Sumo Pontífice sublinhou que a "caridade é origem e meta do caminho cristão"
O Papa Francisco fez soltar uma gargalhada no Centro Paroquial da Serafina esta sexta-feira quando, durante o discurso, disse que tinha muitas coisas bonitas para dizer mas que não podia porque os óculos não estavam a funcionar.
"As luzes não estão a ajudar e não posso insistir. É melhor não ler do que ler mal", disse Francisco com um sorriso no rosto.
O Santo Padre continuou o discurso de memória sem recorrer ao documento e sublinhou que a caridade é a origem e a meta do caminho cristão, e defendeu proximidade aos mais frágeis sem distinção.
"A caridade é a origem e a meta do caminho cristão, e a vossa presença, realidade concreta de amor em ação, ajuda-nos a não esquecer a rota, o sentido daquilo que estamos a fazer sempre", afirmou Francisco, no encontro com representantes de centros de assistência sócio-caritativa, no Centro Social Paroquial São Vicente de Paulo, na Serafina, em Lisboa, no âmbito da Jornada Mundial da Juventude (JMJ).
Este centro foi criado para responder às necessidades dos bairros da Liberdade e da Serafina, na freguesia de Campolide.
No discurso, em espanhol, depois de representantes do Centro Paroquial da Serafina, da Ajuda de Berço (casa de acolhimento para crianças abandonadas ou em risco) e da Associação Acreditar (de Pais e Amigos de Crianças com Cancro) terem falado sobre o trabalho destas instituições, o Papa destacou três aspetos, "fazer o bem juntos, agir no concreto e estar próximo dos mais frágeis".
"Juntos é a palavra-chave (...). Viver, ajudar e amar juntos: jovens e adultos, sãos e doentes, juntos", referiu, defendendo que as pessoas não devem deixar-se "definir pela doença" ou problemas.
"Cada um de nós é um dom, um dom único, com os seus limites, mas um dom valioso e sagrado para Deus, para a comunidade cristã e para a comunidade humana. E, assim como somos, enriquecemos o conjunto e deixamo-nos enriquecer pelo conjunto", continuou.
Depois, sobre a necessidade de agir em concreto, referiu-se ao discurso do responsável do Centro Paroquial que mencionou o Papa João XXIII, para salientar que "a Igreja não é um museu de arqueologia, alguns pensam assim, mas não é".
"É a antiga fonte da aldeia que dá água às gerações atuais", afirmou, explicando que "a fonte serve para matar a sede" das pessoas que fazem a viagem com o peso da vida, como aliás já estão a fazer os presentes com "o sentido prático" que habituou o povo português.
Mais de um milhão de pessoas são esperadas em Lisboa na JMJ, que começou na terça-feira e termina no domingo.
Presidida pelo Papa, o primeiro a inscrever-se naquele que é considerado o maior evento da Igreja Católica, o programa do chefe de Estado do Vaticano inclui uma visita de duas horas ao Santuário de Fátima no sábado, para Francisco rezar pela paz e pelo fim da guerra na Ucrânia.
Por Lusa e Correio da Manhã
(acidigital)
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