sexta-feira, 30 de junho de 2023
Igreja dedicada ao Coração de Jesus é inaugurada na China
Abel Camasca
PEQUIM, 28 Jun. 23 / 08:00 pm (ACI).- Foi inaugurada Na China, uma igreja dedicada ao Sagrado Coração de Jesus e dois templos foram reabertos para receber os católicos.
Segundo a agência Fides, serviço noticioso das Pontifícias Obras Missionárias, o templo dedicado ao Coração de Jesus foi consagrado e inaugurado em 24 de junho, festa de são João Batista.
O novo templo pertence à paróquia de Longgang da diocese de Wenzhou, na China.
Na paróquia há uma antiga Igreja do Sagrado Coração, construída em 1928, mas confiscada pelo governo comunista em 1957. Em 1993 ela foi devolvida à igreja e reaberta em 1996.
Nos últimos anos, o número de católicos aumentou na região e tornou-se necessário um templo maior, cuja construção começou em 2018.
Para a inauguração, os padres, religiosos e o povo católico saíram em procissão do antigo recinto até chegarem à nova Igreja do Sagrado Coração. Ali, aconteceu a bênção da estrutura, do altar e do batistério.
No mesmo dia foram reabertos dois templos reformados em Jiangxi, província no sudeste da China.
O controle comunista sobre os católicos
Em outubro de 2022, a Santa Sé confirmou um acordo com a China que começou em 2018 e que pode ser renovado a cada dois anos. O acordo, que permanece secreto, trata da nomeação de bispos na China.
Após a assinatura em 2018, representantes do governo removeram cruzes e demoliram edifícios da Igreja. Há relatos de perseguição a padres e leigos que vivem na clandestinidade.
A Igreja Católica clandestina é a que se manteve fiel a Roma por muito tempo e sempre foi perseguida. O governo comunista, por sua vez, conta com a Associação Patriótica Católica da China, que controla a circulação dos fiéis e de seus pastores.
Após o acordo com a Santa Sé, os bispos da Associação Patriótica foram aceitos em plena comunhão com a Igreja Católica. Com isso, o governo passou a pressionar os padres e fiéis da clandestinidade a se unir à Associação Patriótica. Os que ainda se recusam muitas vezes enfrentam discriminação e até prisão.
(acidigittal)
Hoje a Igreja celebra os santos protomártires de Roma, vítimas da mentira de Nero
REDAÇÃO CENTRAL, 30 Jun. 23 / 05:00 am (ACI).- “A esses homens que levaram uma vida santa, veio juntar-se uma grande multidão de eleitos que, por causa dos ciúmes, sofreram todo o tipo de maus tratos e suplícios e deram um magnífico exemplo entre nós”, assinalava em uma carta aos Coríntios o papa são Clemente I.
Com o anúncio da Boa Nova dos Apóstolos, o número de fiéis foi crescendo cada vez mais. No entanto, o Senado romano rejeitou esta nova religião, que era contrária às tradições de Roma, e a declarou ilegal até o ano 35 d.C.
Mais tarde, para escapar da acusação de ter incendiado Roma, Nero culpou os cristãos, acusando-os de ser uma religião maléfica, que praticava o canibalismo, ao não entender o sentido da Eucaristia, e difamando-os como incestuosos, pelo costume que tinham de chamar-se irmãos e dar o beijo da paz.
Foi assim que desencadeou uma série de perseguições na qual milhares de cristãos deram suas vidas para proclamar e crer no verdadeiro amor de Deus que Jesus Cristo ensinou.
O Martirológio Jeronimiano é o primeiro a comemorar o martírio de mais de 900 pessoas nos tempos de Nero, com data de 29 de junho, o mesmo dia de são Pedro e são Paulo.
Atribui-se a são Pio V a primeira menção no Martirológio Romano desses protomártires com data de 24 de junho. Atualmente, a Igreja os celebra em 30 de junho.
(acidigital)
quinta-feira, 29 de junho de 2023
Santa Missa na Solenidade dos Santos Pedro e Paulo Apóstolos
Hoje é celebrada solenidade de são Pedro e São Paulo
REDAÇÃO CENTRAL, 29 Jun. 23 / 05:00 am (ACI).- “O dia de hoje é para nós dia sagrado, porque nele celebramos o martírio dos apóstolos são Pedro e são Paulo... Na realidade, os dois eram como um só; embora tenham sido martirizados em dias diferentes, deram o mesmo testemunho”, disse o bispo santo Agostinho (354-430) em seus sermões sobre a solenidade de são Pedro e são Paulo, celebrada hoje (29). No Brasil, porém, a celebração é transferida para o domingo e, neste ano, será no dia 2 de julho.
Esta celebração recorda que são Pedro foi eleito por Cristo: “Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja”. Humildemente, ele aceitou a missão de ser “a rocha” da Igreja.
O papa por sua parte, como sucessor de Pedro e vigário de Cristo, é o princípio e fundamento perpétuo e visível da unidade, tanto dos bispos como da multidão de fiéis. É pastor de toda a Igreja e tem poder pleno, supremo e universal. Por isso, também é comemorado nesta data o dia do papa.
Do mesmo modo, comemora-se são Paulo, o apóstolo dos gentios, que antes de sua conversão foi um perseguidor dos cristãos e passou, com sua vida, a ser um ardoroso evangelizador para todos os católicos, sem reservas no anúncio do Evangelho.
Como o papa Bento XVI disse em 2012, “a tradição cristã tem considerado são Pedro e são Paulo inseparáveis: na verdade, juntos, representam todo o Evangelho de Cristo”.
“Apesar de ser humanamente bastante diferentes e não obstante os conflitos que não faltaram no seu mútuo relacionamento, realizaram um modo novo e autenticamente evangélico de ser irmãos, tornado possível precisamente pela graça do Evangelho de Cristo que neles operava. Só o seguimento de Cristo conduz a uma nova fraternidade”, afirmou.
(acidigital)
quarta-feira, 28 de junho de 2023
Hoje é celebrado santo Irineu, bispo de Lyon e padre da Igreja
REDAÇÃO CENTRAL, 28 Jun. 23 / 05:00 am (ACI).- Santo Irineu foi bispo da cidade francesa de Lyon, padre da Igreja e é recordado por ter escrito muitas obras que forjaram as bases da teologia cristã e que confrontaram erros e heresias provenientes do gnosticismo do século II.
Irineu foi discípulo de são Policarpo, bispo daquela cidade, o qual, por sua vez, foi discípulo do apóstolo são João.
Sua principal obra é chamada “Contra as Heresias”, um escrito que consta de 5 volumes que refutam os ensinamentos de vários grupos gnósticos dos primeiros séculos da era cristã.
O gnosticismo é uma heresia muito antiga que defende que só se alcança a salvação da alma com um conhecimento quase intuitivo dos mistérios do universo e em umas fórmulas mágicas que esse conhecimento indica, o que hoje faria parte do new age.
Santo Irineu nasceu na Ásia Menor na primeira metade do século II; sua data de nascimento é desconhecida, mas diz-se que poderia ser por volta do ano 125.
Recebeu uma boa educação, pois tinha profundos conhecimentos das Sagradas Escrituras, da literatura e da filosofia. Além disso, em várias ocasiões viu e escutou o bispo são Policarpo em Esmirna.
Durante a perseguição de Marco Aurélio, Irineu era sacerdote da Igreja de Lyon. Tempos mais tarde, sucedeu o mártir são Policarpo como bispo da mesma cidade.
Durante a paz religiosa após a perseguição de Marco Aurélio, o novo bispo dividiu suas atividades entre os deveres de um pastor, missionário, e seus escritos, os quais quase todos eram dirigidos contra o gnosticismo, a heresia que se propagava entre os gauleses e outros lugares.
O ano de sua morte é desconhecido. Segundo uma tradição posterior, afirma-se que foi martirizado. Sua festa é celebrada em 28 de junho.
(acidigital)
terça-feira, 27 de junho de 2023
Palavra de Vida – junho 2023
«Sede alegres, tendei para a perfeição, animai-vos uns aos outros, tende um mesmo sentir, vivei em paz
e o Deus do amor e da paz estará convosco» (2 Cor 13, 11)
O apóstolo Paulo acompanhou com amor o crescimento da comunidade cristã da cidade de Corinto. Visitou-a e apoiou-a nos momentos difíceis.
Mas a uma certa altura, com esta carta, precisou de se defender das acusações de outros pregadores, que punham em causa o modo de atuar de Paulo: não se fazia remunerar pelo seu trabalho missionário, não falava segundo as regras da eloquência, não se apresentava com cartas de recomendação que atestassem a sua autoridade. Admitia publicamente que compreendia e vivia a sua vulnerabilidade à luz do exemplo de Jesus.
Porém, na conclusão da carta, Paulo lança aos Coríntios um apelo cheio de confiança e de esperança:
«Sede alegres, tendei para a perfeição, animai-vos uns aos outros, tende um mesmo sentir, vivei em paz e o Deus do amor e da paz estará convosco»
A primeira característica que vem em evidência é que as suas exortações são dirigidas à comunidade no seu conjunto, como lugar onde se pode experimentar a presença de Deus. As fragilidades humanas tornam difícil a compreensão recíproca, a comunicação leal e sincera, a concórdia respeitosa da diversidade de experiências e de modos de pensar. Mas todas essas fragilidades podem ser sanadas pela presença do Deus da paz.
Paulo sugere alguns comportamentos concretos e coerentes com as exigências do Evangelho: tender para a realização do projeto de Deus sobre cada um e sobre a comunidade, como irmãos e irmãs; fazer circular o mesmo amor de consolação que recebemos de Deus; cuidar uns dos outros, partilhando as aspirações mais profundas; aceitar-se reciprocamente, oferecendo e recebendo misericórdia e perdão; alimentar a confiança e a escuta.
São escolhas confiadas à nossa liberdade que, por vezes, implicam a coragem de se ser “sinal de contradição” face à mentalidade corrente.
É também por essa razão que o apóstolo recomenda o encorajamento mútuo neste compromisso. Para ele, o que tem valor é proteger e testemunhar com alegria o valor inestimável da unidade e da paz, na caridade e na verdade. Tudo, sempre, alicerçado na rocha do amor incondicional de Deus, que acompanha o seu povo.
«Sede alegres, tendei para a perfeição, animai-vos uns aos outros, tende um mesmo sentir, vivei em paz e o Deus do amor e da paz estará convosco»
Para viver esta Palavra de vida, olhemos também nós, como Paulo, para o exemplo e para os sentimentos de Jesus, que veio para nos trazer uma paz totalmente Sua[1]. De facto, a Sua paz «[…] não é apenas ausência de guerra, de conflitos, de divisões, de traumas. […]: é plenitude de vida e de alegria, é salvação integral da pessoa, é liberdade, é fraternidade no amor entre os povos. […] E o que fez Jesus para nos dar a “Sua” paz? Pagou-a pessoalmente. […] Colocou-se entre as partes em conflito, assumiu sobre si os ódios e as divisões, abateu os muros que separavam os povos[2]. […]
Também de nós é exigido um amor forte para a construção da paz. Um amor que seja capaz de amar até os que não nos amam, capaz de perdoar, de suplantar a categoria de inimigo, de amar a pátria alheia como a própria. […] Esta paz requer, também de nós, um coração novo e olhos novos para amar e ver em todos candidatos à fraternidade universal. […] “O mal provém do coração do homem “, escreveu Igino Giordani, e “para afastar o perigo da guerra é preciso afastar o espírito de agressão, de exploração e de egoísmo, de onde provém a guerra: é preciso restaurar a consciência”[3]»[4].
Bonita Park é um bairro de Hartswater, uma pequena cidade agrícola da África do Sul. Como no resto do país, persistem os efeitos herdados do regime de Apartheid, sobretudo no campo educativo: as qualificações escolares dos jovens pertencentes aos grupos negros e mestiços são muito inferiores às dos outros grupos étnicos, com o risco consequente de marginalização social.
O projeto “The Bridge” nasceu para criar uma mediação entre os diferentes grupos étnicos do bairro, vencendo as distâncias e diferenças culturais, com a criação de um programa pós-escolar e um pequeno espaço comunitário: um lugar de encontro entre as diferentes culturas, para crianças e adolescentes. A comunidade tem demonstrado um grande desejo de trabalhar juntos: o Carlos ofereceu a sua velha carrinha para irem buscar a madeira com que se fizeram os bancos, o diretor da escola elementar perto dali ofereceu prateleiras, cadernos e livros, enquanto a Igreja Reformada Holandesa ofereceu cinquenta cadeiras. Cada um deu o seu contributo para, no dia a dia, tornar mais sólida esta ponte entre culturas e etnias[5].
Texto preparado por Letizia Magri e pela equipa da Palavra de vida
[1] Cf. Jo 14, 27 [2] Cf. Ef 2, 14-18 [3] L’inutilità della guerra, Roma 20032, p. 111. [4] C. Lubich, Palavra de Vida de janeiro de 2004, em Parole di Vita, a/c Fabio Ciardi (Opere di Chiara Lubich 5), Città Nuova, Roma 2017, pp. 709-710. [5] Cf.:https://www.unitedworldproject.org/workshop/sudafrica-un-ponte-tra-culture; Spazio famiglia, marzo 2019, pp. 10-13.
(focolares)
Hoje é celebrada Nossa Senhora do Perpétuo Socorro
REDAÇÃO CENTRAL, 27 Jun. 23 / 05:00 am (ACI).- Hoje (27) é celebrada a festa de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, padroeira dos Padres Redentoristas e cujo ícone original está no altar principal da igreja de Santo Afonso, em Roma.
Esta imagem recorda o cuidado da Virgem por Jesus, desde a concepção até a morte, e que hoje continua a proteger os seus filhos que recorrem a Ela.
Diz-se que no século XV, um comerciante rico do Mar Mediterrâneo tinha a pintura do Perpétuo Socorro, embora se desconheça como chegou a suas mãos. Para proteger o quadro de ser destruído, decidiu levá-lo para a Itália e na travessia aconteceu uma terrível tempestade.
O comerciante pegou o quadro, pediu socorro e o mar se acalmou. Estando já em Roma, ele tinha um amigo, a quem mostrou o quadro e lhe disse que um dia todo o mundo renderia homenagem a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.
Depois de um tempo, o comerciante ficou doente e, antes de morrer, fez seu amigo prometer que colocaria a pintura em uma igreja ilustre. No entanto, a esposa do amigo se encantou com a imagem e ele não concretizou a promessa.
Nossa Senhora apareceu ao homem em várias ocasiões pedindo-lhe que cumprisse a promessa, mas por não querer desagradar sua esposa, ficou doente e morreu. Mais tarde, a Virgem falou com a filha de seis anos e lhe deu a mesma mensagem de que desejava que o quadro fosse colocado em uma igreja. A pequena foi e contou à sua mãe.
A mãe se assustou e a uma vizinha que zombou do ocorrido surgiram dores tão fortes que só aliviaram quando invocou arrependida a ajuda da Virgem e tocou o quadro.
Nossa Senhora apareceu novamente para a menina e lhe disse que a pintura devia ser colocada na igreja de São Mateus, que estava entre as basílicas de Santa Maria Maior e São João de Latrão. Finalmente, assim foi feito e se realizaram grandes milagres.
Séculos depois, Napoleão destruiu muitas igrejas, incluindo a de São Mateus, mas um padre agostiniano conseguiu secretamente tirar o quadro e, mais tarde, a pintura foi colocada em uma capela agostiniana em Posterula.
Os Redentoristas construíram a Igreja de santo Afonso sobre as ruínas da Igreja de São Mateus e, em suas investigações, descobriram que antes havia ali o milagroso quadro do Perpétuo Socorro e que estava com os Agostinianos, graças a um sacerdote jesuíta que conhecia o desejo da Virgem de ser honrada nesse lugar.
Assim, o superior dos Redentoristas solicitou ao beato Pio IX, que ordenou que a pintura fosse devolvida à Igreja entre Santa Maria Maior e São João de Latrão. Do mesmo modo, encarregou os Redentoristas de fazer com que Nossa Senhora do Perpétuo Socorro fosse conhecida.
Os Agostinianos, uma vez que souberam da história e do desejo do papa, de bom grado devolveram a imagem mariana para agradar a Virgem.
Hoje em dia, a devoção a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro tem se expandido por vários lugares, construindo-se igrejas e santuários em sua honra. Seu retrato é conhecido e reverenciado em todo o mundo.
(acidigital)
segunda-feira, 26 de junho de 2023
O grito dos pobres ergue-se cada vez mais forte
“Nunca afastes de algum pobre o teu olhar”, é o tema da Mensagem do Papa para o Dia Mundial dos Pobres na qual apela à prática da justiça e da caridade todos os dias.
Rui Saraiva – Portugal
Foi sob a inspiração criadora da Capela Sistina que o Papa Francisco encontrou na passada sexta-feira 23 de junho cerca de duzentos artistas e figuras da área cultural vindas de todo o mundo. Uma iniciativa no âmbito dos 50 anos da inauguração da Coleção de Arte Moderna dos Museus Vaticanos.
Na ocasião o Santo Padre fez uma exortação concreta sobre os pobres, pedindo aos presentes para serem “intérpretes” do seu “grito silencioso”.
“Queria pedir que não se esqueçam dos pobres, que são os preferidos de Cristo. Também os pobres necessitam de arte e de beleza. Alguns experimentam formas duras de privação da vida e, por isso, necessitam ainda mais de arte. Normalmente não têm voz e vocês podem ser intérpretes do seu grito silencioso”, disse Francisco.
Esta citação do Papa Francisco cria espaço para refletirmos aqui sobre a Mensagem do Santo Padre para o Dia Mundial dos Pobres neste ano de 2023 que tem lugar no Domingo que antecede a Solenidade de Cristo Rei.
Dar aos pobres justiça e caridade
“Empenhamo-nos todos os dias no acolhimento dos pobres, mas não basta; a pobreza permeia as nossas cidades como um rio que engrossa sempre mais até extravasar; e parece submergir-nos, pois o grito dos irmãos e irmãs que pedem ajuda, apoio e solidariedade ergue-se cada vez mais forte”, escreve o Papa no início da sua Mensagem para o Dia Mundial dos Pobres.
“Nunca afastes de algum pobre o teu olhar” é o tema de uma Mensagem baseada numa passagem do Livro de Tobias na qual Tobit, pede ao filho Tobias, antes de uma longa viagem, para lembrar-se sempre de Deus e recomenda-lhe a pratica da justiça todos os dias.
“Lembra-te sempre, filho, do Senhor, nosso Deus, em todos os teus dias, evita o pecado e observa os seus mandamentos. Pratica a justiça em todos os dias da tua vida e não andes pelos caminhos da injustiça”, pode-se ler na Mensagem do Papa citando o texto bíblico.
A exortação deste pai preocupado “torna-se ainda mais específica” e o Santo Padre cita de novo o texto sagrado: “Dá esmolas, conforme as tuas posses. Nunca afastes de algum pobre o teu olhar, e nunca se afastará de ti o olhar de Deus”.
“Muito surpreendem as palavras deste velho sábio”, sublinha o Papa. “Não esqueçamos, de facto, que Tobit perdeu a vista precisamente depois de ter praticado um ato de misericórdia. Como ele próprio conta, desde a juventude que se dedicou a obras de caridade”. Ele dava “muitas esmolas”, fornecia “pão aos esfomeados”, vestia “os nus” e dava sepultura a quem encontrava morto.
Na sua Mensagem, Francisco saliente que Tobit “por causa deste seu testemunho de caridade, viu-se privado de todos os seus bens pelo rei, ficando na pobreza completa”. No entanto, escreve o Papa, “o Senhor precisava ainda dele! Foi-lhe devolvido o seu lugar de administrador e ele não teve medo de continuar o seu estilo de vida”.
Não pôr silenciador a quem vive na pobreza
Para o Papa “vivemos um momento histórico que não favorece a atenção aos mais pobres. O volume sonoro do apelo ao bem-estar é cada vez mais alto, enquanto se põe o silenciador relativamente às vozes de quem vive na pobreza”.
O Santo Padre alerta para as novas formas de pobreza e lança um especial olhar para as vítimas da guerra. “Penso de modo particular nas populações que vivem em cenários de guerra, especialmente nas crianças privadas dum presente sereno e dum futuro digno. Ninguém poderá jamais habituar-se a esta situação; mantenhamos viva toda a tentativa para que a paz se afirme como dom do Senhor Ressuscitado e fruto do empenho pela justiça e o diálogo”, escreve o Papa.
Francisco lamenta “as especulações” que levam “a um aumento dramático dos preços deixando muitas famílias numa indigência ainda maior”. Refere também os problemas do mundo laboral como a precariedade do trabalho e “a remuneração não equivalente ao trabalho realizado”.
O Papa conclui a sua Mensagem para o Dia Mundial dos Pobres exortando os cristãos a uma partilha dos bens que corresponda “às necessidades concretas do outro”.
“Também aqui é preciso discernimento, sob a guia do Espírito Santo, para distinguir as verdadeiras exigências dos irmãos do que constitui as nossas aspirações. Aquilo de que seguramente têm urgente necessidade é da nossa humanidade, do nosso coração aberto ao amor”, declara o Papa Francisco.
Laudetur Iesus Christus
(vaticannews)
Hoje é celebrado são Josemaria Escrivá, “o santo do ordinário”
REDAÇÃO CENTRAL, 26 Jun. 23 / 05:00 am (ACI).- “Deus não te arranca do teu ambiente, não te retira do mundo, nem do teu estado de vida, nem das tuas ambições humanas nobres, nem do teu trabalho profissional... mas, aí, te quer santo!”, dizia são Josemaria Escrivá , fundador da Opus Dei e conhecido como “o santo do ordinário”.
São Josemaria Escrivá de Balaguer nasceu em Barbastro (Espanha – 1902) em uma família profundamente cristã. Quando criança, teve uma infância muito difícil. Três irmãs mais novas que ele morreram ainda meninas, o negócio de seu pai faliu e a família teve que se mudar para Logroño.
Certo dia, viu pegadas na neve dos pés descalços de um religioso e sentiu que Deus desejava algo dele. Pouco a pouco, foi aumentando sua inquietude vocacional e ingressou no seminário. Mais tarde, estudou Direito na Universidade de Saragoça.
Caracterizava-se por um caráter generoso e alegre, enquanto sua simplicidade e serenidade o fizessem muito querido entre seus companheiros. Tinha muito esmero na piedade, disciplina e estudo, tornando-se um exemplo para seus colegas.
Foi ordenado sacerdote em 28 de março de 1925. Anos mais tarde, com a permissão de seu Bispo, mudou-se para Madri para obter seu doutorado em Direito. Em 2 de outubro de 1928, Deus lhe fez ver o que queria dele e fundou a Opus Dei.
Na ocasião, são Josemaria definiu a Opus Dei como “uma mobilização de cristãos que soubessem sacrificar-se gostosamente pelos outros, que tornassem divinos os caminhos humanos da terra (todos!), santificando qualquer trabalho nobre, qualquer trabalho limpo”.
Em 1933, o santo promoveu uma academia universitária compreendendo que o mundo da cultura e da ciência é um ponto importante para a evangelização de toda a sociedade. Com a eclosão da guerra civil em 1936, teve início a perseguição religiosa e são Josemaria se viu obrigado a refugiar-se em vários lugares até chegar a Burgos.
Com o fim da guerra, em 1939, retornou para Madri e terminou seus estudos de doutorado em direito. Sua fama de santidade foi se estendendo e dirigiu muitos exercícios espirituais a pedido de vários bispos e superiores religiosos. Em 1946, mudou-se para Roma e obteve da Santa Sé a aprovação definitiva da Opus Dei.
Aos poucos, foi-lhe sendo confiados cargos importantes no Vaticano e seguiu com atenção o Concílio Vaticano II, relacionando-se com muitos padres conciliares. Viajou por vários países da Europa e América, impulsionando e consolidando o trabalho apostólico da Opus Dei. É autor do livro ‘Caminho’, que se converteu em um clássico moderno da espiritualidade católica.
“Ali onde estão vossas aspirações, vosso trabalho, vossos amores, ali está o lugar de seu encontro cotidiano com Cristo”, incentivava são Josemaria.
Partiu para a Casa do Pai em 26 de junho de 1975, por causa de uma parada cardíaca, e aos pés de um quadro da Santíssima Virgem de Guadalupe. Foi canonizado por João Paulo II em 2002.
(acidigital)
domingo, 25 de junho de 2023
sábado, 24 de junho de 2023
João Batista – a voz que anuncia a Palavra!
Filho de um casal idoso, de Isabel estéril e Zacarias sem fé, João Batista, que a Igreja recorda neste sábado, 24 de junho, "foi um presente que Deus ofereceu para a humanidade aprender olhar para frente!". O Padre Maicon André Malacarne assina artigo em que traça as principais características do homem que vivia próximo ao rio Jordão e batizou Jesus.
Pe. Maicon André Malacarne*
Os quatro evangelistas e também o historiador Flávio Josefo, contemporâneo a São Paulo, traçaram as características principais de João Batista, cujo nascimento celebramos hoje: era um homem piedoso e de oração, vivia próximo ao rio Jordão onde batizava e, mais tarde, foi preso e morto decapitado pelo rei Herodes. Jesus ficou impressionado pelo projeto do Batista e foi até ele para ser batizado.
Da solenidade de hoje, alguns pontos que podem ajudar a meditar:
1. João Batista foi filho de um casal idoso. Isabel era estéril e Zacarias havia perdido a fé. Da esterilidade e da incredulidade nasceu uma esperança, uma promessa! O nascimento de João foi motivo de alegria, de festa, um milagre! O Batista foi um presente que Deus ofereceu para a humanidade aprender olhar para frente!
2. João foi um projeto de vida! Ao batizar Jesus, ele fechava o Antigo Testamento e abria o Novo Testamento. Não era mais necessário profetas para falar em nome de Deus, mas Deus mesmo se fez humano, em Jesus Cristo! João foi capaz de perceber e anunciar o verbo encarnado!
3. João aprendeu a descentralizar! Mesmo com as pessoas que o procuravam e queriam viver como ele, percebeu que o centro deveria ser Jesus: «Ele deve crescer e eu diminuir» (Jo 3,30). João não buscava prestígio, mas acreditava em um tempo novo, com mais justiça, solidariedade e verdade e percebia que só Jesus Cristo seria o caminho. Foi também nessa fidelidade que denunciou as corrupções de Herodes, o que lhe custou a vida.
Santo Efrém (306-373), um dos maiores representantes do cristianismo da Síria, teólogo, compositor e poeta, sistematizou a relação de João Batista e Jesus Cristo de uma maneira bonita: «Aquele que batiza na água anuncia aquele que batizará no fogo e no Espírito Santo (cf. Mt 3, 11). A luz brilhante anuncia o sol da justiça, aquele que é cheio do Espírito anuncia aquele que dá o Espírito, aquele que viu a pomba e aquele sobre o qual a pomba pousou. João Batista é a voz que anuncia a Palavra».
(vaticannews)
sexta-feira, 23 de junho de 2023
Papa Francisco recebe o primeiro kit de peregrino da JMJ Lisboa 202
Papa Francisco recebe o kit de peregrino de dom Américo Aguiar / JMJ Lisboa 2023
Vaticano, 22 Jun. 23 / 01:54 pm (ACI).- O papa Francisco recebeu hoje (22) o primeiro kit de peregrino da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Lisboa 2023. O kit foi entregue pelo presidente da Fundação JMJ Lisboa 2023, dom Américo Aguiar, durante audiência no Vaticano.
“O Santo Padre, que foi o primeiro peregrino a inscrever-se na JMJ Lisboa 2023, foi também o primeiro a receber a mochila com os equipamentos básicos que serão entregues aos peregrinos inscritos no maior encontro de jovens de todo o mundo com o papa”, disse a organização da JMJ.
O papa Francisco foi o primeiro a fazer sua inscrição na JMJ Lisboa 2023, em 23 de outubro do ano passado, ao final do Ângelus, no Vaticano. Desde então, segundo o último levantamento divulgado pela JMJ em 31 de maio, havia cerca de 600 mil inscritos. A expectativa é que mais de um milhão de pessoas participem da jornada.
A organização da JMJ disse que os elementos que constituem o kit de peregrino vão ser divulgados em breve e os kits começarão a ser preparados para serem depois entregues aos milhares de peregrinos que irão à jornada.
(acidigital)
(acidigital)
Hoje é celebrado são José Cafasso, padroeiro das prisões e modelo de confessor
REDAÇÃO CENTRAL, 23 Jun. 23 / 05:00 am (ACI).- “Não será morte, mas um doce sonho para ti, minha alma, se ao morrer te assiste Jesus e te recebe a Virgem Maria”, escreveu pouco tempo antes de morrer São José Cafasso, padroeiro das prisões italianas e modelo de sacerdote comprometido com a confissão e direção espiritual. Sob sua orientação, formou-se São João Bosco.
São José Cafasso nasceu na Itália, em 1811. Desde pequeno, sua família e as pessoas do povoado o estimavam como um “santinho”. Foi ordenado sacerdote em 1833 e, meses depois, estabeleceu-se no Colégio Eclesiástico para aperfeiçoar sua formação sacerdotal.
São José Cafasso acompanhou à forca muitos condenados à morte e todos morreram confessados, arrependidos e assistidos por sua paternal presença, porque lhe recordavam Cristo prisioneiro.
São José Cafasso ajudou São João Bosco no seminário e, mais tarde, no Colégio. No apostolado das prisões, Bosco presenciou os horrores que a juventude sofre por não ter quem os oriente na fé e na educação. Assim, foi surgindo a inquietude de criar obras que previnam os jovens de parar nesses lugares.
Apesar das críticas, São José Cafasso sempre defendeu o serviço juvenil de seu discípulo e tornou-se um benfeitor da nascente comunidade salesiana.
Todos os tipos de pessoas necessitadas até o Padre Cafasso. Ele se caracterizava por sua amabilidade e uma alegria contagiante. Costumava incutir em seus alunos uma grande devoção ao Santíssimo Sacramento e à Virgem Maria.
“Toda santidade, perfeição e proveito de uma pessoa está em fazer perfeitamente a vontade de Deus... querer o que Deus quer, querê-lo no modo, no tempo e nas circunstâncias que Ele quer, e querer tudo isso unicamente porque Deus assim o quer”, dizia São José Cafasso.
Certo dia, em um sermão, expressou: “Como é belo morrer em um sábado, dia da Virgem, para ser levado por Ela para o céu”. Assim aconteceu, partiu para a casa do Pai no sábado, 23 de junho de 1860.
São João Bosco, na oração fúnebre, recordou seu diretor espiritual e confessor como mestre do clero, um seguro conselheiro, consolo dos moribundos e grande amigo.
(acidigital)
quinta-feira, 22 de junho de 2023
Hoje é festa de são Tomás More, padroeiro dos governantes e políticos
REDAÇÃO CENTRAL, 22 Jun. 23 / 05:00 am (ACI).- “O homem não pode ser separado de Deus, nem a política da moral”, disse são Tomás More, declarado padroeiro dos governantes e dos políticos por são João Paulo II e cuja memória litúrgica é recordada hoje (22).
Morreu mártir quando se negou a reconhecer o divórcio de Henrique VIII e o projeto de uma igreja liderada pelo rei da Inglaterra e não pelo papa.
São Tomás nasceu em Londres, em 1477, e manteve sempre uma vida de fé. Graduou-se na Universidade de Oxford como advogado e sua carreira bem-sucedida o levou ao parlamento. Casou-se com Jane Colt, teve um filho e três filhas. Após a morte de sua esposa, casou-se com Alice Middleton.
Em 1516, são Tomás escreveu o seu livro mais famoso, conhecido como “Utopia”. Esta obra chamou muito a atenção de Henrique VIII e o colocou em um cargo importante.
Quando o rei Henrique VIII continuava com a intenção de repudiar sua esposa para se casar com outra e planejava se separar da Igreja de Roma para formar a igreja anglicana sob sua autoridade, são Tomás More renunciou.
Em seguida, Tomás se dedicou a escrever em defesa da Igreja e com seu amigo, o bispo são João Fisher, recusou-se a obedecer ao rei como “cabeça” da igreja. Ambos, fiéis a Cristo, foram presos. Alguns meses após a prisão, executaram são João Fisher e posteriormente são Tomás, condenados como traidores do reino.
Antes de ser executado, o santo disse à multidão: “Morrerei como bom servidor do rei, mas sobretudo como servo de Deus”. Foi decapitado no dia 6 de julho de 1535. O dia de são Tomás More é comemorado a cada 22 de junho, junto com são João Fisher.
“A vida de são Tomás More ilustra, com clareza, uma verdade fundamental da ética política. De fato, a defesa da liberdade da Igreja face a indevidas ingerências do Estado é simultaneamente uma defesa, em nome do primado da consciência, da liberdade da pessoa frente ao poder político. Está aqui o princípio basilar de qualquer ordem civil respeitadora da natureza do homem”, disse são João Paulo II no ano 2000.
(acidigital)
quarta-feira, 21 de junho de 2023
Papa Francisco pede a astrónomos capacidade de maravilhar-se com o universo
O Telescópio Webb da NASA revela Cosmic Cliffs, uma paisagem brilhante de nascimento de estrelas / Flickr do Telescópio Espacial James Webb da NASA (CC BY 2.0).
Almudena Martínez-Bordiú
Vaticano, 20 Jun. 23 / 02:53 pm (ACI).- O papa Francisco escreveu uma mensagem aos participantes da escola de verão de Astronomia e Astrofísica do Observatório da Santa Sé, também conhecida como Specola. Ele pediu que não deixem de "surpreender-se" com a grandeza do universo.
Vinte e quatro estudantes de mais de vinte países se encontram esta semana na escola de verão de Astronomia e Astrofísica do Observatório da Santa Sé. O curso acontece na sede do Observatório, nos jardins de Castel Gandolfo, nos arredores de Roma (Itália), até 30 de junho.
Na carta, divulgada hoje (20), pela Sala de Imprensa da Santa Sé, Francisco destaca o estupor causado "pelas grandes descobertas sobre o universo que os astrônomos nos oferecem nestes dias".
Ele relembrou as imagens "maravilhosas" enviadas do novo telescópio espacial James Webb, dizendo que assim que o Observatório Vera Rubin começar a funcionar, "promete nos deixar ver como o universo cresce e muda diante de nossos olhos".
“A dimensão do universo sempre foi fonte de estupor para a humanidade”, disse o papa. “Seu tamanho pode parecer fascinante, até mesmo assustador”.
Francisco disse que sua esperança é que os estudantes de astronomia não fiquem “satisfeitos com os resultados de seus estudos até o ponto que não serem também surpreendidos por eles".
"E mesmo que o olhar de vocês passe pela janela da astronomia, não se esqueçam das outras janelas que podem lhes mostrar realidades importantes, como a compaixão e o amor, realidades que vocês também estão encontrando na amizade que está crescendo entre vocês nestes dias”.
Para o papa, “talvez o mais surpreendente deste universo é que ele contém criaturas como nós que são capazes de observá-lo com admiração e questioná-lo”.
Por isso, incentivou-os a nunca perderem o sentido de serem surpreendidos e maravilhados, tanto em suas pesquisas quanto em suas vidas: " Que vocês possam sempre ser movidos pelo amor à verdade e maravilhados com tudo o que cada fragmento do universo lhes oferece”.
(acidigital)
Hoje é a festa de são Luís Gonzaga, padroeiro da juventude cristã
REDAÇÃO CENTRAL, 21 Jun. 23 / 07:00 am (ACI).- Hoje (21) é celebrada a festa de são Luís Gonzaga, padroeiro da juventude cristã e protetor dos jovens estudantes. Ele passou por muitas incompreensões e sofrimentos na “vida de luxo” que teve que experimentar, até que ouviu um “chamado especial”.
São Luís Gonzaga nasceu em 1568 na Itália, em uma família nobre. Sua mãe, preocupada pelas questões de fé, consagrou-o à Virgem e batizou-o, enquanto ao seu pai só interessava o futuro mundano do filho e que fosse soldado como ele.
São Luís frequentava muito os quartéis e aprendeu a importância de ser corajoso, mas também adquiriu um vocabulário rude. Seu tutor o fez ver que essa linguagem era grosseira, vulgar e blasfema. Então, o menino nunca mais voltou a falar desse modo.
Aos poucos foi crescendo na fé e, aos nove anos, fez um voto de virgindade. Quando tinha treze anos, conheceu o bispo são Carlos Borromeu, que ficou impressionado com a sabedoria e a inocência de Luís e deu-lhe a Primeira Comunhão.
Alguns historiadores afirmam que o ambiente em que se vivia na nobreza e sociedade daquela época estava repleto de fraude, vício, crime e luxúria. Por isso, são Luís se submeteu a uma ordem rigorosa e práticas de piedade constantes, sem descurar de suas responsabilidades na corte.
Por assuntos de seu pai, teve que viajar para a Espanha e, na igreja dos jesuítas em Madri, ouviu uma voz que lhe dizia: “Luís, ingressa na Companhia de Jesus”. Sua mãe recebeu com alegria os projetos de Luís, mas o pai ficou furioso e não aceitou facilmente a inquietude vocacional do filho.
Mais tarde, depois de tê-lo enviado a várias viagens e lhe dado cargos importantes, o pai teve que ceder e escreveu ao superior dos jesuítas dizendo: “Envio o que mais amo no mundo, um filho no qual toda a família tinha colocado suas esperanças”.
São Luís entrou para o noviciado da Companhia de Jesus. Continuou com suas penitências e mortificações que já tinham afetado a sua saúde. Com o tempo, tornou-se um noviço modelo, manteve-se fiel às regras e sempre buscava exercer as tarefas mais humildes. Em algumas ocasiões, durante o intervalo ou no refeitório, caia em êxtase.
Naquela época, a população de Roma foi afetada por uma epidemia de febre, os jesuítas abriram um hospital onde os membros da ordem atendiam. Luís começou a mendigar mantimentos para os doentes e conseguiu cuidar dos enfermos até que contraiu a doença.
Recuperou-se desse mal, mas ficou afetado por uma febre intermitente que em poucos meses levou-o a um estado de grande debilidade. Acompanhado por seu confessor são Roberto Belarmino, foi se preparando para a morte.
Em uma ocasião, caiu em êxtase e lhe foi revelado que morreria na oitava de Corpus Christi. Com o olhar posto no crucifixo e o nome de Jesus em seus lábios, partiu para a Casa do Pai por volta da meia noite, entre os dias 20 e 21 de junho, com apenas 23 anos.
(acidigital)
terça-feira, 20 de junho de 2023
China. Gratidão: paróquia dedicada ao Sagrado Coração celebra 150 anos de criação
A devoção ao Sagrado Coração de Jesus na China acompanha e conforta a fé de muitos católicos chineses e é expressa de várias maneiras, a começar pelos muitos ícones e estátuas espalhados em santuários.
Inúmeras igrejas em todo o país são dedicadas ao Sagrado Coração de Jesus.
Não há uma família católica chinesa que não tenha pelo menos uma imagem do Sagrado Coração em sua casa
Vatican News
Por ocasião da JMJ, governo português perdoa penas e multas de jovens
Lisboa, 19 Jun. 23 / 03:57 pm (ACI).- O governo português anunciou hoje (19) aprovou “a proposta de lei que estabelece perdão de penas e anistia de infrações praticadas por jovens”.
“As medidas de clemência propostas, focadas nos jovens, têm lugar no quadro da realização em Portugal da Jornada Mundial da Juventude, que contará com a presença de Sua Santidade o papa Francisco, cujo testemunho de vida e de pontificado está fortemente marcado pela exortação da reinserção social das pessoas em conflito com a lei penal”, diz comunicado oficial.
Pela proposta fica estabelecido “um perdão de um ano a todas as penas de prisão até oito anos”. É também fixado “um regime de anistia que compreende as contraordenações cujo limite máximo de coima aplicável não exceda mil euros e as infrações penais cuja pena não seja superior a um ano de prisão ou a 120 dias de pena de multa”.
A proposta determina ainda “exceções ao perdão e anistia”. Assim, não pode ser beneficiado “quem tiver praticado crimes de homicídio, de infanticídio, de violência doméstica, de maus-tratos, de ofensa à integridade de física grave, de mutilação genital feminina, de ofensa à integridade física qualificada, de casamento forçado, de sequestro, contra a liberdade e autodeterminação sexual, de extorsão, de discriminação e incitamento ao ódio e à violência, de tráfico de influência, de branqueamento ou de corrupção”.
A lei abrange “as infrações praticadas até 19 de junho de 2023 por pessoas que tenham entre 16 e 30 anos de idade”. A proposta ainda será submetida à Assembleia da República.
(acidigital)
Hoje é a festa de são João de Matera, monge eremita
REDAÇÃO CENTRAL, 20 Jun. 23 / 05:00 am (ACI).- São João de Matera foi um monge italiano que fundou a congregação beneditina de Pulsano e viveu como eremita nas montanhas do sul da Itália.
Sua congregação fazia parte da grande família beneditina, mas há muito desapareceu.
O santo nasceu na cidade de Matera (que na época pertencia ao reinado de Nápoles), na Itália, por volta de 1070.
Quando ainda era criança, sonhava em viver como um eremita. Por isso, deixou a casa dos pais e viajou para uma ilha, em frente a Taranto, onde existia um mosteiro, no qual ingressou como pastor dos rebanhos dos monges.
Em Ginosa começou a pregar e a promover a restauração da igreja, que se tornou o núcleo de um convento. Um dia foi acusado de se apropriar de propriedade de uma igreja e foi preso depois de ser acusado diante do governador da província.
Pouco depois de estar na prisão, escapou de uma forma que ninguém conseguia explicar, por isso, dizia-se que tinha sido libertado por um anjo. Chegou a Cápua e teve que seguir viagem, pois os moradores não permitiram que ficasse.
Em Bari, foi acusado de herege pela austeridade que pregava, mas foi libertado após se defender brilhantemente nos tribunais.
Em 1130, no antigo mosteiro de são Gregório de Pulsano, que reconstruiu, fundou uma congregação monástica na qual conferiu a regra de são Bento e foi abade por 10 anos.
Em pouco tempo, a comunidade já contava com 50 monges e se tornou muito conhecida. Morreu em 20 de junho de 1139, em Foggia (Pulla), onde tinha ido para difundir a congregação.
(acidigital)
segunda-feira, 19 de junho de 2023
CARTA APOSTÓLICA
CARTA APOSTÓLICA
SUBLIMITAS ET MISERIA HOMINIS
DO SANTO PADRE FRANCISCO
NO IV CENTENÁRIO DO NASCIMENTO
DE BLAISE PASCAL
Grandeza e miséria do homem é o paradoxo que está no centro da reflexão e mensagem de Blaise Pascal, nascido há quatro séculos, em 19 de junho de 1623, em Clermont, no centro da França. Desde criança e por toda a vida, procurou a verdade. Com a razão, esquadrinhou os sinais dela, especialmente nos campos da matemática, geometria, física e filosofia. Em idade ainda muito precoce, fez descobertas extraordinárias, alcançando fama considerável. Mas não ficou por aí. Num século de grandes progressos em muitos campos da ciência, acompanhados porém dum crescente espírito de ceticismo filosófico e religioso, Blaise Pascal mostrou-se um incansável investigador do verdadeiro: como tal, permanece sempre «inquieto», atraído por novos e mais amplos horizontes.
Na verdade, uma razão assim arguta e, ao mesmo tempo, tão aberta nunca silenciava nele a questão, antiga e sempre nova, que ressoa no ânimo humano: «Que é o homem para Te lembrares dele, o filho do homem para com ele Te preocupares?» ( Sal 8, 5). Esta pergunta está gravada no coração de cada ser humano, em todo o tempo e lugar, de qualquer civilização e língua, independentemente da sua religião. Assim vemos Pascal interrogar-se: «Que é um homem na natureza? Um nada comparado com o infinito, um tudo comparado com o nada». [1] É o mesmo interrogativo que aparece encastoado lá no Salmo 8, no centro duma história de amor entre Deus e o seu povo, história realizada na carne do «Filho do homem», Jesus Cristo, que o Pai entregou até ao ponto de Lhe fazer sentir o seu abandono para O coroar de glória e honra acima de toda a criatura (8, 6). A tal interrogativo, expresso numa linguagem muito diferente das linguagens da matemática e da geometria, Pascal nunca se fechou.
Na base disto, parece-me poder reconhecer nele uma atitude de fundo, que definiria «abertura estupefacta à realidade», que é abertura às outras dimensões do saber e da existência, abertura aos outros, abertura à sociedade. Por exemplo, em 1661 esteve na origem, em Paris, da primeira rede de transportes públicos da história, as designadas «Carrosses à cinq sols». Se o sublinho desde o início desta Carta, é para insistir no facto de que nem a sua conversão a Cristo, sobretudo a partir da sua «Noite de Fogo» em 23 de novembro de 1654, nem o seu extraordinário esforço intelectual de defesa da fé cristã fizeram dele uma pessoa isolada do seu tempo. Estava atento aos problemas então mais sentidos, bem como às necessidades materiais de todos os componentes da sociedade em que vivia.
Para ele, a abertura à realidade significava não se fechar aos outros, nem mesmo na hora da sua última doença. Deste período (tinha ele trinta e nove anos), chegam-nos palavras que exprimem o passo conclusivo de tal caminho evangélico: «Se os médicos falam verdade (e Deus permita que eu recupere desta doença), estou decidido para o resto da minha vida a não ter outro emprego nem outra ocupação além do serviço aos pobres». [2] É comovente constatar que, nos últimos dias da sua vida, um pensador tão genial como Blaise Pascal não via urgência mais sublime para investir as suas energias do que as obras de misericórdia: «O único objeto da Escritura é a caridade». [3]
Alegro-me, pois, pelo facto de a Providência me ter dado, neste IV centenário do seu nascimento, ocasião de lhe prestar uma especial homenagem e evidenciar, no seu pensamento e na sua vida, aquilo que me parece capaz de estimular os cristãos do nosso tempo e todos os homens e mulheres de boa vontade na busca da verdadeira felicidade: «Que todos os homens procuram ser felizes, é regra sem exceção, por mais diversos que sejam os meios a que recorrem. Todos tendem para esta finalidade». [4] Quatro séculos depois do seu nascimento, Pascal continua a ser para nós o companheiro de estrada que acompanha a nossa busca da verdadeira felicidade e, na medida do dom da fé, o nosso reconhecimento humilde e jubiloso do Senhor morto e ressuscitado.
Um enamorado de Cristo, que fala a todos
Se Blaise Pascal consegue tocar a todos, é sobretudo porque falou admiravelmente da condição humana. Mas seria errado ver nele apenas um especialista, embora genial, dos costumes humanos. O monumento formado pelos seus Pensamentos, de que alguns ditos isolados ficaram célebres, não se pode compreender realmente se se ignora que Jesus Cristo e a Sagrada Escritura constituem simultaneamente o centro e a chave do mesmo. Com efeito, se Pascal começou a falar do homem e de Deus, foi por ter chegado à certeza de que «não só conhecemos a Deus unicamente por Jesus Cristo, mas também nos conhecemos a nós mesmos apenas por Jesus Cristo. Só conhecemos a vida, a morte por meio de Jesus Cristo. Fora de Jesus Cristo, não sabemos o que é a nossa vida, a nossa morte, nem quem é Deus nem mesmo o que somos nós. Portanto sem a Escritura, cujo único objeto é Jesus Cristo, não conhecemos nada e não vemos senão escuridão». [5] Uma afirmação assim extrema merece ser esclarecida, para ser compreendida por todos sem ser vista como pura afirmação doutrinal inacessível a quantos não partilham da fé da Igreja, nem como uma desvalorização das legítimas competências da inteligência natural.
Fé, amor e liberdade
Como cristãos, devemos precaver-nos da tentação de brandir a nossa fé como uma certeza incontestável que se imporia a todos. Pascal tinha, sem dúvida, a preocupação de dar a conhecer a todos que «Deus e o verdadeiro são inseparáveis »; [6] mas sabia que o ato de crer é possível pela graça de Deus, recebida num coração livre. Ele que, pela fé, chegara ao encontro pessoal com «o Deus de Abraão, o Deus de Isaac, o Deus de Jacob, não dos filósofos nem dos eruditos», [7] tinha reconhecido em Jesus Cristo «o Caminho, a Verdade e a Vida» ( Jo 14, 6). Por isso, a quantos querem continuar a buscar a verdade – tarefa sem fim, nesta vida –, proponho-lhes que se coloquem à escuta de Blaise Pascal, um homem de inteligência prodigiosa que quis recordar que, fora da perspetiva do amor, não há verdade que valha a pena: «Faz-se um ídolo até da própria verdade, pois a verdade fora da caridade não é Deus, é sua imagem e um ídolo que não se deve amar nem adorar ». [8]
Assim nos adverte Pascal contra as falsas doutrinas, as superstições ou a libertinagem que mantêm, a tantos de nós, longe da paz e alegria duradouras d’Aquele que deseja que escolhamos a vida e a felicidade, não a morte e a desventura (cf. Dt 30, 15.19). O drama, porém, da nossa vida é que às vezes vemos mal e, consequentemente, escolhemos mal. Na realidade, só podemos saborear a felicidade do Evangelho, «se o Espírito Santo nos permear com toda a sua força e nos libertar da fraqueza do egoísmo, da preguiça, do orgulho». [9] Além disso, «sem a sapiência do discernimento, podemos facilmente transformar-nos em marionetes à mercê das tendências da ocasião». [10] Por isso mesmo a inteligência e a fé viva de Blaise Pascal, que quis mostrar que a religião cristã é «venerável porque conhece bem o homem» e «amável porque promete o verdadeiro bem», [11] podem-nos ajudar a avançar por entre as trevas e as desgraças deste mundo.
Uma mente científica excecional
Quando sua mãe morreu em 1626, Blaise Pascal tinha três anos de idade. O pai Estêvão, um considerado jurista, é igualmente renomado pelas suas notáveis inclinações científicas, principalmente para a matemática e a geometria. Decidido a educar sozinho os seus três filhos – Jacqueline, Blaise e Gilberte –, instala-se em Paris no ano de 1632. Desde muito cedo, Blaise deu mostras duma mente excecional e duma grande exigência na busca da verdade, como refere sua irmã Gilberte: «Desde a infância, ele só se rendia àquilo que lhe parecia manifestamente verdadeiro; de tal modo que, quando não se lhe davam boas razões, procurava-as ele mesmo». [12] Um dia o pai surpreendeu o filho nas pesquisas de geometria e logo se apercebeu que Blaise, de doze anos, sem saber que tais teoremas existiam em livros com outros nomes, demonstrara completamente sozinho, desenhando por terra figuras, as primeiras trinta e duas proposições de Euclides. [13] Gilberte lembra-se de que então o pai ficou «espantado com a grandeza e o talento deste génio». [14]
Nos anos que se seguiram, Blaise Pascal fará frutificar o seu enorme talento, consagrando-lhe a própria força de trabalho. Desde os dezassete anos, frequenta os maiores sábios do seu tempo. Sucedem-se rapidamente as suas descobertas e publicações. Em 1642 (tinha ele dezanove anos), inventa uma máquina de aritmética, antecessora das nossas calculadoras. Blaise Pascal aparece-nos extremamente estimulante, já que nos recorda a grandeza da razão humana e convida a usá-la para decifrar o mundo que nos rodeia. A inteligência geométrica, ou seja, aquela sua capacidade de compreender em detalhe o funcionamento das coisas, ser-lhe-á útil toda a vida, como observou o eminente teólogo Hans Urs von Balthasar: «Da precisão própria dos domínios da geometria e das ciências da natureza, ele é capaz de alcançar a precisão muito diferente que é própria do domínio da existência em geral e da esfera cristã». [15] Este exercício cheio de confiança na razão natural, que o torna solidário com todos os seus semelhantes à procura da verdade, permitir-lhe-á reconhecer os limites da própria inteligência e, ao mesmo tempo, abrir-se às razões sobrenaturais da Revelação, atendo-se àquela lógica do paradoxo que confere a marca filosófica e o encanto literário aos seus Pensamentos: «A Igreja teve tanta dificuldade em mostrar que Jesus Cristo era homem, contra aqueles que o negavam, como a teve para mostrar que era Deus; e todavia os indícios eram tamanhos». [16]
Os filósofos
Sobressai um discurso filosófico em muitos escritos de Pascal, em particular nos seus Pensamentos: esse conjunto de fragmentos, publicados postumamente, que são as notas ou os rascunhos dum filósofo animado por um projeto teológico, cujos pesquisadores se empenham em reconstituir, não sem variações, a coerência e a ordem original. O amor apaixonado por Cristo e o serviço dos pobres, que mencionei no início, não foram tanto o sinal duma fratura no espírito deste discípulo corajoso, como sobretudo um aprofundamento rumo à radicalidade evangélica, o avançar para a verdade viva do Senhor com a ajuda da graça. Ele que tinha a certeza sobrenatural da fé, vendo-a claramente conforme à razão embora a ultrapasse infinitamente, quis levar o mais longe possível o debate com quantos não partilhavam a sua fé, porque, «àqueles que a não têm, só a podemos dar pelo raciocínio, esperando que Deus lha conceda pelo sentimento do coração ». [17] Trata-se duma evangelização cheia de respeito e paciência, que a nossa geração fará bem em imitar.
Portanto, para se compreender bem o discurso de Pascal sobre o cristianismo, é necessário estar atento à sua filosofia. Admirava a sabedoria dos filósofos gregos antigos, capazes de simplicidade e tranquilidade na sua arte de bem viver, como membros duma polis: «Não consegue imaginar Platão e Aristóteles como pedantes com grandes vestes. Eram pessoas honestas como as outras, rindo com os seus amigos. E, quando se divertiram a fazer as suas leis e as suas políticas [isto é, as grandes obras filosóficas que são As Leis (Platão) e A Política (Aristóteles)], fizeram-no como um jogo. Era a parte menos filosófica e mais divertida da sua vida; a mais filosófica era viver de forma simples e tranquila». [18] Não obstante a sua importância e utilidade, Pascal não deixa de discernir os limites destes filósofos: o estoicismo leva ao orgulho, [19] o ceticismo ao desespero. [20] A razão humana é, sem dúvida alguma, uma maravilha da criação, que distingue o homem dentre todas as criaturas, porque «o homem não passa duma cana, a mais frágil da natureza, mas é uma cana pensante». [21] Compreende-se assim que os limites dos filósofos sejam simplesmente os limites da razão criada. Por mais que Demócrito afirme «vou falar de tudo», [22] a verdade é que a razão sozinha não pode resolver as questões mais elevadas e impelentes. De facto, tanto na época de Pascal como hoje, qual é o assunto de maior interesse para nós? É o sentido integral do nosso destino, da nossa vida e da nossa esperança, concretamente uma felicidade que nada nos proíbe conceber como eterna, mas que só Deus é capaz de no-la dar: «Não há nada de tão importante para o homem como a sua condição; para ele, nada é tão assombroso como a eternidade». [23]
Meditando os Pensamentos de Pascal, encontramos de certa forma este princípio fundamental: «A realidade é superior à ideia», porque Pascal ensina a desviar-nos das «várias formas de ocultar a realidade», desde os «purismos angélicos» aos «intelectualismos sem sabedoria». [24] Nada é mais perigoso do que um pensamento desencarnado: «Quem quer fazer o anjo, faz a besta». [25] E as ideologias mortíferas, de que se continua a enfermar em âmbito económico, social, antropológico ou moral, mantêm os seus sequazes em redomas duma convicção onde a ideia substituiu o real.
A condição humana
A filosofia de Pascal, toda ela em paradoxos, deriva dum olhar simultaneamente humilde e lúcido, que procura alcançar a «realidade iluminada pelo raciocínio». [26] Parte da constatação de que o homem é como um estranho para si mesmo, grande e miserável; grande pela sua razão, a sua capacidade de dominar as paixões, grande até «na medida em que se reconhece miserável». [27] De modo particular aspira a algo mais do que satisfazer os próprios instintos ou resistir-lhes, «porque, aquilo que é natureza nos animais, chamamos-lhe miséria no homem». [28] Há uma desproporção insuportável entre a nossa vontade infinita de ser feliz e conhecer a verdade, por um lado, e, por outro, a nossa razão limitada e a nossa fragilidade física que leva à morte. De facto, a força de Pascal está também no seu inexorável realismo: «Não é preciso ter uma alma muito elevada para compreender que aqui não há satisfação verdadeira e sólida, que todos os nossos prazeres não passam de vaidade, que os nossos males são infinitos e que por fim a morte (ameaça de cada momento) há de infalivelmente colocar-nos, em poucos anos, no perigo terrível de sermos eternamente aniquilados ou infelizes. Não há nada de mais real do que isto, nem de mais terrível. Façamos os valorosos por mais que quisermos; aquele é o fim que espera a vida mais bela do mundo». [29] Nesta trágica condição, compreende-se que o homem não possa permanecer fechado em si mesmo, porque lhe são insuportáveis a sua miséria e a incerteza do seu destino. Daí a necessidade de se distrair, o que Pascal admite de bom grado: «É por isso que os homens amam tanto o barulho e o movimento». [30] Porque se o homem não se distrai da sua condição – e todos sabemos muito bem distrair-nos não só com o trabalho, os prazeres, as relações familiares ou amistosas, mas também, infelizmente, com os vícios a que levam certas paixões –, a sua humanidade experimenta «o seu nada, o seu abandono, a sua insuficiência, a sua dependência, a sua impotência, o seu vazio. [E saem] do fundo da sua alma o tédio, o mau humor, a tristeza, o desgosto, o rancor, o desespero». [31] E, no entanto, o divertimento não acalma nem satisfaz o nosso grande desejo de vida e felicidade. Isto, todos nós o sabemos bem!
É neste ponto que Pascal coloca a sua grande hipótese: «Que nos grita esta avidez e esta impotência senão que outrora houve no homem uma verdadeira felicidade, da qual agora lhe restam apenas as marcas e os vestígios completamente vazios e que tenta em vão preencher com tudo o que o rodeia, buscando nas coisas ausentes a ajuda que não obtém das presentes, mas que são todas incapazes disso porque este abismo infinito não pode ser preenchido senão por um objeto infinito e imutável, isto é, pelo próprio Deus». [32] Se o homem é como «um rei destronado», [33] que tende unicamente a recuperar a grandeza perdida mas vê-se incapaz disso, que é ele então? «Qual quimera é então o homem, qual raridade, qual monstruosidade, qual caos, qual sujeito de contradições, qual prodígio, juiz de todas as coisas, frágil verme da terra, depositário do verdadeiro, cloaca de incerteza e de erro, glória e escória do universo? Quem desenvencilhará este emaranhado?». [34] Pascal, como filósofo, vê claramente que, «à medida que vamos tendo luz, se descobre mais grandeza e mais baixeza no homem», [35] mas que estes opostos são inconciliáveis, porque a razão humana não consegue harmonizá-los, nem resolver o enigma.
Por este motivo Pascal sublinha que, se existe um Deus e se o homem recebeu uma revelação divina – como afirmam diversas religiões – e se esta revelação é verdadeira, deve encontrar-se nela a resposta que o homem espera para resolver as contradições que o atormentam: «As grandezas e as misérias do homem são tão visíveis que é preciso necessariamente que a verdadeira religião nos ensine se existe qualquer grande princípio de grandeza no homem e se existe um grande princípio de miséria. E é preciso ainda que ela nos dê a razão de ser destes contrastes assombrosos». [36] Ora, depois de estudar as grandes religiões, Pascal conclui que «nenhuma forma de pensamento, nenhuma prática ascética e mística pode oferecer um caminho de salvação», senão a partir do «critério superior de verdade que é a irradiação da graça na alma». [37] «Em vão, ó homens – escreve Pascal, imaginando o que poderia dizer-nos o verdadeiro Deus –, procurais em vós mesmos o remédio para as vossas misérias. Todas as vossas luzes podem, no máximo, compreender que não encontrareis em vós mesmos nem a verdade nem o bem. Os filósofos prometeram-vos isso, e não o conseguiram. Não sabem qual seja o vosso verdadeiro bem, nem qual seja a vossa verdadeira condição». [38]
Chegado a este ponto, Pascal que perscrutou, com a força singular da sua inteligência, a condição humana, a Sagrada Escritura e a tradição da Igreja, pretende, com a simplicidade do espírito de infância, propor-se como humilde testemunha do Evangelho. É um cristão que quer falar de Jesus Cristo àqueles que decidiram, um pouco precipitadamente, que não há motivos sólidos para acreditar nas verdades do cristianismo. Pascal, ao contrário, sabe por experiência que o conteúdo da Revelação não só não se opõe às exigências da razão, mas traz a resposta inaudita a que nenhuma filosofia teria podido chegar por si mesma.
Conversão: a visita do Senhor
No dia 23 de novembro de 1654, Pascal viveu uma experiência muito forte, de que se fala até agora como a sua «Noite de Fogo». Esta experiência mística, que o fez derramar lágrimas de alegria, foi tão intensa e decisiva para ele que a escreveu num pedaço de papel datado com precisão, o «Memorial», que guardara no forro do casaco sendo descoberto só depois da sua morte. É impossível saber a natureza exata do que se passou na alma de Pascal naquela noite, mas parece tratar-se dum encontro de que ele próprio reconheceu a analogia com aqueloutro, fundamental em toda a história da revelação e da salvação, vivido por Moisés diante da sarça ardente (cf. Ex 3). O termo « FOGO», [39]que Pascal quis colocar no cimo do «Memorial», convida-nos, ressalvadas as devidas proporções, a propor uma tal aproximação. O paralelismo parece ser indicado pelo próprio Pascal quando, imediatamente depois da evocação do fogo, retomou o título que o Senhor tomou para Si mesmo ao apresentar-Se a Moisés: «Deus de Abraão, Deus de Isaac e Deus de Jacob» ( Ex 3, 6.15), acrescentando: «não dos filósofos e dos eruditos. Certeza, certeza, sentimento, alegria, paz. Deus de Jesus Cristo».
Sim, o nosso Deus é alegria, e Blaise Pascal testemunha-o a toda a Igreja, bem como a quantos buscam a Deus:«Não se trata do Deus abstrato nem do Deus cósmico, não! É o Deus duma pessoa, duma chamada, o Deus de Abraão, de Isaac, de Jacob, o Deus que é certeza, que é sentimento, que é alegria». [40] Este encontro, que confirmou a Pascal a «grandeza da alma humana», cumulou-o duma alegria viva e inesgotável: «Alegria, alegria, alegria, lágrimas de alegria». E esta alegria divina torna-se, para Pascal, o lugar da profissão de fé e da oração: «Jesus Cristo. Estive separado d’Ele: fugi d’Ele, abandonei-O, reneguei-O, crucifiquei-O. Que eu nunca mais viva separado d’Ele». [41] É a experiência do amor daquele Deus pessoal, Jesus Cristo – desde que tomou parte na nossa história e incessantemente toma parte na nossa vida –, que introduz Pascal no caminho da conversão profunda e, consequentemente, desta «renúncia total e suave» [42] (porque vivida na caridade) ao «homem antigo corrompido por desejos enganadores» ( Ef 4, 22).
Como recordava São João Paulo II na sua Encíclica sobre as relações entre fé e razão, «filósofos, como Blaise Pascal», distinguiram-se pela recusa de qualquer «presunção», bem como pela sua opção por uma postura feita de «humildade» e simultaneamente de «coragem». Experimentaram que a fé «liberta a razão da presunção». [43] É claro que Pascal, já antes da noite de 23 de novembro de 1654, «não tinha dúvida alguma sobre a existência de Deus. Sabe também que este Deus é o sumo bem. (…) O que lhe falta e que ele espera, não é um saber mas um poder, não é uma verdade, mas uma força». [44] Agora esta força foi-lhe dada pela graça: sente-se atraído, com certeza e alegria, por Jesus Cristo: «Não conhecemos Deus senão por Jesus Cristo. Sem este mediador, está cortada toda a comunicação com Deus». [45] Descobrir Jesus Cristo é descobrir o Salvador e Libertador de que tenho necessidade: «Este Deus não é senão o reparador da nossa miséria. Por isso não podemos conhecer bem a Deus, sem conhecer as nossas iniquidades». [46] Como toda a conversão autêntica, a conversão de Blaise Pascal realiza-se na humildade, que nos liberta «da nossa consciência isolada e da autorreferencialidade». [47]
A inteligência imensa e inquieta de Blaise Pascal, repleta de paz e alegria perante a revelação de Jesus Cristo, convida-nos, segundo «a ordem do coração», [48] a caminhar com segurança iluminados por «estas luzes celestes». [49] Com efeito, se o nosso Deus é um «Deus escondido» ( Is 45, 15) é porque Ele «Se quis esconder», [50] de tal modo que a nossa razão, iluminada pela graça, nunca acabará de O descobrir. Portanto é pela iluminação da graça que O podemos conhecer. Mas a liberdade do homem deve abrir-se, apressando-Se Jesus a consolar-nos: «Tu não Me procurarias, se não me tivesses já encontrado». [51]
A ordem do coração e as suas razões de crer
Segundo as palavras de Bento XVI, «desde os primórdios, a tradição católica rejeitou o chamado fideísmo, que é a vontade de crer contra a razão». [52] Nesta linha, Pascal está profundamente apegado ao «bom senso da fé em Deus», [53] não só porque «a mente não pode ser forçada a crer naquilo que sabe ser falso», [54] mas também porque, «se ofender os princípios da razão, a nossa religião será absurda e ridícula». [55] Entretanto, se a fé é razoável, ela é também um dom de Deus, e não se pode impor: «Seria ridículo provar que alguém deve ser amado limitando-se a expor ordenadamente as causas do amor», [56] observa Pascal com o seu subtil humorismo, traçando um paralelo entre o amor humano e a forma como Deus Se nos manifesta. À semelhança do amor «que se propõe, mas não se impõe, o amor de Deus nunca se impõe». [57] Jesus «deu testemunho da verdade (cf. Jo 18, 37), mas não a quis impor pela força aos seus contraditores». [58] É por isso que «há bastante luz para quem nada mais deseja senão ver, e bastante escuridão para quem possui a disposição oposta». [59]
E prossegue afirmando que «a fé é diferente da prova. Esta é humana, aquela é um dom de Deus». [60] Por isso é impossível acreditar, «se Deus não inclina o coração». [61] Se a fé é duma ordem superior à razão, isto não significa de modo algum que se lhe opõe, mas que a supera infinitamente. Portanto ler a obra de Pascal não é descobrir, antes de tudo, que a razão esclarece a fé; mas entrar na escola dum cristão de racionalidade excecional, que soube melhor que ninguém dar-se conta duma ordem estabelecida, por dom de Deus, acima da razão: «A distância infinita entre os corpos e as mentes representa a distância imensamente mais infinita entre as mentes e a caridade, porque esta é sobrenatural». [62] Cientista perito de geometria, isto é, da ciência dos corpos colocados no espaço, e geómetra perito de filosofia, isto é, da ciência das mentes colocadas na história, Blaise Pascal, iluminado pela graça da fé, podia resumir assim a totalidade da sua experiência: «De todos os corpos juntos, não se conseguiria fazer sair um pequeno pensamento: é impossível, pertence a outra ordem. De todos os corpos e de todas as mentes não se pode tirar um impulso de verdadeira caridade: é impossível, pertence a outra ordem, à ordem sobrenatural ». [63]
Nem a inteligência geométrica nem o raciocínio filosófico permitem ao homem chegar, sozinho, a uma «visão perfeitamente nítida» do mundo e de si mesmo. A pessoa que se debruça sobre os detalhes dos seus cálculos, não beneficia da visão de conjunto que permite «entrever todos os princípios». Isto pertence à «inteligência intuitiva», cujos méritos se devem atribuir também a Pascal, porque, quando se procura ler a realidade, «é preciso vê-la de improviso e com um único olhar». [64] Esta inteligência intuitiva está ligada àquilo que Pascal chama o «coração»: «Conhecemos a realidade não só com a razão, mas também com o coração. É desta última forma que conhecemos os primeiros princípios e, em vão, procura pô-los em dúvida o raciocínio, que não tem parte nisso». [65] Ora as verdades divinas – tais como Deus que nos criou é amor; Ele é Pai, Filho e Espírito Santo; encarnou em Jesus Cristo, morreu e ressuscitou para nossa salvação – não são demonstráveis com a razão, mas podem ser conhecidas com a certeza da fé, passando então do coração espiritual à mente racional, que as reconhece como verdadeiras e pode por sua vez apresentá-las: «É por isso que aqueles a quem Deus deu a religião pelo sentimento do coração aparecem tão felizes e legitimamente convictos». [66]
Pascal nunca se resignou com o facto de alguns dos seus semelhantes não só não conhecerem Jesus Cristo, mas, por preguiça ou por causa das suas paixões, desdenharem levar o Evangelho a sério. Com efeito, é em Jesus Cristo que se joga a vida deles. «A imortalidade da alma é algo que de tal maneira nos pressiona, nos toca tão profundamente, que é preciso ser totalmente insensato para não estar interessado em saber como estão as coisas. (…) E é por isso que, no âmbito daqueles que não se sentem convictos, faço uma diferença extrema entre os que trabalham com todas as suas forças para se instruir e os que vivem sem se preocupar nem pensar nisso». [67] Nós próprios sabemos bem que muitas vezes procuramos fugir da morte ou dominá-la, pensando que poderíamos «banir o pensamento da nossa finitude» ou «retirar o poder da morte e afastar o medo. Mas a fé cristã não é uma forma de exorcizar o medo da morte; pelo contrário, ajuda-nos a enfrentá-la. Mais cedo ou mais tarde, todos nós passaremos por aquela porta. A verdadeira luz que ilumina o mistério da morte provém da ressurreição de Cristo». [68] Só a graça de Deus permite ao coração do homem ter acesso à ordem do conhecimento divino, à caridade. Isto levou um importante comentarista, contemporâneo de Pascal, a escrever que «o pensamento só consegue pensar cristãmente, se tiver acesso àquilo que Jesus Cristo implementa: a caridade». [69]
Pascal, a controvérsia e a caridade
Antes de concluir, é necessário evocar as relações de Pascal com o jansenismo. Uma das suas irmãs, Jacqueline, entrara para a vida religiosa em Port-Royal, numa congregação cuja teologia estava muito influenciada por Cornelius Jansen, dito Jansénio, que compusera um tratado, Augustinus, publicado em 1640. Já depois da sua «Noite de Fogo», Pascal fora fazer um retiro na abadia de Port-Royal, em janeiro de 1655. Ora, nos meses seguintes, reacendeu-se na Sorbona, a Universidade de Paris, uma controvérsia importante e já antiga contrapondo os jesuítas aos «jansenistas», que estavam ligados ao tratado Augustinus. A disputa centrou-se principalmente na questão da graça de Deus e na relação da graça com a natureza humana, em particular o livre arbítrio. Pascal, embora não pertencesse à congregação de Port-Royal nem tomasse partido (escreverá: «sou sozinho (…), não sou de Port-Royal» [70]), todavia foi encarregado pelos jansenistas de os defender, sobretudo porque era potente a sua arte retórica. Fê-lo em 1656 e 1657, publicando uma série de dezoito cartas, denominadas Provinciais.
Muitas propostas ditas «jansenistas» eram realmente contrárias à fé, [71] e Pascal reconhecia-o, mas contestava que elas estivessem presentes no Augustinus e fossem seguidas pelos membros de Port-Royal. Entretanto algumas das suas próprias afirmações, relativas por exemplo à predestinação, tiradas da teologia do último período de Santo Agostinho, cujas fórmulas foram aperfeiçoadas por Jansénio, não soam como verdadeiras. Todavia é preciso compreender que, assim como Santo Agostinho quis combater no século V os pelagianos, que afirmavam que o homem pode, por suas próprias forças e sem a graça de Deus, fazer o bem e ser salvo, assim também Pascal acreditava sinceramente que então estava a atacar o pelagianismo ou o semipelagianismo, que ele julgava identificar nas doutrinas seguidas pelos jesuítas molinistas (do nome do teólogo Luís de Molina, falecido em 1600, mas cuja influência ainda estava viva a meados do século XVII). Demos crédito à franqueza e sinceridade das suas intenções.
Esta Carta não é certamente o lugar para reabrir a questão. Entretanto aquilo que se adverte como justo nas posições de Pascal é válido ainda para o nosso tempo: há que reconhecer que o «neopelagianismo», [72] ao pretender que «tudo depende do esforço humano canalizado através de normas e estruturas eclesiais», [73] «nos intoxica com a presunção de uma salvação ganha com as nossas forças». [74] E podemos afirmar que a última posição de Pascal relativamente à graça e, em particular, ao facto de que Deus «quer que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade» ( 1 Tm 2, 4), aparece enunciada em termos perfeitamente católicos no final da sua vida. [75]
Como fazia notar quase ao princípio, Blaise Pascal, no termo da sua vida, breve mas duma riqueza e fecundidade extraordinárias, colocou o amor dos seus irmãos em primeiro lugar. Sentia-se e reconhecia-se membro de um só corpo, porque «Deus tendo feito o céu e a terra, que não sente a felicidade do seu ser, quis criar seres capazes de a conhecerem e formarem um corpo de membros pensantes ». [76] Na sua posição de fiel leigo, Pascal saboreou a alegria do Evangelho, com que o Espírito quer fecundar e curar «todas as dimensões do homem» e reunir «todos os homens à volta da mesa do Reino». [77] Em 1659, quando compôs a magnífica Oração para pedir a Deus o bom uso das doenças, Pascal é um homem pacificado, que já não se situa na controvérsia, nem mesmo na apologética. Estando muito doente e à beira da morte, pede para comungar, mas não o pôde fazer imediatamente. Então dirige estas palavras à sua irmã: «Não podendo comungar a cabeça [Jesus Cristo], queria comungar os membros». [78] E «tinha um grande desejo de morrer na companhia dos pobres». [79] «Morre com a simplicidade duma criança»: [80] diz-se dele pouco antes de exalar o último respiro em 19 de agosto de 1662. Depois de receber os Sacramentos, as últimas palavras foram: «Que Deus nunca me abandone». [81]
Possam a sua obra luminosa e os exemplos da sua vida, tão profundamente batizada em Jesus Cristo, ajudar-nos a percorrer até ao fim o caminho da verdade, da conversão e da caridade. Pois a vida dum homem é tão curta: «Alegria eterna por um dia de trabalho na terra». [82]
Roma – São João de Latrão, 19 de junho de 2023
FRANCISCO
______________________________________________
[1] Blaise Pascal, Pensamentos, 199 (segundo a numeração Lafuma; daqui em diante: Laf.).
[2] Gilbert Périer, Vida de Pascal, in Michel Le Guern (ed.), Obras completas, I (Paris 1998), p. 91.
[3] Blaise Pascal, Pensamentos, Laf. 270.
[4] Laf. 148.
[5] Laf. 417.
[6] Blaise Pascal, «Conversação com Sacy», in O espírito geométrico ( Paris 1985), p. 105.
[7] Laf. 913.
[8] Laf. 926.
[9] Francisco, Exort. ap. Gaudete et exsultate (19/III/2018), 65.
[10] Ibid., 167.
[11] Laf. 12.
[12] Gilbert Périer, op. cit., p. 64.
[13] Cf. ibid., p. 65.
[14] Ibid., p. 65.
[15] «Pascal», in A Glória e a Cruz. Estilos, II (Paris 1972), p. 78.
[16] Laf. 307.
[17] Laf. 110.
[18] Laf. 533.
[19] Cf. Blaise Pascal, «Conversação com Sacy», op. cit., p. 113.
[20] Cf. Laf. 208.
[21] Laf. 200.
[22] Laf. 199.
[23] Laf. 427.
[24] Francisco, Exort. ap. Evangelii gaudium (24/XI/2013), 231.
[25] Laf. 678.
[26] Exort. ap. Evangelii gaudium, 232.
[27] Laf. 114.
[28] Laf. 117.
[29] Laf. 427.
[30] Laf. 136.
[31] Laf. 622.
[32] Laf. 148.
[33] Laf. 116.
[34] Laf. 131.
[35] Laf. 613.
[36] Laf. 149.
[37] Hans Ursvon Balthasar, op. cit., p. 82.
[38] Laf. 149.
[39] Laf. 913.
[40] Francisco, Catequese, Audiência Geral de 03/VI/2020.
[41] Laf. 913.
[42] Laf. 913.
[43] Carta enc. Fides et ratio (14/IX/1998), 76: AAS 91 (1999), 64.
[44] Henri Gouhier, Blaise Pascal. Comentários (Paris 1971), p. 44-45.
[45] Laf. 189.
[46] Laf. 189.
[47] Exort. ap. Evangelii gaudium, 8.
[48] Laf. 298.
[49] Laf. 208.
[50] Laf. 242.
[51] Laf. 919.
[52] Catequese, Audiência Geral de 21/XI/2012.
[53] Ibid.
[54] Blaise Pascal, «Conversação com Sacy», op. cit., p. 102.
[55] Laf. 173.
[56] Laf. 298.
[57] Francisco , Homilia na Solenidade de Cristo Rei do Universo (20/XI/2022).
[58] Conc. Ecum. Vat. II, Decl. Dignitatis humanae (07/XII/1965), 11.
[59] Laf. 149.
[60] Laf. 7.
[61] Laf. 380.
[62] Laf. 308.
[63] Laf. 308.
[64] Laf. 512.
[65] Laf. 110.
[66] Laf. 110.
[67] Laf. 427.
[68] Francisco, Catequese, Audiência Geral de 09/II/2022.
[69] Jean-Luc Marion, A Metafísica e depois (Paris 2023), p. 356.
[70] Décima-sétima Carta Provincial, 1656.
[71] Cf. Bruno Neveu, O erro e seu juiz: considerações sobre as censuras doutrinais na modernidade (Naples 1993).
[72] Cf. Dicastério para a Doutrina da Fé, Carta Placuit Deo (22/II/2018); Francisco, Exort. ap. Gaudete et exsultate, 57-59.
[73] Exort. ap. Gaudete et exsultate, 59.
[74] Francisco, Carta ap. Desiderio desideravi (29/VI/2022), 20.
[75] Cf. Laf. 931. No lugar indicado, aparece, riscada, esta frase: «Amo todos os homens como meus irmãos, porque todos estão redimidos».
[76] Laf. 360.
[77] Exort. ap. Evangelii gaudium, 237.
[78] Gilbert Périer, op. cit., p. 92-93.
[79] Ibid., 93.
[80] Ibid., 90.
[81] Ibid., 94.
[82] «Memorial», Laf. 913.
Copyright © Dicastero per la Comunicazione - Libreria Editrice Vaticana