terça-feira, 28 de junho de 2022

Palavra de Vida – junho 2022



“Tu és o meu Senhor. Não tenho outro bem acima de ti!” (Sal 16 [15],2)


A Palavra de Vida deste mês é retirada do livro dos Salmos, que reúne as orações por excelência, inspiradas por Deus ao rei David e a outros orantes, para ensinar como nos podemos dirigir a Ele. Com os Salmos, todos nos podemos identificar: tocam-se as cordas mais íntimas da alma. Exprimem-se os sentimentos humanos mais profundos e intensos: a dúvida e o sofrimento, a ira e a angústia, o desespero, a esperança, o louvor, a ação de graças, a alegria. Por isso, eles podem ser pronunciados por homens e mulheres de todos os tempos e culturas, em todos os momentos da vida.


“Tu és o meu Senhor. Não tenho outro bem acima de ti!”


O Salmo 16 era o preferido de muitos autores espirituais. Por exemplo, Santa Teresa de Ávila comentava: “A quem tem Deus, nada lhe falta. Só Deus basta!”. O Padre Antonios Fikri, teólogo da Igreja Ortodoxa, afirmava: “Este é o salmo da ressurreição. Por isso, a Igreja o reza nas primeiras horas […], tal como Cristo ressuscitou na aurora. Este salmo dá-nos esperança na nossa herança eterna. Por isso, houve quem o intitulasse “dourado”, para dizer que é uma palavra de ouro, uma joia da Sagrada Escritura”.  

Procuremos repeti-lo, pensando em cada palavra.

“Tu és o meu Senhor. Não tenho outro bem acima de ti!”


Esta oração envolve-nos, sentimos que a presença ativa e amorosa de Deus abarca todo o nosso ser e toda a Criação. Percebemos que Ele contém o nosso passado, o nosso presente, o nosso futuro. Nele encontramos a força para enfrentar com confiança os sofrimentos que encontramos no nosso caminho e a serenidade para levantar o olhar para além das sombras da vida, para a esperança.

Como poderemos então viver a Palavra de Vida deste mês? Esta foi a experiência da C.D.: «Há algum tempo comecei a não me sentir muito bem. Por isso, recorri a várias consultas médicas que implicavam longos tempos de espera. Finalmente, quando soube qual era a minha doença, a de Parkinson… foi um golpe muito duro! Tinha 58 anos. Como era possível? Perguntava a mim próprio: “Porquê?”. Sou professora de Motricidade e Ciências do Desporto, a atividade física faz parte de mim!

Parecia-me que estava a perder algo muito importante. Mas pensei na escolha que eu tinha feito quando era jovem: “És tu, Jesus Abandonado, o meu único bem!”.

Devido à medicação comecei logo a ficar melhor, mas não sei ao certo o que me irá acontecer. Tomei a decisão de viver o momento presente. Espontaneamente, depois do diagnóstico, comecei a escrever uma canção, para cantar a Deus o meu SIM: a alma encheu-se de paz!».

A frase deste salmo também ecoou de modo particular na alma de Chiara Lubich, que escreveu: «Estas simples palavras irão ajudar-nos a confiar Nele, irão treinar-nos a conviver com o Amor e, assim, cada vez mais unidos a Deus e cheios Dele, colocaremos e renovaremos os alicerces do nosso verdadeiro ser, feito à Sua imagem»[1].

Eis-nos então, neste mês de junho, unidos para elevar a Deus esta “declaração de amor” a Ele e para irradiar paz e serenidade à nossa volta.

Letizia Magri

(focolares)

[1] C. Lubich, Palavra de vida de julho de 2001, in Parole di Vita, a/c Fabio Ciardi (Opere di Chiara Lubich 5); Città Nuova, Roma 2017, p. 643.


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