“Acompanho com grande preocupação a crise humanitária no Iêmen.
A população encontra-se extenuada com o longo conflito e muitíssimas crianças
padecem a fome.“ "Rezemos forte, porque são crianças que têm fome, têm
sede, que não têm medicamentos e estão em risco de morte", exortou o Papa.
Raimundo de Lima - Cidade do Vaticano
Na oração do Angelus, ao
meio-dia, deste domingo (03/02), o Papa Francisco lançou um apelo em favor da
paz no Iêmen, país asiático situado na Península árabe, que há mais de quatro
anos vive uma guerra que está destruindo a nação, onde, segundo a Onu, “se vive
a pior crise humanitária do mundo”.
Na saudação aos vários
grupos de fiéis e peregrinos reunidos na Praça São Pedro, o Pontífice lançou
seu apelo com as seguintes palavras:
“Acompanho com grande
preocupação a crise humanitária no Iêmen. A população encontra-se extenuada com
o longo conflito e muitíssimas crianças padecem a fome, mas não se consegue ter
acesso aos depósitos de alimentos. O grito destas crianças e de seus pais sobem
a Deus. Faço apelo às partes envolvidas e à Comunidade internacional a fim de
favorecer com urgência a observância dos acordos alcançados, assegurar a
distribuição do alimento e trabalhar pelo bem da população. Convido todos a
rezar pelos irmãos do Iêmen.” Em seguida, o Santo
Padre puxou uma Ave-Maria… “Rezemos forte, porque são crianças que têm
fome, têm sede, que não têm medicamentos e estão em risco de morte. Levemos
para casa conosco este pensamento.”
Na alocução que precedeu
a oração mariana, Francisco ressaltou que a liturgia do dia era prossecução da
do domingo passado, que havia proposto o episódio da sinagoga de Nazaré, em que
Jesus lê uma passagem do profeta Isaias e ao final diz que aquelas palavras se realizam
“hoje”, n’Ele.
A liturgia deste IV
domingo do Tempo Comum mostra a admiração de seus concidadãos ao ver que um da
cidade deles “o filho de José”, pretende ser o Cristo, o enviado do Pai.
Dificuldade em aceitar a lógica de Deus
Sendo um deles, disse
Francisco, “eles consideram que deva mostrar esta sua estranha ‘pretensão’
fazendo milagres ali, em Nazaré, como fez nas cidades vizinhas”. “Mas Jesus não
quer e não pode aceitar essa lógica, porque não corresponde ao plano de Deus:
“Deus quer a fé, eles
querem milagres, os sinais; Deus quer salvar todos, e eles querem um Messias em
favor dos interesses deles. E para explicar a lógica de Deus, Jesus dá o
exemplo de dois grandes profetas antigos: Elias e Eliseu, que Deus mandou curar
e salvar pessoas não judias, de outros povos, mas que tinham confiado em sua
palavra.”
Diante deste convite a
abrir o coração deles à gratuidade e à universalidade da salvação, continuou o
Pontífice, os cidadãos de Nazaré se rebelam, e até mesmo assumem uma atitude
agressiva, que degenera a tal ponto que “se levantaram e o expulsaram da cidade
e o conduziram até um cimo da colina com a intenção de precipitá-lo de lá”. “A
admiração do primeiro instante transformou-se numa agressão, uma rebelião
contra Ele”, acrescentou o Papa.
Ontem como hoje, autêntica profecia enfrenta perseguição
Francisco ressaltou que
esta página do Evangelho (Lc 4,21-30) nos mostra que “o ministério público de
Jesus começa com uma rejeição e com uma ameaça de morte, paradoxalmente
propriamente por parte de seus concidadãos”.
“Ao viver a missão a Ele
confiada pelo Pai, Jesus sabe que deve enfrentar o cansaço, a rejeição, a
perseguição e a derrota. Um preço que, ontem como hoje, a autêntica profecia é
chamada a pagar.”
Mundo precisa ver profetas nos discípulos do Senhor
O Pontífice observou que,
porém, a dura rejeição não desencoraja Jesus, nem cessa o caminho e a
fecundidade da sua ação profética. “Ele segue adiante por seu caminho,
confiando no amor do Pai”, destacou.
“Também hoje, o mundo
precisa ver profetas nos discípulos do Senhor, isto é, pessoas corajosas e
perseverantes ao responder à vocação cristã. Pessoas que seguem o ‘impulso’ do
Espírito Santo, que as envia a anunciar esperança e salvação aos pobres e aos
excluídos; pessoas que seguem a lógica da fé e não dos milagres; pessoas
dedicadas ao serviço de todos, sem privilégios e exclusões. Em poucas palavras:
pessoas que se abrem a acolher em si mesmas a vontade do Pai e se comprometem a
testemunhá-la fielmente aos outros.”
Ainda na saudação aos fiéis e peregrinos presentes o
Pontífice ressaltou que na terça-feira, 5 de fevereiro, no Extremo Oriente e em
várias partes do mundo, milhões de homens e mulheres celebram o Ano Novo lunar.
O Papa saudou
cordialmente todas essas pessoas, fazendo votos de que em suas famílias se
pratiquem aquelas virtudes que ajudam a viver em paz consigo mesmas, com os
outros e com a criação, convidando-as a rezar pelo dom da paz, a ser acolhido e
cultivado com a contribuição de cada um.
"Caravana da Paz" e 150 anos da Ação Católica de Roma
Saudou ainda os rapazes e
moças da Ação Católica da Diocese de Roma, presentes na raça São Pedro ao
término da “Caravana da Paz”, festejando os 150 anos de fundação da Ação Católica
de Roma e os 50 anos do nascimento da Ação Católica dos Jovens de Roma. Dois
deles juntaram-se ao Papa ao término da oração mariana. Uma jovem leu uma breve
mensagem sobre tais festejos e atuação deles em favor da paz, após a qual foram
soltados vários balões que numerosos, coloriram o céu da Praça São Pedro.
Pedido de orações por viagem aos Emirados Árabes Unidos
Por fim, o Santo Padre
aludiu à sua iminente partida, no início da tarde deste domingo, em breve
viagem aos Emirados Árabes Unidos, pedindo a todos que o acompanhassem com suas
orações. Francisco estará em Abu Dhabi deste domingo até a próxima terça-feira,
3 a 5 de fevereiro.
(vaticannews)
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