modo estupendo em um seu discurso ao povo. Ele põe em paralelo o processo que leva à formação do pão que é o corpo eucarístico de Cristo e o processo que leva à formação do seu corpo místico que é a Igreja. Dizia:
Lembrai-vos um instante o que era uma vez, quando estava ainda no campo, esta criatura que é o trigo: a terra a fez germinar, a chuva a nutriu; depois houve o trabalho do homem que a trouxe para a eira, a debulhou, a peneirou e a depositou nos celeiros; daí, levou-a para moê-la e cozinha-la e, assim, finalmente, tornou-se pão. Agora pensai novamente em vós mesmos: não existíeis e fostes criados, fostes trazidos à eira do Senhor, fostes debulhados... Quando destes vossos nomes para o batismo, começastes a ser moídos pelos jejuns e pelos exorcismos; depois, finalmente viestes à água fostes modelados e vos tornastes uma só coisa; sobrevindo o fogo do Espírito Santo, fostes cozidos e vos tornastes pão do Senhor. Eis o que recebestes. Como, portanto, vedes que é um o pão preparado, assim também sois vós uma só coisa, amando-vos, conservando a mesma fé, uma mesma esperança e indivisa caridade”[7].
Entre os dois corpos – o eucarístico e o místico da Igreja – não há somente semelhança, mas também dependências. É graças ao mistério pascal de Cristo operante na Eucaristia que nós podemos encontrar a força de nos deixar moer, dia após dia, nas pequenas (e às vezes nas grandes!) circunstâncias da vida.
* * *
Concluo com um episódio realmente ocorrido, narrado em um livro intitulado “O preço a pagar por me tornar cristão”, escrito em francês e traduzido em várias línguas. Ele serve, melhor do que longos discursos, para nos dar conta da potência encerrada nos solenes “Eu Sou” de Jesus no Evangelho e, particularmente, daquele que comentei nesta primeira meditação.
Há algumas décadas, em uma nação do Oriente Médio, dois soldados – um cristão e o outro não – encontraram-se juntos para fazer guarda a um depósito de armas. O cristão frequentemente tirava, às vezes também à noite, um pequeno livro e o lia, atraindo a curiosidade e a ironia do companheiro de armas. Certa noite, este último tem um sonho. Encontra-se diante de uma torrente que, porém, não consegue atravessar. Vê uma figura envolta de luz que lhe diz: “Para atravessá-la, precisas do pão da vida”. Fortemente impressionado pelo sonho, pela manhã, sem saber porque, pede, melhor, força o companheiro a lhe dar aquele seu livro misterioso (tratava-se naturalmente dos Evangelhos). Abre-o, e cai sobre o evangelho de João. O amigo cristão o aconselha a começar pelo de Mateus, que é mais fácil de entender. Mas ele, sem saber porque, insiste. Lê tudo avidamente, até chegar ao capítulo sexto. Mas, neste ponto, é bom escutar diretamente a sua narrativa:
Chegando ao capítulo sexto, detenho-me, tocado pela força de uma frase. Por um momento, penso ser vítima de uma alucinação, e volto a olhar o livro, no ponto onde me detive... Acabei de ler estas palavras: “...o pão da vida”. As mesmas palavras que ouvi há algumas horas em meu sonho. Releio lentamente a passagem na qual Jesus, voltando aos discípulos, diz: “Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim nunca mais terá fome”. Desencadeia em mim, justamente naquele instante, algo de extraordinário, como uma explosão de calor e de bem-estar... Tenho a impressão de ser arrebatado, levado ao alto pela força de um sentimento jamais provado, uma paixão violenta, um amor desmedido por este homem Jesus, de quem falam os Evangelhos”[8].
O que, em seguida, esta pessoa teve que sofrer por sua fé, confirma a autenticidade da sua experiência. Nem sempre a palavra de Deus age em um modo assim explosivo, mas o exemplo, repito, mostra-nos que força divina está encerrada nos solenes “Eu Sou” de Cristo, que, com a graça de Deus, repropomo-nos comentar nesta Quaresma.
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Tradução de Frey Ricardo Luiz Farias
[1] Cf. Ambrósio, In Lucam, VI,86.
[2] Imitação de Cristo, IV,11.
[3] Cf. Lutero, Sobre o Evangelho de João, 231.
[4] Cf. Inácio de Antioquia, Carta aos Romanos, IV,1.
[5] Cf. Ib. V,1.
[6] Cf. Agostinho, Discursos, 69,1 (PL 38, 440).
[7] Cf. Agostinho, Sermo 229 (Denis 6) (PL 38, 1103).
[8] Cf. Joseph Fadelle, Le prix à payer. Les Editions de l’Oeuvre, Paris 2010.
(vaticannews)
Igreja comemora hoje são Policarpo, bispo e mártir
Por Redação central
São Policarpo nasceu por volta do ano 70, provavelmente em uma família cristã. Seu nome significa “o que produz muitos frutos” e sua festa é celebrada hoje (23).
Este santo foi discípulo do apóstolo são João e, mais tarde, se tornou bispo de Esmirna (Turquia). É considerado um dos bispos mais famosos da Igreja primitiva. Além disso, entre seus discípulos e seguidores se encontram vários santos, como santo Irineu de Lyon e Papias.
Em sua sede em Esmirna, incentivou os fiéis a seguir o Evangelho e não se deixar levar pelas heresias dos pagãos. É o que confirma o seu melhor discípulo, santo Irineu de Lyon.
“Ele ensinou sempre a doutrina que tinha aprendido dos apóstolos. Chegado a Roma sob Aniceto, afastou da heresia de Valentim e Marcião um grande número de pessoas e os devolveu à Igreja d e Deus, proclamando que tinha recebido dos apóstolos apenas uma verdade, a mesma que era transmitida pela Igreja”.
Tudo o que se sabe de são Policarpo antes de seu martírio é contado por Eusébio de Cesareia, “pai da história da Igreja”.
Este conta que em uma ocasião, são Policarpo se dirigiu a Roma para dialogar com o papa Aniceto para ser se poderia concordar em unificar a data da festa da Páscoa entre os cristãos da Ásia e os da Europa. Como ninguém concordou, ambos decidiram conservar seus próprios costumes e permanecer unidos pela caridade.
Também se sabe que são Policarpo saiu para receber e beijar as correntes de Santo Inácio de Antioquia quando este se dirigia ao martírio, e recebeu uma carta sua muito admirada pelos primeiros cristãos.
O dia do martírio de são Policarpo foi 23 de fevereiro de 155. Naquele dia, foi levado diante do procônsul Décio Quadrado, que lhe deu a oportunidade de deixar o cristianismo. No entanto, são Policarpo se negou e preferiu ser queimado vivo.
“Ameaça-me com fogo que dura alguns momentos e depois se apaga. O que eu quero é não ter que ir ao fogo eterno que nunca se apaga”, foram as palavras do santo contidas no documento de seu martírio.
Posteriormente, os carrascos receberam a ordem de atravessar o coração dele com uma lança.
(acidigital)
quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024
"Deus caminha com o seu povo" é o tema do Dia Mundial do Migrante e do Refugiado 2024
O Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral anuncia o tema do 110º Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, "com um olhar especial para os irmãos e irmãs migrantes, ícone contemporâneo da Igreja a caminho".
Vatican News
Um comunicado divulgado pelo Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, nesta quinta-feira (22/02), afirma que "a mensagem se concentrará na dimensão itinerante da Igreja, com um olhar especial para os irmãos e irmãs migrantes, ícone contemporâneo da Igreja a caminho".
"Trata-se de um caminho a ser feito sinodalmente para alcançarmos juntos, superando todo obstáculo e ameaça, a verdadeira pátria. Durante o trajeto, onde quer que estejamos, é essencial reconhecer a presença de Deus que caminha com o seu povo, garantindo-lhe orientação e proteção em cada passo; mas é igualmente fundamental reconhecer a presença do Senhor, Emanuel, Deus conosco, em cada migrante que bate à porta do nosso coração e se oferece ao encontro".
(vaticannews)
Igreja celebra a festa da Cátedra de São Pedro
Por Redação central
Hoje (22), a Igreja celebra a festa da Cátedra de São Pedro, uma ocasião importante que remonta ao século IV e que rende comemoração ao primado e autoridade do apóstolo Pedro, o primeiro papa da Igreja.
Além disso, esta celebração recorda a autoridade conferida por Cristo ao apóstolo quando lhe diz, conforme relatam os Evangelhos: “Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei minha Igreja. E as portas do inferno não prevalecerão sobre ela”.
A palavra “cátedra” significa assento ou trono e é a raiz da palavra catedral, a Igreja onde um bispo tem o trono do qual prega. Sinônimo de cátedra é também “sede” (assento). A “sede” é o lugar de onde um bispo governa sua diocese. Por exemplo, a Santa Sé é a sede do papa.
A cátedra ou sede que atualmente se conserva na Basílica de São Pedro em Roma foi doada por Carlos, o Calvo, ao papa João VIII no século IX, por ocasião de sua viagem a Roma para sua coroação como imperador romano do ocidente. Este trono se conserva como uma relíquia, em uma magnífica composição barroca, obra do Gian Lorenzo Bernini construída entre 1656 e 1665.
A obra do Bernini está emoldurada por pilastras. No centro situa-se o trono de bronze dourado, em cujo interior se encontra a cadeira de madeira e que é decorada com um relevo representando a “traditio clavum” ou “entrega de chaves”.
O trono se apoia sobre quatro grandes estátuas, também em bronze, que representam quatro doutores da Igreja, em primeiro plano santo Agostinho e santo Ambrósio, para a Igreja latina, e santo Atanásio e são João Crisóstomo, para a Igreja oriental.
Por cima do trono aparece um sol de alabastro decorado com estuque dourado rodeado de anjos que emolduram uma vidraça em que está representada uma pomba de 162 cm de envergadura, símbolo do Espírito Santo. É a única vidraça colorida de toda a Basílica de São Pedro.
Todos os anos nesta data, o altar monumental que acolhe a Cátedra de São Pedro permanece iluminado o dia todo com dúzias de velas e celebram-se numerosas missas da manhã até o entardecer, concluindo com a Missa do Capítulo de São Pedro.
(acidigital)
quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024
Hoje é celebrado são Pedro Damião, doutor da Igreja
Por Redação central
“Espera confiantemente a alegria que vem depois da tristeza”, dizia o beneditino são Pedro Damião, doutor da Igreja. Em uma época difícil, ajudou com seus escritos e legações a reforma eclesiástica e clerical. Damião significa “o que doma seu corpo” e sua festa é celebrada hoje (21).
“Que a esperança dessa alegria te reanime, e a caridade acenda em ti o fervor, de tal modo que o teu espírito, santamente inebriado, esqueça os sofrimentos exteriores e anseie com entusiasmo pelo que contempla interiormente”, dizia são Pedro Damião.
O santo nasceu em 1007, em Ravena (Itália). Perdeu seus pais quando era criança e ficou sob os cuidados de um irmão que o tratou como escravo. Outro irmão, arcipreste de Ravena, se compadeceu e se encarregou de sua educação. Sentindo-se como um filho, Pedro adotou de seu irmão o nome Damião.
Desde jovem, são Pedro se acostumou à oração, vigília, jejum, convidava os pobres à sua mesa e lhes servia pessoalmente. Ingressou na vida monástica com os beneditinos da reforma de são Romualdo.
Para dominar suas paixões, colocava cintos com espinhos (cilício) debaixo de sua camisa, açoitava-se e jejuava com pão e água. Mas, seu corpo, por não estar acostumado, ficou debilitado e começou a sofrer de insônia.
Foi assim que compreendeu que esses castigos não deviam ser tão severos e que a melhor penitência é a paciência com as penas que Deus permite que nos cheguem. Esta experiência lhe serviu, mais tarde, para acompanhar espiritualmente os outros.
Quando morreu o abade, Pedro assumiu, por obediência, a direção da comunidade. Fundou outras cinco comunidades de eremitas e, em todos os monges, buscava que fomentassem o espírito de retiro, caridade e humildade. Dentre eles, surgiram são Domingos Loricato e são João de Lodi.
Vários papas recorreram a são Pedro por seus conselhos. Em 1057, foi criado cardeal e bispo de Ostia, embora o santo sempre tenha preferido sua vida de eremita. Posteriormente, lhe seria concedido o desejo de voltar para o convento como simples monge, mas com a condição de que poderia ser empregado no serviço da Igreja.
Dedicou-se a enviar cartas a muitos papas e pessoas de alto escalão para que se erradicasse a simonia, que era a compra ou venda do que é espiritual por bens materiais, incluindo cargos eclesiásticos, sacramentos, sacramentais, relíquias e promessas de oração.
Escreveu o “Livro Gomorriano” (fazendo alusão à cidade de Gomorra, do Antigo Testamento) e falou contra os costumes impuros daquele tempo. Do mesmo modo, escrevia sobre os deveres dos clérigos, monges e recomendava a disciplina mais do que o jejum.
Costumava dizer: “É impossível restaurar a disciplina uma vez que esta decai; se nós, por negligência, deixamos cair em desuso as regras, as gerações futuras não poderão voltar à observância primitiva. Guardemo-nos de incorrer em semelhante culpa e transmitamos fielmente a nossos sucessores o legado de nossos predecessores”.
Era uma pessoa severa, mas sabia tratar os pecadores com indulgência e bondade quando a prudência e a caridade o requeriam. Em seu tempo livre, costumava fazer colheres de madeira e outros utensílios para não permanecer ocioso.
O papa Alexandre II enviou são Pedro Damião para resolver um problema com o Aarcebispo de Ravena, que estava excomungado por certas atrocidades cometidas. Lamentavelmente, o santo chegou quando o arcebispo tinha morrido, mas converteu os cúmplices, aos quais impôs uma penitência justa.
De volta a Roma, ficou doente com uma febre aguda, em um mosteiro fora de Faenza. Morreu em 22 de fevereiro de 1072. Dante Alighieri, no canto XXI do Paraíso, coloca são Pedro Damião no céu de Saturno, destinado aos espíritos contemplativos. Foi declarado doutor da Igreja em 1828.
(acidigital)
terça-feira, 20 de fevereiro de 2024
Hoje a Igreja celebra são Francisco e santa Jacinta Marto, videntes da Virgem de Fátima
Por Redação central
“Rezem, rezem muito e façam sacrifícios pelos pecadores, pois muitas almas vão ao inferno porque não há quem se sacrifique e peça por elas”, foi o que pediu Nossa Senhora de Fátima a Francisco, Jacinta e Lúcia. E, hoje (20), a Igreja recorda a memória de dois desses pastorinhos, os santos Francisco e Jacinta Marto.
Francisco Marto nasceu em 1908 e Jacinta, dois anos depois. Desde pequenos aprenderam a tomar cuidado com as más companhias e, por isso, preferiam estar com sua prima Lúcia, que costumava lhes falar sobre Jesus. Os três cuidavam das ovelhas, brincavam e rezavam juntos.
De 13 de maio a 13 de outubro de 1917, a Virgem lhes apareceu em várias ocasiões na Cova de Iria (Portugal). Durante estes ocorridos, suportaram com valentia as calúnias, injúrias, más interpretações, perseguições e a prisão. Eles diziam: “Se nos matarem, não importa; vamos ao céu”.
Logo depois das aparições, Jacinta e Francisco seguiram sua vida normal. Lúcia foi para a escola, tal como pediu a Virgem, e era acompanhada por Jacinta e Francisco. No caminho, passavam pela Igreja e saudavam Jesus Eucarístico.
Francisco, sabendo que não viveria muito tempo, dizia a Lúcia: “Vão vocês ao colégio, eu ficarei aqui com o Jesus Escondido”. Ao sair do colégio, as meninas o encontravam o mais perto possível do Tabernáculo e em recolhimento.
O pequeno Francisco era o mais contemplativo e queria consolar Deus, tão ofendido pelos pecados da humanidade. Em uma ocasião, Lúcia lhe perguntou: “Francisco, o que prefere, consolar o Senhor ou converter os pecadores?”. Ele respondeu: “Eu prefiro consolar o Senhor”.
“Não viu que triste estava Nossa Senhora quando nos disse que os homens não devem ofender mais o Senhor, que já está tão ofendido? Eu gostaria de consolar o Senhor e, depois, converter os pecadores para que eles não ofendam mais ao Senhor”. E continuou: “Logo estarei no céu. E quando chegar, vou consolar muito Nosso Senhor e Nossa Senhora”.
Jacinta participava diariamente da missa e tinha grande desejo de receber a Comunhão em reparação dos pobres pecadores. Atraía-lhe muito estar com Jesus Sacramentado. “Gosto tanto de dizer a Jesus que O amo”, repetia.
Certo dia, pouco depois da quarta aparição, Jacinta encontrou uma corda e concordaram em reparti-la em três e colocá-la na cintura, sobre a carne, como sacrifício. Isto os fazia sofrer muito, contaria Lúcia depois. A Virgem lhes disse que Jesus estava muito contente com seus sacrifícios, mas que não queria que dormissem com a corda. Assim o fizeram.
Concedeu a Jacinta a visão de ver os sofrimentos do papa. “Eu o vi em uma casa muito grande, ajoelhado, com o rosto entre as mãos, e chorava. Fora, havia muita gente; alguns atiravam pedras, outros diziam imprecações e palavrões”, contou ela.
Por isso e outros feitos, as crianças tinham presente o papa e ofereciam três Ave Maria por ele depois de cada Rosário. Do mesmo modo, as famílias iam a eles para que intercedessem por seus problemas.
Em uma ocasião, uma mãe rogou a Jacinta que pedisse por seu filho que se foi como o filho pródigo. Dias depois, o jovem retornou para casa, pediu perdão e contou a sua família que depois de ter gastado tudo o que tinha, roubado e estado no cárcere, fugiu para bosques desconhecidos.
Quando se achou completamente perdido, ajoelhou-se chorando e rezou. Nisso, viu Jacinta que o pegou pela mão e o conduziu até um caminho. Assim, pôde retornar para casa. Logo interrogaram Jacinta se tinha se encontrado com o moço e ela disse que não, mas que tinha rogado muito à Virgem por ele.
Em 23 de dezembro de 1918, Francisco e Jacinta adoeceram de uma terrível epidemia de broncopneumonia. Francisco foi piorando aos poucos durante os meses posteriores. Pediu para receber a Primeira Comunhão e, para isso, confessou-se e guardou jejum. Recebeu-a com grande lucidez e piedade. Depois, pediu perdão a todos.
“Eu vou ao Paraíso; mas de lá pedirei muito a Jesus e à Virgem para que os leve também logo”, disse para Lúcia e Jacinta. No dia seguinte, em 4 de abril de 1919, partiu para a casa do Pai com um sorriso angelical.
Jacinta sofreu muito pela morte de seu irmão. Mais tarde, sua enfermidade se complicou. Foi levada ao hospital da Vila Nova, mas retornou para casa com uma chaga no peito. Logo confiaria a sua prima: “Sofro muito; mas ofereço tudo pela conversão dos pecadores e para desagravar o Coração Imaculado de Maria”.
Antes de ser levada ao hospital de Lisboa, disse para Lúcia: “Já falta pouco para ir ao céu… Diga a todos que Deus nos concede as graças por meio do Coração Imaculado de Maria. Que as peçam a Ela, que o Coração de Jesus quer que ao seu lado se venere o Imaculado Coração de Maria, que peçam a paz ao Imaculado Coração, que Deus a confiou a Ela”.
Operaram Jacinta, tiraram-lhe duas costelas do lado esquerdo e ficou uma grande chaga como de uma mão. As dores eram espantosas, mas ela invocava a Virgem e oferecia suas dores pela conversão dos pecadores.
Em 20 de fevereiro de 1920, pediu os últimos sacramentos, confessou-se e rogou que a levassem o viático porque logo morreria. Pouco depois, partiu para a Casa do Pai com dez anos de idade.
Os corpos do Francisco e Jacinta foram transladados ao Santuário de Fátima. Quando abriram o sepulcro de Francisco, viram que o Rosário que colocaram sobre seu peito estava envolvido entre os dedos de suas mãos. Enquanto o corpo de Jacinta, 15 anos depois de sua morte, estava incorrupto.
(acidigital)
segunda-feira, 19 de fevereiro de 2024
ANGELUS (Texto)
PAPA FRANCISCO
ANGELUS
Praça São Pedro
Domingo, 18 de fevereiro de 2024
Amados irmãos e irmãs, bom dia!
Hoje, primeiro domingo da Quaresma, o Evangelho apresenta-nos Jesus tentado no deserto (cf. Mc 1, 12-15). Diz o texto: «Permaneceu quarenta dias no deserto, tentado por Satanás». Também nós, na Quaresma, somos convidados a “entrar no deserto”, isto é, no silêncio, no mundo interior, na escuta do coração, no contacto com a verdade. No deserto - acrescenta o Evangelho de hoje - Cristo «estava com as feras e os anjos serviam-no» (v. 13). Os feras e os anjos eram a sua companhia. Mas, em sentido simbólico, são também a nossa companhia: quando entramos no deserto interior, de facto, podemos encontrar aí feras e anjos.
Feras. Em que sentido? Na vida espiritual, podemos pensar nelas como as paixões desordenadas que dividem o coração, procurando possuí-lo. Elas sugestionam-nos, parecem seduzir-nos. Elas atraem-nos, parecem cativantes, mas, se não tomarmos cuidado, há o risco que nos destrocem. Podemos dar nomes a estas “feras” da alma: os vários vícios, a ambição da riqueza, que nos aprisiona no cálculo e na insatisfação, a vaidade do prazer, que nos condena ao desassossego e à solidão, e ainda a avidez da fama, que gera insegurança e uma necessidade constante de confirmação e de protagonismo - não esqueçamos estas coisas que podemos encontrar dentro de nós: a ambição, a vaidade e a avidez. São como feras “selvagens” e, como tal, devem ser domadas e combatidas: caso contrário, devorarão a nossa liberdade. E a Quaresma ajuda-nos a entrar no deserto interior para corrigir estas coisas.
E depois, no deserto, estavam os anjos. Eles são os mensageiros de Deus, que nos ajudam, nos fazem bem; de facto, a sua caraterística, segundo o Evangelho, é o serviço (cf. v. 13): exatamente o contrário da posse, típica das paixões. Serviço contra a posse. Os espíritos angélicos suscitam os bons pensamentos e sentimentos sugeridos pelo Espírito Santo. Enquanto as tentações nos dilaceram, as boas inspirações divinas unem-nos e fazem-nos entrar na harmonia: tranquilizam o coração, incutem o gosto de Cristo, “o sabor do Céu”. E para captar a inspiração de Deus, é preciso entrar no silêncio e na oração. E a Quaresma é o tempo para fazer isto.
Podemos perguntar-nos: em primeiro lugar, quais são as paixões desordenadas, as “feras selvagens” que se agitam no meu coração? Em segundo lugar, para deixar que a voz de Deus fale ao meu coração e o mantenha no bem, estou a pensar em retirar-me um pouco para o “deserto”, procuro dedicar-lhe durante o dia um espaço para isto?
Que a Virgem Santa, que guardou a Palavra e não se deixou tocar pelas tentações do maligno, nos ajude no nosso caminho de Quaresma.
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Depois do Angelus
Queridos irmãos e irmãs!
Passaram dez meses desde o início do conflito armado no Sudão, que causou uma situação humanitária muito grave. Apelo de novo às partes beligerantes para que ponham termo a esta guerra, que tanto mal está a fazer ao povo e ao futuro do país. Rezemos para que se encontrem rapidamente caminhos de paz para construir o futuro do querido Sudão.
A violência contra populações indefesas, a destruição de infraestruturas e a insegurança voltam a grassar na província de Cabo Delgado, em Moçambique, onde também a missão católica de Nossa Senhora de África, em Mazezeze, foi incendiada nos últimos dias. Rezemos para que a paz regresse àquela região atormentada. E não esqueçamos tantos outros conflitos que ensanguentam o continente africano e muitas partes do mundo: também a Europa, a Palestina, a Ucrânia...
Não esqueçamos: a guerra é uma derrota, sempre. Onde quer que ela seja travada, as populações estão exaustas, estão cansadas da guerra, que como sempre é inútil e inconclusiva, e trará só morte, só destruição, e nunca levará a uma solução dos problemas. Em vez disso, rezemos sem nos cansarmos, porque a oração é eficaz, e peçamos ao Senhor o dom de mentes e corações concretamente dedicados à paz.
Saúdo os fiéis de Roma e de várias partes de Itália e do mundo, em particular os peregrinos dos Estados Unidos da América, as Comunidades Neocatecumenais de várias paróquias da República Checa, da Eslováquia e de Espanha, os alunos do Instituto “Carolina Coronado” de Almendralejo e a Associação de Voluntariado “Nas Pegadas dos Servos para o Mundo”. E saúdo os agricultores e criadores de gado presentes na praça!
Esta tarde, juntamente com os colaboradores da Cúria, iniciaremos os Exercícios Espirituais. Convido as comunidades e os fiéis a dedicar momentos específicos durante este tempo de Quaresma e durante este ano de preparação para o Jubileu, que é o “Ano de Oração”, para se recolherem na presença do Senhor.
E desejo a todos bom domingo. Por favor, não vos esqueçais de rezar por mim. Bom almoço e até à vista.
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Santo do Dia : São Conrado, exemplo de arrependimento diante da injustiça
Pecado que tornou-se conversão
Para caçar lebres, esse homem colocou fogo numa floresta, gerando grave prejuízo. Por isso, o governador do local iniciou a procura do culpado. Ao encontrar um suspeito, logo o condenou à morte. Quando Conrado soube que um inocente morreria em seu lugar, decidiu confessar o crime. Isso custou caro, a ponto dele tornar-se muito pobre, mas quitou a sua pendência.
Via de Santificação
Após o acontecimento e em acordo com sua esposa, eles tornaram-se franciscanos. Ela foi para o convento de Santa Clara; e ele foi para a Ordem Terceira. Assim, preferiu não fazer compromisso de estabilidade, e sim trocar de mosteiro de tempos em tempos. Por onde passava, sua bondade e piedade atraíam as multidões, o que lhe incomodava. Ele percebeu que precisava rezar mais e, estando cercado por pessoas, era prejudicado em sua vocação. Decidiu então estabelecer-se em uma gruta, a fim de dedicar-se à vida eremita. Hoje, esse local tem o nome de: gruta de São Conrado.
Obra de Caridade
Às sextas-feiras, descia à cidade para visitar doentes no hospital. Fazia prolongada oração diante dum célebre crucifixo da catedral. Uma das imagens mais populares do santo é, justamente, a do Franciscano eremita adorando Jesus na Cruz. Conrado também foi agraciado com o dom dos milagres.
São Conrado e os últimos dias de vida
Páscoa
Seus últimos dias foram como eremita em Noto, cidade da região Siciliana (Itália), dedicando-se ao silêncio, oração e pobreza. Morreu no dia 19 de fevereiro de 1351, com fama de santidade. Amava Jesus na solidão e se entregava a Ele com disposição, tornando-se sinal de entrega de vida total.
Veneração
Os italianos, que vivem na cidade de Noto, têm grande estima por esse santo. Frei Conrado foi sepultado na mais bela dentre as igrejas de Noto: a Igreja de São Nicolau (atual Catedral de São Nicolau). Os dois são padroeiros de Noto.
Representação
Hoje, ele é apresentado, geralmente, como um idoso de hábito franciscano, portador de uma cruz nas mãos. Sobre a cruz alguns pássaros, que é sinal de sua reconciliação com a natureza, gerando harmonia que, antes, ele não possuía.
Minha oração
“Arrependido dos meus pecados, assim como São Conrado, desejo viver dedicando-me às causas do Evangelho segundo a minha vocação. Meu Deus, que eu me arrependa do que fiz de errado e viva intensamente para vós!”
São Conrado, rogai por nós!
(cancaonova)