Caminhando
sábado, 13 de dezembro de 2025
Reflexão para o 3º Domingo do Advento
Vatican News
Diante de um mundo arrasado, de um ambiente de profunda desolação, de corações sofridos e enlutados, Isaías clama Vida, Alegria, Ressurreição! O texto da primeira leitura de hoje, extraído do livro de Isaías, nos leva à Esperança. O Profeta quebra a rotina desoladora e nos aponta a ação de Deus, a regeneração do mundo, a redenção do ser humano. Mas o Senhor que pode fazer tudo sozinho, quer nossa colaboração, quer fazer-nos partícipes de sua obra salvífica. Nesse próprio ato de pedir nossa colaboração já está a redenção.
O Senhor nos trata como pessoas maduras, capazes, pessoas criadas à Sua imagem e semelhança. Por isso não é próprio do fiel ficar de braços cruzados, desanimado e acomodado. Aquele que crê levanta a cabeça, solta os braços e busca dentro de si a força do Senhor, e imediatamente começa a colaborar com o Criador. O fiel reage contra qualquer ação oriunda da cultura de morte. Ele crê na Vida! Assim aconteceu com a escravidão no Egito, em outras situações onde os protagonistas foram os pobres, os marginalizados, os portadores de deficiência, os pequenos segundo o mundo. Assim fez Jesus Cristo, colocando-se como servo de todos, à disposição do Pai para assegurar a felicidade eterna ao Homem.
No Evangelho de hoje, temos em prmeiro lugar a dificuldade de João Batista em reconhecer em Jesus o Messias prometido. Na pregação de João Batista, como vimos no domingo passado, Jesus deveria tratar os pecadores com bastante dureza, destruí-los até. Mas ele não o faz, ao contrário, provoca mudanças em seus corações, possibilitando a salvação, faz refeições com eles e até se torna amigo deles. Isso desorienta o Batista.
Quando interrogado pelos discípulos de João, Jesus responde citando Isaías, ou seja, dizendo que sua missão é de redenção, por isso os sinais que faz são de salvação. Deus ama a todos, bons e maus. Todos são seus filhos, foram criados por amor.
Em segundo lugar, Jesus elogia a pessoa do Batista dizendo que ele é mais que um Profeta, o maior entre os nascidos de mulher – dirá o Mestre. Ao dizer que “O menor no Reino dos céus é maior do que o Batista”, Jesus afirma que esse menor entendeu que Deus vem ao encontro do Homem para perdoá-lo, acolhê-lo e amá-lo. Menor e maior. Sem depreciar em nada a figura de João Batista, já que os tempos do Reino transcendem inteiramente aqueles que os precederam e prepararam, essas duas palavras opõem duas épocas da obra divina, duas “economias”, conforme nos esclarece a Bíblia de Jerusalém.
Finalmente, na 2ª leitura, São Tiago nos exorta a que fiquemos firmes até a chegada do Senhor. Firme para Tiago significa manter a fé, a esperança e a caridade. Por isso, ele toma como exemplo o agricultor que trabalha e depois fica à espera do fruto prometido e nos aconselha a não nos queixarmos dos irmãos.
Por que os padres usam rosa no terceiro domingo do Advento?
Papa Francisco com casula rosa | Vatican Media13 de dez de 2025 às 04:00
Há duas ocasiões no ano litúrgico em que os padres católicos podem usar uma casula rosa.
1. Domingo Gaudete do Advento
A primeira ocasião é o terceiro domingo do Advento ou Domingo Gaudete, palavra latina que aparece na Bíblia e significa "alegria" ou júbilo.
Tirada da epístola de são Paulo aos Filipenses (Fl 4,4s) a antífona de entrada da missa diz: “Alegrai-vos sempre no Senhor. De novo eu vos digo: alegrai-vos! O Senhor está perto!"
Este é o Domingo da Alegria, porque a maior parte do Advento, tempo de conversão e preparação para o Natal, já passou.
Embora o padre possa usar a casula rosa, seu uso não é obrigatório.
2. O quarto Domingo da Quaresma
A segunda ocasião é o IV Domingo da Quaresma, também conhecido como Domingo Laetare ou Domingo da Alegria.
Este Domingo da Alegria tem o nome das primeiras palavras do Intróito da missa: “Laetare Jerusalem”, que significa “Alegra-te, ó Jerusalém”, tirado do livro de Isaías (66,10).
O Intróito da missa é cantado enquanto o celebrante e os ministros entram na igreja e se aproximam do altar.
No Domingo Laetare há uma série de sinais que buscam animar os fiéis no tempo penitencial da Quaresma, marcado pela oração, jejum e esmola, como as flores no altar e a possibilidade de usar o órgão na missa.
Esse domingo também é conhecido como “Domingo da Rosa”, porque nesta data era costume abençoar a rosa de ouro que o papa enviava aos reis católicos.
sexta-feira, 12 de dezembro de 2025
A identidade europeia “só pode ser compreendida e promovida em referência às suas raízes judaico-cristãs”, diz Leão XIV
Por Victoria Cardiel
11 de dez de 2025 às 10:11
O papa Leão XIV disse ontem (10) a políticos europeus que a identidade do velho continente "só pode ser compreendida e promovida em referência às suas raízes judaico-cristãs", embora tenha dito que protegê-las não significa " restaurar uma época passada".
Antes da audiência geral, o papa recebeu uma delegação dos Reformistas e Conservadores Europeus (ECR, na sigla em inglês) do Parlamento Europeu no Palácio Apostólico, no Vaticano.
Na audiência, Leão XIV disse que “garantir que a voz da Igreja, também através de sua Doutrina Social, continue sendo ouvida, não significa restaurar uma época passada, mas garantir que recursos fundamentais para a cooperação e integração futuras não sejam perdidos”.
O papa disse que defender o legado religioso “não é simplesmente salvaguardar os direitos de suas comunidades cristãs, nem se trata principalmente de preservar costumes ou tradições sociais particulares, que, de qualquer forma, variam de lugar para lugar e ao longo da história”.
“Trata-se, acima de tudo, do reconhecimento de um fato”, disse.
Um diálogo frutífero entre fé e racionalidade secular
Leão XIV falou sobre a contribuição da Igreja para o projeto europeu e sobre a necessidade de manter um espaço para um diálogo frutífero entre a fé e a racionalidade secular, citando as palavras do papa Bento XVI em Londres, Reino Unido, em 2010 sobre o “diálogo necessário” entre os dois mundos: “O mundo da razão e o mundo da fé, o mundo da racionalidade secular e o mundo da crença religiosa”.
Leão XIV disse que “todos são beneficiários da contribuição que os membros das comunidades cristãs deram e continuam dando para o bem da sociedade europeia”.
O papa citou como exemplos alguns dos importantes avanços da civilização ocidental, “especialmente os tesouros culturais de suas imponentes catedrais, a arte e a música sublimes e os progressos da ciência, sem falar no crescimento e na difusão das universidades”.
Esses avanços, disse, “testemunham o vínculo intrínseco entre o cristianismo e a história europeia”.
Leão XIV citou, em particular, “os ricos princípios éticos e modelos de pensamento que formam o patrimônio intelectual da Europa cristã”.
Salvaguardar os direitos desde a concepção até a morte natural e responder a desafios como a crise climática
Para o papa, esses marcos éticos nos quais se baseia a União Europeia “são essenciais para salvaguardar os direitos divinamente concedidos e o valor intrínseco de cada pessoa humana, desde a concepção até a morte natural”. Mas também são fundamentais para “responder aos desafios colocados pela pobreza, pela exclusão social, pela privação econômica, bem como pela crise climática em andamento, pela violência e pela guerra”.
Leão XIV agradeceu aos parlamentares “pelo seu trabalho a serviço não só daqueles que representam no Parlamento Europeu, mas também de todas as pessoas em suas comunidades”. O papa disse a eles que qualquer cargo de responsabilidade pública “implica a responsabilidade de promover o bem comum”.
Ele encorajou os políticos a não se esquecerem daqueles que geralmente são deixados de fora do debate institucional: “Encorajo-vos, portanto, especialmente, a nunca perder de vista os esquecidos, os marginalizados, aqueles a quem Jesus Cristo chamou de os mais pequeninos entre nós”.
Clima de “respeito” e “cortesia” nos debates políticos
O papa falou sobre o valor do pluralismo nas instituições europeias, dizendo que a diversidade de opiniões é uma característica essencial da democracia. “Como representantes democraticamente eleitos, vocês refletem uma gama de opiniões que se inscrevem num espectro mais amplo de opiniões diferentes”, disse Leão XIV. “Um dos objetivos essenciais de um parlamento é permitir que essas opiniões sejam expressas e discutidas”.
Ele disse que essa troca deve ocorrer numa atmosfera de “respeito” e “cortesia”, já que “a capacidade de discordar, de ouvir atentamente e até mesmo de dialogar com aqueles que poderíamos considerar opositores testemunha nossa reverência pela dignidade doada por Deus a todos os homens e mulheres”.
Hoje é a festa de Nossa Senhora de Guadalupe, padroeira da América
ACI DigitalPor Redação central
12 de dez de 2025 às 00:01
“Não se perturbe teu rosto, teu coração... Não estou eu aqui, tua Mãe?”, disse a Virgem de Guadalupe ao aflito Juan Diego em 12 de dezembro de 1531. Ela, a padroeira da América e do México, quis deixar sua imagem desde esse dia em uma singela “tilma” como sinal do amor de Deus para com os crentes e não crentes.
Somente dez anos depois da conquista do México, os missionários tinham pouco êxito na evangelização e conversão dos novos povos, em grande parte pelo mau exemplo dos que, chamando-se cristãos, abusavam dos nativos.
Em 9 de dezembro de 1531, a Virgem apareceu a um humilde índio convertido ao cristianismo, chamado Juan Diego, em um lugar denominado Tepeyac. Maria se apresentou como “a perfeita sempre Virgem Santa Maria, Mãe do verdadeiro Deus”.
A Rainha do Céu lhe encomendou que, em seu nome, pedisse ao bispo, o franciscano Juan de Zumárraga, a construção de uma Igreja no lugar da aparição.
O bispo não aceitou a ideia e a Virgem pediu a Juan Diego que insistisse. No dia seguinte, ele voltou a encontrar o bispo, que o examinou na doutrina cristã e lhe pediu provas objetivas do prodígio.
Na terça-feira, 12 de dezembro, a Virgem apareceu e consolou Juan Diego, dizendo: “Não tema…”, porque seu tio já estava curado. Logo, convidou-o a subir ao topo da colina de Tepeyac para colher algumas flores e trazê-las para Ela.
Apesar da estação de inverno e da aridez do lugar, são Juan Diego encontrou flores muito belas e colocou-as em sua “tilma”. A Virgem, então, mandou que ele as apresentasse ao Bispo.
Estando na frente do bispo, o santo abriu sua “tilma” e deixou cair as flores. Na manta apareceu a imagem da Virgem de Guadalupe. O bispo e os demais presentes caíram de joelhos com grande assombro. Em seguida, o bispo pediu perdão.
No dia seguinte, foram ao monte Tepeyac, onde imediatamente as pessoas se ofereceram para elevar o templo. Juan Diego pediu permissão e foi pressurosamente ver seu tio Juan Bernardino, que tinha estado com a saúde muito debilitada. Ao chegar, viu que seu parente estava recuperado.
Ali, Juan Diego lhe contou o acontecido e o tio respondeu dizendo que a Virgem também lhe tinha aparecido e que havia pedido que contasse ao bispo sobre sua cura.
Com o manto, a Virgem trouxe reconciliação entre nativos e espanhóis porque, com os símbolos que ali apareciam, as duas culturas podiam entender perfeitamente a mensagem do Céu. Do mesmo modo, ajudou-lhes a compreender que a fé cristã não é propriedade de ninguém, a não ser um dom de amor para todos.
Nos 7 anos depois das aparições, houve uma conversão de 8 milhões de nativos – o que representa uma média de 3 mil homens por dia e que faz recordar a pregação de São Pedro no dia do Pentecostes, no qual também se converteram 3 mil homens.
A cada ano, aproximam-se da venerada imagem cerca de 20 milhões de fiéis e, no dia de sua festa, calcula-se que quase três milhões vão ao santuário.
“Quero muito, ardo de desejo de que aqui tenham a bondade de construir-me um pequeno templo, para ali O revelar a vocês, engrandecendo-O e entregar vocês a Ele, a Ele que é todo o meu amor, a Ele que é meu olhar compassivo, Àquele que é meu auxílio, Àquele que é minha salvação”, disse a Virgem do Guadalupe a são Juan Diego.
“Porque em verdade, tenho a honra de ser a mãe misericordiosa de todos vocês; tua e de todos os povos aqui nesta terra unidos e dos demais diferentes homens, que me amam, os que a mim clamam, os que me buscam, os que me honram confiando em minha intercessão. Porque ali estarei sempre disposta a escutar seu pranto, sua tristeza, para purificar, para curar todas as suas variadas misérias, suas penas, suas dores”, acrescentou a Mãe das Américas.