segunda-feira, 30 de novembro de 2020
Reler para interiorizar
Papa Francisco: Deus te fará esperar, mas não te desilude
Por Miguel Pérez Pichel
Vaticano, 29 nov. 20 / 09:39 am (ACI).- O Papa Francisco refletiu neste domingo, 29 de novembro, durante a oração do Ângelus, no Vaticano, sobre o Advento, que começa precisamente hoje.
O Papa lembrou que o Advento é uma preparação para o Natal e, portanto, “é um tempo de espera e esperança”.
Ressaltou que, “para um cristão, o mais importante é o encontro contínuo com o Senhor. Estar com o Senhor. E assim, acostumados a estar com o Senhor da vida, nos preparamos para o encontro, para estar com o Senhor na eternidade”.
“Este encontro definitivo”, continuou o Bispo de Roma, “virá ao fim do mundo e vem todos os dias para que, com a sua graça, possamos cumprir o bem em nossa vida e na dos outros. O nosso Deus é o ‘Deus que vem’. Não se esqueça disso ”.
Francisco enfatizou que “Deus é um Deus que vem, que vem continuamente: Ele não desilude nossa espera! O Senhor nunca desilude. Ele nos fará esperar, talvez. Ele nos fará passar algum tempo na escuridão para amadurecer nossa esperança, mas nunca desilude. O Senhor sempre vem. Sempre está ao nosso lado. Às vezes, não se mostra, mas sempre vem”.
Deus, assinalou, “veio num momento preciso da história e tornou-se homem para tomar sobre Si os nossos pecados. A festa de Natal comemora esta primeira vinda de Jesus em um momento histórico ”.
“Ele virá no fim dos tempos como juiz universal. E também vem por uma terceira modalidade: vem todos os dias a visitar o Seu povo, a visitar todos os homens e mulheres que O acolhem na Palavra, nos Sacramentos, nos seus irmãos e irmãs”.
O Pontífice recordou ainda que “Jesus, diz-nos a Bíblia, está à porta e bate. está à porta dos nossos corações. Ele bate”. Em seguida, o Papa se dirigiu aos fiéis e perguntou: “Você consegue ouvir o Senhor bater à porta? Quem veio hoje visitar você, que bate no seu coração com uma inquietação, com uma ideia, com uma inspiração? Ele veio a Belém, virá no fim do mundo. Mas todos os dias ele vem até nós. Estejam atentos, veja o que vocês sentem no coração quando o Senhor bate à porta”.
Também se referiu ao atual momento pandêmico e ao sofrimento que causa em muitas pessoas. “A espera confiante do Senhor faz-nos encontrar conforto e coragem nos momentos sombrios da existência. E de onde nasce esta coragem e esta aposta confiante? Nasce da esperança. E a esperança não desilude. É a virtude que nos leva adiante, olhando para o encontro com o Senhor”.
Por isso, mais neste momento do que em qualquer outro, convém recordar que “o Advento é um apelo incessante à esperança: recorda-nos que Deus está presente na história para o conduzi-la ao seu fim último e à sua plenitude, que é o Senhor Jesus Cristo. Deus está presente na história da humanidade, Ele é o ‘Deus conosco’. Deus não está distante, está sempre conosco, ao ponto de que muitas vezes bate à porta de nosso coração”.
“O Senhor caminha ao nosso lado para nos apoiar. O Senhor nunca nos abandona; Ele nos acompanha nos nossos acontecimentos existenciais para nos ajudar a descobrir o significado do caminho, o significado da vida quotidiana, para infundir coragem nas provações e na dor”.
“No meio das tempestades da vida, Deus estende sempre a sua mão para nós e liberta-nos das ameaças. Isso é belo".
O Papa concluiu: “Maria Santíssima mulher de expectativa, acompanhe os nossos passos neste novo ano litúrgico que estamos iniciando, e nos ajude a cumprir a tarefa dos discípulos de Jesus, indicada pelo apóstolo Pedro: dar razão à esperança que há em nós”.
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Natalia Zimbrão.
(acidigital)
Hoje Igreja celebra Santo André Apóstolo, a “ponte do Salvador”
REDAÇÃO CENTRAL, 30 nov. 20 / 05:00 am (ACI).- Neste dia 30 de novembro, é celebrada a festa de Santo André Apóstolo, irmão de Pedro e patrono da Igreja Ortodoxa. As passagens dos Evangelhos que mostram como André aproximou algumas pessoas de Jesus lhe renderam o título de “ponte do Salvador”.
Santo André nasceu na Betsaida. De início, foi discípulo de João Batista e logo começou a seguir Jesus. Foi por intermédio dele que Pedro conheceu o Senhor. “Encontramos o Messias”, disse ao seu irmão.
Aparece ainda no episódio da multiplicação dos pães e dos peixes, quando indica a Jesus um jovem que tinha apenas cinco pães e dois peixes.
Além disso, ao lado de Filipe, dirige-se a alguns gregos e os leva a conhecer o Salvador.
A tradição assinala que, depois do Pentecostes, o apóstolo André pregou em muitas regiões e foi crucificado na Acaia, Grécia. Diz-se que a cruz em que morreu tinha forma de “X”, a qual ficou conhecida popularmente como “cruz de Santo André”.
Esta cruz recebeu as seguintes palavras do apóstolo: “Salve Santa Cruz, tão desejada, tão amada. Tira-me do meio dos homens e entrega-me ao meu Mestre e Senhor, para que eu de ti receba o que por ti me salvou!”.
Santo André é também fundador da Igreja em Constantinopla, nome antigo da atual cidade do Istambul, na Turquia.
Em um dia como este em 2014, o Papa Francisco, sucessor do Pedro, e o Patriarca Bartolomeu, herdeiro de Santo André, renovaram na Turquia os laços de irmandade entre ambas as Igrejas.
Naquela ocasião, durante a homilia, Francisco dirigiu estas palavras ao Patriarca: “Amado irmão, caríssimo irmão, estamos já a caminho, a caminho para a plena comunhão e já podemos viver sinais eloquentes de uma unidade real, embora ainda parcial. Isso nos conforta e sustenta na prossecução deste caminho”.
Por fim, declarou: “Temos a certeza de que, ao longo desta estrada, somos apoiados pela intercessão do Apóstolo André e do seu irmão Pedro, considerados pela tradição os fundadores das Igrejas de Constantinopla e de Roma. Imploramos de Deus o grande dom da unidade plena e a capacidade de o acolher nas nossas vidas. E não nos esqueçamos jamais de rezar uns pelos outros”.
(acidigital)
domingo, 29 de novembro de 2020
sábado, 28 de novembro de 2020
Tempo do Advento começa neste sábado para cristãos na Terra Santa
A entrada solene de Frei Francesco Patton, Custódio da Terra Santa, em Belém, acontece neste sábado (28), na véspera do Advento. O evento é dirigido a todos os cristãos da cidade, já que o coronavírus esvaziou o lugar de peregrinos, e será realizado com todas as regras e medidas de prevenção impostas pela pandemia: "devemos tentar fazer de tudo para ajudar as pessoas a evitar que um dia de celebração se torne a causa, depois, também de lágrimas", comentou em entrevista o Frei Patton.
Francesca Sabatinelli – Vatican News
Será um Natal sem peregrinos na Terra Santa, ninguém tem ilusões disso, porque o coronavírus interrompeu o que nem mesmo o conflito tinha conseguido parar completamente. Belém e toda a Palestina estão vivendo um momento, além de emergência sanitária, de grave crise econômica, ligada à falta do turismo e das peregrinações. Belém, já ferida pela ocupação israelense, está vazia de visitantes, com lojas que vendem souvenirs e artigos religiosos que estão paradas e a economia totalmente em falência.
O desafio agora, porém, é garantir que as celebrações de Natal possam ocorrer em total conformidade com as regras e restrições impostas pela pandemia. A prova geral será neste sábado, 28 de novembro e véspera do Advento, com a entrada solene em Belém de Frei Francesco Patton, Custódio da Terra Santa, como ele mesmo nos conta:
R. - É sempre uma entrada muito solene, com a comunidade de Belém que acolhe: fazemos um pequeno trecho a pé para chegar até a Basílica (da Natividade) para saudar as autoridades e, depois, iniciar, de forma solene, a celebração do Tempo do Advento. Também acendemos a primeira vela, indo busca-la na gruta da Natividade. Portanto, é algo particularmente solene para nós. Será também um teste para o Natal, pois não há peregrinos, mas tem a comunidade cristã local. A paróquia de Belém é uma paróquia bastante grande para nós, de cerca 5 mil fiéis latinos, mas além dos latinos, em Belém há também cristãos de outras Igrejas e, nestas ocasiões, também é fácil ver alguns deles participando, pois o clima, em geral, na Terra Santa, também é bastante ecumênico, no sentido de que se sente cristão antes de qualquer outra coisa. Veremos o que se consegue fazer, porque em Israel ainda existem restrições ligadas ao número de pessoas que podem participar das celebrações internamente ou a céu aberto, enquanto na Palestina, de fato, não existem mais restrições - isto não significa que não exista o vírus - e deveríamos também tentar fazer de tudo para ajudar as pessoas a evitar que um dia de celebração se torne a causa, depois, também de lágrimas. Após, teremos um momento muito importante no início de dezembro, nos dias 4 e 5, porque haverá a entrada solene do novo Patriarca, dom Pierbattista Pizzaballa. Essa entrada solene será em Jerusalém, será a sua primeira entrada como Patriarca no Santo Sepulcro. É uma celebração muito bonita, significativa, quando ele é recebido no lugar mais santo de toda a cristandade. No dia seguinte, irá celebrar a missa no Santo Sepulcro e, depois, ele também terá a sua entrada solene (em Belém), na véspera de Natal, no dia 24, e irá celebrar a missa da meia-noite na Igreja de Santa Catarina. Lá também, ainda temos que ver como iremos fazer. Por isso dizia que a celebração deste sábado também será um teste para ver o que pode e o que não pode ser feito, o que é apropriado e o que não é. Tentamos pedir às pessoas que respeitem pelo menos as normas básicas, como usar a máscara e o desinfetante para as mãos, manter um pouco de distância. Mas tudo precisamos ver como será.
(vaticannews)
sexta-feira, 27 de novembro de 2020
A arte do encontro que é a substância da vida
Se a vida é a arte do encontro, como nos recorda o Papa na Fratelli tutti, aquele que teorizou e pôs em prática o encontro como instrumento de pesquisa e produção artística foi Vinícius de Moraes, a quem devemos a frase citada pelo Papa Francisco no número 215 da sua recente encíclica. Diplomata, dramaturgo, poeta, músico, Marcus Vinícius da Cruz de Mello Moraes nasceu em 19 de outubro de 1913 no Rio de Janeiro, cidade onde faleceu a 9 de julho de 1980.
A sua história pessoal e artística encerra em si a capacidade de abordar com curiosidade e afeto as mais variadas experiências e depois sintetizá-las em algo novo e precioso. E afinal, o que é a bossa nova, o género musical do qual Vinícius de Moraes é considerado um dos pais, senão a síntese de muitas sugestões que atravessou o Brasil naquele período, na viragem entre os anos cinquenta e sessenta do século passado? A bossa nova soube acolher e fundir com o samba as sonoridades do jazz provenientes dos Estados Unidos e, com uma sensibilidade totalmente latina, foi capaz de gerar uma “nova tendência” (precisamente, bossa nova) que, numa espécie de contracolonização cultural, conquistou os melhores músicos americanos e mercados discográficos no mundo inteiro.
E também esta foi uma história gloriosa história de encontros. Pois Vinícius de Moraes unia a sua genialidade à dos músicos do calibre de Tom Jobim (a eles devemos a famosa Garota de Ipanema e outras pequenas obras-primas como Água de Beber), João Gilberto e Baden Powell. Este último escreveu a música de Samba da Benção, da qual foi tirada a frase citada pelo Papa na Fratelli tutti. A canção foi publicada em 1969 também em italiano (Vinícius de Moraes passou muito tempo na península durante os anos do regime militar brasileiro, obtendo grande sucesso graças à colaboração com vários cantores como Ornella Vanoni, Patty Pravo e Bruno Lauzi), num álbum não por acaso intitulado La vita, amico, è l’arte dell’incontro. Na capa do disco, além do músico carioca, aparecem os nomes de Sergio Endrigo e Giuseppe Ungaretti, a quem foi confiada a declamação de alguns poemas de Vinícius de Moraes traduzidos em italiano. Realmente outros tempos, em que um disco de sucesso, em vez da voz de um rapper, difundia a voz de um velho poeta. E juntamente com a de Ungaretti, a voz com o inconfundível sotaque brasileiro de Vinícius de Moraes. Não uma grande voz, claro, mas capaz de narrar (um talento verdadeiramente reservado a poucos) e sugerir, com grande discrição, uma chave para compreender a existência humana. Como no verso em que nos adverte que «a vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida» ou como no verso em que nos recorda que a beleza do samba não pode ser separada de um fragmento de tristeza.
Outro grande encontro, aquele entre a alegria e a tristeza. Um encontro todo brasileiro, de uma cultura, por sua vez o fruto de um encontro-desencontro, que não tem medo de reconhecer e conferir direito de cidadania à dor e à morte. Uma cultura ligada à terra e ao céu — onde o transcendente faz parte da vida diária — capaz de compreender e transmitir que sem dor não pode haver alegria, e que sem morte não pode haver vida. No fundo, esta é a mensagem que viaja nas notas do samba, notas alegres mas sempre — como, na sua sabedoria, recomenda Vinícius de Moraes — veladas de uma nota de tristeza. Ou melhor, de uma nota de saudade, um termo e um conceito que só existe no Brasil e que não pode ser traduzido, como muitas pessoas pensam, com “nostalgia”. A saudade, com efeito, explicada por Marisa Monte, outra grande intérprete da tradição musical brasileira, durante um dos seus concertos em Roma, não é a sensação da falta de quem foi embora. É, ao contrário, a certeza da presença de quem permanece. Mesmo que já não esteja aqui!I
Giuseppe Fiorentino
(osservatoreromano.va)
Hoje é celebrada Nossa Senhora das Graças, a Virgem da Medalha Milagrosa
REDAÇÃO CENTRAL, 27 nov. 20 / 05:00 am (ACI).- “Fazei cunhar uma medalha conforme este modelo. Todos os que a usarem, trazendo-a ao pescoço, receberão grandes graças. Estas serão abundantes para aqueles que a usarem com confiança”, disse Nossa Senhora a Santa Catarina Labouré, no dia 27 de novembro de 1830.
Foi nesse ano de 1830 que a Virgem Maria apareceu para a Irmã Catarina Labouré, da Congregação das Filhas da Caridade, primeiramente na noite de 18 de junho. Um anjo despertou a religiosa e a conduziu até a capela, onde encontrou a Mãe de Deus e conversou com ela por mais de duas horas, ao final da qual Maria lhe disse: “Voltarei, minha filha, porque tenho uma missão para te confiar”.
No dia 27 de novembro do mesmo ano, a Santíssima Virgem voltou a aparecer para Catarina. A Mãe de Deus estava com uma veste branca e manto azul. Conforme relatou a religiosa, era de uma “beleza indizível”. Os pés estavam sobre um globo branco e esmagavam uma serpente.
Suas mãos, à altura do coração, seguravam um pequeno globo de ouro, coroado com uma pequena cruz. Levava nos dedos anéis com pedras preciosas que brilhavam e iluminavam em toda direção.
A Virgem olhou para Santa Catarina e lhe disse: “O globo que vês representa o mundo inteiro, especialmente a França e cada alma em particular. Estes raios são o símbolo das graças que Eu derramo sobre as pessoas que me pedem. As pérolas que não emitem raios são as graças das almas que não pedem”.
O globo de ouro que a Virgem Maria estava segurando se desvaneceu e seus braços se estenderam abertos, enquanto os raios de luz continuavam caindo sobre o globo branco dos pés.
Nesse momento, formou-se um quadro oval em torno de Nossa Senhora, com as seguintes palavras em letras douradas: “Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a Vós”.
Então, Maria pediu que Catarina mandasse cunhar a medalha, segundo o que estava vendo.
A aparição girou e no reverso estava a letra “M” encimada por uma cruz que tinha uma barra em sua base, a qual atravessava a letra. Embaixo figurava o coração de Jesus, circuncidado com uma coroa de espinhos, e o coração de Nossa Senhora, transpassado por uma espada. Ao redor havia doze estrelas.
A manifestação voltou a acontecer por volta do final de dezembro de 1830 e princípio de janeiro de 1831.
Em 1832, o Bispo de Paris autorizou a cunhagem da medalha e assim se espalhou pelo mundo inteiro. Inicialmente a medalha era chamada “da Imaculada Conceição”, mas quando a devoção se expandiu e se produziram muitos milagres, foi chamada “Medalha Milagrosa”, como é conhecida até nossos dias.
Para celebrar este dia em que recordamos Nossa Senhora das Graças, confira a seguir a oração para pedir o auxílio da Virgem:
Lembrai-vos, ó puríssima Virgem Maria, do poder ilimitado que vos deu o vosso divino Filho sobre o seu coração adorável. Cheio de confiança na vossa intercessão, venho implorar o vosso auxílio. Tendes em vossas mãos a fonte de todas as graças que brotam do Coração amantíssimo de Jesus Cristo; abri-a em meu favor, concedendo-me a graça que ardentemente vos peço. Não quero ser o único por vós rejeitado; sois minha Mãe, sois a soberana do coração de vosso divino Filho.
Sim, ó virgem santa, não esqueçais as tristezas desta terra; lançai um olhar de vontade aos que estão no sofrimento, aos que não cessam de provar o cálice das amarguras da vida. Tende piedade dos que se amam e que estão separados pela discórdia, pela doença, pelo cárcere, pelo exílio ou pela morte. Tende piedade dos que choram dos que suplicam e dai a todos o conforto, a esperança e a paz! Atendei, pois, à minha humilde súplica e alcançai-me as graças que agora fervorosamente vos peço por intermédio de vossa santa Medalha Milagrosa!
Amém.
(acidigital)
Papa sobre o aborto: "É justo contratar um matador de aluguel para resolver um problema?”
Vaticano, 26 nov. 20 / 10:00 am (ACI).- “É justo contratar um matador de aluguel para resolver um problema?”, expressou o Papa Francisco, ao questionar a realização do aborto, a um grupo de mulheres das villas argentinas que manifestaram a sua preocupação pelo projeto de lei para legalizar esta prática apresentado pelo presidente Alberto Fernández.
As mulheres da Villa 31, Villa Rodrigo Bueno e Villa José León Suárez em Buenos Aires, enviaram uma carta ao Santo Padre através do e-mail da deputada Victoria Morales Gorleri, depois de saberem que o presidente Alberto Fernández tinha enviado um projeto de legalização do aborto ao Congresso da Nação.
Na mensagem de 17 de novembro, Fernández expressou que “a legalização do aborto salva a vida das mulheres e preserva sua capacidade reprodutiva, muitas vezes afetada por esses abortos inseguros”. “Não aumenta o número de abortos nem os promove. Só resolve um problema que afeta a saúde pública”, garantiu.
No dia 24 de novembro, a paróquia La Esperanza, em Puerto Madero, divulgou, a partir de sua conta no Twitter, a resposta do Pontífice ao grupo de mulheres. Numa carta de próprio punho, Francisco dizia-lhes que "realmente são mulheres que sabem o que é a vida".
“Por favor, diga-lhes de minha parte que admiro o seu trabalho e o seu testemunho; que lhes agradeço de coração pelo que fazem, e que sigam adiante. A pátria está orgulhosa de ter mulheres assim”, acrescentou.
“Sobre o problema do aborto, é preciso ter presente que não é um assunto primariamente religioso, mas de ética humana, anterior a qualquer confissão religiosa”.
“É justo eliminar uma vida humana para resolver um problema? É justo contratar um matador de aluguel para resolver um problema?”, perguntou o Papa.
"Obrigado por tudo o que fazem. Por favor, não se esqueça de rezar por mim; eu o faço por você. Saudações ao seu marido e à sua filha”, disse à congressista Gorleri.
“Que Jesus a abençoe e a Virgem Santa a cuide. Fraternalmente, Franciscus”.
As mulheres dos bairros vulneráveis expressaram na carta ao Papa Francisco que "nossa voz, como a dos nascituros, nunca é escutada".
“Não querem nos escutar, nem os legisladores, nem os jornalistas. Se não tivéssemos os sacerdotes das Villas que levantam a voz por nós, estaríamos ainda mais sozinhas”, denunciaram.
“É por isso que nos dirigimos a Sua Santidade, com o desejo de pedir-lhe que nos ajude a expressar à opinião pública que nos sentimos presas de uma situação na qual a nossa própria família, as nossas filhas adolescentes e as gerações futuras estão comprometidas, crescendo com a ideia de que nossa vida é a não-desejada e que não temos o direito de ter filhos porque somos pobres”.
“Pedimos-lhe que nos ajude fazendo a nossa voz ser ouvida, certamente escutarão você com mais atenção do que a que nos dão os nossos políticos”, reforçaram as mulheres.
Ao escutar o presidente Fernández, “um terror frio invadiu-nos ao pensar que este projeto é voltado para as adolescentes de nossos bairros. Não tanto porque na cultura da villa se pense no aborto como uma solução para uma gravidez inesperada”, mas porque “está orientado a cultivar a ideia de que o aborto é mais uma possibilidade dentro do leque de métodos contraceptivos e que inclusive as principais usuárias temos que ser as mulheres pobres”.
O grupo de mulheres também denunciou que já se acostumaram a receber "ofertas de aborto" desde a primeira consulta de gravidez que realizam nos postos de saúde do bairro.
“'Como você vai criar outro filho?' 'Na sua situação é irresponsável trazer outro filho ao mundo' ou 'o aborto é um direito, ninguém pode obrigar você a ser mãe', são as primeiras respostas dos profissionais de saúde que nos atendem na primeira consulta”.
“Pensamos horrorizadas em que, se isso acontece nos consultórios e nos hospitais de Buenos Aires sem uma lei do aborto, o que acontecerá com uma lei atual vigente que garanta às meninas a partir de 13 anos o acesso irrestrito a essa prática horrenda?” questionaram.
As mulheres dessas villas se conheceram por causa do debate do projeto de aborto em 2018, que depois de uma discussão intensa foi rejeitado no Senado com 38 votos contra 31, duas abstenções e uma ausência.
A partir daí se organizaram para gerar redes de apoio e trabalho, “lado a lado para cuidar da vida de muitos vizinhos: do bebê que está em gestação e de sua mãe assim como também do que nasceu, está entre nós e precisa de ajuda”.
Neste ano de pandemia, as mulheres organizam “três refeitórios instalados com urgência sem qualquer contribuição do Estado; onde em cada um deles é oferecido carinho e um prato de comida para 300 pessoas”, especificaram.
Enquanto isso, Alberto Fernández convidado ao programa argentino Corea do Centro, em 22 de novembro, defendeu seu projeto de legalização do aborto e afirmou que não está "muito de acordo com a lógica da Igreja".
Quando perguntado se “o Papa ficará muito chateado com isso?” Alberto Fernández respondeu: “Espero que não, porque ele sabe o quanto o admiro, o quanto o valorizo e espero que ele compreenda que tenho que resolver um problema da saúde pública argentina.
“Finalmente, o Vaticano é um estado dentro de um país chamado Itália, onde o aborto é permitido há muitos anos. Então, espero que entenda”, disse Fernández.
Não é a primeira vez que o Papa Francisco compara a prática do aborto com contratar um matador de aluguel.
Na audiência geral de 10 de outubro de 2018, o Santo Padre condenou firmemente o aborto e assinalou que não é um direito, mas sim um crime. “É como pagar a um assassino para resolver um problema”, alertou.
Naquele dia o Pontífice refletiu sobre o quinto mandamento “não matarás” e disse que “não se pode, não é justo “eliminar” um ser humano, por mais pequenino que seja, para resolver um problema”.
Do mesmo modo, condenou aqueles que indicam o aborto aos pais cujo filho ainda não nascido sofre de algum tipo de deficiência. “Nestes casos dramáticos, os pais precisam de verdadeira proximidade, de autêntica solidariedade, para enfrentar a realidade superando os compreensíveis temores”, disse.
Projeto de lei do aborto
O texto apresentado intitula-se "Regulamentação do acesso à interrupção voluntária da gravidez e à atenção pós-aborto", e foi elaborado pelos Ministérios da Saúde e da Mulher, Gêneros e Diversidades em coordenação com a Secretaria Jurídica e Técnica da Presidência da República.
Junto com este texto, Fernández também apresentou o projeto “Atenção integral à saúde e à gestação e primeira infância”, desenvolvido pela carteira de Desenvolvimento Social.
Embora não se saiba a data do início da discussão, o texto deveria ser incorporado com o temário de sessões extraordinárias do Parlamento a partir de dezembro.
Desta forma, as discussões começarão na Câmara dos Deputados nas comissões de Legislação Geral, Saúde e Ação Social, Mulher e Diversidades e Legislação Penal.
Depois, deve ir ao plenário da Câmara dos Deputados e, caso seja aprovado - o que se chama de "meia sanção" -, entrará no Senado para debate.
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
(acidigital)
Papa Francisco: para nós, cristãos, o futuro é a esperança
O Papa Francisco assim inaugura o Festival italiano da Doutrina Social: “A esperança é a virtude de um coração que não se fecha na escuridão, não para no passado, não sobrevive presente, mas sabe ver o amanhã. Para nós, cristãos, que significa o amanhã? É a vida redimida, a alegria do dom do encontro com o amor trinitário”.
Vatican News
Teve início esta quinta-feira, 26 de novembro, a X Edição italiana da Doutrina Social, sobre o tema “Memória do futuro”. Até o dia 29, participam do evento empresários e profissionais do âmbito da cooperação, da economia e da cultura. A abertura foi feita pelo Papa Francisco, através de uma videomensagem em que exorta a “frequentar o futuro”, a ter o olhar e o coração “orientados escatologicamente”.
“Para nós, cristãos, o futuro tem um nome e este nome é "esperança". A esperança é a virtude de um coração que não se fecha na escuridão, não para no passado, não sobrevive presente, mas sabe ver o amanhã. Para nós, cristãos, que significa o amanhã? É a vida redimida, a alegria do dom do encontro com o amor trinitário. Neste sentido, ser Igreja significa ter o olhar e o coração criativos e orientados escatologicamente, sem ceder à tentação da nostalgia, que é, a todos os efeitos, uma verdadeira “patologia espiritual”.”
Viver a memória do futuro
O Papa convida a colher a mais autêntica “dinâmica dos cristãos”, que “não é reter nostalgicamente o passado, mas ter acesso à memória eterna do Pai, e isto é possível vivendo uma vida de caridade”. Portanto, “não a nostalgia que bloqueia a criatividade e nos torna pessoas rígidas e ideológicas também no âmbito social, político e eclesial”. Mas a memória “intrinsecamente relacionada ao amor e à experiência, que se torna uma das dimensões mais profundas da pessoa humana”. Papa Francisco evoca então o sentido do Festival deste ano:
"Viver a memória do futuro significa empenhar-se a fazer de modo que a Igreja, o grande povo de Deus (LG, 6), possa constituir na terra o início e o broto do reino de Deus. Viver como fiéis imersos na sociedade, manifestando a vida de Deus que recebemos como dom no Batismo, para que se possa fazer memória agora daquela vida futura na qual estaremos juntos diante do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Esta atitude nos ajuda a superar a tentação da utopia, de reduzir o anúncio do Evangelho no simples horizonte sociológico ou de nos comprometer no marketing das várias teorias econômicas ou facções políticas. No mundo, é preciso estar com a força e a criatividade da vida de Deus em nós: assim, saberemos fascinar o coração e o olhar das pessoas ao Evangelho de Jesus, ajudaremos a fazer fecundar projetos de nova economia inclusiva e de política capaz de amor."
O programa do Festival prevê inúmeros eventos, entre os quais seminários e conferências, que poderão ser seguidos no site www.dottrinasociale.it ao vivo.
(vaticannews)
quinta-feira, 26 de novembro de 2020
A oração do Papa Francisco por Diego Armando Maradona
Em declarações aos jornalistas, o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé refere que o “Papa foi informado sobre a morte de Diego Maradona, relembra com afeto as ocasiões de encontro desses anos e o recorda na oração, como fez nos dias passados desde que tomou conhecimento de suas condições de saúde.”
Bianca Fraccalvieri – Vatican News
“Quem foi melhor: Pelé ou Maradona?” – Esta é uma pergunta recorrente que o Papa Francisco faz aos brasileiros, em tom de brincadeira.
Para muitos torcedores, a resposta não é fácil, mas é certo que o futebol mundial perdeu hoje uma de suas lendas.
Em declarações aos jornalistas, o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé refere que o “Papa foi informado sobre a morte de Diego Maradona, relembra com afeto as ocasiões de encontro desses anos e o recorda na oração, como fez nos dias passados desde que tomou conhecimento de suas condições de saúde.”
O verdadeiro craque é o Papa
No livro que será lançado em 1° de dezembro, “Vamos sonhar juntos”, o Papa recorda os momentos que viveu na Alemanha para aprender o idioma, e que viveu na solidão o triunfo da Argentina na Copa do Mundo de 1986.
Uma vitória cuja estrela foi Diego Armando Maradona, conquistando para o país o segundo título mundial. E aquela camisa número 10, “El pibe de oro” a levou ao Vaticano anos depois, em 1° de setembro de 2014.
Na Sala Paulo VI, Francisco agradeceu aos campeões de futebol que aderiram ao jogo inter-religioso pela paz, que se realizou naquele mesmo dia no Estádio Olímpico de Roma.
Um evento solidário organizado por “Scholas occurrentes”, promovido pelo Papa, e pela associação de Xavier Zanetti, outro importante campeão argentino, “Fundação P.u.p.i Onlus”.
Naquela ocasião, ocorreu o abraço comovido de Maradona ao Papa, a entrega da camisa com a escrita “Francisco” e a dedicatória: “Ao Papa Francisco com todo o meu afeto e muita paz para todo o mundo”.
Em entrevista à nossa emissora, Diego Armando disse que entre os dois, o verdadeiro “craque” é o Pontífice.
E confessou ter se afastado da Igreja, mas de ter sentido muita proximidade com Francisco pela atenção que dispensa aos pobres. “O que o Papa me disse? Que estava me esperando”.
(vaticannews)
Palavra de Vida – novembro 2020
“Felizes os que choram, porque serão consolados” (Mt 5,4)
Quem é que nunca chorou na sua vida? Quem é que nunca conheceu pessoas cujo sofrimento transparecia através das lágrimas? Então nos dias de hoje, em que os meios de comunicação nos trazem a casa imagens de todo o mundo, corremos até o risco de nos habituarmos, de endurecer o coração diante das torrentes de sofrimento que ameaçam arrastar-nos.
Jesus também chorou (1) e conheceu o pranto do seu povo, vítima de ocupação estrangeira. Eram muitos os doentes, os pobres, viúvas, órfãos, marginalizados, pecadores que vinham ter com Ele para escutar a sua Palavra redentora e serem curados, no corpo e na alma.
No evangelho de Mateus, Jesus é o Messias que cumpre as promessas que Deus fez a Israel e, por isso, anuncia:
“Felizes os que choram, porque serão consolados”
Jesus não fica indiferente perante as nossas tribulações e ocupa-se pessoalmente a curar o nosso coração da dureza do egoísmo, a preencher a nossa solidão, a dar vigor à nossa ação.
Assim diz Chiara Lubich, no seu comentário a esta Palavra do Evangelho: «[…] Jesus, com estas suas palavras, não quer levar quem está infeliz à simples resignação, prometendo uma recompensa futura. Ele pensa também no presente. De facto, o Seu Reino, mesmo se ainda não de maneira definitiva, já está aqui. Está presente em Jesus que, ressuscitando de uma morte sofrida na maior das tribulações, venceu a morte. Está presente também em nós, no nosso coração de cristãos: Deus está em nós. A Santíssima Trindade fez em nós a Sua morada. Então, a bem-aventurança anunciada por Jesus, pode verificar-se já, desde agora. […] Os sofrimentos podem permanecer, mas há um novo vigor que nos ajuda a enfrentar as provas da vida e a ajudar os outros nas suas penas, a superá-las, a vê-las como Ele as viu e aceitou: como meio de redenção» (2).
“Felizes os que choram, porque serão consolados”
Na escola de Jesus, podemos aprender a ser, uns para os outros, testemunhas e instrumentos do amor terno e criativo do Pai. É a alba de um mundo novo, fonte inesgotável de consolação para enxugar todas as lágrimas.
Foi deste modo que a Lena e o Philippe, do Líbano, partilharam a sua experiência com os amigos da comunidade eclesial: «Caríssimos, agradecemos-vos pelas vossas felicitações por ocasião da Páscoa, tão especial este ano. Estamos bem e procuramos estar atentos para não nos expormos ao vírus. Contudo, estando na linha da frente da ação “Parrainage Liban”(3), não podemos ficar sempre em casa. Saímos, de dois em dois dias, para garantir as necessidades urgentes de algumas famílias: dinheiro, vestuário, alimentos, medicamentos, etc… Já antes da Covid-19 a situação económica do país era muito difícil e, como em todo o mundo, agora piorou. Mas a Providência não falta: a última chegou há uma semana, de um libanês que vive no estrangeiro. Pediu à Lena que garantisse uma refeição completa, três dias por semana, a doze famílias durante todo o mês de abril. Uma bonita confirmação do amor de Deus, que não se deixa vencer em generosidade».
Letizia Magri
1) Cf. Jo 11,35; Lc 19,41. 2) C. Lubich, Palavra de Vida de novembro de 1981, in Parole di Vita, a/c Fabio Ciardi (Opere di Chiara Lubich 5), Città Nuova, Roma 2017, pp. 221-222. 3) Explica a Lena : «A ação “Parrainage Liban” nasceu em 1993, de um grupo de famílias que viviam a Palavra de vida, para ajudar uma mãe com 5 crianças, com o marido na prisão. Até agora ajudámos cerca de 200 famílias, de todas as partes do Líbano e de várias religiões. Os nossos colaboradores dedicam-se, de várias maneiras, a tornar as famílias autónomas: através de visitas domiciliárias, procura de alojamento e trabalho, apoio nos estudos. Somos apoiados economicamente por uma centena de pessoas e empresas que acreditam na nossa iniciativa».
(focolares)
quarta-feira, 25 de novembro de 2020
terça-feira, 24 de novembro de 2020
Papa Francisco: as situações ‘covid’ e as três solidões da minha vida
Publicamos um trecho do livro "Ritorniamo a sognare" (Voltemos a sonhar) escrito pelo Pontífice com o jornalista Austen Ivereigh, que será publicado em dezembro
PAPA FRANCISCO
Na minha vida tive três situações "Covid": a doença, a Alemanha e Córdoba.
Quando eu tinha 21 anos contraí uma doença muito grave, tive minha primeira experiência de limitação, dor e solidão. Mudaram minhas coordenadas. Durante meses eu não sabia quem eu era, se iria morrer ou viver. Mesmo os médicos não sabiam se eu conseguiria sobreviver. Lembro-me de um dia ter pedido a minha mãe, abraçando-a, para me dizer se eu ia morrer. Eu estava no segundo ano do seminário diocesano em Buenos Aires.
Lembro-me da data: era 13 de agosto de 1957. Foi levado ao hospital, ao constatarem que eu não tinha o tipo de gripe que é tratada com aspirina. Inicialmente tiraram um litro e meio de água do meu pulmão, depois lutei entre a vida e a morte. Em novembro, fiz uma cirurgia para remover o lobo superior direito do meu pulmão. Sei por experiência própria como se sentem os pacientes com coronavírus quando lutam para respirar em um respirador.
Daqueles dias recordo-me de duas enfermeiras em particular. Uma era a enfermeira-chefe, uma irmã dominicana que tinha sido professora em Atenas antes de ser enviada a Buenos Aires. Soube mais tarde que, depois que o médico saiu da sala ao terminar o primeiro exame, ela disse às enfermeiras para dobrar a dose do tratamento que ele havia prescrito – à base de penicilina e estreptomicina - porque sua experiência lhe dizia que eu estava morrendo. A Irmã Cornelia Caraglio salvou minha vida. Graças a seu contato habitual com os doentes, ela sabia mais do que o médico o que os pacientes precisavam, e teve a coragem de usar essa experiência.
Outra enfermeira, Micaela, fez a mesma coisa quando eu sofria com fortes dores. Ela me dava secretamente doses extras de calmantes fora do horário previsto. Lutaram por mim até o fim, até eu melhorar. Ensinaram-me o que significa usar a ciência e o saber para ir além, para responder às necessidades específicas.
Daquela experiência aprendi outra coisa: como é importante evitar consolos superficiais. As pessoas vinham me visitar e me diziam que eu ficaria bem, que nunca mais sentiria toda aquela dor: palavras sem sentido e vazias, ditas com boas intenções, mas nunca chegaram ao meu coração. A pessoa que me tocou mais profundamente, com seu silêncio, foi uma das mulheres que marcaram minha vida: Irmã María Dolores Tortolo, minha professora quando criança, que me preparou para minha Primeira Comunhão. Veio me ver, pegou minha mão, me deu um beijo e ficou em silêncio por um longo tempo. Depois me disse: "Você está imitando Jesus". Não precisava dizer mais nada. Sua presença, seu silêncio, me deram um profundo consolo.
Depois dessa experiência, tomei a decisão de falar o mínimo possível quando visito pessoas doentes. Eu só lhe dou a mão.
[…]
Poderia dizer que o período alemão, em 1986, foi a "Covid do exílio". Foi um exílio voluntário, porque fui para estudar a língua e procurar material para concluir minha tese, mas me sentia como um peixe fora d'água... Costumava fazer algumas caminhadas até o cemitério em Frankfurt e de lá se podia ver os aviões decolando e pousando; eu estava nostálgico por minha terra natal, para voltar. Lembro-me do dia em que a Argentina ganhou a Copa do Mundo. Eu não quis ver o jogo e soube que ganhamos só no dia seguinte, lendo os jornal. Na minha aula de alemão ninguém falou sobre isso, mas quando uma jovem japonesa escreveu "Viva a Argentina" no quadro negro, os outros riram. O professor entrou, disse para apagar e fechou o assunto.
Era a solidão de uma vitória sozinho, porque não tinha ninguém para compartilhá-la; a solidão de não fazer parte de nada, o que faz de você um estranho. Leva para longe de seu lugar e coloca-o em um lugar que você não conhece, e nesse lugar você se dá conta que o que realmente importa é lugar que você deixou.
Às vezes, o desenraizamento pode ser uma cura ou uma transformação radical. Este foi meu terceiro "Covid" foi quando fui enviado para Córdoba de 1990 a 1992. A raiz deste período remonta ao meu modo de comandar, primeiro como provincial e depois como reitor. Eu certamente tinha feito algo de bom, mas às vezes eu era muito severo. Em Córdoba eles me fizeram o favor e tinham razão.
Passei um ano, dez meses e treze dias naquela residência jesuíta. Celebrava a missa, confessava e oferecia direção espiritual, mas nunca saia de casa, exceto quando ia aos correios. Foi uma espécie de quarentena, de isolamento, como aconteceu com muitos de nós nos últimos meses, e me fez bem. Isso me levou a amadurecer ideias: eu escrevia e rezava muito. Até então eu tinha tido uma vida ordenada na Companhia, baseada na minha experiência primeiro como professor dos noviços e depois de governo a partir de 1973, quando fui nomeado provincial, até 1986, quando terminei meu mandato como reitor. Tinha me acomodado com aquele modo de vida. Mas um desenraizamento como aquele, que você é mandado para algum lugar remoto e o colocam como professor substituto, abala tudo. Seus hábitos, seus reflexos comportamentais, suas linhas de referência cristalizadas ao longo do tempo, tudo isso se transformou desapareceu e você deve aprender a viver novamente, a colocar sua existência novamente em ordem.
Daquele período, hoje, me impressionam três coisas. Primeiro, a capacidade de rezar que me foi doada. Em segundo lugar, as tentações que eu sentia. E terceiro - e isto é o mais estranho - que eu tenha lido na época, por acaso, os trinta e sete volumes da "História dos Papas" de Ludwig Pastor. Poderia ter escolhido um romance, algo mais interessante. Pensando onde estou agora, me pergunto por que Deus me inspirou a ler exatamente aquela obra naquele momento. Com aquela vacina, o Senhor me preparou. Uma vez que se conhece aquela história, não há muito que possa surpreendê-lo sobre o que acontece na Cúria Romana e na Igreja de hoje. Me ajudou muito!
A "Covid" de Córdoba foi uma verdadeira purificação. Deu-me mais tolerância, compreensão, capacidade de perdoar. Também me deixou com uma nova empatia para com os fracos e indefesos. E paciência, muita paciência, ou seja, o dom de entender que para as coisas importantes precisa tempo, que a mudança é orgânica, que há limites e que devemos trabalhar dentro deles e ao mesmo tempo manter os olhos no horizonte, como fez Jesus. Aprendi a importância de ver o grande no pequeno, e de ter cuidado com o pequeno nas coisas grandes. Foi um período de crescimento em muitos sentidos, como o brotar novamente após uma poda minuciosa.
Mas devo estar atento, porque quando você cai em certas falhas, certos pecados, e você mesmo corrige, o diabo, como diz Jesus, volta, vê a casa "varrida e adornada" (Lucas 11, 25) e vai chamar sete outros espíritos piores do que ele. O fim daquele homem, disse Jesus, torna-se muito pior do que antes. É com isto que devo me preocupar agora em minha tarefa de governar a Igreja: não cair nos mesmos defeitos de quando eu era superior religioso.
[…] Estes foram meus principais “Covid” pessoais. Aprendi que sofri muito, mas se você se deixar mudar, sairá melhor. Ao contrário, se você levantar barreiras, sairá pior.
(vaticannews)
segunda-feira, 23 de novembro de 2020
domingo, 22 de novembro de 2020
sábado, 21 de novembro de 2020
sexta-feira, 20 de novembro de 2020
quinta-feira, 19 de novembro de 2020
quarta-feira, 18 de novembro de 2020
Hoje a Igreja celebra a dedicação das Basílicas de São Pedro e São Paulo
REDAÇÃO CENTRAL, 18 nov. 20 / 05:00 am (ACI).- Neste dia 18 de novembro, a Igreja celebra a dedicação das Basílicas dos Apóstolos São Pedro e São Paulo, templos em Roma que contêm os restos mortais destes dois grandes nomes do cristianismo e símbolos da fraternidade e da unidade da Igreja.
A Basílica de São Pedro, no Vaticano, foi construída sobre o túmulo do Apóstolo, que morreu crucificado de cabeça para baixo. No ano 323, o imperador Constantino mandou construir no local a Basílica dedicada àquele que foi o primeiro Papa da Igreja.
A atual Basílica de São Pedro demorou 170 anos para ser edificada. Começou com o Papa Nicolau V, em 1454, e foi concluída pelo Papa Urbano VIII, que a consagrou em 18 de novembro de 1626. A data coincide com a consagração da antiga Basílica.
Bramante, Rafael, Michelangelo e Bernini, famosos artistas da história, trabalharam nela, plasmando o melhor de sua arte.
A Basílica de São Pedro mede 212 metros de comprimento, 140 de largura e 133 metros de altura em sua cúpula. Não há templo no mundo que se iguale em extensão.
A Basílica de São Paulo Extramuros é, depois de São Pedro, o maior templo de Roma. Também surgiu por vontade de Constantino. Em 1823, foi quase totalmente destruída por um terrível incêndio. Leão XIII iniciou sua reconstrução e foi consagrada em 10 de dezembro de 1854 pelo Papa Pio IX.
Um fato interessante é que, sob as janelas da nave central nas naves laterais, em mosaico, encontram-se os retratos de todos os Papas desde São Pedro até o atual, o Papa Francisco.
Em 2009, por ocasião desta celebração, o Papa Bento XVI disse que “esta festa nos proporciona a ocasião de ressaltar o significado e o valor da Igreja. Queridos jovens, amem a Igreja e cooperem com entusiasmo em sua edificação”.
(acidigital)
terça-feira, 17 de novembro de 2020
Hoje é celebrada Santa Isabel da Hungria, a que “morreu para a terra”
REDAÇÃO CENTRAL, 17 nov. 20 / 05:00 am (ACI).- Neste dia 17 de novembro, a Igreja celebra Santa Isabel da Hungria, uma jovem mãe que aproveitou sua condição de nobreza para ajudar Cristo nos mais pobres. Ao morrer, apareceu a um homem e disse que ia para a glória e que morria para a terra.
Filha do rei da Hungria, nasceu em 1207 e foi dada em casamento a Luiz Landgrave da Turíngia. Por isso, desde pequena, foi enviada por seus pais ao castelo de Wartburg para ser educada na corte de Turíngia com aquele que seria seu marido. Teve que suportar incompreensões por sua bondade.
Seu prometido, cada vez que passava pela cidade, comprava algo para a santa e entregava-lhe muito respeitosamente. Mais tarde, o jovem herdou a ‘dignidade’ de Landgrave e se casou com Santa Isabel. Deus lhes concedeu três filhos.
Luiz não colocava impedimento às obras de caridade da santa, mas, à noite, quando ela se levantava para rezar, seu esposo lhe pegava pela mão com medo de que tantos sacrifícios lhe causassem danos e suplicava que voltasse a descansar.
Por um tempo, a fome se fez sentir naquelas terras e Santa Isabel gastou seu dinheiro e os grãos que estavam reservados para sua casa, ajudando os pobres. Isto lhe rendeu grandes críticas. Como o castelo ficava sobre uma colina, construiu um hospital ao pé do monte para dar de comer aos inválidos com suas próprias mãos e pagava a educação das crianças pobres, especialmente dos órfãos.
Luiz morreu em uma das cruzadas, vítima da peste, e Santa Isabel sofreu muito. Depois, seu cunhado se apoderou do governo e ela teve que se mudar. Posteriormente, quando seus filhos tinham todo o necessário, tomou o hábito da ordem terceira de São Francisco.
Seu sacerdote confessor a submetia a grandes sacrifícios como despedir seus criados que mais amava. Ajudava os enfermos, vivia austeramente e trabalhava sem descanso. Partiu para a Casa do Pai ao anoitecer de 17 de novembro de 1231.
Diz-se que no dia de sua morte, um irmão leigo tinha quebrado um braço em um acidente e sofria na cama com dores. Então, Santa Isabel lhe apareceu com vestidos radiantes e o irmão lhe perguntou por que estava vestida tão formosamente. Ela respondeu: “É porque vou para a glória. Acabo de morrer para a terra. Estique seu braço porque foi curado”.
Dois dias depois do enterro, um monge cisterciense foi ao túmulo de Santa Isabel e ajoelhou-se para pedir à santa que intercedesse para se curar de uma terrível dor no coração. De uma hora para outra, ficou completamente curado de sua doença.
(vaticannews)
segunda-feira, 16 de novembro de 2020
O que um católico deve fazer com as correntes de oração do WhatsApp?
REDAÇÃO CENTRAL, 14 nov. 20 / 05:00 am (ACI).- Há alguns anos, tornou-se comum receber através do WhatsApp algumas “correntes de oração” para que sejam enviadas a todos os contatos em um período de tempo e, assim, receber uma bênção de Deus e evitar “um castigo”.
O que um católico deve fazer quando recebe uma dessas mensagens?
O sacerdote mexicano Sergio Román respondeu a esta inquietude em um artigo publicado no meio católico 'Desde la Fe'.
O que fazer?
“Em primeiro lugar, o que devemos fazer é recordar que Deus não colocou condições na hora de convidar seus discípulos para rezar, por isso, o recomendável é apagar o texto, embora quem nos enviou seja nosso melhor amigo. E não acontece nada? Absolutamente nada! Não se preocupem”, assegurou.
O presbítero disse que se pode “aproveitar esse tipo de correntes como uma recordação para rezar pelas muitas necessidades do mundo”, mas não se pode “deixar de assinalar que intrinsecamente são ruins e não devem ser feitas nem seguidas, porque apresentam uma imagem errada e supersticiosa de Deus”.
Em terceiro lugar, recomendou ter uma legítima devoção a Jesus, a Virgem e aos santos, porque, “dessa maneira, estariam fazendo uma propaganda boa que serviria para instruir outras pessoas e para incentivá-las a compartilhar sua devoção”.
(acidigital)
Delegação portuguesa receberá símbolos da JMJ no próximo domingo, no Vaticano
Lisboa, 16 nov. 20 / 12:17 pm (ACI).- Uma delegação portuguesa irá ao Vaticano no próximo domingo, Solenidade de Cristo Rei do Universo, para receber os símbolos da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), a qual acontecerá em Lisboa em 2023, com o tema “Maria levantou-se e partiu apressadamente” (Lc 1, 39).
A confirmação foi dada pelo presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), Dom José Ornelas, durante coletiva de imprensa no sábado, 14 de novembro, quando afirmou que, apesar da pandemia de coronavírus, a entrega dos símbolos acontecerá.
“Está já confirmada a entrega. Apesar de tudo, a ideia é de não atrasar demasiado a recepção dos símbolos dentro do país e aproveitar esta ocasião para mobilizar os nossos jovens”, declarou o Prelado, segundo a Rádio Renascença.
Dom Ornelas afirmou que “o programa básico está feito”, mas a sua “calendarização, como temos de adaptar à pandemia, estamos a ver como vai ser”.
A entrega da Cruz peregrina e do ícone da Salus Populi Romani (Protetora do Povo Romano) à delegação portuguesa por representantes do Panamá (país que acolheu a última JMJ, em 2019), acontecerá na Basílica de São Pedro.
Tradicionalmente, os símbolos da JMJ são entregues aos jovens do próximo país sede no Domingo de Ramos. Entretanto, devido à pandemia de Covid-19, a data foi adiada para a Solenidade de Cristo Rei, no próximo domingo, 22 de novembro.
A Cruz peregrina, explica o site oficial da JMJ Lisboa 2023, tem 3,8 metros e foi “construída a propósito do Ano Santo, em 1983”. No Domingo de Ramos do ano seguinte, o Papa São João Paulo II a confiou aos jovens, “para que fosse levada por todo o mundo”.
“Desde aí, a Cruz peregrina, feita em madeira, iniciou uma peregrinação que já a levou aos cinco continentes e a quase 90 países. Tem sido encarada como um verdadeiro sinal de fé”, assinala.
E, “desde 2000 que a cruz peregrina conta com a companhia do ícone de Nossa Senhora Salus Populi Romani, que retrata a Virgem Maria com o Menino nos braços”.
Trata-se de um quadro de 1,20 metros de altura e 80 centímetros de largura. É uma replicado ícone que se encontra na Basílica de Santa Maria Maior, o qual, segundo a tradição, teria sido pintado por São Lucas.
“Este ícone foi introduzido ainda pelo Papa João Paulo II como símbolo da presença de Maria junto dos jovens”, explica o site da JMJ.
(acidigital)
A economia segundo o Papa, a proposta que desafia o futuro
Na próxima quinta-feira, 19 de novembro, abre-se os três dias da "Economia de Francisco", a iniciativa lançada pelo Pontífice para os jovens economistas e empresários para promover um processo de mudança global
Amedeo Lomonaco – Vatican News
Uma nova maneira de entender a economia de acordo com o espírito de São Francisco de Assis e da encíclica Laudato si’. Criar um movimento de jovens economistas para traduzir na vida cotidiana a encíclica Fratelli tutti. Estes são os objetivos da "Economia de Francisco", o encontro com os jovens economistas desejado pelo Santo Padre, agendado para os dias 19, 20 e 21 de novembro próximo. No centro deste evento internacional, temas cruciais, como trabalho, finanças, educação, inteligência artificial. Devido à emergência sanitária causada pela Covid-19, será realizado online ao vivo e em streaming. Foi confirmada a participação "virtual" do Papa Francisco. Entre os palestrantes em diálogo com esta comunidade especial estão Muhammad Yunus, economista e Prêmio Nobel da Paz 2006, Vabdana Shiva, membro do Fórum Internacional sobre Globalização, e Stefano Zamagni, presidente da Pontifícia Academia de Ciências Sociais. O próximo encontro, que será presencial, será no final de 2021 em Assis, onde São Francisco se despojou de toda a mundanização e escolheu Deus como a estrela polar de sua existência.
Dar uma alma à economia de amanhã
Jovens, economistas, empresários e ativistas de todo o mundo são convidados a refletir juntos para assinar um pacto intergeracional que visa mudar a economia atual e dar uma alma à economia do amanhã, para que esta seja mais justa, inclusiva e sustentável. Como o Papa Francisco tem repetidamente destacado, "tudo está intimamente ligado e a proteção ambiental não pode ser separada da justiça aos pobres, da solução dos problemas estruturais da economia mundial". Portanto, é necessário corrigir modelos de crescimento que não respeitem o homem, o meio ambiente, a dignidade da pessoa. Na carta dirigida aos jovens economistas, empresários e empresárias de todo o mundo por ocasião da "Economia de Francisco", o Pontífice indica o caminho do modelo econômico a ser construído, o de "uma economia diferente, que faça as pessoas viverem e não mate, inclua e não exclua, humanize e não desumanize, cuide da criação e não a deprede". Um novo modelo econômico, portanto, "fruto de uma cultura de comunhão, baseada na fraternidade e na equidade". São em particular os jovens, artesãos do futuro, os chamados a tecer a economia de Francisco.
A resposta dos jovens ao apelo do Papa
A secretaria do evento recebeu mais de 3.000 inscrições de jovens de 120 países dos cinco continentes. Ligados à economia, gestão, filosofia, sociologia, teologia, proteção ambiental, recursos naturais, consumo responsável e estilos de vida, produção, inovação, trabalho, finanças, investimento para o desenvolvimento, pobreza, igualdade e dignidade humana, educação e novas gerações, inteligência artificial, novas tecnologias.
Há muitos que responderam com entusiasmo ao apelo do Papa Francisco. É o que aponta Domenico Rossignoli, pesquisador da Universidade Católica do Sagrado Coração de Milão, na Faculdade de Ciências Políticas. "Devemos ter a coragem", disse ele ao Vatican News, "de redescobrir a essência mais importante da economia": a de nos dizer como viver juntos, todos nós, da melhor maneira possível". "E fazer desta economia algo que nos impulsione a construir um mundo onde os recursos possam ser utilizados para o bem de todos e não apenas de alguns".
(vaticannews)
domingo, 15 de novembro de 2020
sexta-feira, 13 de novembro de 2020
20 frases do Beato Carlo Acutis que ensinam como viver uma juventude santa
Roma, 08 nov. 20 / 06:00 am (ACI).- Desde a sua beatificação, em 10 de outubro, em Assis (Itália), a cada dia se conhece mais sobre a vida e a obra do beato Carlo Acutis, como, por exemplo, as frases que pronunciou.
Embora o chamado “ciberapóstolo da Eucaristia” tivesse apenas 15 anos quando faleceu depois de sofrer de leucemia, durante esses anos cultivou uma grande sabedoria graças à sua íntima relação com Jesus e Maria, que se refletiu em suas obras e palavras.
A seguir, algumas das frases que deixou como legado do qual se pode aprender para viver uma juventude santa no século XXI:
1. "A Virgem Maria é a única mulher na minha vida".
2. "Quanto mais recebemos a Eucaristia, mais nos tornaremos semelhantes a Jesus, de modo que na terra teremos uma antecipação do Céu".
3. "Ao estar diante de Jesus Eucaristia nos tornamos santos".
4. "Existem pessoas que sofrem muito mais do que eu". “Ofereço todo o sofrimento que terei de sofrer pelo Senhor, pelo Papa e pela Igreja”.
5. “Peça continuamente ajuda ao seu anjo da guarda. Seu anjo da guarda tem que se tornar seu melhor amigo".
6. “Não temais, porque com a Encarnação de Jesus a morte se torna vida e não há necessidade de escapar: na vida eterna espera-nos algo extraordinário”.
7. "Jerusalém está ao virar a esquina".
8. "Todas as pessoas nascem como originais, mas muitas morrem como fotocópias".
9. "Estar sempre unido a Jesus, esse é o meu projeto de vida".
10. “A felicidade é olhar para Deus, a tristeza é olhar para si mesmo”.
11. “Não eu, mas Deus”. “A santificação não é um processo de adição, mas de subtração. Menos eu para deixar espaço para Deus”.
12. “Criticar a Igreja significa criticar a nós mesmos! A Igreja é a dispensadora de tesouros para a nossa salvação”.
13. "A única coisa que devemos pedir a Deus em oração é o desejo de ser santos".
14. “Nossa alma é como um balão aerostático. Se por acaso houver pecado mortal, a alma cai por terra. A confissão é como o fogo embaixo do balão que permite que a alma se levante novamente. É importante confessar-se com frequência”.
15. "Estou feliz por morrer, porque vivi minha vida sem desperdiçar um minuto com coisas que não agradam a Deus".
16. “Nossa meta deve ser o infinito, não o finito. O infinito é a nossa pátria. O céu está esperando por nós desde sempre”.
17. "A Eucaristia é a minha estrada para o céu".
18. "O Terço é a escada mais curta para subir ao Céu". "Depois da Sagrada Eucaristia, o Santo Terço é a arma mais poderosa para lutar contra o diabo".
19. "Por que os homens se importam tanto com a beleza de seu corpo e não se preocupam com a beleza de sua alma?". "Uma vida só é verdadeiramente bela se passamos a amar a Deus acima de tudo e ao nosso próximo como a nós mesmos".
20. "A conversão nada mais é do que mover o olhar de baixo para cima, um simples movimento dos olhos é suficiente".
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
(acidigital)
Organização da JMJ 2023 desafia jovens portugueses a dois dias de missão
Lisboa, 13 nov. 20 / 10:19 am (ACI).- O Comitê Organizador Local (COL) da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Lisboa 2023 lançou um desafia aos jovens portugueses para que realizem dois dias de missão e, assim, realizem “um grande movimento nacional que pretende levar esperança e alegria a todo o País”.
A data proposta para a realização deste desafio é nos dias 28 e 29 de novembro, exatamente no fim de semana em que tem início o Advento, tempo de preparação para o Natal.
“Desafiamos cada jovem a fazer missão onde quer que esteja, dando assim expressão ao tema proposto pelo Papa Francisco para a JMJ Lisboa 2023”, isto é, “Maria levantou-se e partiu apressadamente” (Lc 1, 39).
Diante do atual contexto da pandemia de Covid-19, a organização da JMJ apresenta algumas propostas para a concretização dessa missão, como por exemplo, telefonar para “alguém que está sozinho”, marcar “uma conversa digital com um familiar mais distante”, ajudar “uma família em dificuldades, “colaborar “com uma instituição de solidariedade local”, realizar “uma tarefa na tua paróquia”.
“As possibilidades são inúmeras: convidamos-te a que, olhando para a realidade em que vives, faças aí diferença. Em qualquer caso, cumpre todas as medidas de segurança e distanciamento social”, indica o COL, lembrando que “é fundamental que a missão seja realizada individualmente ou em grupos muito pequenos”.
Além disso, a fim de “dar visibilidade a este grande movimento de esperança”, o COL convida os jovens a usarem a camisa da JMJ Lisboa 2023.
Por fim, pede que fotografias das missões realizadas sejam enviadas através das redes sociais (Facebook e Instagram), WhatsApp (+351 912 593 144) ou e-mail (comunicacao@lisboa2023.org), para serem compartilhadas depois.
(acidigital)
quinta-feira, 12 de novembro de 2020
Entidade católica envia ajuda a Moçambique após cristãos serem decapitados
REDAÇÃO CENTRAL, 12 nov. 20 / 09:39 am (ACI).- A Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN) anunciou que enviará uma ajuda emergencial de 120 mil dólares a uma diocese de Moçambique, em resposta a notícias de que militantes ligados ao Estado Islâmico decapitaram mais de 50 pessoas no norte do País.
Segundo informou ACN em 10 de novembro, este massacre foi perpetrado pelo grupo que se autodenomina “Estado Islâmico na África Central” (ISCA), “supostos jihadistas que atacaram a pequena cidade de Muidumbe [província de Cabo Delgado], decapitando e desmembrando os corpos de dezenas de pessoas em um estádio de futebol local”.
Além disso, relatou "o massacre de mais de 15 crianças e jovens, junto com seus tutores adultos, que os preparavam para participar dos ritos de iniciação tradicionais da tribo Makonde".
As Nações Unidas pediram a Moçambique ema 10 de novembro que investigue os relatos de massacres e decapitações de mulheres e crianças na região.
A violência extremista se intensificou em 2020 na província do norte de Moçambique, onde várias igrejas foram queimadas, pessoas decapitadas, meninas sequestradas e centenas de milhares de pessoas deslocadas pela violência.
“Parece que estão tentando despejar toda a população da parte norte da província de Cabo Delgado, expulsando o povo sem o menor traço de compaixão”, disse à ACN a Irmã Blanca Nubia Zapata, uma religiosa de Moçambique.
“Mais de 12 mil pessoas chegaram aqui nas últimas duas semanas. Não podemos acompanhar esse ritmo. Estão chegando mulheres e crianças, e pessoas mais velhas que já caminham há dias. Alguns morreram no caminho, nas estradas e nas trilhas da floresta”, disse Zapata.
A doação de US $ 120 mil que ACN enviará também incluirá cobertores, roupas, alimentos e produtos básicos de higiene para os deslocados no país africano, além de aconselhamento para vítimas de traumas.
“Queremos ajudar a Diocese de Pemba e as dioceses vizinhas com ajuda emergencial às vítimas de Cabo Delgado, para além dos projetos que já estamos patrocinando nas dioceses para os seus sacerdotes e religiosos”, comentou em 10 de novembro Regina Lynch, gerente de projetos de ACN Internacional.
Pemba é a capital da província de Cabo Delgado. O bispo local, Dom Luiz Fernando Lisboa, tem sido um forte defensor das necessidades das mais de 300 mil pessoas que foram deslocadas pela insurgência.
Cabo Delgado, a província mais ao norte de Moçambique, tem atravessado grande comoção desde outubro de 2017. Mais de 2 mil pessoas morreram em ataques no norte de Moçambique desde 2017 e outras 310 mil foram forçadas a abandonar as suas casas, de acordo com a ACN. Segundo a fundação pontifícia, as mortes foram causadas por mais de 600 ataques brutais em nove distritos diferentes, pelas mãos de insurgentes armados que alegam lealdade ao Estado Islâmico.
Durante a Semana Santa deste ano, insurgentes realizaram ataques em sete cidades e vilas da província de Cabo Delgado, atearam fogo a uma igreja na Sexta-feira Santa e mataram 52 jovens que se recusaram a aderir ao grupo terrorista, assinalou Dom Lisboa à ACN.
O Bispo de Pemba observou em abril que os extremistas já tinham queimado cinco ou seis capelas locais, além de algumas mesquitas. Disse que a histórica missão do Sagrado Coração de Jesus em Nangolo também foi atacada este ano.
Em junho, houve relatos de que os insurgentes decapitaram 15 pessoas em uma semana. No entanto, o Bispo disse que a crise em Moçambique foi amplamente recebida com "indiferença" por parte do resto do mundo.
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Natalia Zimbrão.
Francisco ao SJR: amplificar a voz dos abandonados
O Papa escreve uma carta para o 40º aniversário de fundação do Serviço Jesuíta para Refugiados (SJR): “É sua tarefa vital estender a mão da amizade aos que estão sozinhos e separados de suas famílias”.
Emanuela Campanile – Mariangela Jaguraba – Vatican News
Um caminho de quarenta anos inspirado e alimentado pelo exemplo de Cristo e pela intuição generosa do fundador, o Servo de Deus pe. Pedro Arrupe. É assim que, incessantemente, o Serviço Jesuíta para Refugiados (JRS) avança entre as linhas tortas, parafraseando um provérbio judeu, da história do mundo.
As palavras e a oração do Papa Francisco acompanham e fortalecem neste aniversário histórico, meta e novo início, o organismo internacional da Companhia de Jesus e todos aqueles que pedem ajuda. Numa Carta ao reverendo Thomas H. Smolich SI, diretor internacional do SJR, Francisco escreve:
Meus pensamentos vão especialmente para os muitos homens, mulheres e crianças que recorrem ao SJR em busca de refúgio e assistência. Eles sabem que o Papa está próximo deles e de suas famílias e que se lembra deles em suas orações. Este desejo intimamente cristão e Inaciano de cuidar do bem-estar de todos aqueles que se encontram em estado de profundo desespero inspirou e orientou o trabalho do SJR nos últimos 40 anos.
Dos anos 80 até a pandemia de hoje
Uma história de proximidade, que começou nos anos 80 com “o boat people vietnamita” (fuga de barcos dos vietnamitas) e “continua até hoje, com a pandemia de coronavírus”, enfatiza Francisco, lembrando como esta situação “deixou evidente que toda a família humana está ‘no mesmo barco’, enfrentando desafios econômicos e sociais sem precedentes”.
Estender a mão aos que estão sozinhos
Atualmente, os programas do SJR estão em 56 países, servindo refugiados e outros deslocados forçados em áreas de conflito e centros de detenção, fronteiras remotas e cidades lotadas. Existem muitos programas de assistência pastoral e apoio psicossocial nos centros de detenção e nos campos de refugiados, assim como ajuda humanitária em situações de deslocamento de emergência.
“O nosso trabalho expressa o compromisso da Companhia de Jesus (os Jesuítas) de estar com os refugiados em todo o mundo (SJR).”
Os programas de educação e subsistência também visam formar competências para criar oportunidades de integração nas comunidades anfitriãs. “É sua tarefa vital”, afirma Francisco na carta, “estender a mão da amizade aos que estão sozinhos, separados de suas famílias, ou abandonados, acompanhando-os e amplificando sua voz e, sobretudo, garantindo-lhes a oportunidade de crescer através de seus programas de educação e desenvolvimento”:
O seu testemunho do amor de Deus no serviço aos refugiados e migrantes é fundamental para construir uma “cultura do encontro” que lança as bases de uma solidariedade autêntica e duradoura para o bem da família humana.
Olhando para o futuro
Além do presente, o Papa Francisco olha para o amanhã com esperança na intercessão da Virgem Maria, a quem confia todos os membros do apostolado do SJR:
Olhando para o futuro, estou convencido de que nenhum retrocesso ou desafio, pessoal ou institucional, poderá distraí-los ou desanimá-los de responder generosamente ao chamado urgente de promover a cultura de proximidade e encontro através da defesa determinada dos direitos daqueles que vocês acompanham todos os dias.
(vaticannews)
quarta-feira, 11 de novembro de 2020
Hoje é celebrado São Martinho de Tours, padroeiro da Guarda Suíça Pontifícia
REDAÇÃO CENTRAL, 11 nov. 20 / 05:00 am (ACI).- Neste dia 11 de novembro, a Igreja recorda a festa litúrgica de São Martinho de Tours, um militar que partilhou sua capa com Cristo, fato que popularizou a palavra “capela” no mundo cristão. É o padroeiro da Guarda Suíça Pontifícia, da França e de Buenos Aires (Argentina).
São Martinho de Tours nasceu na Hungria por volta do ano 316, filho de pais pagãos. Depois de receber o batismo e renunciar a milícia, fundou um mosteiro em Ligugé (França), onde viveu a vida monástica com a direção de Santo Hilário. Mais tarde, recebeu a ordem sacerdotal e foi eleito Bispo de Tours. Morreu em 397.
A tradição indica que em um dia de inverno severo, sendo ele um jovem militar, encontrou-se no caminho com um homem pobre que sofria por estar com pouca roupa. Martinho, por não ter nada que pudesse dar-lhe, dividiu sua capa em duas partes iguais com a espada e lhe deu a metade.
À noite, viu em um sonho que tinha presenteado Jesus Cristo com a metade da capa e o Senhor lhe disse: “Martinho, hoje você me cobriu com tua capa”.
A meia capa de São Martinho de Tours foi colocada em uma urna e construíram-lhe um pequeno santuário. Como em latim “meia capa” se diz “capela”, as pessoas costumavam dizer: “Vamos rezar onde está a capela”. Desse modo, o nome “capela” se popularizou e passou a ser usado para designar os pequenos lugares de oração.
São Martinho é padroeiro da França e da Hungria, assim como da cidade de Buenos Aires, onde o Papa Francisco nasceu.
Em relação à capital argentina, conta-se que, ao fundar o lugar, os espanhóis tinham que consagrar a “Cidade da Santíssima Trindade e Porto de Santa Maria de Buenos Aires” a um santo. Por isso, colocaram em um chapéu papéis com propostas de santos. Quando tiraram um papel, saiu São Martinho de Tours. Não satisfeitos, por se tratar de um “santo francês”, repetiram o sorteio duas vezes e voltou a sair o mesmo nome. Finalmente, aceitaram e, dessa maneira, São Martinho de Tours se tornou padroeiro de Buenos Aires.
(acidigital)
Catequese - 14. A oração perseverante
PAPA FRANCISCO
AUDIÊNCIA GERAL
Catequese - 14. A oração perseverante
Estimados irmãos e irmãs, bom dia!
Continuemos a catequese sobre a oração. Alguém me disse: “Fala demasiado de oração. Não é necessário”. Sim, é necessário. Porque, se não rezarmos, não teremos forças para ir em frente na vida. A oração é como o oxigénio da vida. A oração é atrair sobre nós a presença do Espírito Santo que nos leva sempre em frente. É por isso que falo muito sobre a oração.
Jesus deu exemplo de uma oração contínua, praticada com perseverança. O diálogo constante com o Pai, no silêncio e no recolhimento, é o ponto fulcral de toda a sua missão. Os Evangelhos apresentam-nos também as suas exortações aos discípulos, para que rezem com insistência, sem se cansar. O Catecismo recorda as três parábolas contidas no Evangelho de Lucas que sublinham esta caraterística da oração de Jesus (cf. CIC, 2613).
A oração deve ser antes de mais tenaz: como o personagem da parábola que, devendo um hóspede que chegou de repente, no meio da noite, vai bater à porta de um amigo e pede-lhe pão. O amigo responde “não!”, porque já está na cama, mas ele insiste, e insiste a ponto de o obrigar a levantar-se e a dar-lhe pão (cf. Lc 11, 5-8). Um pedido tenaz. Mas Deus é mais paciente do que nós, e quem bate à porta do seu coração com fé e perseverança não fica desiludido. Deus responde sempre. Sempre. O nosso Pai sabe bem do que precisamos; a insistência não serve para o informar ou convencer, mas para alimentar o desejo e a expetativa em nós.
A segunda parábola é a da viúva que se dirige ao juiz para que a ajude a obter justiça. Este juiz é corrupto, é um homem sem escrúpulos, mas no final, exasperado pela insistência da viúva, decide contentá-la (cf. Lc 18, 1-8). E pensa: “Mas, é melhor que lhe resolva o problema e me livre dela, sem que venha continuamente lamentar-se diante de mim”. Esta parábola faz-nos compreender que a fé não é o impulso de um momento, mas uma disposição corajosa para invocar Deus, até para “discutir” com Ele, sem se resignar ao mal e à injustiça.
A terceira parábola apresenta um fariseu e um publicano que vão ao Templo para rezar. O primeiro dirige-se a Deus gabando-se dos próprios méritos; o outro sente-se indigno até de entrar no santuário. Contudo, Deus não ouve a oração do primeiro, isto é, dos soberbos, mas atende a dos humildes (cf. Lc 18, 9-14). Não há verdadeira oração sem espírito de humildade. É precisamente a humildade que nos leva a pedir na oração.
O ensinamento do Evangelho é claro: é preciso rezar sempre, até quando tudo parece vão, quando Deus nos parece surdo e mudo, e que perdemos tempo. Mesmo que o céu se ofusque, o cristão não deixa de rezar. A sua oração anda de mãos dadas com a fé. E a fé, em muitos dias da nossa vida, pode parecer uma ilusão, uma labuta estéril. Há momentos escuros na nossa vida e nesses momentos a fé parece uma ilusão. Mas praticar a oração também significa aceitar esta dificuldade. “Pai, vou rezar e não ouço nada... Sinto-me assim, com um coração seco, com um coração árido”. Mas devemos continuar, com a dificuldade dos maus momentos, dos momentos nos quais não sentimos nada. Muitos santos e santas viveram a noite da fé e o silêncio de Deus - quando batemos à porta e Deus não responde - e estes santos foram perseverantes.
Nestas noites de fé, quem reza nunca está sozinho. Na verdade, Jesus não é apenas testemunha e mestre de oração, é muito mais. Ele acolhe-nos na sua oração, para podermos rezar n'Ele e através d'Ele. E isto é obra do Espírito Santo. É por este motivo que o Evangelho nos convida a rezar ao Pai em nome de Jesus. São João relata estas palavras do Senhor: «E tudo o que pedirdes ao Pai em meu nome, vo-lo darei, para que o Pai seja glorificado no Filho» (14, 13). E o Catecismo explica que «a certeza de sermos atendidos nas nossas petições baseia-se na oração de Jesus» (n. 2614). Ela dá as asas que a oração do homem sempre desejou possuir.
Como deixar de recordar aqui as palavras do Salmo 90-91, carregadas de confiança, que brotam de um coração que espera tudo de Deus: «Ele cobrir-te-á com as suas plumas, sob as suas asas encontrarás refúgio. A sua fidelidade ser-te-á um escudo de proteção. Tu não temerás os terrores noturnos, nem a flecha que voa à luz do dia, nem a peste que se propaga nas trevas, nem o mal que grassa ao meio-dia» (vv. 4-6). É em Cristo que esta maravilhosa oração se cumpre, é n'Ele que encontra a sua verdade plena. Sem Jesus, as nossas orações correriam o risco de se reduzir a esforços humanos, na maioria das vezes destinados ao fracasso. Mas Ele tomou sobre si cada grito, cada gemido, cada júbilo, cada súplica... cada prece humana. E não esqueçamos o Espírito Santo que ora em nós; é Ele que nos leva a orar, leva-nos a Jesus. É o dom que o Pai e o Filho nos deram para prosseguirmos ao encontro com Deus. E o Espírito Santo, quando oramos, é o Espírito Santo que reza nos nossos corações.
Cristo é tudo para nós, inclusive na nossa vida de oração. Santo Agostinho dizia-o com uma expressão iluminante, que também encontramos no Catecismo: Jesus, «sendo o nosso Sacerdote, ora por nós; sendo a nossa Cabeça, ora em nós; e sendo o nosso Deus, a Ele oramos. Reconheçamos, pois, n'Ele a nossa voz, e a voz d'Ele em nós» (n. 2616). E é por isso que o cristão que reza nada teme, confia-se ao Espírito Santo, que nos foi dado como dom e que reza em nós, suscitando a oração. Que seja o próprio Espírito Santo, Mestre de oração, a ensinar-nos o caminho da oração.
Saudações:
Com afeto saúdo e abençoo os ouvintes de língua portuguesa, desejando que os vossos corações saibam sempre viver e irradiar uma grande confiança nos desígnios de salvação e felicidade que o Pai do Céu nutre pelos seus filhos e filhas. Para Ele, todos vivem! Que esta certeza vos sirva de conforto ao longo deste mês de particular saudade que deve florescer em devotos sufrágios pelos vossos queridos defuntos. Continuai a amá-los no Senhor!
Resumo da catequese do Santo Padre:
Jesus deixou-nos o exemplo duma oração perseverante: o diálogo constante com o Pai, no silêncio e recolhimento, é o fulcro de toda a sua missão. O Evangelho ensina-nos a pregar sempre, mesmo quando temos a impressão de estar a perder tempo, porque Deus tarda a responder. Muitos Santos e Santas experimentaram este silêncio de Deus, a noite da fé, mas perseveraram na oração. Ainda que o Céu nos pareça surdo e mudo, continuemos a rezar, porque, mesmo na noite da fé, nunca estamos sozinhos. Jesus faz seus e apresenta a seu Pai cada um dos nossos gemidos e cada uma das nossas preces. A certeza de sermos ouvidos funda-se na oração de Jesus, que dá à oração do homem aquelas asas que ela sempre desejou possuir. O Senhor «te cobrirá com as suas penas – são palavras do Salmo 91 –; debaixo das suas asas encontrarás refúgio; a sua fidelidade é escudo e couraça». Esta promessa estupenda cumpre-se em Jesus, que nos acolhe na sua oração e assim podemos rezar ao Pai por Cristo, com Cristo e em Cristo. Ele é tudo para nós, como no-lo recorda Santo Agostinho: «Sendo o nosso Sacerdote, ora por nós; sendo a nossa Cabeça, ora em nós; e sendo o nosso Deus, a Ele oramos. Reconheçamos, pois, n’Ele, a nossa voz e a voz d’Ele em nós». Por isso, o cristão que reza, nada teme. Quem bate com fé e perseverança à porta do coração do Pai do Céu, não ficará desiludido.
Biblioteca do Palácio Apostólico
Quarta-feira,11 de novembro de 2020