“Eu sou a Imaculada Conceição!”
Proclamação do Dogma da
Imaculada Conceição de Nossa Senhora
O
dia dessa solene proclamação foi de incomparável alegria, jamais esquecido, e
deve-se recordá-lo sempre para honra e glória da obra-prima da criação, a Mãe
Puríssima do Divino Infante
Oscar
Vidal
Há
150 anos uma alegria intensíssima encheu de júbilo as fileiras católicas do
mundo inteiro: a notícia da proclamação do dogma da Imaculada Conceição da
Santíssima Virgem.
O
Bem-aventurado Papa Pio IX,
fundamentado na Sagrada Escritura e no testemunho constante da Tradição (a
transmissão oral passada de geração a geração), e por virtude do Magistério
infalível, declarou ser de revelação
divina que Maria Santíssima foi totalmente isenta do pecado original, desde o
primeiro instante de sua concepção, consignado como está na Bula
Ineffabilis Deus, de 8 de dezembro de
1854.
Tal declaração
revestiu-se de especial esplendor, pois, ao mesmo tempo que representava uma glória
para Nossa Senhora e a Santa Igreja, era também um triunfo sobre o liberalismo
e o ceticismo que corroíam a Civilização Cristã, que afrontavam o Vigário de
Cristo e os direitos da Santa Sé, naqueles meados do século XIX. Período esse
conturbado por revoluções anticatólicas em várias partes do mundo,
desencadeadas sobretudo pelos propugnadores do racionalismo, do naturalismo e
do anarquismo — inimigos da Igreja, fulminados por aquele Pontífice em diversos
documentos.
Foi enorme o
aplauso entusiástico que reboou entre os católicos da Terra inteira, porque o
singular privilégio da Imaculada Conceição(1) — no qual incontáveis santos,
teólogos e fiéis em geral sempre creram desde os primórdios do cristianismo, e
ao longo de todos os séculos — por fim era definido como verdade de fé.(2)
Confirmação do dogma
Para esse
bendito dia o mundo católico já estava preparado. A Santíssima Virgem, Ela
própria, fizera tal preparação: em 1830,
recomendara a Santa Catarina Labouré a difusão da Medalha Milagrosa, contendo a
jaculatória mundialmente conhecida: “Ó Maria concebida sem pecado,
rogai por nós que recorremos a vós.!”(3)
Quatro anos
após a proclamação do dogma da Imaculada Conceição, no dia 25 de março de 1858, em
Lourdes, Nossa Senhora confirma tal
verdade de fé. Quando a pequena vidente Bernadette Soubirous perguntou-Lhe
quem era Ela, Nossa Senhora, depois de estender os braços — como se vê na
Medalha Milagrosa —, juntou as mãos à altura do coração e
respondeu: “Eu sou a Imaculada Conceição!”
E-mail do autor: oscarvidal@catolicismo.com.br
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Notas:
1.
“Imaculada Conceição: Significa que, desde o primeiro instante de sua
concepção, a Bem-aventurada Virgem Maria possuía a justiça e a santidade ou
graça, com as virtudes infusas e os dons do Espírito Santo, e a integridade da
natureza” (Cardeal Gasparri, Catéchisme Catholique, Nazareth, Chabeuil (Drôme),
1959, p. 73).
2.
Dogma, ou seja, as verdades nas quais todos católicos devemos crer.
3.
Vide Catolicismo, nº 647, novembro/2004, p. 36.
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