segunda-feira, 18 de agosto de 2025

Jesus veio trazer o “fogo do amor” para queimar no mundo, diz Leão XIV


Papa Leão XIV cumprimenta refugiada acolhida pela diocese italiana de Albano ??
Papa Leão XIV cumprimenta refugiada acolhida pela diocese italiana de Albano. | Vatican Media

O papa Leão XIV celebrou a missa hoje (17) na cidade de Albano, Itália, com pobres, refugiados, padres e funcionários da Cáritas, dizendo-lhes que quando Cristo diz que "veio lançar fogo sobre a terra", Ele está se referindo ao "fogo do amor", que se opõe à indiferença e à prepotência.

O papa, que atualmente está em Castel Gandolfo, foi ao santuário de Santa Maria della Rotonda, em Albano, na manhã de hoje, para celebrar a missa com pobres assistidos pela diocese e com agentes da Cáritas diocesana.

O Vatican News, serviço oficial de informações da Santa Sé, disse que "cerca de 250 pessoas — incluindo padres, paroquianos, funcionários da Cáritas, pobres, refugiados de abrigos, moradores de rua e participantes dos Centros de Escuta da diocese — compareceram à celebração eucarística dentro da igreja. Do lado de fora, cerca de 2 mil pessoas acompanharam a missa num telão gigante.

Em sua homilia , Leão XIV falou sobre o Evangelho do dia, no qual Cristo diz: “Eu vim lançar fogo sobre a terra; e como gostaria que ele já se tivesse ateado!” (cf. Lc 12, 49).

O papa disse que se poderia perguntar a Jesus: “Mas como, Senhor? Também Vós? Já temos demasiadas divisões. Não fostes Vós que dissestes na última ceia: Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz? Sim – poderia responder-nos o Senhor –, fui eu. Mas lembrai-vos que naquela noite, na minha última noite, acrescentei imediatamente a propósito da paz: Não é como a dá o mundo, que Eu vo-la dou. Não se perturbe o vosso coração nem se acovarde (cf. Jo 14, 27)”.

Leão XIV disse que o mundo frequentemente habitua-nos a confundir a paz com a comodidade e o bem com a tranquilidade”; e disse que amigos e familiares provavelmente aconselharão os cristãos a não correrem riscos ou se esgotarem, “porque o importante é ficar tranquilos e os outros não merecem ser amados”.

“Jesus, pelo contrário, mergulhou corajosamente na nossa humanidade. Eis o batismo de que fala: é o batismo da cruz, uma imersão total nos riscos que o amor comporta. E nós, quando comungamos, nutrimo-nos desse seu dom audaz”, disse o papa.

“A missa”, disse Leão XIV, “alimenta esta decisão. É a decisão de não viver já para nós mesmos, de levar o fogo ao mundo. Não o fogo das armas, nem o das palavras que queimam os outros. Este não. Mas o fogo do amor, que se inclina e serve, que opõe à indiferença o cuidado e à prepotência a mansidão; o fogo da bondade, que não tem custos como as armas, mas que gratuitamente renova o mundo”.

“Pode custar incompreensão, escárnio e até perseguição, mas não há paz maior do que ter dentro de si a sua chama”, disse ele.

Do mesmo modo, o papa disse: “Jesus venceu a morte – o domingo é o seu dia, o dia da Ressurreição – e nós já começamos a vencê-la com Ele”. 

Por isso, Leão XIV agradeceu a todos aqueles que “se empenham em levar o fogo da caridade” e os encorajou a “não fazer distinção entre quem assiste e quem é assistido, entre quem parece dar e quem parece receber, entre quem aparece pobre e quem sente que oferece tempo, competências, ajuda”.

“Somos a Igreja do Senhor, uma Igreja de pobres, todos preciosos, todos sujeitos, cada um portador de uma Palavra singular de Deus. Cada um é um dom para os outros. Derrubemos os muros”, disse ele.

“Só juntos, só transformando-nos num único Corpo, no qual também o mais frágil participa com plena dignidade, somos o Corpo de Cristo, a Igreja de Deus. Isto acontece quando o fogo que Jesus veio trazer queima os preconceitos, as prudências e os medos que ainda marginalizam aqueles que levam escrita a pobreza de Cristo na sua história”, disse também o papa.

Nesse sentido, ele exortou os fiéis a não deixar “o Senhor fora das nossas igrejas, das nossas casas e da nossa vida”, mas sim a deixá-Lo “entrar nos pobres e, então, faremos as pazes também com a nossa pobreza, aquela que tememos e negamos quando buscamos a todo custo tranquilidade e segurança”.    

Leão XIV concluiu citando a passagem em que o velho Simeão disse a Nossa Senhora que seu Filho Jesus seria um sinal de contradição. "Sejam revelados os pensamentos dos nossos corações e que o fogo do Espírito Santo possa transformá-los de corações de pedra em corações de carne", disse Leão XIV.

 

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