domingo, 15 de setembro de 2024

Angelus15 de setembro de 2024 Papa Francisco

O Papa na Santa Maria Maior ao retornar da viagem à Ásia e Oceania

 

Imediatamente após desembarcar em Roma vindo de Singapura, o Papa rezou diante do ícone da Salus Populi Romani na Basílica Mariana.

Vatican News

O avião com o Papa Francisco a bordo chegou ao Aeroporto Internacional Leonardo da Vinci de Roma-Fiumicino, na tarde desta sexta-feira (13/09), às 18h46 locais, vindo de Singapura, depois de percorrer 9.500 km em 12 horas e meia.

Como de costume, o Papa quis transmitir à Virgem Maria o seu agradecimento pela 45ª Viagem Apostólica Internacional, a mais longa desde o início do seu Pontificado, que se concluiu após doze dias e o levou à Ásia e Oceania. Francisco visitou a Indonésia, Papua Nova Guiné, Timor-Leste e Singapura.

O Papa na Santa Maria Maior ao retornar da viagem à Ásia e Oceania

Imediatamente após desembarcar em Roma vindo de Singapura, o Papa rezou diante do ícone da Salus Populi Romani na Basílica Mariana.

Vatican News

O avião com o Papa Francisco a bordo chegou ao Aeroporto Internacional Leonardo da Vinci de Roma-Fiumicino, na tarde desta sexta-feira (13/09), às 18h46 locais, vindo de Singapura, depois de percorrer 9.500 km em 12 horas e meia.

Como de costume, o Papa quis transmitir à Virgem Maria o seu agradecimento pela 45ª Viagem Apostólica Internacional, a mais longa desde o início do seu Pontificado, que se concluiu após doze dias e o levou à Ásia e Oceania. Francisco visitou a Indonésia, Papua Nova Guiné, Timor-Leste e Singapura.

O post da Sala de Imprensa da Santa Sé

Em seu retorno, informou há pouco um post no Telegram da Sala de Imprensa da Santa Sé, “o Papa Francisco foi à Basílica de Santa Maria Maior, onde se deteve em oração diante do ícone da Virgem Salus Populi Romani. Ao final da visita, retornou ao Vaticano”. O retorno à sua residência ocorreu poucos minutos depois das 20h locais.



 

Missa do XXIV Domingo do Tempo Comum na Sé de Angra do Heroísmo

Hoje a Igreja celebra Nossa Senhora das Dores

Nossa Senhora das Dores Nossa Senhora das Dores
 

A Igreja Católica celebra hoje (15) a festa de Nossa Senhora das Dores, que ensina a ser forte diante dos sofrimentos da vida e ter Maria e seu Filho como companheiros de caminho.

Entre as sete dores de Nossa Senhora se encontram: a profecia de Simeão no templo, a fuga para o Egito, os três dias que Jesus esteve perdido, o encontro com Jesus levando a Cruz, sua Morte no Calvário, a lança que atravessa o coração de Jesus e quando é colocado no sepulcro.

Apesar de tudo, Ela se manteve firme na oração e na confiança na vontade de Deus. Agora a Virgem quer nos ajudar a levar as nossas cruzes diárias porque foi no calvário onde Jesus Cristo nos deixou Maria como nossa mãe.

Por duas vezes no ano, a Igreja comemora as dores da Santíssima Virgem: na Semana da Paixão e também hoje, 15 de setembro.

A primeira destas comemorações é a mais antiga, posto que se instituiu em Colônia, na Alemanha, e em outras partes da Europa no século XV. Quando a festividade se estendeu por toda a Igreja, em 1727, com o nome das Sete Dores, manteve-se a referência original da Missa e do ofício da Crucificação do Senhor.

Na Idade Média, havia uma devoção popular pelos cinco gozos da Virgem Mãe, e pela mesma época se complementou essa devoção com outra festa em honra a suas cinco dores durante a Paixão. Mais adiante, as penas da Virgem Maria aumentaram para sete e não só compreenderam sua marcha para o Calvário, mas também sua vida inteira.

Aos frades Servitas – religiosos da Companhia de Maria Dolorosa –, que desde sua fundação tiveram particular devoção pelos sofrimentos de Maria, foi autorizado que celebrassem uma festividade em memória das Sete Dores, no terceiro domingo de setembro de todos os anos.

Santa Brígida da Suécia diz em suas revelações, aprovadas pela Igreja, que Nossa Senhora prometeu conceder sete graças a quem rezar, cada dia, sete Ave-Marias em honra de suas dores e lágrimas, meditando sobre elas.

As promessas são:

1- Porei a paz em suas famílias.

2- Serão iluminados sobre os divinos mistérios.

3- Consolá-los-ei em suas penas e acompanhá-los-ei em suas aflições.

4- Conceder-lhes-ei tudo o que me pedirem, contanto que não se oponha a adorável vontade de meu divino Filho e a santificação de suas almas.

5- Defendê-los-ei nos combates espirituais contra o inimigo infernal e protegê-los-ei em todos os instantes da vida.

6- Assistir-lhes-ei visivelmente no momento da morte e verão o rosto de Sua Mãe Santíssima.

7- Obtive de meu Filho, para os que propagarem esta devoção às minhas lágrimas e dores, sejam transladados desta vida terrena à felicidade eterna, diretamente, pois ser-lhes-ão apagados todos seus pecados e meu Filho e eu seremos sua eterna consolação e alegria.

 

Laudes do 24º Domingo do Tempo Comum

sábado, 14 de setembro de 2024

Minuto (ou mais) com Glorinha #102 - Hábitos Elegantes e Requintados

Missa desde a Basílica da Santíssima Trindade do Santuário de Fátima 14...

2024.09.13 Viaggio Apostolico Asia Oceania: conferenza stampa di Papa Fr...

O Papa: a guerra em Gaza é demais! Não estão sendo dados passos para a paz

No voo de Singapura de volta para Roma, Francisco conversou com os jornalistas a bordo e falou sobre a tragédia dos civis mortos. Sobre as eleições nos EUA: entre Harris e Trump, cada um escolha segundo a consciência. Condenação clara tanto ao aborto quanto à rejeição aos migrantes. Avaliação positiva sobre o acordo com os chineses: a China é uma promessa e uma esperança para a Igreja

Vatican News

A guerra em Gaza é demais! No voo de Singapura de volta para Roma, o Papa Francisco teve um encontro com os jornalistas a bordo e falou sobre a situação dramática na Terra Santa. Há mais de 41.000 vítimas em Gaza. Uma pergunta abordou o tema das eleições estadunidenses e a dificuldade de escolha para um católico. Palavras de abertura sobre a China, que Francisco chama de “uma promessa e uma esperança para a Igreja”.

Matteo Bruni: Salve Santidade, obrigado por esses muitos dias de viagem, obrigado também por nos fazer sentir a alegria das pessoas mais do que o nosso cansaço nessa viagem. Há algumas perguntas dos jornalistas que viajaram com o senhor.

Em primeiro lugar, quero agradecer a todos vocês por esse trabalho, essa companhia na viagem, que é muito importante para mim. Depois, gostaria de parabenizar a decana, porque a Valentina (Alazraki, ed) completa 160 viagens com esta. Não vou dizer a ela que deve se aposentar, mas que deve continuar assim. Agora façam suas perguntas e muito obrigado.

Pei Ting Wong - THE STREITS TIMES

Papa Francisco, estou muito feliz... Espero que tenha gostado de sua visita a Singapura e talvez tenha experimentado a comida local... O que o senhor viu das realidades de Singapura? A cultura? As pessoas? Ficou surpreso com o que viu? E o que Singapura pode aprender com os outros três países que visitamos? Mais especificamente, sua mensagem de reconhecimento de um salário justo para migrantes com baixos salários em Singapura repercutiu entre muitos singapurianos. O que inspirou essa mensagem e qual seu pensamento sobre o assunto? E, por fim, mais uma pergunta: o senhor disse que Singapura tem um papel específico no cenário internacional. O que Singapura pode fazer em um mundo em guerra? E como o Vaticano pode contribuir diplomaticamente?

Obrigado! Em primeiro lugar, eu não esperava encontrar Singapura assim. Chamam-na de a Nova York do Oriente, um país desenvolvido, limpo, pessoas educadas, a cidade, grandes arranha-céus. Além disso, tem uma grande cultura inter-religiosa. O encontro inter-religioso que tive no final foi um modelo de fraternidade. Depois vi, falando sobre migrantes, arranha-céus para os operários. Arranha-céus luxuosos e os outros (em todo caso, ndr) estão bem, são limpos, gostei muito disso. Não senti que havia discriminação. Fiquei impressionado com a cultura, a cultura com os alunos: por exemplo, no último dia, fiquei impressionado com aquela cultura. E depois o papel internacional. Vi que na próxima semana haverá a Fórmula 1. O papel internacional de uma capital que atrai as culturas. É a grande capital. Eu não esperava encontrar algo assim.

Uma expressão do Papa Francisco durante a coletiva de imprensa
Uma expressão do Papa Francisco durante a coletiva de imprensa

O que o senhor aprendeu?

A senhora sabe, sempre se pode aprender alguma coisa. Porque cada pessoa e cada país tem uma riqueza diferente. É por isso que a fraternidade na comunicação é importante. Por exemplo, se eu pensar no Timor-Leste, vi muitas crianças, em Singapura não vi tantas. Talvez seja algo a se aprender... E o futuro são as crianças, pensem nisso. Ah, outra coisa: vocês, habitantes de Singapura, são tão simpáticos! Smile, smile!

Delfim de Oliveira, GMN TV

No final da Missa em Taci Tolu, o senhor chamou a atenção dos timorenses para a presença de crocodilos. O que quis dizer com isso?

Eu tomei a imagem de crocodilos que entram na praia. O Timor-Leste tem uma cultura simples, familiar e alegre. É uma cultura de vida: tem muitos filhos, muitos. E quando eu falei de crocodilos, estava falando das ideias que podem vir de fora para arruinar essa harmonia que vocês têm. E lhe digo mais uma coisa: fiquei apaixonado pelo Timor-Leste. Outra coisa?

No Timor-Leste, os católicos são a maioria, mas há um crescimento de seitas. O termo “crocodilos” também se refere a eles?

Talvez, eu não me refiro a isso, não posso, mas pode ser. Porque todas as religiões devem ser respeitadas, mas é feita uma distinção entre religião e seita. A religião é universal, seja ela qual for. A seita é restritiva, é um pequeno grupo que sempre tem outra intenção. Obrigado e parabéns pelo seu país!

Francisca Christy Rosana - TEMPO MEDIA GROUP

Obrigado Papa Francisco, as pessoas na Indonésia, não apenas os católicos, esperavam-no há muito tempo. Minhas perguntas são: o senhor sabe que o país ainda tem dificuldades com sua democracia? Como o senhor vê isso e qual é a sua mensagem para nós? E outra pergunta: a Indonésia às vezes tem os mesmos problemas que Papua Nova Guiné, com o setor de mineração que é apenas para os oligarcas e, enquanto isso, os povos locais e indígenas não se beneficiam. O que pensa a propósito? E o que podemos fazer?

Esse é um problema comum das nações em desenvolvimento. Por isso é importante o que a Doutrina Social da Igreja diz sobre a necessidade de haver comunicação entre os diferentes setores da sociedade. A senhora disse que a Indonésia é um país em desenvolvimento, e uma das coisas que talvez precise ser desenvolvida é o relacionamento social. Fiquei muito contente com a visita ao seu país. Muito bonito!

Matteo Bruni: Santidade, a imprensa de Papua Nova Guiné acompanhou sua viagem com grande interesse, mas infelizmente não foi possível ter um jornalista no voo. Gostaria de aproveitar esta oportunidade para perguntar se há algo que o senhor gostaria de nos contar sobre Papua Nova Guiné, em particular sobre Vanimo, que é um lugar onde me parece que o senhor quis ir pessoalmente.

Gostei do país e vi um forte país em desenvolvimento. Depois, quis ir a Vanimo para encontrar um grupo de padres e religiosas da Argentina que trabalham lá e vi uma organização muito boa, muito boa. Em todos os países, a arte é muito desenvolvida: danças, outras expressões poéticas... Mas em Papua Nova Guiné e em Vanimo é impressionante o desenvolvimento da arte. Isso me impressionou bastante. Os missionários que visitei vão para a floresta para trabalhar. Gostei de Vanimo e do país também.

O Papa responde a uma jornalista durante a coletiva de imprensa
O Papa responde a uma jornalista durante a coletiva de imprensa

Stefania Falasca - TIANOUZHIKU

Santo Padre, viemos de Singapura, um país com uma população majoritariamente chinesa e um modelo de convivência harmoniosa e pacífica. Em relação à paz, gostaria de saber o que o senhor pensa - dada a proximidade com a China continental – sobre os esforços feitos pela China para alcançar um cessar-fogo nas regiões em conflito, como a Faixa de Gaza. Em julho, foi assinada a Declaração de Pequim para por fim às divisões entre os palestinos. Depois, a colaboração sobre a paz entre a China e a Santa Sé. Por último, estamos perto da renovação do acordo entre a China e a Santa Sé sobre as nomeações dos bispos. O senhor está satisfeito com os resultados e com o diálogo obtidos até agora?

Vou ficar com a última pergunta. Estou feliz com o diálogo com a China. O resultado é bom. Até para a nomeação de bispos se trabalha com boa vontade. Ouvi da Secretaria de Estado como vão as coisas e estou feliz. A China é outra coisa. A China para mim é uma “ilusão” (um sonho, N.doR.), no sentido de que eu gostaria de visitar a China. É um grande país, admiro a China, respeito a China. É um país com uma cultura milenar, de uma capacidade de diálogo, de entendimento entre si, que vai além dos diferentes sistemas de governo que teve. Acredito que a China seja uma promessa e uma esperança para a Igreja. A colaboração pode ser feita e certamente para os conflitos. Neste momento, o cardeal Zuppi caminha neste movimento e também mantém relações com a China.

Anna Matranga – CBS NEWS

Santidade, o senhor sempre falou em defesa da dignidade da vida. Em Timor-Leste, que é um país com uma taxa de natalidade muito elevada, disse sentir pulsar e explodir a vida para as muitas crianças. Em Singapura, falou em defesa dos trabalhadores migrantes. Tendo em vista as próximas eleições nos Estados Unidos, gostaria de lhe perguntar: que conselho pode dar a um eleitor católico que tem de decidir entre um candidato a favor da interrupção da gravidez e outro que gostaria de deportar 11 milhões de migrantes?

Ambos são contra a vida, tanto aquele que joga fora os migrantes quanto aquele que mata crianças. Ambos são contra a vida. Não se pode decidir. Eu não sou estadunidense, não irei votar lá. Mas sejamos claros: tanto não dar aos migrantes a capacidade de trabalhar quanto não dar hospitalidade aos migrantes é um pecado grave. No Antigo Testamento há um refrão: o órfão, a viúva e o estrangeiro, ou seja, o migrante. São os três que o povo de Israel deve proteger. Falha quem não cuida do migrante, é um pecado, um pecado também contra a vida e as pessoas. Celebrei a missa na fronteira, perto da Diocese de El Paso. Havia muitos calçados de migrantes, eles acabaram mal ali. Hoje, existe uma corrente migratória dentro da América Central, muitas vezes são tratados como escravos porque se aproveitam disso. A migração é um direito que já existia na Sagrada Escritura e no Antigo Testamento. O estrangeiro, o órfão e a viúva, não se esqueçam disso.

Depois, o aborto. A ciência diz que no mês da concepção todos os órgãos do ser humano estão presentes. Todos. Fazer um aborto é matar um ser humano. Goste ou não da palavra, mas é matar. A Igreja não é fechada porque não permite o aborto, a Igreja não permite o aborto porque mata. É assassinato, é assassinato! Devemos ser claros sobre isto: mandar embora os migrantes, não deixá-los desenvolver-se, não deixá-los ter uma vida, é uma coisa ruim, é maldade. Tirar uma criança do ventre da mãe é assassinato, porque existe vida. Devemos falar claramente sobre essas coisas. “Não, mas, porém…”. Sem “mas, porém”. As duas coisas são claras. O órfão, o estrangeiro e a viúva. Não se esqueça disso.

Na sua opinião, Santidade, pode haver circunstâncias em que seja moralmente admissível votar num candidato a favor da interrupção da vida?

Na moral política, geralmente se diz que não votar é ruim, não é bom. É preciso votar. É preciso escolher o mal menor. Quem é o mal menor? Aquela senhora ou aquele senhor? Não sei, cada um em sua consciência pense e faça isso.

Francisco filmado por jornalistas durante a coletiva de imprensa no avião papal
Francisco filmado por jornalistas durante a coletiva de imprensa no avião papal

Mimmo Muolo – AVVENIRE

Existe o perigo de que o conflito em Gaza se estenda também para a Cisjordânia. Houve uma explosão há poucas horas que causou a morte de 18 pessoas, incluindo alguns funcionários da ONU. Quais são os seus sentimentos neste momento e o que o senhor gostaria de dizer às partes em guerra? Existe a possibilidade da mediação da Santa Sé para alcançar um cessar-fogo e a paz desejada?

A Santa Sé está trabalhando nisso. Uma coisa eu lhes digo: todos os dias ligo para Gaza, para a paróquia de Gaza. Ali, dentro do colégio, há 600 pessoas: cristãos, muçulmanos... mas vivem como irmãos. Eles me contam coisas ruins, coisas difíceis. Não posso qualificar se esta ação de guerra é muito sangrenta ou não, mas, vemos os corpos de crianças mortas, vemos que, por presunção, há ali alguns guerrilheiros, se bombardeia uma escola. Isso é ruim, é ruim, é ruim.

Às vezes se diz que é uma guerra defensiva, mas às vezes eu acredito que é uma guerra... demais, demais. Peço desculpas por dizer isso, mas não creio que estejam sendo tomadas medidas para estabelecer a paz. Por exemplo, em Verona, tive uma experiência muito bonita. Um judeu, cuja esposa tinha morrido num bombardeio, e um de Gaza, cuja filha tinha morrido, e ambos falaram de paz, se abraçaram, deram um testemunho de fraternidade. Eu digo o seguinte: a fraternidade é mais importante do que a morte de um irmão. Fraternidade, dar as mãos. No final, quem vencer a guerra encontrará uma grande derrota. A guerra é sempre uma derrota, sempre, sem exceção. Não podemos nos esquecer disso. É por isso que tudo o que se faz pela paz é importante. Quero dizer uma coisa, talvez seja uma pequena intromissão na política: sou muito, muito grato pelo que o rei da Jordânia faz. Ele é um homem de paz. O rei Hussein é um homem bom.

Lisa Weiss - ARD

Santo Padre, durante esta viagem o senhor falou muito abertamente sobre os problemas de cada país, não apenas sobre as belezas. E justamente por isso nos perguntamos: por que não falou sobre o problema de a pena de morte ainda existir em Singapura?

É verdade. Não pensei nisso. A pena de morte não funciona. Temos que eliminá-la aos poucos, lentamente. Muitos países têm a lei, mas não cumprem a sentença. Os Estados Unidos são iguais... A pena de morte deve acabar, não funciona, não funciona.

Simone Leplatre - LE MONDE

Santidade, antes de tudo obrigado por esta viagem fascinante. Em Timor-Leste o senhor mencionou os jovens, vítimas de abuso sexual. Obviamente pensamos no Bispo Belo. Na França, temos um caso semelhante com Abbé Pierre, o fundador de Emaús, que durante vários anos foi eleito a personalidade preferida do povo francês. Em ambos os casos, o carisma deles fez com que fosse difícil acreditar nas acusações. Gostaria de perguntar: o que o Vaticano sabia sobre Abbé Pierre? E o que dizer às vítimas e à população em geral que têm dificuldade em acreditar, que uma pessoa que fez tanto bem também possa ter cometido crimes? E por falar em França, também gostaríamos de saber: o senhor irá a Paris para a inauguração de Notre-Dame em dezembro?

Vou responder à última: não irei a Paris, não irei a Paris. Agora, a primeira. Você tocou num ponto muito dolorido, muito delicado. São pessoas boas, pessoas que fazem o bem. Você mencionou o Abbé Pierre. Com tanto bem que ele fez, se vê que essa pessoa é um pecador. Esta é a nossa condição humana. Não devemos dizer: vamos cobrir, vamos cobrir para que não apareça. Os pecados públicos são públicos e devem ser condenados. Por exemplo, Abbé Pierre é um homem que fez muito bem, mas também é um pecador. Devemos falar claramente sobre estas coisas, e não esconder. Trabalhar contra o abuso é algo que todos devemos fazer. Mas não só contra o abuso sexual, contra todo o tipo de abuso: abuso social, abuso educativo, mudar a mentalidade das pessoas, tirar a liberdade. O abuso é na minha opinião uma coisa demoníaca, porque todo tipo de abuso destrói a dignidade da pessoa, todo tipo de abuso tenta destruir o que todos nós somos: a imagem de Deus. Fico feliz quando esses casos surgem. Direi algo que talvez tenha dito da outra vez: cinco anos atrás, tivemos um encontro com os presidentes das Conferências Episcopais sobre casos de abuso sexual e outros abusos. Tivemos uma estatística muito bem feita, creio que das Nações Unidas: 42-46% dos abusos ocorrem (acontecem, N.doR.) na família ou no bairro... Por fim, o abuso sexual de crianças, de menores, é um crime e uma vergonha.

(…)

Uma coisa que eu não respondi: o que o Vaticano sabia sobre o Abbé Pierre. Não sei quando o Vaticano veio a saber disso, não sei. Não sei porque não estava aqui e nunca tive a ideia de investigar isso, mas certamente depois da morte com certeza, mas antes não sei. 

O Papa durante a coletiva de imprensa no voo de retorno de sua viagem à Ásia e Oceania
O Papa durante a coletiva de imprensa no voo de retorno de sua viagem à Ásia e Oceania

Elisabetta Piqué - LA NACIÓN

Em primeiro lugar, obrigado por esta bela viagem aos confins do mundo. Foi a mais longo do pontificado e por falar em viagens muito longas, muitos colegas me perguntaram: mas, se vai à Argentina? Eis a primeira pergunta: iremos à Argentina ou não? Segunda pergunta, na Venezuela a situação é dramática. Nestes dias em que o senhor viajava, o presidente teoricamente eleito teve de se exilar na Espanha. Que mensagem o senhor daria ao povo da Venezuela?

Não acompanhei a situação na Venezuela, mas a mensagem que dou aos governantes é para dialogarem e fazerem a paz. As ditaduras não servem e acabam mal, mais cedo ou mais tarde. Leiam a história da Igreja… Digo que o governo e o povo devem fazer de tudo para encontrar um caminho de paz na Venezuela. Não posso dar uma opinião política porque não conheço os detalhes. Sei que os bispos falaram e a mensagem dos bispos é boa. Então, se irei à Argentina é algo que ainda não foi decidido. Eu gostaria de ir, é o meu povo, eu gostaria de ir, mas ainda não está decidido. Há várias coisas a serem resolvidas primeiro.

Se o senhor for, fará uma escala nas Canárias?

Você leu o meu pensamento, hein? Estou pensando um pouco em ir às Canárias, porque lá há situações de migrantes que vêm do mar e eu gostaria de estar perto dos governantes e do povo.

Josie Bonifasius Susilo – KOMPAS.ID

Obrigado, Santo Padre! Alguns países estão começando a distanciar-se do seu compromisso com o Acordo de Paris por motivos econômicos, especialmente após a pandemia. Vários países hesitam em fazer a transição para a “energia verde”. O que o senhor pensa sobre essas questões?

Acho que o problema climático é grave, é muito grave. Em Paris (COP21 em 2016), que foi o ponto culminante, depois, os encontros sobre o clima têm decaído. Fala-se, fala-se, mas não se faz. Esta é a minha impressão. Falei sobre isso nos dois escritos: Laudato si' e Laudate Deum.

Matteo Bruni: Agradecemos a Sua Santidade

Obrigado a vocês, avante e coragem! Esperamos que agora nos deem o que comer! (risadas)

Hino à Cruz Gloriosa

Homilia Diária | A Cruz exaltada como farol (Festa da Exaltação da Santa...

Hoje a Igreja celebra a Exaltação da Santa Cruz


Exaltação da Santa Cruz Exaltação da Santa Cruz
 

“Algumas pessoas não cristãs podem se perguntar: por que ‘exaltar’ a cruz? Podemos responder que nós não exaltamos uma cruz qualquer ou todas as cruzes: exaltamos a Cruz de Jesus Cristo, porque é nela que foi revelado o máximo amor de Deus pela humanidade”. Assim o papa Francisco explicou a festa que é celebrada hoje (14): a Exaltação da Santa Cruz.

Em sua reflexão antes do Ângelus Dominical, em 14 de setembro de 2014, Francisco afirmou que “a Cruz de Jesus é a nossa única e verdadeira esperança”.

O papa disse que “quando olhamos para a Cruz onde Jesus foi pregado, contemplamos o sinal do amor infinito de Deus para cada um de nós e a raiz da nossa salvação. ‘Daquela Cruz vem a misericórdia do Pai que abraça o mundo inteiro’”.

Segundo manifesta a história, foi em 14 de setembro de 320 que santa Helena, imperatriz de Constantinopla, encontrou o madeiro em que morreu o Cristo Redentor. No entanto, em 614, a Cruz foi levada pelos persas como um troféu de guerra.

Mais tarde, o Imperador Heráclio a recuperou e voltou com a Cruz para a Cidade Sagrada no dia 14 de setembro de 628. Desde então, celebra-se liturgicamente esta festividade.

Quando a Santa Cruz chegou novamente a Jerusalém, o imperador se dispôs a acompanhá-la em solene procissão, mas vestido com todos os luxuosos ornamentos reais e logo se deu conta de que não era capaz de avançar.

Então, o arcebispo de Jerusalém, Zacarias, lhe disse: “É que todo esse luxo que carrega está em desacordo com o aspecto humilde e doloroso de Cristo quando carregava a cruz por essas ruas”.

O imperador se despojou de seu manto de luxo e de sua coroa de ouro e, descalço, começou a percorrer as ruas e pôde seguir a piedosa procissão.

Para evitar novos roubos, o Santo Madeiro foi dividido em quatro pedaços e separados entre Roma e Constantinopla, enquanto o que ficou em Jerusalém foi deixado em um belo cofre de prata. Dos quatro fragmentos, foram feitos pequenos pedaços para serem distribuídos em várias Igrejas do mundo, os quais foram chamados de Vera Cruz.

Na vida dos santos narra-se que santo Antônio Abade, ao ser atacado por terríveis tentações do demônio, fazia o sinal da cruz e o inimigo fugia. Desde esse tempo, afirmam, tornou-se costume fazer o sinal da cruz para se libertar dos males.

Outro fato poderoso e sagrado deste sinal foi mostrado pela Santíssima Virgem Maria que, ao aparecer pela primeira vez à Santa Bernardette e ao ver a menina quis se benzer, Nossa Senhora fez o sinal da cruz bem devagar para lhe ensinar que é necessário fazê-lo com calma e mais devoção.

 

Laudes da Festa da Exaltação da Santa Cruz

sexta-feira, 13 de setembro de 2024

Missa a Nossa Senhora de Fátima desde o Recinto de Oração do Santuário d...

Minuto (ou mais) com Glorinha #101 - Dica rápida azeite e óleos

Singapura, Encontro inter-religioso com os Jovens, 13 de setembro de 202...

 
 
VIAGEM APOSTÓLICA DE SUA SANTIDADE FRANCISCO
à INDONÉSIA, PAPUA NOVA GUINÉ,
TIMOR LESTE E SINGAPURA
(2 - 13 de setembro de 2024
)

ENCONTRO INTER-RELIGIOSO COM OS JOVENS

DISCURSO DO SANTO PADRE

     “Catholic Junior College” (Singapura)
Sexta-feira, 13 de setembro de 2024


Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

Sinto-me feliz por passar esta última manhã da minha visita a Singapura no meio de tantos jovens, congregados na unidade e na amizade. Este é um momento precioso para o diálogo inter-religioso: obrigado!

Agradeço ao Cardeal William Goh o seu acolhimento fraterno e o trabalho pastoral que desenvolve; e agradeço ao Ministro Edwin Tong por nos ter recordado que os fundamentos da sociedade singapurense residem na harmonia e na unidade entre as diversas religiões. Saúdo cordialmente os líderes religiosos presentes: obrigado pelo vosso empenho em prol da unidade, que testemunha a rica diversidade de credos neste País e favorece o caminho para uma harmonia religiosa cada vez maior. É bom ver que caminhais juntos!

O magnífico lugar onde nos encontramos tem uma história que recorda a unidade na diversidade. Com efeito, Singapura apresenta-se hoje como uma realidade particularmente diversificada, um povo multicultural, uma mistura de culturas, línguas e religiões que vivem lado a lado. Trata-se de uma grande riqueza e, simultaneamente, de um grande desafio que convoca todos, especialmente as várias tradições religiosas, para um trabalho contínuo e paciente de encontro, diálogo e intercâmbio.

É precisamente por esta razão que é importante refletir sobre o valor do diálogo inter-religioso e é bom que vós, jovens, sejais os protagonistas deste sonho. Precisamos de uma nova geração humana fundada na fraternidade e sobretudo vós, que sois jovens, podeis construí-la juntos. E, como não faltam dificuldades e obstáculos, vós fizestes-me algumas perguntas a este respeito. Gostaria de vos responder indicando três palavras que podem acompanhar-nos a todos neste caminho rumo à unidade: coragem, partilha, discernimento.

Em primeiro lugar, o diálogo inter-religioso e o empenho na construção de uma sociedade fraterna pressupõem coragem. Através do seu testemunho, Raaj fez-nos compreender bem este aspecto: comprometer-se e trabalhar para o crescimento de boas relações entre as diferentes religiões nem sempre é fácil, sobretudo quando nos damos conta de que esta realidade não se estende facilmente a outros jovens, nem consegue apelar à responsabilidade geral e nem todos a consideram importante. É por isso que Raaj nos apelou a fazermos tudo o que for possível “para manter uma atitude corajosa e promover um espaço onde os jovens possam entrar e dialogar”. É o que precisamos! E o que vos peço que cultiveis dentro de vós é uma atitude corajosa: a coragem de vos comprometerdes, a coragem de escolherdes o caminho da amizade e do diálogo. Gostaria de dizer: a coragem do amor. Sim, porque é preciso muita coragem para amar verdadeiramente, sobretudo para amar aqueles que estão longe da nossa maneira de pensar e são diferentes de nós em termos de proveniência, cultura ou tradição religiosa. É muito mais fácil fecharmo-nos no nosso pequeno mundo, cuidarmos das nossas coisas, vivermos tranquilamente, divertirmo-nos e não pensarmos muito nisso. Mas se quisermos alargar o espaço do nosso coração e ser um fermento de unidade no mundo em que vivemos, então é necessária a coragem do amor.

Querido Raaj e queridos jovens, para criardes espaços de encontro e diálogo cada vez mais atrativos para outros jovens como vós, muni-vos de coragem; sede corajosos sobretudo pelo testemunho de vida que dais, mostrai sem vos envergonhardes que o caminho para o futuro é amarmo-nos uns aos outros e sermos “todos irmãos”, procurai novos modos de envolver outros jovens como vós. Dizei não à preguiça, não vos deixeis abater por críticas estéreis: tende a coragem de avançar na senda do diálogo e tende a audácia de explorar novos caminhos, de os propor nos lugares que frequentais, na sociedade, nos locais de culto. A coragem é uma palavra-chave!

Para além da virtude da coragem, há uma outra coisa que podeis fazer juntos e que não deveis perder de vista: a partilha. Por vezes, fala-se muito de diálogo inter-religioso e fazem-se esforços, nem sempre bem-sucedidos, para encontrar pontos comuns a todo o custo. No entanto, o que derruba os muros e reduz as distâncias não são tanto as palavras, os ideais e as teorias, mas, acima de tudo, a experiência humana da amizade, do encontro, do olhar nos olhos.

Preet falou-nos precisamente sobre isso: “partilhar com os outros”. E acrescento uma coisa, pensando sobretudo em vós, jovens, que tanto frequentais o mundo digital: por vezes, as diferenças culturais e religiosas são utilizadas de forma polarizada e ideológica, e sentimo-nos divididos e distantes daqueles que são diferentes, simplesmente porque somos influenciados por lugares comuns e por certos preconceitos que encontram espaço também nas redes sociais. Mas, quando nos encontramos pessoalmente, apercebemo-nos de que o outro, apesar de ser diferente, não é como o imaginávamos! Por isso, procurai ocasiões para encontrar quem é diferente, criai redes de amizade, gerai oportunidades de encontro e intercâmbio. Isto quebra barreiras.

Por fim, o discernimento. Trata-se de uma “arte espiritual” que nos ajuda lermo-nos interiormente, a compreender quem somos e a descobrir a vocação última da nossa vida. Face aos desafios da inteligência artificial, o discernimento é mais necessário do que nunca. Nicole falou-nos disso, lembrando que a tecnologia “nos aproximou”, mas “também trouxe desafios”. E no tempo da inteligência artificial, disse ela, precisamos de ser capazes de distinguir o que é real do que é uma mera construção artificial. Pois o discernimento é precisamente a arte de saber distinguir: saber captar a verdade escondida, por vezes mascarada por tantas ilusões ou fake news. É certo que o progresso tecnológico e a inteligência artificial representam uma revolução em tantos domínios da vida e da sociedade; mas, ao mesmo tempo, somos chamados a permanecer vigilantes e a discernir, para que o predomínio dos instrumentos tecnológicos, sobretudo, não esmague a dignidade da pessoa humana e não crie situações sociais de desigualdade e injustiça

Por isso, a cada um de vós de modo especial, gostaria de recomendar: aprendei a discernir! Usai os instrumentos, servi-vos deles para o bem e aprendei também a discernir. Num mundo de inteligências artificiais, temos de ser autênticos, verdadeiros, sem máscaras nem fingimentos. Só assim poderemos integrar a corrente do progresso humano, utilizando todos os instrumentos, sem sermos usados por nada nem por ninguém.

Queridos jovens, estou muito feliz por este encontro! Vejo nos vossos olhos o reflexo da juventude, mas também a beleza das diferentes tradições religiosas a que estais ligados, dos vossos mestres espirituais, da espiritualidade que vos guia. Obrigado por esta beleza e, sobretudo, obrigado por caminhardes juntos, na unidade e no diálogo!

Segui em frente neste caminho, continuai a sonhar e a construir um mundo fraterno, cultivai a unidade, inspirando-vos na riqueza das vossas religiões. Aos jovens cristãos, quero recordar o seguinte: o Evangelho centra-se no amor de Deus por cada um de nós, um amor que nos convida a reconhecer no rosto de cada pessoa um irmão para amar.

Desejo que sejais verdadeiramente, tal como o declarastes em conjunto, “um farol de unidade e de esperança” para as religiões e para o mundo inteiro.

Caríssimos, em breve deixarei Singapura para regressar a Roma. O meu sincero agradecimento às Autoridades civis e ao senhor Cardeal, bem como a quantos colaboraram para acolher o Papa. Obrigado a todos! Juntamente com os outros povos que encontrei nesta viagem apostólica, levo-vos na minha oração. Por favor, lembrai-vos também vós de rezar por mim. Obrigado!



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Singapura, Visita a um grupo de idosos e doentes, 13 de setembro de 2024...

Palavra de Deus | Não julgar, mas ajudar (Lc 6,39-42) Ir. Maria Raquel 1...

Hoje é celebrado são João Crisóstomo, o “boca de ouro”


São João Crisóstomo São João Crisóstomo
 

A Igreja Católica celebra hoje (13) a memória litúrgica de são João Crisóstomo, que significa “boca de ouro”. Foi chamado assim pelas pessoas por ser um dos mais famosos oradores que a Igreja teve.

São João, que também é doutor da Igreja, nasceu na Antioquia (Síria), no ano 347. Estando na escola já causava admiração com suas declamações e intervenções nas academias literárias.

Depois de ter vivido como monge em sua casa e no deserto, foi ordenado sacerdote e começou a deslumbrar com seus maravilhosos sermões. O santo considerava como sua primeira obrigação o cuidado e a instrução dos pobres e jamais deixou de falar deles em seus sermões e de incitar o povo à esmola.

São João foi consagrado arcebispo de Constantinopla no ano 398 e empreendeu a reforma do clero. Mandou tirar todos os luxos do palácio e com as cortinas elegantes se fabricaram vestidos para os pobres. Exigiu que seus sacerdotes e monges fossem pobres no vestir, comer e em seu mobiliário, para dar bom exemplo.

A eloquência e o zelo do santo levaram à penitência muitos pecadores e converteram muitos idólatras e hereges.

Outra das atividades às quais o são João consagrou suas energias foi a fundação de comunidades de mulheres piedosas, sendo a mais ilustre a nobre Santa Olímpia. O santo bispo se distinguiu também por seu extraordinário espírito de oração, virtude esta que pregou incansavelmente, e exortou os fiéis à comunhão frequente.

Foi banido duas vezes por conspiração da rainha Eudóxia e do bispo da Alexandria, Téofilo. No último desterro perante as penosas condições da viagem e a crueldade dos soldados imperiais, São Crisóstomo faleceu em 14 de setembro de 407, dizendo: “Seja dada glória a Deus por tudo”. Em 1909, são Pio X declarou o santo “Patrono dos Pregadores”.

 

Laudes da Memória de São João Crisóstomo, bispo e doutor da Igreja

quinta-feira, 12 de setembro de 2024

LIVE: Pope Francis holds a Mass in Singapore

 
 
VIAGEM APOSTÓLICA DE SUA SANTIDADE FRANCISCO
à INDONÉSIA, PAPUA NOVA GUINÉ,
TIMOR LESTE E SINGAPURA
(2 - 13 de setembro de 2024
)

SANTA MISSA

HOMILIA DO PAPA FRANCISCO

Estádio Nacional de Singapura, no “Singapore Sports Hub” 
Quinta-feira, 12 de setembro de 2024


“A ciência incha, mas a caridade edifica” (1 Cor 8, 1). São Paulo dirige estas palavras aos irmãos e irmãs da comunidade cristã de Corinto: uma comunidade rica em muitos carismas (cf. 1 Cor 1, 4-5), à qual o Apóstolo, nas suas cartas, recomenda frequentemente que cultive a comunhão na caridade.

Precisamente por isso, gostaria de comentar as mesmas palavras, inspirando-me na beleza desta cidade e nas grandes e arrojadas arquiteturas que contribuem para a tornar tão famosa e fascinante, a começar pelo impressionante complexo do National Stadium, no qual nos encontramos. Desejo fazê-lo recordando que, em última análise, também na origem destas imponentes construções, como de qualquer outro empreendimento que marque positivamente este mundo, não está em primeiro lugar, como muitos pensam, o dinheiro, nem a técnica, nem sequer a engenharia – sem dúvida, meios muito úteis - mas está o amor: “a caridade que edifica”, precisamente.

Talvez alguns pensem que esta é uma afirmação ingénua, mas se refletirmos sobre ela, não é bem assim. Com efeito, não há nenhuma obra boa, que não tenha por detrás pessoas talvez geniais, fortes, ricas, criativas, mas ainda assim mulheres e homens frágeis como nós, que sem amor não têm vida, nem impulso, nem razões para agir, nem força para construir.

Queridos irmãos e irmãs, se existe e permanece algo de bom neste mundo, é simplesmente porque, em infinitas e variadas circunstâncias, o amor prevaleceu sobre o ódio, a solidariedade sobre a indiferença, a generosidade sobre o egoísmo. Sem isso, ninguém teria sido capaz de fazer crescer aqui uma metrópole tão grande: os arquitetos não teriam projetado, os operários não teriam trabalhado e nada teria sido conseguido.

Portanto, tudo o que aqui vemos é um sinal. Por detrás de cada uma das obras que temos diante de nós, há tantas histórias de amor a descobrir: homens e mulheres unidos entre si numa comunidade, cidadãos dedicados ao seu País, mães e pais devotados às suas famílias, profissionais e trabalhadores de todos os tipos e categorias empenhados, de forma honesta, nas suas diferentes funções e tarefas. E é bom que aprendamos a ler estas histórias, escritas nas fachadas das nossas casas e nos traçados das nossas estradas, e as transmitamos, para nos recordarem que nada de duradouro nasce e cresce sem amor.

Por vezes, a grandeza e a imponência dos nossos projetos podem fazer-nos esquecer isto, levando-nos a pensar que conseguimos, sozinhos, ser os autores de nós mesmos, da nossa riqueza, bem-estar e felicidade. Mas a vida conduz-nos sempre, em última análise, a uma verdade: sem amor, não somos nada.

Portanto, a fé confirma-nos e ilumina-nos ainda mais sobre esta certeza, porque nos diz que, na raiz da nossa capacidade de amar e de ser amados, está o próprio Deus, que com coração de Pai nos desejou e nos trouxe à existência de uma maneira totalmente gratuita (cf. 1 Cor 8, 6) e que, de forma igualmente gratuita, nos redimiu e nos libertou do pecado e da morte, com a paixão e a ressurreição do seu Filho Unigénito. É n’Ele, em Jesus, que tudo o que somos e podemos vir a ser tem a sua origem e o seu pleno cumprimento.

Assim, no nosso amor vemos um fiel reflexo do amor de Deus, como disse São João Paulo II no momento da sua visita a esta terra (cf. São João Paulo II, Homilia da Santa Missa no Estádio Nacional de Singapura, 20 de novembro de 1986), acrescentando uma frase importante: «Por conseguinte o amor é caracterizado por um profundo respeito por todas as pessoas, independentemente da sua raça, do seu credo religioso ou de qualquer outra coisa que as torne diferentes de nós» (ibid.).

Irmãos e irmãs, trata-se duma palavra importante para nós porque nos recorda que, além do deslumbramento diante das obras feitas pelo homem, há uma maravilha ainda maior, a ser abraçada com muito mais admiração e respeito: os irmãos e irmãs que encontramos todos os dias no nosso caminho, sem preferências nem distinções, como nos mostra a sociedade e a Igreja de Singapura, etnicamente tão diversas e, ao mesmo tempo, tão unidas e solidárias!

Qual é o edifício mais bonito, o tesouro mais precioso, o investimento mais lucrativo aos olhos de Deus? Somos todos nós, filhos prediletos do mesmo Pai (cf. Lc 6, 36), chamados por sua vez a difundir o amor. As leituras desta Santa Missa falam-nos disto de várias maneiras; a partir de pontos de vista diferentes, descrevem uma mesma realidade: a caridade, que é delicada ao respeitar a vulnerabilidade de quem é fraco (cf. 1 Cor 8, 13), que é providente ao conhecer e acompanhar quem está inseguro no caminho da vida (cf. Sal 138), que é magnânima e benévola ao perdoar para além de qualquer cálculo e medida (cf. Lc 6, 27-38).

O amor que Deus nos manifesta e convida a praticar: “responde generosamente às necessidades dos pobres, é caracterizado pela compaixão por aqueles que sofrem, está pronto a oferecer hospitalidade, é fiel nos tempos de provações, está sempre pronto a perdoar, a esperar”; perdoar e esperar, “a ponto de retribuir uma maldição com uma bênção [...] é o verdadeiro centro do Evangelho” (cf. São João Paulo II, Homilia da Santa Missa no Estádio Nacional de Singapura, 20 de novembro de 1986).

Podemos vê-lo em tantas pessoas santas: homens e mulheres conquistados pelo Deus da misericórdia, que se tornam o seu reflexo, eco, imagem viva. Para concluir, gostaria de recordar duas dessas pessoas.

A primeira é Maria, cujo Santíssimo Nome celebramos hoje. A quantas pessoas o seu apoio e presença deram e dão esperança! Em quantos lábios o seu Nome apareceu e aparece nos momentos de alegria e também de dor! Tudo isto porque n’Ela, em Maria, vemos o amor do Pai manifestar-se num dos modos mais belos e totais: o da ternura – não esqueçamos a ternura! – a ternura duma mãe, que tudo compreende e perdoa sem jamais nos abandonar. Por isso nos dirigimos a Ela!

O segundo é um santo muito querido nesta terra, que aqui encontrou hospitalidade por diversas vezes durante as suas viagens missionárias. Refiro-me a São Francisco Xavier, recebido várias vezes neste território, sendo a última no dia 21 de julho de 1552.

Dele, ficou-nos uma maravilhosa carta dirigida a Santo Inácio e aos primeiros companheiros, na qual manifesta o desejo de ir por todas as universidades do seu tempo, «levantando a voz como homem que perdeu o juízo e falando aos que têm mais letras que vontade para se disporem a frutificar com elas», a fim de que eles se sintam impelidos a ser missionários por amor dos seus irmãos, «dizendo: «Senhor, eis-me aqui; que quereis que eu faça?» (Carta de Cochim, janeiro de 1544).

Também nós, seguindo o seu exemplo e o de Maria, poderíamos fazer nossas estas palavras: “Senhor, eis-me aqui, que queres que eu faça?”, de modo que elas nos acompanhem não só nestes dias, mas sempre, como compromisso constante a escutar e a responder prontamente aos apelos de amor e de justiça que, ainda hoje, continuam a chegar-nos da infinita caridade de Deus.



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Singapura, Encontro com as Autoridades, 12 de setembro de 2024, Papa Fra...

 
 
 

ENCONTRO COM AS AUTORIDADES, COM A SOCIEDADE CIVIL E COM O CORPO DIPLOMÁTICO

DISCURSO DO SANTO PADRE

   Teatro do Centro Cultural Universitário da “National University of Singapore” 
Quinta-feira, 12 de setembro de 2024


Senhor Presidente,
Senhor Primeiro-Ministro,
Distintas Autoridades,
Ilustres representantes da sociedade civil,
Membros do Corpo Diplomático
!

Agradeço ao Senhor Presidente as amáveis palavras de boas-vindas que gentilmente me dirigiu e que reavivam em mim a gratidão pela sua recente visita ao Vaticano. Estou grato a todas as Autoridades pelo acolhimento cordial nesta cidade-Estado, eixo comercial de grande importância e lugar de encontro entre povos diferentes.

Quem aqui chega pela primeira vez não pode deixar de ficar impressionado com a floresta de moderníssimos arranha-céus que parecem emergir do mar. São um testemunho claro do engenho humano, do dinamismo da sociedade de Singapura e da argúcia empresarial, que encontraram aqui um terreno fértil para se exprimirem.

A história de Singapura é uma história de crescimento e resiliência. De origens humildes, esta Nação alcançou um elevado nível de desenvolvimento, demonstrando que este é fruto de decisões racionais e não do acaso: é o resultado de um empenho constante na realização de projetos e iniciativas bem ponderados e em sintonia com as caraterísticas específicas do local. Precisamente nestes dias, assinala-se o 101º aniversário do nascimento de Lee Kuan Yew que, tendo sido o primeiro a ocupar, entre 1959 e 1990, o cargo de Primeiro-Ministro de Singapura deu um forte impulso ao rápido crescimento e transformação do país.

É também importante que Singapura não tenha apenas prosperado economicamente, mas se tenha esforçado por construir uma sociedade em que a justiça social e o bem comum são tidos em grande consideração. Estou a pensar, em particular, na vossa dedicação à melhoria das condições de vida dos cidadãos com políticas sobre a habitação pública, uma educação de elevada qualidade e um sistema de saúde eficiente. Espero que estes esforços continuem a ser feitos até que todos os singapurenses se encontrem plenamente envolvidos.

A este respeito, gostaria de chamar a atenção para o risco que comportam um certo pragmatismo e exaltação do mérito, com a consequência não intencional de se legitimar a exclusão dos que se encontram à margem dos benefícios do progresso.

Neste âmbito, reconheço e louvo as várias políticas e iniciativas postas em prática, tanto para apoiar os mais frágeis – e faço votos que seja dada especial atenção aos pobres e aos idosos cujo trabalho lançou as bases da Singapura de hoje – como para proteger a dignidade dos trabalhadores migrantes, que tanto contribuem para a construção da sociedade e a quem deve ser garantido um salário justo.

As sofisticadas tecnologias da era digital e os rápidos desenvolvimentos na utilização da inteligência artificial não podem fazer-nos esquecer que é essencial cultivar relações humanas reais e concretas, e que essas tecnologias, promovendo a compreensão e a solidariedade, podem ser aproveitadas precisamente para nos aproximarmos uns dos outros em vez de nos isolarmos perigosamente numa realidade fictícia e intangível.

Singapura é um mosaico de etnias, culturas e religiões que vivem em harmonia. É muito importante esta palavra: harmonia. A conquista e a preservação desta inclusão positiva são facilitadas pela imparcialidade das autoridades públicas, empenhadas num diálogo construtivo com todos, permitindo que cada um dê o seu contributo único para o bem comum e não consentindo que o extremismo e a intolerância ganhem força e coloquem em perigo a paz social. O respeito mútuo, a cooperação, o diálogo e a liberdade de professar o próprio credo no respeito pela lei comum são condições determinantes para o êxito e a estabilidade de Singapura, pré-requisitos para um desenvolvimento não conflituoso nem caótico, mas equilibrado e sustentável.

Desde os primórdios da sua presença, a Igreja Católica em Singapura procurou dar uma colaboração muito específica para o progresso desta Nação, especialmente nos domínios da educação e dos cuidados de saúde, contando com o espírito de sacrifício e a dedicação dos missionários e dos fiéis. Sempre inspirada pelo Evangelho de Jesus Cristo, a comunidade católica está também na linha de frente no que respeita às obras de caridade, contribuindo significativamente para os esforços humanitários e gerindo, para o efeito, várias instituições de saúde e muitas organizações humanitárias, entre as quais a Cáritas que todos conhecemos.

Além disso, segundo as indicações da Declaração Nostra Aetate do Concílio Vaticano II sobre as relações com as religiões não cristãs, a Igreja tem promovido constantemente o diálogo inter-religioso e a cooperação entre as diferentes comunidades religiosas, num espírito de abertura e respeito mútuo, que são fundamentais para a construção de uma sociedade justa e pacífica.

Esta minha visita realiza-se quarenta e três anos após o estabelecimento das relações diplomáticas entre a Santa Sé e Singapura. O objetivo é confirmar os católicos na fé, exortando-os a prosseguir alegres e dedicados na sua colaboração com todos os homens e mulheres de boa vontade, para construírem uma sociedade civil sã e coesa, em favor do bem comum e de um testemunho cristalino da própria fé.

Singapura tem um papel específico a desempenhar – e não esqueçamos isso – na ordem internacional, que está hoje ameaçada por conflitos e guerras sangrentas, e congratulo-me por se ter promovido com mérito o multilateralismo e uma ordem baseada em regras partilhadas por todos. Encorajo-vos a prosseguir o trabalho a favor da unidade e da fraternidade entre os homens, visando o bem comum de todos, de cada povo e Nação, com um critério que não seja excludente nem estreitamente centrado nos interesses nacionais.

Permitam-me também recordar o papel da família, que é o primeiro lugar onde cada um aprende a relacionar-se, a ser amado e a amar. Nas condições sociais atuais, os alicerces sobre os quais as famílias são construídas tornam-se objeto de discussão e correm o risco de ser enfraquecidos. As famílias precisam de ser apoiadas de modo a poderem transmitir os valores que dão sentido e forma à vida, e ensinar os jovens a formar relações sólidas e saudáveis. É louvável, portanto, o esforço de promoção, proteção e apoio à unidade familiar através do trabalho de várias instituições.

Não podemos esconder que hoje vivemos uma crise ambiental e não devemos subestimar o papel que uma pequena Nação como Singapura pode ter neste contexto. A vossa localização única dá-vos acesso a capital, tecnologia e talento, recursos que podem orientar a inovação de modo a cuidar da saúde da nossa casa comum.

O vosso empenho no desenvolvimento sustentável e na proteção da natureza é um exemplo a seguir, e a procura de soluções inovadoras para os desafios ambientais pode incentivar outros países a fazer o mesmo. Singapura é um exemplo brilhante do que a humanidade pode alcançar se trabalhar em conjunto, em harmonia, com sentido de responsabilidade e num espírito de inclusão e fraternidade. E isto, de certo modo, resume a vossa atitude: trabalhar juntos, em harmonia, com sentido de responsabilidade e num espírito de fraternidade e inclusão. Encorajo-vos a prosseguir neste caminho, confiando na promessa de Deus e no seu amor paternal por todos.

Senhor Presidente, Senhoras e Senhores, que Deus vos ajude a responder às necessidades e expectativas do vosso povo, e vos dê a coragem de experimentar que, através de quem permanece humilde e agradecido, Ele pode realizar grandes coisas em benefício de todos.

Deus abençoe Singapura!



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Hoje é a festa do Santíssimo Nome de Maria, luz que ilumina


Santíssimo Nome de Maria Santíssimo Nome de Maria
 

Hoje (12) é celebrado o Santíssimo Nome de Maria. “O nome de Maria, que significa Senhora da luz, indica que Deus me encheu de sabedoria e luz, como astros brilhantes, para iluminar os céus e a terra”, disse a Virgem à Santa Matilde.

Este fato, no qual a Mãe de Deus revela o significado de seu nome para a santa, foi recolhido por são Luís Maria Grignion de Montfort, grande propagador da devoção mariana, no livro “O Segredo do Rosário”.

No Novo Testamento, foi o evangelista Lucas quem deu o nome da donzela que seria a Mãe do Salvador: “… O nome da virgem era Maria” (Lc 1, 27).

É por isso que, desde os primeiros cristãos até nossos dias, foi honrada com toda classe de títulos, porque o “nome” representa a “pessoa”, assim como nos diz o Catecismo da Igreja Católica (2158):

“O nome de todo homem é sagrado. O nome é a imagem da pessoa. Exige respeito em sinal da dignidade do que o leva”.

Eis, então, uma das tantas razões desta importante festa, que foi instituída com o propósito de que os fiéis encomendem a Deus, através da intercessão da Santa Mãe, as necessidades da Igreja, agradeçam por seu amparo e seus inumeráveis benefícios, em especial os que recebem pelas graças e a mediação da Virgem Maria.

A celebração desta festa foi autorizada pela primeira vez em 1513, na cidade espanhola de Cuenca, de onde se estendeu por toda a Espanha. Em 1683, o papa Inocêncio XI a admitiu na Igreja do Ocidente como ação de graças pela vitória sobre os turcos na Batalha de Viena.

Para este dia, selecionamos uma oração extraído do livro Glórias de Maria, de Santo Afonso Maria de Ligório.

Oração para invocar sempre o nome de Maria Santíssima

Grande Mãe de Deus e minha Mãe, ó Maria, é verdade que eu não sou digno de proferir o vosso nome; mas vós, que me tendes amor e desejais minha salvação, concedei-me, apesar de minha indignidade, a graça de invocar sempre em meu socorro vosso amantíssimo e poderosíssimo nome. Pois é ele o auxílio de quem vive e salvação de quem morre.

Puríssima e dulcíssima Virgem Maria, fazei que seja vosso nome de hoje em diante o alento de minha vida. Senhora, não tardeis a socorrer-me quando vos invocar. Pois, em todas as tentações que me assaltarem, em todas as necessidades que me ocorrerem, não quero deixar de chamar-vos em meu socorro, repetindo sempre:

Maria! Maria! Assim espero fazer durante a vida, assim espero fazer particularmente na hora da morte, para ir depois louvar eternamente no céu vosso querido nome, ó clemente, ó piedosa, ó doce Virgem Maria.

 

Laudes de Quinta-feira da 23ª Semana do Tempo Comum

quarta-feira, 11 de setembro de 2024

Minuto (ou mais) com Glorinha #100 - Vestir-se bem e com elegância: Dica...

Missa desde a Basílica da Santíssima Trindade do Santuário de Fátima 11...

Assim João Paulo II reagiu aos atentados terroristas de 11 de setembro


JPIIWTC_110917.jpg Avião atinge as Torres Gêmeas – São João Paulo II | Wikipédia Robert (CC BY-SA 2.0) - Domínio Público
 

Há 23 anos, em 11 de setembro de 2001, o então diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Joaquín Navarro-Valls, deu a são João Paulo II a notícia de que um grupo de terroristas muçulmanos havia lançado dois aviões contra o World Trade Center de Nova York, nos Estados Unidos.

Em uma entrevista concedida ao jornal ‘Vatican Insider’ em 2011, Navarro-Valls expressou que, quando telefonou ao papa, ele estava em Castel Gandolfo, a residência de verão dos pontífice.

Quando recebeu a notícia, o papa peregrino “estava profundamente abalado, entristecido. Recordo que se perguntava como um ataque tão malvado pôde acontecer. Sua consternação diante das imagens ia além da dor”.

“Ficou durante um momento em frente à televisão. Depois, retirou-se à capela, que estava a alguns passos do quarto onde estava a televisão, e  ficou ali rezando por muito tempo”, contou.

Navarro-Valls comentou que são João Paulo II quis se comunicar com George Bush, o então presidente dos Estados Unidos, para lhe expressar “seu apoio, sua dor, suas orações. Mas, por razões de segurança, estava voando no avião presidencial. Então, o papa decidiu enviar um telegrama imediatamente”.

No dia seguinte, na audiência geral de 12 de setembro, o papa disse: “Diante de acontecimentos de um horror tão inqualificável, não podemos deixar de ficar profundamente inquietos. Uno-me a quantos nestas horas expressaram a sua condenação indignada, afirmando de novo com vigor que os caminhos da violência nunca conduzem para as verdadeiras soluções dos problemas da humanidade”.

“Ontem foi um dia obscuro na história da humanidade, uma ofensa terrível contra a dignidade do homem. Logo que tomei conhecimento da notícia, acompanhei com intensa participação o desenvolvimento da situação, elevando ao Senhor a minha premente oração. Como podem verificar-se episódios de crueldade tão selvagem?”, perguntou-se.

Nesse sentido, disse que “o coração do homem é um abismo de que, às vezes, emergem desígnios de ferocidade inaudita, capazes de abalar de repente a vida serena e operosa de um povo. Todavia, nestes momentos em que todo o comentário parece ser inoportuno, a fé vem ao nosso encontro”.

“A palavra de Cristo é a única que pode dar uma resposta às interrogações que se agitam na nossa alma. Mesmo quando a força das trevas parece prevalecer, o crente sabe que o mal e a morte não são a última palavra. A esperança cristã fundamenta-se nisto; e é aí que se alimenta, neste momento, a nossa confiança orante”, disse São João Paulo II.

Naquele dia, o pontífice também expressou sua proximidade aos familiares das vítimas e indicou que ofereceu a Missa que celebrou naquela manhã pela alma de todos os que faleceram na tragédia.

Os atentados

Em 11 de setembro de 2001, o grupo terrorista Al Qaeda sequestrou aviões comerciais nos Estados Unidos. Dois deles foram lançados contra as Torres Gêmeas, no World Trade Center, provocando a completa destruição desses edifícios. Os terroristas sequestraram outros dois aviões, um dos quais impactou em uma das paredes do Pentágono, na Virgínia, e o outro caiu em campo aberto. Como resultado dos atentados, cerca de três mil pessoas morreram e outros seis mil ficaram feridas.

O lugar onde estavam os edifícios foi rebatizado desde então como Marco Zero ou Ground Zero. O papa Bento XVI o visitou em abril de 2008, para rezar pelas vítimas desses trágicos acontecimentos. O papa Francisco também foi a este memorial em 25 de setembro de 2015, durante sua visita apostólica aos Estados Unidos.

 

Day 1 Highlights of Pope Francis in Singapore 2024 (11 Sep 2024)

Pope Francis arrives in Singapore for final leg of Asia-Pacific tour

Díli, Encontro com os Jovens, 11 de setembro de 2024, Papa Francisco

Homilia Diária | Chamados à conversão e à perfeição (Quarta-feira da 23....

SANTO DO DIA: Santos Proto e Jacinto, os irmãos pela fé em Cristo


Mártires

Origens

A historicidade dos dois mártires é um fato incontestável: sua memória é celebrada, de fato, no Depositio Martyrum, em Roma, no Sacramentário Gelasiano (ms. De São Galo), no Gregoriano, em vários itinerários (Salisburgense, Epitome de locis sanctis) e no calendário napolitano. 

Proto e Jacinto foram sepultados no cemitério de Bassilla (mais tarde de S. Ermete) num cubículo que o Papa Dâmaso, no século IV, mandou limpar o desmoronamento e dotá-lo de escada de acesso e claraboia, recordando o fato numa placa onde falava do sepulcro dos mártires já escondido sub aggere montis e tornado acessível por ele. Reparos subsequentes foram feitos para o túmulo, como algumas inscrições e o Lib. Pont. (I, p. 261), evidência de um culto muito difundido. Por isso, são verídicos quanto à crítica histórica. 

Quanto às relíquias

Quando, no século VIII-IX , os papas começaram a tradução das relíquias dos mártires das catacumbas para as igrejas urbanas, até os ossos de Proto (e não os de Jacinto) foram transferidos para Roma. Na realidade, até 1845 acreditava-se que os restos mortais dos dois mártires foram encontrados na cidade, mas uma feliz descoberta arqueológica do padre Marchi provou que o túmulo de São Jacinto permanece intacto no cemitério de São Ermete. 

Em 21 de março de 1845, de fato, uma escavadeira desenterrou uma laje com esta inscrição: “dp III idus septebr Yacinthus mártir” que havia permanecido em seu local original; não muito longe foi encontrado um fragmento de uma lápide com a inscrição sepulcro Proti M. 

No túmulo, foram encontrados ossos carbonizados, uma indicação do tipo de martírio sofrido por Jacinto. Como a tumba era muito escassa, pensava-se que havia sido escavada durante a perseguição de Valeriano, quando os cristãos foram proibidos de acessar as tumbas.

Atualmente, os ossos de Jacinto são venerados no colégio de Propaganda Fide; enquanto os de Proto em S. Giovanni dei Fiorentini. A festa de ambos é celebrada no dia 11 de setembro.

Páscoa

Os fatos da vida de Proto e Jacinto estão contidos em uma narrativa absolutamente lendária: nela se diz que eram dois irmãos eunucos que eram escravos de Eugênia, filha do nobre romano Filipe, prefeito de Alexandria no Egito. Nesta localidade, os dois jovens cristãos conseguiram que Eugênia entrasse num mosteiro. Após eventos fictícios, a família de Filipe se converteu. Eugenia, então, retornou à Roma e realizou um apostolado; a sua amiga Bassila, ansiosa por aderir ao cristianismo, deu a seus escravos Proto e Jacinto para instruí-la na verdade da fé. Após sua conversão, Bassila foi denunciada por seu namorado ao magistrado que a condenou à morte junto com os dois jovens. 

Os irmãos

Em algumas lendas romanas, há outros grupos de jovens eunucos a serviço das mulheres: como Calogero e Partenio, Giovanni e Paolo; é, portanto, uma razão comum e recorrente. Que Proto e Jacinto eram irmãos já é afirmado por Dâmaso, mas na ausência de documentos mais seguros não se pode excluir que a notícia seja lendária. Talvez tenha surgido do fato de os dois mártires terem sido enterrados próximos um do outro. Não é raro, neste tipo de narração, transformar em parentes mártires sepultados na mesma área. Mas, com certeza, se tornaram irmãos pela fé em Cristo e por seu testemunho na entrega total à Deus.

Minha oração

“Que os irmãos mártires nos ensinem o mistério da amizade. Também pedimos a Deus que nos conceda irmãos na fé, pessoas que nos ensinem e nos ajudem na caminhada rumo ao céu. Amém.”

Santos Proto e Jacinto, rogai por nós!

 (Canção Nova)

Laudes de Quarta-feira da 23ª Semana do Tempo Comum

terça-feira, 10 de setembro de 2024

O Papa na missa em Díli: fazer-se pequeno nos abre à ação do Senhor


"Fazendo-nos pequenos, permitimos que o Todo-Poderoso faça em nós grandes coisas, segundo a medida do seu amor, como nos ensina Maria no Magnificat e nesta celebração. Jesus quis nascer pequeno para se fazer nosso irmão", disse Francisco na homilia da missa celebrada na Esplanada de Taçi Tolu, em Díli, Timor-Leste, no âmbito de sua 45ª Viagem Apostólica Internacional.

Mariangela Jaguraba – Vatican News

«Um menino nasceu para nós, um filho nos foi dado». Com este versículo extraído do 9° Capítulo do Livro do Profeta Isaías, o Papa Francisco iniciou sua homilia na missa por ele celebrada na Esplanada de Taçi Tolu, em Díli, Timor-Leste, nesta terça-feira (10/09), no âmbito de sua 45ª Viagem Apostólica Internacional.

Com essas palavras, "o profeta Isaías se dirige aos habitantes de Jerusalém, numa época próspera para a cidade, mas infelizmente caracterizada por uma grande decadência moral".

“Há muita riqueza, porém o bem-estar cega os poderosos, iludindo-os com a ideia de serem autossuficientes, de não precisarem do Senhor, e a sua presunção leva-os a ser egoístas e injustos.”

É por isso que, apesar de haver tantos bens, os pobres são abandonados e passam fome, a infidelidade alastra e a prática religiosa se reduz, cada vez mais, a mera formalidade. A fachada enganadora de um mundo, à primeira vista perfeito, esconde assim uma realidade mais sombria, mais dura e cruel, com necessidade de conversão, misericórdia e cura.

O Papa Francisco na missa em Díli, Timor-Leste
O Papa Francisco na missa em Díli, Timor-Leste

"Por isso, o profeta anuncia aos seus concidadãos que Deus abrirá diante deles um novo horizonte: um futuro de esperança e alegria, do qual serão banidas para sempre a opressão e a guerra. Fará brilhar para eles uma grande luz que os libertará das trevas do pecado que oprime; e não o fará com a força de exércitos, armas e riquezas, mas com o dom de um filho", disse ainda o Papa, refletindo sobre esta imagem: Deus faz brilhar a sua luz salvadora através do dom de um filho.

A proximidade de Deus se manifesta através de uma criança

"Em todas as partes do mundo, o nascimento de uma criança é um momento luminoso de alegria e festa, que infunde em todos bons desejos de renovação no bem, de regresso à pureza e à simplicidade. Diante de um recém-nascido, até o coração mais duro se acalenta e enche de ternura. A fragilidade de uma criança traz consigo uma mensagem tão forte que toca até as almas mais endurecidas, trazendo de volta propósitos de harmonia e serenidade. É maravilhoso o que acontece com o nascimento de uma criança", sublinhou.

Fiéis durante a missa em Díli
Fiéis durante a missa em Díli

Segundo o Papa, "a proximidade de Deus se manifesta através de uma criança. Deus se torna uma criança não apenas para nos maravilharmos e comovermos, mas é também para nos abrirmos ao amor do Pai e nos deixarmos moldar por Ele, para que possa curar as nossas feridas, recompor os nossos desentendimentos, pôr ordem na nossa existência".

Timor-Leste é bonito porque tem muitas crianças: sois um país jovem onde por todo o lado se sente a vida a pulsar, a desabrochar. E isso é um grande dom: a presença de tantos jovens e crianças renova constantemente a nossa energia e nossa vida.

“Mas, mais ainda, trata-se de um sinal, porque dar espaço aos mais pequenos, acolhê-los, cuidar deles, e fazermo-nos pequenos diante de Deus e diante uns dos outros, são precisamente as atitudes que nos abrem à ação do Senhor.”

Não ter medo de redimensionar os nossos projetos

De acordo com Francisco, "fazendo-nos crianças, permitimos a ação de Deus em nós. Hoje, veneramos Nossa Senhora como Rainha, isto é, a mãe de um Rei, Jesus, que quis nascer pequeno, se fazer nosso irmão, pedindo o “sim” de uma jovem humilde e frágil".

“Por isso, queridos irmãos e irmãs, não tenhamos medo de nos tornarmos pequenos diante de Deus e uns dos outros, não tenhamos medo de perder a nossa vida, de dar o nosso tempo, de rever os nossos programas e redimensionar os nossos projetos quando for necessário, não para os diminuir, mas para os tornar ainda mais belos através do dom de nós mesmos e do acolhimento dos outros.”

Esplanada de Taçi Tolu, em Díli
Esplanada de Taçi Tolu, em Díli

Segundo o Papa, "a verdadeira realeza é a de quem dá a vida por amor: como Maria, e como Jesus, que na cruz deu tudo, fazendo-se pequeno, indefeso, fraco, para dar lugar a cada um de nós no Reino do Pai. Tudo isto é simbolizado muito bem por dois belíssimos adornos tradicionais desta terra: o Kaibauk e o Belak, força e ternura do Pai e da Mãe. Assim o Senhor manifesta a sua realeza, feita de caridade e misericórdia".

Francisco concluiu, convidando cada um enquanto homem e mulher, enquanto Igreja e sociedade, a pedir "a sabedoria de refletir no mundo a luz forte e terna do Deus de amor, daquele Deus que, como rezamos no Salmo responsorial, «levanta do pó o indigente e tira o pobre da miséria, para o fazer sentar entre os grandes»".