Defensor de
Francisco, o cardeal António Marto diz que os católicos ultraconservadores
estão a aproveitar a "catástrofe" que são os abusos sexuais na Igreja
para "dar um golpe de morte" no Papa.
O cardeal D. António Marto, bispo
de Leiria-Fátima e um dos principais defensores do Papa Francisco na Igreja em
Portugal, considera que a divulgação da carta do antigo embaixador do Vaticano
nos Estados Unidos, que alega que o Papa sabia há cinco anos de acusações de
abusos sexuais relativas a um cardeal norte-americano, faz parte de “uma
campanha organizada pelos ultraconservadores para ferirem de morte” o líder da
Igreja Católica.
Classificando os crimes como uma “hecatombe” na Igreja e uma “catástrofe de ordem espiritual, de ordem moral e de ordem pastoral”, D. António Marto concorda que os pedidos de desculpa não chegam, mas garante que o Papa Francisco está a trabalhar no sentido de reformar a Igreja também neste campo, emitindo normas mais estritas que impeçam o encobrimento dos casos e implementando formas de realizar julgamentos canónicos aos bispos e cardeais que ocultem casos de pedofilia de que tenham conhecimento “para salvaguardar o bom nome da instituição, esquecendo a dignidade das pessoas que foram feridas e ofendidas”.
Garantindo que “todos os bispos de Portugal estão com o Papa Francisco e lhe manifestam o seu apoio incondicional nesta reforma da Igreja”, D. António Marto acusa a ala ultraconservadora da Igreja Católica de atacar repetidamente o sumo pontífice e de, agora, ter aproveitado a ocasião para “dar um golpe de morte” no Papa. Ainda assim, o cardeal de Fátima acredita que Francisco vai sair “reforçado” de toda esta polémica, “quando tudo se esclarecer”.
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