quarta-feira, 7 de fevereiro de 2024

Hoje é celebrado o beato Pio IX, o papa que se declarou prisioneiro

 


Por Redação central


Hoje (7), a Igreja Católica celebra o beato Pio IX, 255º papa da Igreja Católica. Seu pontificado, de 16 de junho de 1846 a 7 de fevereiro de 1878, é considerado o segundo mais longo da história com um total de 31 anos, 7 meses e 22 dias. O papa são João Paulo II o beatificou junto com o papa são João XXIII em 3 de setembro de 2000.

Início de um itinerário

Giovanni Maria Battista Pellegrino Isidoro Mastai Ferretti, papa Pio IX, nasceu em Senigallia, Itália, em 13 de maio de 1792. Seus pais eram Gerolamo e Caterina Solazzi, que o batizaram no mesmo dia em que nasceu.

Em 1809 viajou para Roma a fim de continuar os estudos que iniciara em sua cidade natal. Mesmo sem ter uma orientação clara para o sacerdócio, vivia de forma exemplar, como o demonstram alguns propósitos feitos em 1810 após um retiro espiritual: lutar contra o pecado, evitar qualquer ocasião perigosa, estudar "não por ambição de conhecimento", mas para o bem dos outros, o abandono de si nas mãos de Deus.

Ele interrompeu seus estudos em 1812 devido a uma doença e foi exonerado do serviço militar. Em 1815, tentou ingressar na Guarda Pontifícia, mas também teve que desistir devido a problemas de saúde. Giovanni Maria sofria de epilepsia desde muito jovem, doença que foi diminuindo com o passar dos anos até desaparecer completamente, acredita-se, graças à intercessão de Nossa Senhora de Loreto.

A serviço de Deus, a serviço da Igreja

Ele recebeu as ordens menores em 1817, o subdiaconato em 1818 e o diaconato em 1819. Nesse mesmo ano foi ordenado sacerdote. Celebrou sua primeira missa na Igreja de Santa Ana dos Carpinteiros, do Instituto Tata Giovanni, do qual foi nomeado reitor, cargo que ocupou até 1823.

O padre Giovanni Maria já dava claros indícios da sua personalidade: um homem de oração constante, consagrado ao ministério da Palavra e do sacramento da Reconciliação; sempre perto dos mais humildes e necessitados.

Ele soube conciliar a vida ativa com a contemplativa de maneira admirável. Muito dedicado ao trabalho pastoral e social, mostrava-se também muito recolhido, dada a sua intensa devoção eucarística e a sua piedade à Virgem.

Em 1820 deixou o Instituto Tata Giovanni e empreendeu uma viagem ao Chile, acompanhando o núncio apostólico, dom Giovanni Muzzi. Ficou nesse país até 1825.

Voltando à Itália, em 1825, foi eleito diretor do Asilo São Miguel, importante obra eclesial a serviço da comunidade, que foi reformada por ele de forma eficaz. Aos 36 anos, foi nomeado bispo e enviado à arquidiocese de Spoleto. Esta foi uma fase muito difícil da sua vida dada a sua juventude e a imensa responsabilidade que foi colocada sobre os seus ombros.

Em 1832, dom Giovanni Maria foi transferido para outra diocese, desta vez para Imola, onde continuou o seu estilo de pregador fecundo e persuasivo, pronto para a caridade com todos, pai zeloso dos seus sacerdotes diocesanos, clérigos e seminaristas, promotor de iniciativas em favor da educação dos jovens. Em 1840, com apenas 48 anos, dom Giovanni Maria foi criado cardeal.

Pontificado sob o sinal da Cruz

Na tarde de 16 de junho de 1846, o cardeal Giovanni Maria foi eleito papa e assumiu a Sé de São Pedro com o nome de Pio IX.

Durante o seu pontificado, devido às circunstâncias políticas derivadas da unificação da Itália e da perda dos Estados Pontifícios, a sua tarefa tornou-se extremamente difícil. Foram tempos muito difíceis que o papa teve de enfrentar com sabedoria e prudência.

Por isso, o papa Pio IX é reconhecido como um dos maiores pontífices; "Vigário de Cristo" e ao mesmo tempo cumprindo um papel político, assumido para o bem da Igreja de Cristo.

A sua obra doutrinal implicava uma visão programática destinada a enfrentar os principais problemas e ameaças tanto para a Igreja como para a civilização cristã: condenava as sociedades secretas, a maçonaria, o comunismo e o liberalismo.

Dentre as ações ou medidas mais marcantes do papado de Pio IX, pode-se destacar: a restauração da hierarquia católica na Inglaterra, Holanda e Escócia; a definição solene, em 8 de dezembro de 1854, do dogma da Imaculada Conceição; o envio de missionários para as zonas do norte da América e da Europa , para a Índia, Birmânia, China e Japão; a promulgação do Syllabus errorum, na qual alertava para os erros do chamado modernismo; a celebração, com particular solenidade, do XVIII centenário do martírio dos apóstolos Pedro e Paulo; a celebração do Concílio Ecumênico Vaticano I, iniciado em 1869 e concluído (por suspensão) em 18 de julho de 1870. Durante esse concílio, foi estabelecida a chamada doutrina da infalibilidade do papa.

De volta para casa

Após a queda de Roma em 20 de setembro de 1870 e o fim do poder temporal do papa, Pio IX trancou-se no Vaticano, declarando-se “prisioneiro”. Sua posição se tornou um exemplo de dignidade e desapego da ordem temporal por ser um exercício de liberdade religiosa, firme diante do poder secular.

Em 7 de fevereiro de 1878, com sua piedosa morte, terminou seu pontificado.

(acidigital)

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