sexta-feira, 31 de agosto de 2018

O santo que torna possível o impossível



· Audiência aos oblatos de São José ·

31 de Agosto de 2018

O convite a «imitar na vida e no apostolado o ideal de serviço» de José, o santo que «tornou possível as coisas impossíveis», foi dirigido pelo Papa aos participantes no capítulo geral dos josefinos de Asti.
Recebendo-os na manhã de 31 de agosto, na Sala do Consistório, o Pontífice exortou-os «a ser, no mundo, testemunhas de uma mensagem peculiar, de uma consoladora boa nova: ou seja, que Deus se serve de todos, com predileção pelos mais pequeninos e humanamente desfavorecidos, a fim de implantar e fazer crescer o seu reino».
Recordando que «o nosso é um tempo de relativismo alastrador que ameaça a base do edifício da fé e priva de significado a própria ideia de fidelidade cristã», Francisco pediu-lhes para serem «testemunhas de amor e de fidelidade a Cristo e à sua Igreja». 

(osservatoreromano)




quinta-feira, 30 de agosto de 2018

“Há uma campanha organizada pelos ultraconservadores para ferirem de morte o Papa Francisco”




Defensor de Francisco, o cardeal António Marto diz que os católicos ultraconservadores estão a aproveitar a "catástrofe" que são os abusos sexuais na Igreja para "dar um golpe de morte" no Papa.


O cardeal D. António Marto, bispo de Leiria-Fátima e um dos principais defensores do Papa Francisco na Igreja em Portugal, considera que a divulgação da carta do antigo embaixador do Vaticano nos Estados Unidos, que alega que o Papa sabia há cinco anos de acusações de abusos sexuais relativas a um cardeal norte-americano, faz parte de “uma campanha organizada pelos ultraconservadores para ferirem de morte” o líder da Igreja Católica.

Em entrevista ao Observador, esta quarta-feira, o cardeal disse que os crimes de pedofilia praticados por padres católicos, que têm sido divulgados nos últimos anos — e que ganharam dimensão nas últimas semanas, com a divulgação de um relatório sobre centenas de casos nos Estados Unidos e com a visita do Papa à Irlanda — deixaram os membros da Igreja Católica “profundamente chocados” e suscitaram um “sentimento de grande humilhação” na Igreja.

Classificando os crimes como uma “hecatombe” na Igreja e uma “catástrofe de ordem espiritual, de ordem moral e de ordem pastoral”, D. António Marto concorda que os pedidos de desculpa não chegam, mas garante que o Papa Francisco está a trabalhar no sentido de reformar a Igreja também neste campo, emitindo normas mais estritas que impeçam o encobrimento dos casos e implementando formas de realizar julgamentos canónicos aos bispos e cardeais que ocultem casos de pedofilia de que tenham conhecimento “para salvaguardar o bom nome da instituição, esquecendo a dignidade das pessoas que foram feridas e ofendidas”.

Garantindo que “todos os bispos de Portugal estão com o Papa Francisco e lhe manifestam o seu apoio incondicional nesta reforma da Igreja”, D. António Marto acusa a ala ultraconservadora da Igreja Católica de atacar repetidamente o sumo pontífice e de, agora, ter aproveitado a ocasião para “dar um golpe de morte” no Papa. Ainda assim, o cardeal de Fátima acredita que Francisco vai sair “reforçado” de toda esta polémica, “quando tudo se esclarecer”.




Papa lamenta no Vaticano resposta da Irlanda a abusos sexuais




O papa lamentou hoje a forma como a igreja irlandesa respondeu aos crimes de abuso sexual, naquela que foi a sua primeira intervenção pública no Vaticano depois das acusações de que ele próprio teria escondido os crimes.

Na sua habitual intervenção das quartas-feiras, no Vaticano, o papa considerou que as autoridades eclesiásticas da Irlanda falharam face aos crimes sexuais.
O papa realizou uma visita de dois dias à Irlanda, onde visitou um famoso templo e rezou missa, depois de se ter encontrado com vítimas de abusos sexuais cometidos por membros do clero ou por autoridades e instituições católicas.
Francisco passou 90 minutos no sábado a falar com oito vítimas de abuso, incluindo duas que foram forçadamente dadas para adoção quando nasceram, porque as mães não eram casadas.
São alguns dos milhares de adotados irlandeses, cujas mães solteiras foram forçadas a viver em casas de trabalho.
Uma vítima, Clodagh Malone, disse que Francisco ficou "chocado" com o que lhe contaram, mas "ouviu cada um com respeito e atenção".
O último dia da visita ficou marcado pela divulgação de uma carta do ex-núncio em Washington, o arcebispo Carlo Maria Vigano, que acusou o papa Francisco de ter anulado sanções contra o cardeal McCarrick e de ter ignorado as descrições do seu comportamento homossexual predatório junto de jovens seminaristas e sacerdotes.
Na sua intervenção de hoje, Francisco omitiu uma linha que constava do texto preparado e que dizia ter rezado na Irlanda para que a Igreja tivesse força para procurar, “com firmeza, a verdade e a justiça” para ajudar a cura das vítimas.
Desde 2002, mais de 14.500 pessoas declararam-se vítimas de abuso sexual por padres na Irlanda. A hierarquia da igreja irlandesa é acusada de ter encoberto centenas de sacerdotes.
Várias investigações também revelaram adoções ilegais de crianças filhas de mães solteiras realizadas pelo Estado irlandês com a cumplicidade da igreja católica.
(24.sapo.pt)

quarta-feira, 29 de agosto de 2018

Papa recorda viagem à Irlanda: o ideal é a família unida, não a separação!



Na catequese da Audiência Geral, Francisco falou da alegria de participar do Encontro Mundial das Famílias e da "dor e amargura" ao enfrentar o escândalo dos abusos na Igreja.

Bianca Fraccalvieri - Cidade do Vaticano

A Praça São Pedro voltou a acolher os peregrinos para a Audiência Geral, passados os dias mais tórridos do verão.
Como faz habitualmente depois de uma viagem apostólica, o Papa Francisco dedicou sua catequese aos principais momentos de sua visita à Irlanda, realizada nos dias 25 e 26 de agosto.
O sonho de Deus
O motivo que o levou a Dublin foi o Encontro Mundial das Famílias: “A minha presença era, sobretudo, confirmar as famílias cristãs em sua vocação e missão”, disse Francisco.
O sonho de Deus para toda a família humana é a unidade, a harmonia e paz, recordou o Papa, e Ele chama as famílias a participar deste sonho, fazendo do mundo uma casa onde ninguém se sinta “sozinho, indesejado ou excluído”.
Pontos de luz
O Pontífice definiu como “pontos de luz” os testemunhos de amor conjugal oferecidos por casais de todas as idades. Foi assim na Catedral, no centro dos frades capuchinhos que acolhe casais em situação de vulnerabilidade, na vigília no estádio Dublin, em que falaram famílias que sofreram com as guerras, os vícios, inclusive tecnológicos, e foram renovadas pelo perdão. Foram ressaltados o valor da comunicação entre as gerações e o papel específico que cabe aos avós para consolidar os laços familiares e transmitir a fé.
“Hoje, é difícil dizer, parece que os avós incomodam. Nessa cultura do descarte, eles são deixados de lado. Mas eles são a sabedoria, a memória das famílias. Por favor, não descartem os avós, que sejam sempre próximos aos netos.”
Irlanda do Norte
Na programação da visita, estava prevista também uma etapa no Santuário mariano de Knock. “Ali, na capela construída no local da aparição de Nossa Senhora, confiei à sua proteção materna todas as famílias, em especial as irlandesas. Embora a minha viagem não incluísse uma visita à Irlanda do Norte, dirigi uma saudação cordial ao seu povo e encorajei o processo de reconciliação, pacificação, amizade e cooperação ecumênica.”
Dor e amargura
Mas além da alegria, a visita à Irlanda enfrentou um elemento de “dor e amargura” pelo sofrimento causado no país por várias formas de abusos na Igreja.

“ O encontro com alguns sobreviventes deixou um sinal profundo; e várias vezes pedi perdão ao Senhor por esses pecados, pelo escândalo e o sentimento de traição provocado. ”

O Papa louvou o percurso de purificação e de reconciliação empreendido pelos bispos irlandeses com aqueles que sofreram abusos, e as normas severas adotadas com a ajuda das autoridades nacionais.
Renovação
No encontro com os Bispos, o Papa pediu a eles que, com a honestidade e a coragem, inaugurem uma estação de renovação da Igreja na Irlanda.
“Na Irlanda há fé, são pessoas de fé, com grandes raízes. Mas há poucas vocações ao sacerdócio”, disse Francisco, rezando uma Ave-Maria com os fiéis na Praça para pedir a Nossa Senhora que envie “sacerdotes santos” à Irlanda.
Ideal da família
Francisco então concluiu definindo o Encontro Mundial das Famílias uma experiência profética.

“Nós esquecemos as muitas famílias que vão avante com fidelidade, pedindo perdão recíproco quando há problemas. Hoje é moda ver nas revistas, nos jornais, os casais que se divorciaram, se separaram. Por favor, isso é ruim! Eu respeito cada um, devemos respeitar todas as pessoas, mas o ideal não é o divórcio, a separação, a destruição da família, mas a família unida. Esse é o ideal!”
O Papa exortou então os fiéis a se prepararem para o próximo Encontro Mundial das Famílias, que se realizará em Roma em 2021.
Rezar pela Criação
No final da Audiência, o Pontífice saudou os estudantes do Colégio Pio Brasileiro de Roma e recordou que no próximo sábado, 1° de setembro, celebra-se o quarto Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação, realizado em união com os ortodoxos e a adesão de outras comunidades cristãs.
“Na mensagem deste ano, desejo chamar a atenção para a questão da água, bem primário a ser tutelado e colocado à disposição de todos”, disse Francisco, convidando todos os fiéis a se unirem em oração pela nossa casa comum.

(vaticannews)