Titus Brandsma, carmelita, jornalista e mártir do nazismo, tem milagre reconhecido pelo papa
Vaticano, 25 nov. 21 / 12:27 pm (ACI).- Um milagre atribuído a Titus Brandsma, frade carmelita opositor do nazismo morto no campo de concentração de Dachau, Alemanha, em 1942 foi reconhecido hoje, 25 de novembro, pelo papa Francisco.
O papa autorizou o prefeito da Congregação do Vaticano para as Causas dos Santos, cardeal Marcello Semeraro, a emitir o decreto que aprova milagre, o que abre o caminho para a canonização do frade holandês.
Titus Brandsma. Padre, professor e jornalista, foi batizado com o nome de Anno Sjoerd Brandsma em Oegeklooster, na província de Friesland, em 23 de fevereiro de 1881.
Ele entrou para o noviciado carmelita em 1898, adotando o nome religioso de Titus, e foi ordenado sacerdote em 1905.
Brandsma defendeu a liberdade da educação e da imprensa católicas contra a pressão dos nazistas. Por se opor firmemente à propaganda obrigatória nazista nos jornais católicos, ele foi preso em janeiro de 1942.
Em 19 de junho de 1942, Brandsma foi transferido para Dachau, o campo de concentração apelidado de “maior cemitério de padres do mundo” por ser aonde eram enviados clérigos e líderes religiosos que se opunham ao nazismo. Ele foi executado em 26 de julho de 1942, com uma injeção letal.
Em 1985 Brandsma foi beatificado pelo papa são João Paulo II em novembro de 1985 como mártir da fé. Em sua homilia, o papa polonês elogiou a "veia constante do otimismo" de Brandsma. "Ela o acompanhou mesmo no inferno do campo nazista. Até o final, ele permaneceu uma fonte de apoio e esperança para os outros prisioneiros: ele tinha um sorriso para todos, uma palavra de compreensão, um gesto de bondade".
"A própria 'enfermeira', que em 26 de julho de 1942, lhe injetou o veneno mortal, mais tarde testemunhou que sempre manteve viva em sua memória a face daquele sacerdote que 'tinha compaixão por mim'".
O milagre atribuído ao beato Titus Brandsma é a cura do padre Michael Driscoll, também carmelita, da Flórida, EUA. Driscoll contou à CNA em 2018 que foi diagnosticado com melanoma avançado em 2004. Pouco tempo depois, alguém lhe deu um pequeno pedaço da roupa de Brandsma, que o padre americano aplicava em sua cabeça todo dia.
Driscoll foi submetido a cirurgia para retirada de 84 gânglios linfáticos e uma glândula salivar. Depois, passou então por tratamento de radiação. Os médicos disseram que sua posterior recuperação da fase 4 do câncer foi inexplicável.
Driscoll declarou que seu médico lhe disse: "Não é preciso voltar, não desperdice seu dinheiro em passagens aéreas para voltar aqui. Você está curado. Eu não encontro mais câncer em você".
Peritos da Santa Sé reconheceram a cura como um milagre no dia 25 de maio deste ano. O consistório dos cardeais aprovou do último 9 de novembro aprovou a causa da canonização, submetendo sua decisão ao Papa Francisco.
O papa Francisco também aprovou hoje:
(acidigital)
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