segunda-feira, 19 de abril de 2021

“Não vivemos uma crise de solidariedade” – diz a presidente da Cáritas Portuguesa


Rita Valadas sublinha ter um “património de esperança enorme” neste tempo de pandemia. Verifica existir uma “atenção redobrada” das pessoas para com aqueles que mais precisam. “Um euro do nosso salário pode fazer a diferença na vida de muita gente” – afirma em entrevista à Agência Ecclesia.

Rui Saraiva – Portugal

O tempo de pandemia que estamos a viver caracteriza-se pela grave crise sanitária que já obrigou a vários confinamentos. À difícil situação verificada nos hospitais nos primeiros meses deste ano em Portugal, com a sobrelotação dos cuidados intensivos e o aumento da mortalidade, juntam-se agora os problemas económicos e sociais.

No entanto, Rita Valadas, presidente da Cáritas Portuguesa, diz que não há uma crise de solidariedade em Portugal. Em entrevista à Agência Ecclesia, na reportagem do jornalista Octávio Carmo, a responsável portuguesa da Cáritas afirma que tem “um património de esperança enorme”.

“Nós não vivemos uma crise de solidariedade. Eu tenho um património de esperança enorme naquilo que vai acontecer. Porque aquilo que eu tenho assistido com todos os reptos que me têm sido lançados é que a atenção das pessoas é redobrada. Vêm ter connosco para nos fazerem perguntas. Durante a Semana Nacional da Cáritas uma das coisas que eu mais ouvi foi dizerem-me: ‘nós queremos fazer parte, mas não é só para a Semana Nacional’. E agora o desafio está do nosso lado” – afirma.

“Um euro do nosso salário pode fazer a diferença na vida de muita gente” – diz Rita Valadas sublinhando que a situação de “grande crise” pandémica que estamos a viver, há mais de um ano, pode ser um “estímulo à atenção” dirigida àqueles que mais sofre.

 “Quando há uma situação de grande crise há um estímulo à atenção. Quando somos obrigados a parar percebemos que meia hora do nosso dia pode fazer a diferença completa na vida de uma pessoa. Um euro do nosso salário pode fazer a diferença na vida de muita gente” – frisa.

A presidente da Cáritas Portuguesa salienta que a crise de covid-19 afetou pessoas que “tinham emprego” e que agora encontram-se “na situação de precisar das coisas mais básicas como comer e beber”. “Sabemos que há muita necessidade escondida” – afirma.

Rita Valadas destaca que esta crise é “democrática, assaltou todos”, e “pode acontecer a qualquer um”. A presidente da Cáritas Portuguesa deixa um aviso a quem está a sofrer com a pandemia: “Não busquem a culpa porque a culpa não é de ninguém”.

Decorre em Portugal a campanha da Cáritas Portuguesa para a consignação de 0,5% do IRS, o Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares. Um ato sem custos para o contribuinte, mas que pode fazer a diferença na vida de muitas pessoas. Uma campanha para apoiar as famílias em Portugal.

Laudetur Iesus Christus


(vaticannews)


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