Roma, 16 Jun. 15 / 01:27 pm (ACI).- Uma das questões científicas mais desafiantes que o Papa Francisco enfrenta em sua nova encíclica sobre a criação é o tema da mudança climática, que de acordo com fontes que conheceram os trabalhos do documento pontifício a ser lançado no dia 18 de junho, o Papa aborda com uma perspectiva equilibrada.
A fonte, que solicitou permanecer no anonimato, indicou: “O Papa Francisco considera que as grandes forças naturais não estão sob nosso controle, mas as humanas sim, e sendo assim, existe uma evidência científica muito forte que demonstra que os fatores humanos estão tendo um grande impacto e causando um estrago à natureza e também à vida das pessoas do mundo inteiro, especialmente os pobres”.
“A comunidade científica está dando respostas claras, consensuais, mas complexas” e estas causas são consideradas tanto naturais como humanas e devem ser suavizadas na medida do possível. Segundo a encíclica ‘Laudato si’, declara a fonte, “isto nos convida a sermos moralmente responsáveis pelo que fazemos, a atuar para frear e reverter esta tendência e esforçar-nos ao máximo das nossas possibilidades para prevenir estragos posteriores”.
“Isto requer uma mudança de coração e estabelecer novos modos de produzir, distribuir, e consumir e ter o objetivo de cuidar melhor da nossa casa comum e dos seus habitantes”, recalcou, acrescentando que “sua reação diante de uma garrafa plástica jogada fora é uma questão de coração e não da mente. E isto é algo que provém do pensamento franciscano, não é do New Age”.
Para esta fonte, que conhece de perto a encíclica do Papa, a grande novidade da carta ‘Laudato si’ é que “está pensada para crentes e não crentes, ou seja, tanto para fiéis católicos como para pessoas não crentes de boa vontade”.
O Santo Padre, explicou: “Esta encíclica tem uma ampla visão geral, a capacidade de ajudar-nos a caminhar para uma ecologia mais integral que nos compreende e inclui todas as pessoas”.
A encíclica permitirá que todas as pessoas estejam envolvidas, “desde aquelas apaixonadas pelas árvores ou pela água potável, até aquelas que moram em bairros normais ou aqueles que trabalham em políticas ecológicas em Nova Iorque e podem sentir-se chamados à ação”.
“Ninguém poderá dizer ‘ah, o Santo Padre falou somente neste sentido ou em outro’. “Ninguém deveria pensar ‘tenho a consciência tranquila porque não está dirigida à mim’”, advertiu.
Por último, analisando a linha do texto, a fonte disse: “ ‘Laudato si’ “será um ‘abraço’ magnífico, que não é estático, nem um simples inventário ou lista de pontos a serem analisados”.
Se pudéssemos resumir em uma frase o conteúdo do documento, disse a fonte, faríamos assim: “A ‘Laudato si` se resume no seguinte: “Acabaram as comunidades fechadas. Não porque alguém derrubou a porta, mas porque estamos dizendo que não podemos continuar vivendo assim”, concluiu.
A expressão “Laudato si’” (Louvado seja) remete ao ‘Cântico das Criaturas’ de São Francisco de Assis, o religioso que inspirou o Papa Francisco na escolha do seu nome.
Esta será a segunda encíclica publicada pelo Papa Francisco durante o seu pontificado. A primeira foi ‘Lumen Fidei’, publicada em 5 de julho de 2013.
No último domingo, 14 de junho, depois da Oração do Ângelus, o Pontífice sublinhou: “Esta encíclica está dirigida a todos. Oremos para que todos possam receber sua mensagem e crescer na responsabilidade para com a casa comum que Deus nos confiou”.
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