quinta-feira, 31 de março de 2022

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SANTA MISSA DIRETO DO SANTUÁRIO DE FATIMA 31 03 2022

Estamos sobrevivendo só por um milagre, diz patriarca da Ucrânia

 


KIEV, 30 mar. 22 / 04:03 pm (ACI).- O arcebispo-mor, Sviatoslav Shevchuk, líder da Igreja greco-católica ucraniana, disse que a população sobrevive “só por um milagre contínuo”. Shevchuk falava por vídeo ontem (29) aos participantes de um encontro online e presencial organizado pelo Pontifício Instituto Oriental de Roma.

"Desculpe-me pelas lágrimas", disse o arcebispo-mor, mas "com meu povo, sinto o dever de ser um pregador da esperança".

Desde que os soldados russos invadiram a Ucrânia em 24 de fevereiro, sua beatitude Sviatoslav Shevchuk tem publicado uma mensagem de vídeo todos os dias.

O patriarca explicou que essas mensagens “foram espontâneas, apenas para que todos saibam que estou vivo, que a cidade de Kiev está viva”.

“Alguns disseram, pelo que li, que me escondi em um bunker. Isso me faz rir, porque não temos um bunker”, disse o arcebispo. "Eu só tenho minha catedral com uma cripta".

O arcebispo-mor disse ainda que no dia da invasão, com os seus padres procurou saber o que poderiam fazer para ajudar. Havia pontes fechadas e muitas pessoas que tentavam sair da cidade ficaram presas, e se apresentaram na catedral para se refugiar. "Recebemos quase 500 pessoas de mãos vazias", disse.

"Vivemos esses primeiros dias juntos, com medo, com essa invasão, sem saber o que dizer", explicou o líder da Igreja greco-latina ucraniana em lágrimas durante a videoconferência.

O patriarca disse que é um milagre poder contar sua história de Kiev.

“Todos os dias somos bombardeados. É um milagre que tenhamos luz e internet para estar em conexão com você. Porque todos os dias eles lançam foguetes e mísseis para destruir a infraestrutura das cidades da Ucrânia."

Ele também falou sobre a grave destruição que as forças russas estão causando nas cidades, destruindo até monumentos e igrejas. Ele explicou que dois templos são destruídos todos os dias na Ucrânia e que sacerdotes estão sendo mortos.

"Irmãos e irmãs", destacou, "vocês sabem que podemos ter tudo de novo", como casas e ajudas financeiras; "mas os padres que mataram não os teremos novamente", e disse que "sangue inocente está sendo derramado".

“As nossas paróquias tornaram-se centros humanitários”, explicou, lembrando que os espaços da Igreja foram abertos para acolher as pessoas, prestar ajuda e aconselhar. "O que faz a Igreja? A Igreja reza, acolhe e distribui bens", explicou.

Sua beatitude Shevchuk agradeceu ao papa Francisco pela consagração de 25 de março ao Imaculado Coração de Maria e disse que a presença da Virgem Imaculada é “muito importante” para os ucranianos, “que sobrevivem a este momento apenas por força sobrenatural”.


Deportações forçadas para a Rússia

Em sua mensagem de vídeo de 29 de março, o arcebispo-mor também falou sobre os relatos de que moradores de cidades ucranianas sitiadas estavam sendo deportados pela Rússia. "Eu ouço várias vozes cheias de lágrimas e desespero, em particular, daqueles que são deportados à força do solo ucraniano".

"Ouvimos falar de tais deportações de moradores dos subúrbios de Mariupol e dos bairros ocupados desta cidade. Mas a mesma coisa está acontecendo em cidades como Maryanka, Volnovakha e outras cidades e vilas em Donbas. Cidades e vilas que se tornaram cidades fantasmas".

“As pessoas são deportadas à força para a Rússia, seus passaportes são confiscados, recebem documentos temporários e são levados para a ilha de Sakhalin, no extremo leste da Rússia, onde não podem deixar este local designado para o exílio por dois anos”, lamentou.

"Vemos que, assim como nações inteiras foram deportadas de suas terras sob Stalin, a mesma coisa está se repetindo hoje em solo ucraniano."

“Apelo ao mundo inteiro para que defenda nosso povo ucraniano da maneira que puder, para que os ucranianos possam viver em sua terra natal. E para que ninguém os leve em cativeiro, como fizeram durante séculos”, pediu o patriarca.


(acidigital)

CELEBRAÇÕES DA SEMANA SANTA 2022 PRESIDIDAS PELO SANTO PADRE

 ESCRITÓRIO DAS CELEBRAÇÕES

LITÚRGICAS DO SUMO PONTO


CELEBRAÇÕES DA SEMANA SANTA 2022

PRESIDIDAS PELO SANTO PADRE

FRANCISCO

 

10 de abril de 2022

DOMINGO DE RAMOS: PAIXÃO DO SENHOR

Capela Papal

Praça de São Pedro, 10h

O Santo Padre abençoará as palmeiras e as oliveiras e, no final da procissão, presidirá a celebração eucarística.

* * *

Pede-se aos Patriarcas, Cardeais, Arcebispos e Bispos, que desejam concelebrar com o Santo Padre, estar às 9h15 na Capela de São Sebastião, na Basílica, para vestir as vestes litúrgicas, trazendo consigo: os Patriarcas e os Cardeais mitra damasco branco, os arcebispos e bispos a mitra branca.

Os presbíteros que desejam concelebrar com o Santo Padre, munidos de um bilhete especial, emitido pelo Escritório das Celebrações Litúrgicas do Sumo Pontífice através do procedimento indicado no site tickets.liturgiepontificie.va , sujeito à disponibilidade de lugares, desejarão estar na Capela de Apresentação do Senhor na Basílica, às 8h30, para vestir as vestes litúrgicas, trazendo consigo amice, alva, cinto e estola vermelha.

* * *

Os Patriarcas, Cardeais, Arcebispos e Bispos e todos aqueles que, de acordo com o Motu Proprio “ Pontificalis Domus ”, compõem a Capela Pontifícia e, munidos da Notificação , desejam participar da celebração litúrgica sem concelebrar, vestindo o próprio hábito. , devem estar no Braccio di Costantino às 9h30.

14 de abril de 2022

QUINTA-FEIRA DA SEMANA SANTA

Missa do Crisma

Basílica de São Pedro, 9h30

O Santo Padre presidirá a concelebração da Missa Crismal com os Patriarcas, Cardeais, Arcebispos, Bispos e Presbíteros (diocesanos e religiosos) presentes em Roma.

* * *

Os Patriarcas e Eminências Cardeais, às 8h45, e os Exc. Arcebispos e Bispos, às 8h30, irão à Capela de São Sebastião, na Basílica, onde encontrarão os paramentos litúrgicos. Trarão: os Patriarcas e os Eminências Cardeais a mitra branca de damasco; Exc. Arcebispos e Bispos vestindo a mitra branca.

Os Presbíteros estarão no Braccio di Costantino às 8h, com entrada pela Porta de Bronze, trazendo consigo amice, alva, cinto e estola branca.

* * *

Os óleos abençoados, como de costume, podem ser recolhidos na Sacristia da Basílica de Latrão.

 

15 de abril de 2022

SEXTA-FEIRA SANTA "PAIXÃO DO SENHOR"

Celebração da Paixão do Senhor

Capela Papal

Basílica de São Pedro, 17h

O Santo Padre presidirá a Liturgia da Palavra, a Adoração da Santa Cruz e a Sagrada Comunhão.

* * *

Os Patriarcas, os Cardeais, os Arcebispos e os Bispos, sem anel, usarão o bilro, a mozzetta e o chapéu nas suas próprias vestes; às 16h00, se quiserem, irão à Capela da Reposição do Santíssimo Sacramento para uma breve adoração; depois, às 16h30, ocuparão o lugar que lhes é atribuído no altar da Confissão.

Pede-se aos Prelados e Capelães de Sua Santidade, aos Abades e a todos os demais que, de acordo com o Motu Proprio “ Pontificalis Domus ”, que compõem a Capela Pontifícia, equipada com a Notificação , estarem no altar da Confissão às 16h30. , vestindo seu próprio vestido de coral.

 

Caminho da cruz

Coliseu, 21h15

O Santo Padre presidirá o piedoso exercício da "Via Crucis", no final do qual dirigirá a sua palavra aos fiéis e concederá a Bênção Apostólica.

16 a 17 de abril de 2022

DOMINGO DE PÁSCOA "RESSURREIÇÃO DO SENHOR"

Vigília Pascal na noite santa

Capela Papal

Basílica de São Pedro, 19h30

O Santo Padre abençoará o novo fogo no átrio da Basílica de São Pedro; depois da entrada procissional na Basílica com o círio pascal e o canto do Exsultet , presidirá a Liturgia da Palavra, a Liturgia Batismal e a Liturgia Eucarística, que serão concelebradas com os Patriarcas, Cardeais, Bispos que assim o desejarem e alguns presbíteros, mediante disponibilidade de lugares.

Pede-se aos Patriarcas, Cardeais, Arcebispos e Bispos Concelebrantes que se encontrem na Capela de São Sebastião às 18h45, trazendo consigo: os Cardeais a mitra branca de damasco, os Bispos a mitra branca.

Os presbíteros que pretendam concelebrar, de posse do bilhete do Gabinete de Celebrações Litúrgicas do Sumo Pontífice, através do procedimento indicado no site tickets.liturgiepontificie.va , devem estar no Braço de Constantino às 18h, para usar o paramentos litúrgicos, levando consigo amuleto, alva, cinto e estola branca.

* * *

Os Patriarcas, Cardeais, Arcebispos e Bispos e todos aqueles que, de acordo com o Motu Proprio “ Pontificalis Domus ”, compõem a Capela Pontifícia e, munidos da Notificação , desejam participar da celebração litúrgica sem concelebrar, vestindo o próprio hábito. , são solicitados a estar no átrio da Basílica de São Pedro até às 19h00.

Missa do dia

Capela Papal

Praça de São Pedro, 10h

O Santo Padre presidirá a celebração eucarística. No final da celebração, às 12h, da loggia central da Basílica, dará a Bênção "Urbi et Orbi".

* * *

Pede-se aos Patriarcas, Cardeais, Arcebispos e Bispos, que desejam concelebrar com o Santo Padre, estar às 9h15 na Capela de São Sebastião, na Basílica, para vestir as vestes litúrgicas, trazendo consigo: os Patriarcas e os Cardeais mitra damasco branco, os arcebispos e bispos a mitra branca.

Os presbíteros que desejam concelebrar com o Santo Padre, munidos de um bilhete especial, emitido pelo Escritório das Celebrações Litúrgicas do Sumo Pontífice através do procedimento indicado no site tickets.liturgiepontificie.va , sujeito à disponibilidade de lugares, desejarão estar no Braço de Constantino, às 8h30, para vestir as vestes litúrgicas, trazendo consigo amice, alva, cinto e estola branca.

* * *

Os Patriarcas, Cardeais, Arcebispos e Bispos e todos aqueles que, de acordo com o Motu Proprio “ Pontificalis Domus ”, compõem a Capela Pontifícia e, munidos da Notificação , desejam participar da celebração litúrgica sem concelebrar, vestindo o próprio hábito. , são solicitados a estar no adro da Basílica de São Pedro até às 9h30.

 

Cidade do Vaticano, 31 de março de 2022

Por mandato do Santo Padre

Mons. Diego Ravelli

Mestre das Celebrações Litúrgicas Pontifícias

 


Homilia Diária | A realização e superação das profecias (Quinta-feira da...

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quarta-feira, 30 de março de 2022

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SANTA MISSA DIRETO DO SANTUÁRIO DE FATIMA 30 03 2022

 Hoje é celebrado são João Clímaco, monge e mestre espiritual


REDAÇÃO CENTRAL, 30 mar. 22 / 05:00 am (ACI).- São João Clímaco foi um monge cristão, mestre espiritual e autor do livro “Escada do Paraíso”, que chegou a ser muito popular na Idade Média. O nome desta obra é a fonte do nome deste santo, já que é uma transliteração latina do termo grego klímakos, que significa “da escada”.

O santo “da escada” nasceu na Palestina em 575 e sua vida se desenvolveu quando Bizâncio, capital do Império romano do Oriente, estava em decadência ante as invasões bárbaras e a perda de território

Desde muito pequeno, formou-se lendo os livros de são Gregório Nazianzeno e São Basílio. Aos 16 anos, decidiu ser monge e partiu para o Monte Sinais (Egito).

Segundo os escritos do monge Daniel de Raito, Clímaco teve como mestre o abade Martírio (superior do mosteiro) e, depois de quatro anos de preparação, foi admitido como religioso.

Aos 20 anos, escolheu viver como eremita em uma gruta aos pés de um monte localizado a oito quilômetros do atual mosteiro de Santa Catarina (Monte Sinais).

Desde então, dedicou-se por 40 anos à meditação da Bíblia, oração e alguns trabalhos manuais. Assim, tornou-se um dos maiores sábios da Bíblia e diretor espiritual de dezenas de monges no Oriente.

Em sua velhice, os monges o elegeram abade do mosteiro do Monte Sinais. Naquele tempo, escreveu diversos textos e a “Escada do Paraíso”, um tratado de vida espiritual que descreve o caminho do monge desde a renúncia ao mundo até a perfeição do amor.

No livro, distingue-se três fases sucessivas para alcançar esta perfeição do amor: a primeira é a ruptura com o mundo a fim de voltar ao estado de infância evangélica; a segunda é constituída pela combate espiritual contra as paixões; e a terceira é a perfeição cristã.

São João Clímaco morreu por volta do ano 650. A Igreja o comemora no dia 30 de março.



(acidigital)

 Papa Francisco vai rezar na gruta em que são Paulo viveu em Malta


RABAT, 29 mar. 22 / 03:51 pm (ACI).- O papa Francisco vai rezar na gruta de são Paulo, localizada no complexo da basílica de São Paulo na cidade de Rabat, Malta, durante a viagem apostólica ao país nos dias 2 e 3 de abril.

Francisco será o terceiro papa a visitar o lugar sagrado que recebe todos os anos muitos peregrinos de todo o mundo. O local já foi visitado por são João Paulo II, em 27 de maio de 1990, e Bento XVI, em 17 de abril de 2010.


Importância da gruta de são Paulo


Segundo a tradição, são Paulo viveu na gruta por três meses por volta do ano 60, depois que o navio que o levava a Roma para ser julgado naufragou por causa de uma tempestade.

Segundo a narração de são Lucas nos Atos dos Apóstolos (27, 21-44; 28, 1-11), o Apóstolo dos Gentios permaneceu três meses em Malta, pregando, batizando e curando os doentes.

Por isso, os malteses veneram são Paulo como santo padroeiro já que o cristianismo chegou à ilha graças a ele.

Atualmente, o acesso à gruta de são Paulo é feito pela igreja de são Públio, o primeiro bispo de Malta, ao lado da basílica de São Paulo e do museu paroquial que guarda muitas e valiosas obras de arte e história, como o presente que Bento XVI deu durante sua visita por ocasião dos 1950 anos do naufrágio de são Paulo.

O antigo local de culto ainda preserva as paredes rochosas, alternadas com elementos arquitetónicos barrocos. As pedras e a terra da gruta são reconhecidas por suas virtudes milagrosas. Uma placa de 1743 atesta que, por milagre, apesar de terem retirado grandes quantidades de terra e pedra, o lugar se mantém no mesmo estado.


Visita do Papa Francisco

Francisco visitará a gruta de são Paulo no domingo, 3 de abril. Será recebido pelo arcipreste da basílica de São Paulo, padre Joseph Mizzi, e depois descerá até a gruta.

Ali o papa rezará sozinho, como fizeram seus predecessores, e acenderá uma vela votiva.

Em seguida, o papa rezará a são Paulo, assinará o livro de honra e saudará alguns líderes religiosos de várias confissões cristãs.

Por fim, o papa Francisco irá à basílica de São Paulo, onde encontrará doentes, pessoas assistidas pela Cáritas diocesana, voluntários e provavelmente um grupo de presos.

Antes de ir embora, o papa recitará uma oração de misericórdia e dará a bênção.


(acidigital)

AUDIÊNCIA GERAL (Texto)

 PAPA FRANCISCO

AUDIÊNCIA GERAL

Sala Paulo VI

Quarta-feira, 30 de março de 2022


Catequese sobre a Velhice 5. A fidelidade à visita de Deus para as próximas gerações


Prezados irmãos e irmãs, bom dia!

No nosso itinerário de catequeses sobre o tema da velhice, hoje olhamos para o terno quadro pintado pelo evangelista São Lucas, que mostra a cena de duas figuras de idosos, Simeão e Ana. A sua razão de vida, antes de se despedir deste mundo, é aguardar a visita de Deus. Esperavam que os visitasse Deus, ou seja, Jesus. Simeão sabe, através de uma premonição do Espírito Santo, que não morrerá antes de ter visto o Messias. Ana vai ao templo todos os dias, dedicando-se ao seu serviço. Ambos reconhecem a presença do Senhor no Menino Jesus, que enche de consolação a sua longa espera e tranquiliza a sua despedida da vida. Esta é uma cena de encontro com Jesus, e de despedida.

O que podemos aprender com estas duas figuras de anciãos cheios de vitalidade espiritual?

Entretanto, aprendemos que a fidelidade da espera aguça os sentidos. De resto, como sabemos, o Espírito Santo faz exatamente isto: ilumina os sentidos. No antigo hino Veni Creator Spiritus, com que ainda hoje invocamos o Espírito Santo, dizemos: «Accende lumen sensibus», acende uma luz para os sentidos, ilumina os nossos sentidos. O Espírito é capaz de o fazer: aguça os sentidos da alma, apesar dos limites e das feridas dos sentidos do corpo. A velhice debilita, de uma forma ou de outra, a sensibilidade do corpo: um é mais cego, outro é mais surdo... No entanto, uma velhice que se exerceu na expetativa da visita de Deus não perderá a sua passagem: aliás, estará ainda mais pronta para a colher, terá mais sensibilidade para receber o Senhor quando Ele passar. Recordemos que a atitude do cristão consiste em estar atento às visitas do Senhor, porque o Senhor entra na nossa vida com inspirações, com o convite a sermos melhores. E Santo Agostinho dizia: “Tenho medo de Deus quando Ele passa” - “Mas por que tens medo?” - “Tenho medo de não o ver e deixá-lo passar”. É o Espírito Santo que prepara os sentidos para compreender quando o Senhor nos visita, como fez com Simeão e Ana.

Hoje, mais do que nunca, precisamos disto: temos necessidade de uma velhice dotada de sentidos espirituais vivos e capaz de reconhecer os sinais de Deus, ou seja, o Sinal de Deus, que é Jesus. Um sinal que sempre nos põe em crise: Jesus põe-nos em crise porque é «sinal de contradição» (Lc 2, 34) - mas que nos enche de alegria. Porque a crise não nos traz necessariamente tristeza, não: estar em crise, prestando serviço ao Senhor, muitas vezes dá-nos paz e alegria. A anestesia dos sentidos espirituais - e isto é terrível - a anestesia dos sentidos espirituais, na excitação e atordoamento dos sentidos do corpo, é uma síndrome generalizada numa sociedade que cultiva a ilusão da juventude eterna, e a sua caraterística mais perigosa consiste em ser quase inconsciente. Não se tem a consciência de estar anestesiado. E isto acontece: sempre ocorreu e continua a acontecer nos nossos tempos. Os sentidos anestesiados, sem compreender o que acontece; os sentidos interiores, os sentidos do espírito para compreender a presença de Deus ou a presença do mal, anestesiados, não distinguem.

Quando perdemos a sensibilidade do tato ou do paladar, damo-nos imediatamente conta. A da alma, a sensibilidade da alma, ao contrário, podemos ignorá-la por muito tempo, viver sem nos darmos conta de que perdemos a sensibilidade da alma. Ela não se refere simplesmente ao pensamento de Deus ou da religião. A insensibilidade dos sentidos espirituais diz respeito à compaixão e à piedade, à vergonha e ao remorso, à fidelidade e à dedicação, à ternura e à honra, à responsabilidade própria e à dor pelo próximo. É curioso: a insensibilidade não te faz compreender a compaixão, não te faz entender a piedade, não te faz sentir vergonha ou remorso por teres feito algo mau. É assim: os sentidos espirituais anestesiados confundem tudo e, espiritualmente, já não sentimos tais coisas. E a velhice torna-se, por assim dizer, a primeira perda, a primeira vítima desta perda de sensibilidade. Numa sociedade que exerce a sensibilidade sobretudo por prazer, só pode haver a perda de atenção pelos mais frágeis e prevalecer a competição dos vencedores. É assim que se perde a sensibilidade. Certamente, a retórica da inclusão é a fórmula ritual de cada discurso politicamente correto. Mas ainda não confere uma verdadeira correção às práticas da normal convivência: uma cultura da ternura social tem dificuldade de crescer. Não: o espírito da fraternidade humana - que julguei necessário relançar com força - é como uma peça de vestiário descartada, para admirar, sim, mas... num museu. Perde-se a sensibilidade humana, perdem-se estes movimentos do espírito que nos tornam humanos.

É verdade, na vida real podemos observar, com comovente gratidão, muitos jovens capazes de honrar até ao fundo esta fraternidade. Mas o problema é exatamente este: existe um descarte, um descarte culpado, entre o testemunho desta linfa vital da ternura social e o conformismo que obriga a juventude a contar a sua história de modo completamente diferente. O que podemos fazer para preencher esta lacuna?

Da narração de Simeão e Ana, mas também de outras histórias bíblicas da velhice sensível ao Espírito, vem uma indicação oculta que merece ser trazida à tona. Em que consiste concretamente a revelação que estimula a sensibilidade de Simeão e Ana? Consiste em reconhecer numa criança, que eles não geraram e que veem pela primeira vez, o sinal certo da visita de Deus. Eles aceitam que não são protagonistas, mas apenas testemunhas. E quando um indivíduo aceita não ser protagonista, mas se compromete como testemunha, tudo bem: aquele homem, aquela mulher, amadurece bem. Mas se tiver sempre a vontade de ser protagonista nunca amadurecerá neste caminho rumo à plenitude da velhice. A visita de Deus não se encarna na sua vida, daquele que quer ser protagonista e nunca testemunha, não os põe em cena como salvadores: Deus não se encarna na sua geração, mas na geração vindoura. Perdem o seu espírito, perdem a vontade de viver com maturidade e, como se costuma dizer, vivem superficialmente. É a grande geração dos superficiais, que não se dão ao luxo de sentir as coisas com a sensibilidade do espírito. Mas porque não se dão o luxo? Em parte, por preguiça, e em parte porque já não podem: perderam-na. É mau quando uma civilização perde a sua sensibilidade de espírito. Por outro lado, é bom quando encontramos anciãos como Simeão e Ana que mantêm esta sensibilidade do espírito e são capazes de compreender situações diferentes, pois estes dois compreenderam esta situação que os precedeu, que era a manifestação do Messias. Nenhum ressentimento ou recriminação por isto, quando se encontram nesta condição estática. Ao contrário, grande emoção e grande consolação, quando os sentidos espirituais ainda estão vivos. A emoção e a consolação de poder ver e anunciar que a história da sua geração não se perde nem se desperdiça, precisamente graças a um acontecimento que se encarna e se manifesta na geração seguinte. E é isto que uma pessoa idosa sente quando os seus netos vão falar com ela: sentem-se reavivados. “Ah, a minha vida ainda é aqui”. É tão importante ir ter com os idosos, é tão importante ouvi-los. É tão importante falar com eles, porque existe esta troca de civilização, esta troca de maturidade entre jovens e idosos. E assim, a nossa civilização prossegue de uma forma madura.

Só a velhice espiritual pode dar este testemunho, humilde e deslumbrante, tornando-o influente e exemplar para todos. A velhice que cultivou a sensibilidade da alma extingue toda a inveja entre as gerações, todo o ressentimento, toda a recriminação pelo advento de Deus na geração seguinte, que chega com a despedida da própria. E isto é o que acontece a um idoso aberto, a um jovem aberto: despede-se da vida, mas entrega - entre aspas - a sua vida à nova geração. E esta é aquela despedida de Simeão e Ana: “Agora posso ir em paz”. A sensibilidade espiritual da velhice é capaz de interromper a competição e o conflito entre as gerações de modo credível e definitivo. Ultrapassa esta sensibilidade: os idosos, com esta sensibilidade, ultrapassam o conflito, vão além, caminham para a unidade, não para o conflito. Isto é certamente impossível aos homens, mas é possível a Deus. E hoje precisamos tanto dela, a sensibilidade do espírito, a maturidade do espírito, precisamos de anciãos sábios, maduros em espírito, que nos deem esperança para a vida!


Saudações:

Queridos fiéis de língua portuguesa e em particular o grupo do Colégio Nossa Senhora de Lourdes, do Porto, e os outros grupos de peregrinos de Portugal, sede bem-vindos! De coração saúdo a todos e confio ao bom Deus a vossa vida e a dos vossos familiares, invocando para todos as consolações e luzes do Espírito Santo, a fim de que, vencidos os pessimismos e as desilusões da vida, possais cruzar o limiar da esperança que temos em Cristo Senhor. Conto com as vossas orações. Obrigado!


APELO

Amados irmãos e irmãs, no próximo sábado e domingo irei a Malta. Naquela terra luminosa serei peregrino nas pegadas do Apóstolo Paulo, que ali foi acolhido com grande humanidade depois de ter naufragado no mar a caminho de Roma. Esta Viagem Apostólica será assim uma oportunidade para ir às fontes da proclamação do Evangelho, para conhecer pessoalmente uma comunidade cristã com uma história milenar e vivaz, para encontrar os habitantes de um país situado no centro do Mediterrâneo e no sul do continente europeu, hoje ainda mais dedicados ao acolhimento de tantos irmãos e irmãs em busca de refúgio. Desde já saúdo de coração todos os malteses: desejo-vos um bom dia. Agradeço a quantos trabalharam para preparar esta visita e peço a cada um que me acompanhe com a oração. Obrigado!


 

Resumo da catequese do Santo Padre:

Na nossa reflexão sobre a velhice, detemo-nos hoje com dois idosos: Simeão e Ana. A sua razão de viver, antes de deixar este mundo, é esperar a visita de Deus. Ambos reconhecem a presença do Senhor no menino Jesus, que enche de consolação a sua longa espera e de serenidade a sua despedida da vida. Na sua história, há uma indicação oculta que merece ser trazida à luz. Em que consiste a revelação que acende a sensibilidade de Simeão e Ana? Consiste em reconhecer o sinal seguro da visita de Deus numa criança que não geraram e que veem pela primeira vez. Eles aceitam não ser protagonistas, mas apenas testemunhas. A visita de Deus não se realiza na vida deles, não os coloca em cena como salvadores: Deus não toma carne na sua geração, mas na geração sucessiva. Isto, porém, não causa neles qualquer ressentimento nem lamentação; o que vemos é grande júbilo e consolação, podendo ver e anunciar que a história da sua geração não foi inútil nem é desperdiçada, precisamente graças a um evento que toma corpo e se manifesta na geração seguinte. Só uma velhice animada pelo Espírito Santo pode dar este testemunho humilde e feliz, tornando-a exemplar para todos. A velhice que cultiva a sensibilidade da alma extingue toda a inveja entre as gerações, todo o ressentimento ou lamento por uma vinda de Deus na geração que se lhe segue, que chega juntamente com a despedida da própria geração. A sensibilidade espiritual da terceira idade é capaz de quebrar a competição e o conflito entre as gerações de forma credível e definitiva. E se isto parecer impossível aos homens, não o é para Deus!



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Audiência Geral 30 de março de 2022 Papa Francisco

Escolhi ter paz (Jo 5,17-30) Palavra de Deus #242 | 30/03 | Instituto Hesed

Laudes IV Miércoles del Tiempo de Cuaresma

terça-feira, 29 de março de 2022

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Regras de Etiqueta para Visitar um Recém-nascido

Patriarca ortodoxo de Constantinopla critica invasão da Ucrânia

SANTA MISSA DIRETO DO SANTUÁRIO DE FATIMA 29 03 2022

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Santo do Dia

 


S. José de Arimateia

SÉC. I

Celebrado A 29 De Março


José de Arimateia era assim conhecido por ser de Arimateia, cidade da Judeia. Homem rico, senador da época, era membro do Sinédrio, o Colégio dos mais altos magistrados do povo judeu. 

José de Arimateia, juntamente com Nicodemos, providenciou a retirada do corpo de Cristo da cruz após solicitação feita a Pôncio Pilatos. 

De acordo com o Evangelhos, era o dono do sepulcro onde Jesus, seu amigo, foi depositado, num horto a cerca de 30 metros do local da crucifixão e de onde ressuscitou três dias depois da morte. 

A tradição atribui também a José o lençol de linho em que Jesus foi envolvido, conhecido hoje como o Santo Sudário.


Evangelho Quotidiano

Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna. João 6, 68

O batismo nos cura do pecado | (Jo 5, 1-16) #708- Meditação da Palavra

 Destes novos mundos ao mundo, devereis dar estes mundos a Deus, diz o papa aos portugueses


Lisboa, 28 mar. 22 / 03:38 pm (ACI).- O papa Francisco enviou uma mensagem aos portugueses por ocasião dos 375 anos da proclamação de Nossa Senhora da Conceição como padroeira e rainha de Portugal. No texto, Francisco ressaltou a ligação do país europeu com Maria e também o seu papel evangelizador. “Portugal, deste novos mundos ao mundo; deverás dar estes mundos a Deus”, disse o papa.

A mensagem de Francisco foi lida ontem, 27 de março, pelo núncio apostólico, dom Ivo Scapolo, na missa de encerramento do Ano Jubilar, no Santuário de Nossa Senhora da Conceição, em Vila Viçosa.

“Porventura, não nasceu Portugal em territórios que já então dava pelo nome de Terra de Santa Maria? Pois bem, os filhos da Terra de Santa Maria, hão de mostrar que nunca a esquecem e que, a Ela se devem, em grande parte, as glórias do passado”, disse Francisco.

O papa recordou que a proclamação de Nossa Senhora da Conceição como padroeira de Portugal ocorreu em 25 de março de 1646, quando o rei dom João IV, “com um gesto altamente significativo”, depositou a “coroa real aos pés” da Virgem Maria, no Santuário de Vila Viçosa.

Francisco exortou os portugueses a renovar “a entrega de si mesmos e, por assim dizer, do respectivo reino à sua celeste padroeira e rainha”. “Animo-os a não ter medo daquilo que Deus lhes possa pedir ou esteja a pedir, deixem-se surpreender por Deus, como fez Maria, deixem Deus entrar verdadeiramente nas suas vidas”, encorajou. Então, pediu que todos sgam o exemplo de dom João IV. “Não voltem a envergar a coroa do próprio reino, mas deixem aos pés de Maria as próprias seguranças, os próprios projetos, os próprios revezes. Seja Ela, a Senhora da própria casa e do próprio ser”.

“De bom grado me uno a todos, encorajando-os nos seus sentimentos, propósitos e preces, para que, por Maria e com Maria, reine nos vossos corações a paz de Cristo”, declarou.

O papa também evocou a Ucrânia e convidou a rezar pela paz e comunhão entre todos, “nestes dias tristes de guerra sem fim, com o rastro incomensurável de vítimas inocentes e a negação cruel dos princípios da fraternidade universal”.

A missa foi celebrada pelo presidente da Conferência Episcopal Portuguesa e bispo de Leiria-Fátima, dom José Ornelas. Em sua homilia, dom Ornelas destacou a ligação da celebração dos 375 anos com a identidade de Portugal. Paraele, celebrar a “matriz de fé” dos governantes do passado deve ser “um trampolim de projeto novo de futuro”. “Sem Deus, o mundo humano caminha para a autodestruição”, afirmou.

Participaram da celebração diversos bispos portugueses, autoridades civis e militares, entre as quais o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa.


(acidigital)

Laudes de Terça-feira da 4ª Semana da Quaresma

segunda-feira, 28 de março de 2022

Viagem solidária à Ucrânia. Entrevista ao padre Hugo Gonçalves, pároco d...

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SANTA MISSA DIRETO DO SANTUÁRIO DE FATIMA 28 03 2022

Santo do Dia

 

S. Sisto III

PAPA, +440

Celebrado A 28 De Março



 

O Papa Sisto III foi eleito em 31 de Julho de 432. Morreu a 18 de Agosto de 440.

Mostrou-se conciliador em relação aos nestorianos e velou pela conservação dos direitos da Santa Sé sobre a Ilíria - contra o Imperador do Oriente que queria torná-la dependente de Constantinopla. Restaurou as Basílicas de Santa Maria Maior e de S. Lourenço-fora-de-Muros.

Foi autor de várias epístolas.


Evangelho Quotidiano

Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna. João 6, 68


Stream em direto de Santuário de Fátima

Jesus cura as consequências da tristeza e da morte | (Jo 4, 43-54) #707-...

Laudes de Segunda-feira da 4ª Semana da Quaresma

domingo, 27 de março de 2022

Papa permite que los guardias suizos se casen mientras sirven en el Vati...

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Hoje faz 6 anos da morte de madre Angélica, fundadora da EWTN


REDAÇÃO CENTRAL, 27 mar. 22 / 06:00 am (ACI).- Em 27 de março de 2016, morreu madre Maria Angélica da Anunciação, religiosa clarissa fundadora de Eternal Word Television Network (EWTN), a maior rede de televisão católica do mundo.

Madre Angélica faleceu por volta das 5h, aos 92 anos, após lutar por 15 anos contra as sequelas de um derrame cerebral.

Em julho de 2016, o papa Francisco disse que Madre Angélica era “uma mulher santa”.

Rita Rizzo – nome que seus pais deram a madre Angélica – nasceu em 20 de abril de 1923, na cidade de Canton, estado de Ohio (Estados Unidos). Sua vida esteve marcada por muitas provações, como o divórcio de seus pais quando tinha seis anos e a situação de pobreza que enfrentou com sua mãe.

Na sua adolescência, foi curada de dores severas no estômago, depois de rezar uma novena a santa Teresa do Menino Jesus. “Neste dia eu percebi o amor de Deus por mim e comecei a ter sede de Deus”, disse madre Angélica.

No dia 15 de agosto de 1944, aos 21 anos, Rita ingressou na ordem das Clarissas Pobres da Adoração Perpétua, em Cleveland, Ohio, e tomou o nome de Irmã Maria Angélica da Anunciação.

Na década de 1950, sofreu um acidente que causou uma lesão nas costas. Dois anos depois, os médicos lhe disseram que poderia perder o movimento das pernas. Madre Angélica prometeu a Deus que se a curasse construiria um mosteiro no sul dos Estados Unidos.

A religiosa foi curada e, no dia 3 de fevereiro de 1961, Roma concedeu à irmã Angélica a permissão de fundar um mosteiro no Alabama. O nome viria a ser Mosteiro de Nossa Senhora dos Anjos, em Irondale, Alabama. Uma cidade cuja população católica era de apenas 2%.

Com os anos, madre Angélica se tornou conhecida como uma carismática evangelizadora. Mas, em 1978, após saber que a estação secular em que trabalhava planeava emitir um programa blasfemo, renunciou e decidiu começar sua própria estação.

Em 15 de agosto de 1981, madre Angélica lançou a EWTN da garagem da casa das religiosas, com aproximadamente 20 empregados.

Hoje, a EWTN transmite uma programação 24 horas por dia a mais de 258 milhões de lares em 144 países e conta com cerca de 400 funcionários.

Além disso, atualmente a EWTN maneja um catálogo de artigos religiosos e publica o Nathional Catholic Register e o Grupo ACI, entre outras empresas editoriais.


(acidigital)

SANTA MISSA DIRETO DO SANTUÁRIO DE FATIMA 27 03 2022

ANGELUS (Texto)

 PAPA FRANCISCO

ANGELUS

Praça de São Pedro

Domingo, 27 de março de 2022


 

Queridos irmãos e irmãs, bom domingo, bom dia!


O Evangelho da Liturgia deste domingo narra a chamada parábola do filho pródigo (cf. Lc 15 , 11-32). Leva-nos ao coração de Deus, que perdoa sempre com compaixão e ternura, sempre. Deus sempre perdoa, somos nós que cansamos de pedir perdão, mas Ele sempre perdoa. Ele nos diz que Deus é Pai, que não apenas acolhe, mas se alegra e celebra seu filho, que voltou para casa depois de ter desperdiçado todos os seus bens. Nós somos esse filho, e é comovente pensar no quanto o Pai sempre nos ama e nos espera.

Mas na mesma parábola há também o filho mais velho, que entra em crise diante desse Pai. E isso pode nos colocar em crise também. De fato, dentro de nós há também esse filho mais velho e, pelo menos em parte, somos tentados a concordar com ele: ele sempre cumpriu seu dever, não havia saído de casa, por isso se indigna ao ver o Pai abraçar seu irmão novamente, ele se comportou mal. Ele protesta e diz: «Há tantos anos que te sirvo e nunca desobedeci às tuas ordens», mas por «este teu filho» até festejas! (vv. 29-30). "Não entendo você". É a indignação do filho mais velho.

Destas palavras emerge o problema do filho mais velho. Na relação com o Pai, baseia tudo na pura observância dos mandamentos , no sentido do dever. Também pode ser nosso problema, nosso problema entre nós e com Deus: perder de vista que ele é Pai e viver uma religião distante, feita de proibições e deveres. E a consequência dessa distância é a rigidez em relação ao próximo, que não se vê mais como irmão. De fato, na parábola, o filho mais velho não diz meu irmão ao Pai , não, seu filho diz , como se dissesse: ele não é meu irmão. E, no final, ele próprio corre o risco de ser deixado de fora de casa. De fato – diz o texto – “não quis entrar” (v. 28). Porque havia o outro.

Vendo isso, o Pai vai implorar: "Filho, você está sempre comigo e tudo o que é meu é seu" (v. 31). Tente fazê-lo entender que para ele cada criança é toda a sua vida. Os pais sabem bem disso, estão muito próximos de sentir Deus. É bonito o que um pai diz em um romance: "Quando me tornei pai, entendi Deus" (H. de Balzac, Il padre Goriot , Milan 2004, 112 ). Nesse ponto da parábola, o Pai abre o coração ao filho mais velho e expressa duas necessidades, que não são ordens, mas necessidades do coração: de volta à vida" (v. 32). Vejamos se também nós temos em nosso coração as duas necessidades do Pai: festejar e regozijar -se .

Em primeiro lugar para a festa, ou seja, mostrar nossa proximidade com quem se arrepende ou está a caminho, com quem está em crise ou longe. Por que devemos fazer isso? Porque isso ajudará a superar o medo e o desânimo, que podem advir da lembrança dos próprios pecados. Aqueles que cometeram um erro muitas vezes se sentem repreendidos por seu próprio coração; distância, indiferença e palavras afiadas não ajudam. Por isso, segundo o Padre, é necessário dar-lhe um acolhimento caloroso, que o encoraje a seguir em frente. “Mas pai, ele fez tantos!”: Boas-vindas calorosas. E quanto a nós? Procuramos quem está longe, queremos festejar com ele? Quanto bem pode fazer um coração aberto, uma escuta verdadeira, um sorriso transparente; festa, não faça você se sentir desconfortável! O pai poderia dizer: tudo bem filho, volte para casa, volte para o trabalho, vá para o seu quarto, acalme-se e mãos à obra! E isso teria sido um bom perdão. Mas não! Deus não pode perdoar sem celebrar! E o pai comemora, pela alegria que tem porque o filho voltou.

E então, de acordo com o Pai, devemos nos regozijar . Quem tem o coração sintonizado com Deus se alegra ao ver o arrependimento de uma pessoa, por mais graves que tenham sido seus erros. Ele não se mantém firme nos erros, não aponta o dedo para o mal, mas se alegra com o bem, porque o bem do outro também é meu! E nós, sabemos ver os outros assim?

Eu me permito contar uma história, falsa, mas que mostra o coração do pai. Houve uma ópera pop, há três ou quatro anos, sobre o filho pródigo, com toda a história. E no final, quando aquele filho decide voltar para o pai, ele confronta um amigo e lhe diz: "Sabe, eu tenho medo que meu pai me rejeite, que ele não me perdoe". E seu amigo o aconselha: “Mande uma carta para seu pai e diga a ele:“ Pai, estou arrependido, quero ir para casa, mas não tenho certeza se você ficará feliz. Se você quiser me receber, por favor, coloque um lenço branco na janela”. E então a jornada começou. E quando estava perto de casa, onde a estrada fazia a última curva, deu de cara com sua casa. E o que ele viu? Não um lenço: estava cheio de lenços brancos, as janelas, tudo! O Pai assim nos recebe, com plenitude, com alegria. Este é o nosso Pai!

Sabemos nos alegrar pelos outros? Que a Virgem Maria nos ensine a acolher a misericórdia de Deus, para que ela se torne a luz na qual olharmos para o próximo.

____________________________________

Depois do Ângelus

Queridos irmãos e irmãs!

Mais de um mês se passou desde o início da invasão da Ucrânia, desde o início desta guerra cruel e sem sentido que, como qualquer guerra, representa uma derrota para todos, para todos nós. É preciso repudiar a guerra, um lugar de morte onde pais e mães enterram seus filhos, onde homens matam seus irmãos sem sequer tê-los visto, onde os poderosos decidem e os pobres morrem.

A guerra não só devasta o presente, mas também o futuro de uma sociedade. Li que uma em cada duas crianças foi deslocada do país desde o início do ataque à Ucrânia. Isso significa destruir o futuro, causando traumas dramáticos nos menores e mais inocentes de nós. Aqui está a bestialidade da guerra, um ato bárbaro e sacrílego!

A guerra não pode ser algo inevitável: não devemos nos acostumar com a guerra! Em vez disso, devemos converter a indignação de hoje no compromisso de amanhã. Porque, se sairmos dessa história como antes, todos seremos culpados de alguma forma. Diante do perigo da autodestruição, a humanidade compreende que chegou a hora de abolir a guerra, de apagá-la da história humana antes que seja ela quem apague o homem da história.

Rezo para que todos os líderes políticos reflitam sobre isso, se comprometam com isso! E, olhando para a atormentada Ucrânia, entender que a cada dia de guerra a situação piora para todos. Por isso renovo o meu apelo: basta, pare, cale-se, tratemos seriamente pela paz! Rezemos novamente, sem cansar, à Rainha da Paz, a quem consagramos a humanidade , especialmente a Rússia e a Ucrânia, com uma grande e intensa participação, pela qual agradeço a todos vocês. Vamos orar juntos. Ave Maria…

Saúdo todos vós, romanos e peregrinos da Itália e de vários países. Em particular, saúdo os fiéis do México, Madrid e Leão; estudantes de Pamplona e Huelva, e jovens de vários países que fizeram estágio em Loppiano. Saúdo os paroquianos de Nostra Signora di Valme em Roma e os de San Giorgio em Bosco, Bassano del Grappa e Gela; os confirmandos de Frascati e o grupo “Amici di Zaccheo” de Reggio Emilia; bem como a Comissão Promotora da Marcha pela Paz e Fraternidade Perugia-Assis, que veio com um aluno para renovar o compromisso com a educação para a paz.

Saúdo os participantes da Maratona de Roma! Este ano, por iniciativa da “Athletica Vaticana”, numerosos atletas se envolveram em iniciativas de solidariedade com as pessoas que vivem em necessidade na cidade. Eu te parabenizo!

Há apenas dois anos, desta praça, levantamos o apelo pelo fim da pandemia . Hoje fizemos isso pelo fim da guerra na Ucrânia. Ao sair da praça será oferecido um livro gratuito, criado pela Comissão do Vaticano Covid-19 com o Dicastério para a Comunicação, para convidá-lo a rezar nos momentos de dificuldade, sem medo, sempre com fé no Senhor.

Desejo a todos um feliz domingo e, por favor, não se esqueçam de orar por mim. Bom almoço e adeus.



Copyright © Dicastério para a Comunicação - Libreria Editrice Vaticana


Angelus 27 de março de 2022 Papa Francisco

Laudes do 4º Domingo da Quaresma

sábado, 26 de março de 2022

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SANTA MISSA DIRETO DO SANTUÁRIO DE FATIMA 26 03 2022

Enviado do papa consagra Rússia e Ucrânia no Santuário de Fátima


FATIMA, 25 mar. 22 / 04:12 pm (ACI).- Simultaneamente à consagração da Rússia e da Ucrânia ao Imaculado Coração de Maria celebrada pelo papa Francisco no Vaticano, o esmoleiro pontifício, cardeal Konrad Krajewsky, fez a mesma celebração no Santuário de Fátima, em Portugal. Os bispos portugueses também participaram da celebração na Cova da Iria.

Segundo o santuário de Fátima, milhares de peregrinos participaram do ato de consagração na Capelinha das Aparições. A celebração foi introduzida pelo presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) e bispo de Leiria-Fátima, dom José Ornelas. “Em comunhão com o Santo Padre Francisco, estamos reunidos neste lugar onde a Mãe do Céu nos convida à conversão, à oração pela paz e nos revela o Seu Imaculado Coração como refúgio e caminho para Deus”, disse o bispo.

“Unidos ao povo ucraniano que nestes dias recebe a imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima, e nesta hora sombria da história do mundo, deixemo-nos atrair pela luz que irradia do seu Coração Imaculado, e rezemos para que escute a nossa oração e nos alcance do Coração misericordioso do nosso Deus o dom da Paz e da concórdia”, afirmou.

Antes do ato de consagração, o cardeal Krajewsky marcou presença no congresso internacional “Mulher, Mãe e Rainha”, que acontece até amanhã no santuário de Fátima. Na ocasião, recordou a sua viagem à Ucrânia, como enviado pelo papa Francisco no início do mês.

“Cheguei, há uma semana, da Ucrânia. No encontro que tivemos com diversos chefes de religiões e confissões, recordámos que a arma mais sofisticada do mundo é a nossa oração, com a qual conseguimos transportar montanhas, inclusivamente a montanha da guerra estúpida”, disse o esmoleiro pontifício.

O cardeal Krajewsky classificou a sua ida à Cova da Iria para a consagração da Rússia e da Ucrânia como uma “viagem de silêncio” neste “momento particular para a Igreja, para a Europa e para o mundo”. “Hoje, no Santuário de Fátima, queremos consagrar a Rússia e Ucrânia a Nossa Senhora, na recitação do Rosário. Queremos expulsar estes demônios da guerra, porque o que está a acontecer, debaixo dos nossos olhos, parece uma coisa diabólica, onde, sem piedade e sem qualquer razão, estão a ser mortas crianças e mulheres”, disse.

“Nós temos uma arma sofisticada a oração o jejum e a esmola. Convido-vos a usar esta arma e vereis que teremos um milagre”, concluiu.


(acidigital)

Santo do Dia: S. Ludgero

 


S. Ludgero

BISPO, +809

Celebrado A 26 De Março


Nasceu em  743 em Zuilen, Friesland (moderna Holanda).

Filho de uma família nobre, era irmão dos Santos Gerburgis e  Hildegrin. Ouviu São Bonifácio pregar em 753 e decidiu entrar para a vida religiosa. Estudou sob a direção de São Gregório de Ultrecht (do qual escreveu a biografia). Estudou na Inglaterra três anos  sob a direcção de Santo Alcuino, diácono.

Regressou à Holanda em 773 como missionário. Foi enviado a Deventer em 775 para restaurar uma capela destruída pelos pagãos saxões e recuperar as relíquias de São Lebwin que havia construído a capela. Destruiu ídolos pagãos e locais de cultos pagãos na área oeste de Lauwers Zee e aquela região tornou-se cristã após a sua estadia. Notável pregador. Ensinou na escola de Ultrecht . 

Foi ordenado em Colonia em 777 e foi missionário em Friesland, principalmente  ao redor de Ostergau e Dokkum de 777 até 784. Voltava cada outono para Ultrecht para ensinar na escola da Catedral. Deixou a área em 784 quando os Saxões invadiram e expulsaram todos os padres.

Peregrino a Roma em 785, encontrou-se  com o Papa Adraino I e os dois trocaram conselhos. Viveu  como monge beneditino em Monte Casino de 785 a 787 mas não tomou os votos. A pedido de Carlos Magno, retornou a Friesland como missionário. Foi uma expedição bem sucedida e ele construiu um Mosteiro em Weden para servir de base às suas jornadas. Diz a tradição que curou vários cegos.

Construiu um Mosteiro em Mimigernaford como centro do trabalho missionário e serviu como Abade. A palavra “monasterium” deu o nome à cidade que cresceu ao redor da casa: Munster. Construiu várias pequenas capelas em toda a região. Foi o primeiro Bispo de Munster em 804, sendo consagrado em Westphalia.  

Sua saúde piorou nos últimos anos, mas ele nunca reduzia a sua carga de trabalho. Não interessava quão perigosa ou trabalhosa fosse a sua vida fora do Mosteiro, Lugero nunca deixou de  ter tempo para as orações e meditações.  

Faleceu na tarde de 26 de março de 809 (sábado da Paixão) de causas naturais e foi enterrado em Werden.

O seu túmulo tornou-se local de peregrinação  e vários milagres foram creditados por sua intercessão. Assim as suas relíquias foram trasladadas para a Catedral de Munster onde tem o seu santuário.   


Evangelho Quotidiano

Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna. João 6, 68

O orgulho envenena as obras boas | (Lc 18, 9-14) #705- Meditação da Palavra

Laudes de Sábado da 3ª Semana da Quaresma

sexta-feira, 25 de março de 2022

 O Papa a Nossa Senhora: que cesse esta "guerra cruel e insensata que ameaça o mundo"



Francisco presidiu a celebração penitencial na Basílica de São Pedro, no final da qual recitou a oração de Consagração da humanidade a Nossa Senhora, em particular a Rússia e a Ucrânia. As Igrejas no mundo unidas ao Papa.

Vatican News

O Papa Francisco presidiu a Celebração da Penitência com o Ato de Consagração ao Imaculado Coração de Maria, na Basílica de São Pedro, na tarde desta sexta-feira (25/03), Solenidade da Anunciação do Senhor.


O Anjo Gabriel toma a palavra por três vezes para se dirigir à Virgem Maria. "A primeira vez, quando a saúda com estas palavras: «Alegra-Te, ó cheia de graça: o Senhor está contigo». O motivo para rejubilar, o motivo da alegria, é desvendado em poucas palavras: o Senhor está contigo", disse o Papa em sua homilia.


Segundo Francisco, "muitas vezes pensamos que a Confissão consiste em ir de cabeça inclinada ao encontro de Deus. Mas voltar para o Senhor não é primariamente obra nossa; é Ele que nos vem visitar, cumular da sua graça, alegrar com o seu júbilo. Confessar-se é dar ao Pai a alegria de nos levantar de novo. No centro daquilo que vamos viver, não estão os nossos pecados, mas o seu perdão".


Restituamos à graça o primado e peçamos o dom de compreender que a Reconciliação consiste antes de tudo, não num passo nosso para Deus, mas no seu abraço que nos envolve, deslumbra, comove. É o Senhor que entra em nossa casa, como na de Maria em Nazaré, e traz um deslumbramento e uma alegria antes desconhecidos. Como primeiro plano foquemos a perspectiva em Deus: voltaremos a gostar da Confissão. Precisamos dela, porque cada renascimento interior, cada viragem espiritual começa daqui, do perdão de Deus. Não negligenciemos a Reconciliação, mas voltemos a descobri-la como o sacramento da alegria. Sem qualquer rigidez, sem criar obstáculos nem incômodos; portas abertas à misericórdia!


A segunda vez que o Anjo fala a Maria, perturbada com a saudação recebida, é para Lhe dizer: «Não temas». Segundo Francisco, "na Sagrada Escritura, quando Deus aparece, gosta de dirigir estas duas palavras a quem O acolhe: não temas. Deste modo transmite-nos uma mensagem clara e reconfortante: sempre que a vida se abre a Deus, o medo deixa de ter-nos como reféns. A Virgem Maria nos acompanha: Ela mesma deixou a sua perturbação em Deus. O anúncio do Anjo dava-Lhe razões sérias para não temer. Propunha-Lhe algo de inimaginável, que estava para além das suas forças e, sozinha, não poderia levá-lo para diante: haveria muitas dificuldades, problemas com a lei mosaica, com José, com as pessoas da sua terra e do seu povo. Mas Maria não levanta objeções. Basta-Lhe aquele não temas, basta-Lhe a garantia de Deus. Agarra-Se a Ele, como queremos nós fazer esta noite. Porque muitas vezes fazemos o contrário: partimos das nossas certezas e, só quando as perdemos, é que vamos ter com Deus. Nossa Senhora ensina-nos o contrário: partir de Deus, com a confiança de que, assim, tudo o mais nos será dado. Convida-nos a ir à fonte, ao Senhor, que é o remédio radical contra o medo e os perigos da existência".


Nestes dias, notícias e imagens de morte continuam entrando dentro de nossas casas, enquanto as bombas destroem as casas de muitos dos nossos irmãos e irmãs ucranianos inermes. A guerra brutal, que se abateu sobre tantos e que a todos faz sofrer, provoca em cada um medo e consternação. Notamos dentro de nós uma sensação de impotência e inadequação. Precisamos ouvir dizer-nos: «não temas». Mas não bastam as garantias humanas, é necessária a presença de Deus, a certeza do perdão divino, o único que apaga o mal, desativa o rancor, restitui a paz ao coração. Voltemos a Deus, ao seu perdão.


Pela terceira vez, o Anjo retoma a palavra, para dizer a Nossa Senhora: «O Espírito Santo virá sobre Ti». "É assim que Deus intervém na história: dando o seu próprio Espírito. Porque nas coisas que contam, não bastam as nossas forças. Por nós sozinhos somos incapazes de resolver as contradições da história ou mesmo as do nosso coração. Precisamos da força sapiente e suave de Deus, que é o Espírito Santo. Precisamos do Espírito de amor, que dissolve o ódio, apaga o rancor, extingue a ganância, desperta-nos da indiferença. Precisamos do amor de Deus, porque o nosso amor é precário e insuficiente. Pedimos tantas coisas ao Senhor, mas muitas vezes esquecemo-nos de Lhe pedir o que é mais importante e que Ele nos deseja dar: o Espírito Santo, a força para amar", frisou o Papa.


Segundo Francisco, "se quisermos que mude o mundo, tem de mudar primeiro o nosso coração. Para o conseguirmos, deixemos hoje que Nossa Senhora nos leve pela mão. Olhemos para o seu Imaculado Coração, onde Deus descansou, para o único Coração de criatura humana sem sombras. Ela é «cheia de graça» e, portanto, vazia de pecado: n’Ela não há vestígios de mal e, assim, com Ela Deus pôde iniciar uma história nova de salvação e de paz. Naquele ponto, a história deu uma virada. Deus mudou a história, batendo à porta do Coração de Maria".


E hoje também nós, renovados pelo perdão de Deus, batemos à porta daquele Coração. Em união com os Bispos e os fiéis do mundo inteiro, desejo solenemente levar ao Imaculado Coração de Maria tudo o que estamos vivendo: renovar-Lhe a consagração da Igreja e da humanidade inteira e consagrar-Lhe de modo particular o povo ucraniano e o povo russo, que, com afeto filial, a veneram como Mãe. Não se trata duma fórmula mágica, mas dum ato espiritual. É o gesto da entrega plena dos filhos que, na tribulação desta guerra cruel e insensata que ameaça o mundo, recorrem à Mãe, lançando no seu Coração medo e sofrimento, entregando-se a si mesmos. É colocar naquele Coração límpido, incontaminado, onde Deus se espelha, os bens preciosos da fraternidade e da paz, tudo o temos e somos, para que seja Ela – a Mãe que o Senhor nos deu – a proteger-nos e guardar-nos.


Dos lábios de Maria brotou a frase mais bela que o Anjo pudesse referir a Deus: «Faça-se em Mim segundo a tua palavra». "Esta aceitação por parte de Nossa Senhora não é uma aceitação passiva nem resignada, mas o desejo vivo de aderir a Deus, que tem «desígnios de paz e não de desgraça». É a participação mais íntima no seu plano de paz para o mundo. Consagramo-nos a Maria para entrar neste plano, para nos colocarmos à inteira disposição dos desígnios de Deus. A Mãe de Deus, depois de ter dito o seu sim, empreendeu uma longa viagem subindo até uma região montanhosa para visitar a prima grávida. Hoje, que Ela tome pela mão o nosso caminho e o guie, através das veredas íngremes e cansativas da fraternidade e do diálogo, pela senda da paz", concluiu o Papa.


A oração do ato de consagração


Ao final da da liturgia penitencial na Basílica de São Pedro, o Papa pronuncia a seguinte oração para consagrar e confiar a humanidade, e especialmente a Rússia e a Ucrânia, ao Imaculado Coração de Maria:


"Ó Maria, Mãe de Deus e nossa Mãe, recorremos a Vós nesta hora de tribulação. Vós sois Mãe, amais-nos e conheceis-nos: de quanto temos no coração, nada Vos é oculto. Mãe de misericórdia, muitas vezes experimentamos a vossa ternura providente, a vossa presença que faz voltar a paz, porque sempre nos guiais para Jesus, Príncipe da paz.


Mas perdemos o caminho da paz. Esquecemos a lição das tragédias do século passado, o sacrifício de milhões de mortos nas guerras mundiais. Descuidamos os compromissos assumidos como Comunidade das Nações e estamos a atraiçoar os sonhos de paz dos povos e as esperanças dos jovens. Adoecemos de ganância, fechamo-nos em interesses nacionalistas, deixamo-nos ressequir pela indiferença e paralisar pelo egoísmo. Preferimos ignorar Deus, conviver com as nossas falsidades, alimentar a agressividade, suprimir vidas e acumular armas, esquecendo-nos que somos guardiões do nosso próximo e da própria casa comum. Dilaceramos com a guerra o jardim da Terra, ferimos com o pecado o coração do nosso Pai, que nos quer irmãos e irmãs. Tornamo-nos indiferentes a todos e a tudo, exceto a nós mesmos. E, com vergonha, dizemos: perdoai-nos, Senhor!


Na miséria do pecado, das nossas fadigas e fragilidades, no mistério de iniquidade do mal e da guerra, Vós, Mãe Santa, lembrai-nos que Deus não nos abandona, mas continua a olhar-nos com amor, desejoso de nos perdoar e levantar novamente. Foi Ele que Vos deu a nós e colocou no vosso Imaculado Coração um refúgio para a Igreja e para a humanidade. Por bondade divina, estais connosco e conduzis-nos com ternura mesmo nos transes mais apertados da história.


Por isso recorremos a Vós, batemos à porta do vosso Coração, nós os vossos queridos filhos que não Vos cansais de visitar em todo o tempo e convidar à conversão. Nesta hora escura, vinde socorrer-nos e consolar-nos. Repeti a cada um de nós: «Não estou porventura aqui Eu, que sou tua mãe?» Vós sabeis como desfazer os emaranhados do nosso coração e desatar os nós do nosso tempo. Repomos a nossa confiança em Vós. Temos a certeza de que Vós, especialmente no momento da prova, não desprezais as nossas súplicas e vindes em nosso auxílio.


Assim fizestes em Caná da Galileia, quando apressastes a hora da intervenção de Jesus e introduzistes no mundo o seu primeiro sinal. Quando a festa se mudara em tristeza, dissestes-Lhe: «Não têm vinho!» (Jo 2, 3). Ó Mãe, repeti-o mais uma vez a Deus, porque hoje esgotamos o vinho da esperança, desvaneceu-se a alegria, diluiu-se a fraternidade. Perdemos a humanidade, malbaratamos a paz. Tornamo-nos capazes de toda a violência e destruição. Temos necessidade urgente da vossa intervenção materna.


Por isso acolhei, ó Mãe, esta nossa súplica:


Vós, estrela do mar, não nos deixeis naufragar na tempestade da guerra;


Vós, arca da nova aliança, inspirai projetos e caminhos de reconciliação;


Vós, «terra do Céu», trazei de volta ao mundo a concórdia de Deus;


Apagai o ódio, acalmai a vingança, ensinai-nos o perdão;


Libertai-nos da guerra, preservai o mundo da ameaça nuclear;


Rainha do Rosário, despertai em nós a necessidade de rezar e amar;


Rainha da família humana, mostrai aos povos o caminho da fraternidade;


Rainha da paz, alcançai a paz para o mundo.


O vosso pranto, ó Mãe, comova os nossos corações endurecidos. As lágrimas, que por nós derramastes, façam reflorescer este vale que o nosso ódio secou. E, enquanto o rumor das armas não se cala, que a vossa oração nos predisponha para a paz. As vossas mãos maternas acariciem quantos sofrem e fogem sob o peso das bombas. O vosso abraço materno console quantos são obrigados a deixar as suas casas e o seu país. Que o vosso doloroso Coração nos mova à compaixão e estimule a abrir as portas e cuidar da humanidade ferida e descartada.


 Santa Mãe de Deus, enquanto estáveis ao pé da cruz, Jesus, ao ver o discípulo junto de Vós, disse-Vos: «Eis o teu filho!» (Jo 19, 26). Assim Vos confiou cada um de nós. Depois disse ao discípulo, a cada um de nós: «Eis a tua mãe!» (19, 27). Mãe, agora queremos acolher-Vos na nossa vida e na nossa história. Nesta hora, a humanidade, exausta e transtornada, está ao pé da cruz convosco. E tem necessidade de se confiar a Vós, de se consagrar a Cristo por vosso intermédio. O povo ucraniano e o povo russo, que Vos veneram com amor, recorrem a Vós, enquanto o vosso Coração palpita por eles e por todos os povos ceifados pela guerra, a fome, a injustiça e a miséria.


Por isso nós, ó Mãe de Deus e nossa, solenemente confiamos e consagramos ao vosso Imaculado Coração nós mesmos, a Igreja e a humanidade inteira, de modo especial a Rússia e a Ucrânia. Acolhei este nosso ato que realizamos com confiança e amor, fazei que cesse a guerra, providenciai ao mundo a paz. O sim que brotou do vosso Coração abriu as portas da história ao Príncipe da Paz; confiamos que mais uma vez, por meio do vosso Coração, virá a paz. Assim a Vós consagramos o futuro da família humana inteira, as necessidades e os anseios dos povos, as angústias e as esperanças do mundo.


Por vosso intermédio, derrame-se sobre a Terra a Misericórdia divina e o doce palpitar da paz volte a marcar as nossas jornadas. Mulher do sim, sobre Quem desceu o Espírito Santo, trazei de volta ao nosso meio a harmonia de Deus. Dessedentai a aridez do nosso coração, Vós que «sois fonte viva de esperança». Tecestes a humanidade para Jesus, fazei de nós artesãos de comunhão. Caminhastes pelas nossas estradas, guiai-nos pelas sendas da paz. Ámen."



(vaticannews)

Ato de consagração da Rússia e Ucrânia do Papa Francisco ao Imaculado Co...

Celebração da Penitência e Ato de Consagração, 25 de março de 2022, Papa...

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SANTA MISSA DIRETO DO SANTUÁRIO DE FATIMA 25 03 2022

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 "Nesta hora, a humanidade, exausta e desorientada, está debaixo da cruz com você"


O Papa Francisco realiza na tarde de hoje o ato de consagração da Rússia e da Ucrânia ao Imaculado Coração de Maria, há um mês em guerra. Um gesto que se realizará na Basílica Vaticana e também em Fátima, para onde Francisco enviou o cardeal Konrad Krajewski. "A paz nasce sempre de Deus e da conformidade do coração Àquela que o ama imensamente", disse o padre Cecchin, presidente da Pontifícia Academia Mariana Internacional.

Fabio Colagrande e Benedetta Capelli – Vatican News


Como filhos que recorrem à Mãe, a humanidade confia-se a Maria, Rainha da Paz, no meio da tempestade, de uma guerra desencadeada há um mês entre a Rússia e a Ucrânia.

"Assim a Vós consagramos o futuro da família humana inteira, as necessidades e os anseios dos povos, as angústias e as esperanças do mundo. Por vosso intermédio, derrame-se sobre a Terra a Misericórdia divina e o doce palpitar da paz volte a marcar as nossas jornadas."


As palavras do Ato de consagração da Rússia e da Ucrânia ao Imaculado Coração de Maria ressoarão hoje às 17h, na Basílica de São Pedro. O Papa presidirá o Rito de Reconciliação com confissão e absolvição individual. O mesmo ato, no mesmo dia, será realizado por todos os bispos do mundo. O cardeal Konrad Krajewski, esmoleiro do Papa enviado por Francisco, o fará em Fátima.


Conformar-se ao coração de Maria

A escolha do Papa Francisco de consagrar a Rússia, a Ucrânia e toda a humanidade ao Imaculado Coração de Maria faz parte da tradição do magistério da Igreja, que sempre olhou para Nossa Senhora como aquela a quem confiar no momento da provação. O presidente da Pontifícia Academia Mariana Internacional, pe. Stefano Cecchin ofm, em entrevista à Rádio Vaticano - Vatica News, sublinhou o significado teológico desta consagração: "Para encontrar a paz é preciso conformar-nos ao coração de Maria, um coração que ama imensamente." Em outubro de 2020, encontrando-se com os professores e alunos da Pontifícia Faculdade Teológica Marianum, em Roma, o Papa os convidou a permanecer “sempre atentos aos sinais dos tempos marianos que percorrem a nossa época”. Segundo o padre Cecchin, a decisão de Francisco de renovar este ato de consagração neste momento histórico nasce desta sua atenção: “Quando há guerras numa família, confia-se à Mãe”.


Padre Cecchin, como mariologista, como o senhor acolheu esta decisão do Papa?

Estou de partida para Fátima, onde se realiza nestes dias um congresso sobre a consagração de Portugal à Imaculada Conceição, realizada em 1931. Tratou-se naquela ocasião da primeira nação do mundo consagrada ao Imaculado Coração de Maria. Ao preparar o meu relatório, repercorri todo o caminho da Igreja na "Terra de Maria", como é chamado o país lusitano. Percebi assim como esta presença, em todos os momentos difíceis da história de Portugal, teve o seu ápice com as aparições de Fátima. E foi Fátima quem nos restituiu a imagem de Maria que se preocupa com a situação europeia da época. Em 1917, houve a Revolução Russa, a Primeira Guerra Mundial, e Deus continuou cuidando de nós através de Maria, que, nas aparições em Fátima, pediu a consagração da Rússia. Quero dizer que se olharmos atentamente para os "sinais dos tempos marianos", como o Papa Francisco nos convidou a fazer, também os encontraremos no momento histórico atual. Portanto, achei realmente maravilhoso a escolha do Papa de renovar esta consagração e, portanto, de confiar à "mãe" as duas nações que estão em guerra, Rússia e Ucrânia. O Papa Francisco continua a nos dizer que a casa comum é mulher, e é como Maria, que a Igreja é como Maria e é Mãe. Sabemos bem que numa família quando os filhos não se dão bem e há problemas, a mãe é quem tende a levar a paz. Esta entrega nasce desta intuição do Papa e nós lhe agradecemos muito.


Que significado teológico tem esta consagração?

O Coração de Maria é o coração de Deus. Devemos pensar que Maria é aquela que partilhou com o Pai o Filho único. Aquele Filho amado imensamente pelo Pai e pela Mãe, como nos recordaram João Paulo II e Paulo VI e toda a tradição. Maria abriu-nos o caminho para amar, que correspondeu, mais do que qualquer outra criatura, ao imenso amor de Deus. Por isso, todos somos chamados a conformar-nos a este Coração para poder amar Jesus nos outros. Estamos convencidos de que a verdadeira paz não nasce tanto das Nações Unidas, das armas ou da política dos Estados, mas vem apenas de Deus. Portanto, se queremos criar a paz, devemos conformar nossos corações àquela que amou Deus e que ama a Igreja e os irmãos, isto é, a Maria. Assim, este é o Imaculado Coração de Maria: um coração que ama imensamente, doando-se a todos nós. Por isso, se realmente queremos criar a paz, devemos partir de nossos corações conformados ao Imaculado Coração de Maria.


O Papa Francisco convidou os bispos de todo o mundo e seus presbíteros a se unirem a ele neste ato de consagração e entrega. Por que?

Parece-me uma escolha ligada ao conceito de sinodalidade que o Papa Francisco continua a reiterar. O Papa representa a Igreja, o sentido da unidade, mas unidade com a Igreja e na Igreja, que é - como ele a chama - a nossa casa comum. Por isso, não nos salvamos sozinhos, como nos lembrou o Papa Francisco na "Fratelli tutti" e sempre juntos devemos pedir a Deus a salvação do mundo. “Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estarei no meio deles”, nos lembra o Evangelho e Francisco sublinha que o caminho para a salvação do mundo deve ser percorrido juntos, não sozinho. Eis então que neste momento toda a Igreja deve estar unida, como num grande Sínodo, um grande Concílio em que se pede a Deus para intervir.


A história da Igreja nos conta que houve vários atos de consagração ao Imaculado Coração de Maria, realizados pelos predecessores do Papa Francisco: Pio XII, Paulo VI e João Paulo II. Como inserir a escolha do Papa no contexto desta tradição?

Para nós é muito importante que o Magistério da Igreja tenha sempre, ao longo da história, olhado para Maria como aquela que é a imagem da unidade da Igreja, que cuida da Igreja, a quem, nos momentos difíceis, devemos sempre invocar para nos ajudar a encontrar a solução. O ícone mariano mais bonito, para mim, é o de Maria que nos mostra o caminho: Nossa Senhora Odigitria, a Virgem que nos mostra o caminho que leva a Jesus. A Igreja com sua Sabedoria iluminada pelo Espírito Santo continua assim a reiterar, como fez o Vaticano II, que Maria é um sinal de esperança segura. Recordemos que na história da Igreja, nos momentos mais difíceis, o nome de Maria sempre foi invocado, como nos lembra o magistério pontifício. Assim, o Papa Francisco está em continuidade com o ensinamento da Igreja.

Por que o Papa quis que seu enviado, cardeal Krajewski, fizesse o mesmo gesto no Santuário de Fátima?

As aparições de Fátima devem ser contextualizadas no caminho feito por Portugal. No século XVII, o rei de Portugal foi o primeiro a consagrar-se à Imaculada Conceição, tirando a sua coroa e colocando-a na cabeça da Imaculada Conceição. Desde então, os reis de Portugal nunca mais usaram a coroa, deixando esse privilégio à Imaculada Conceição. Então falamos de uma terra onde Maria sempre mostrou sua atenção e sua ajuda nos momentos mais difíceis. Fátima torna-se assim o ápice desta manifestação que depois ultrapassou as fronteiras de Portugal para se tornar uma realidade, portanto uma aparição, válida para todo o mundo. Portanto, não se trata de confiar ao coração de Maria apenas a Rússia e a Ucrânia, mas toda injustiça, tudo o que vai contra o direito da pessoa humana, toda atitude mafiosa. Todas essas realidades que queremos transformar juntos através de Maria para criar um mundo melhor.


(vaticannews)

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SANTA MISSA DIRETO DO SANTUÁRIO DE FATIMA 24 03 2022

Missionários mártires: páginas do Evangelho que falam ao homem de hoje


Recordando a morte do Santo Oscar Romero, no dia 24 de março celebramos o Dia de Oração e Jejum pelos Missionários Mártires, este ano focalizado no tema "A Voz do Verbo". Entrevista com Dom Marco Gnavi: seus testemunhos têm muito a dizer sobre nosso presente e nosso futuro

Amedeo Lomonaco – Vatican News


No dia 24 de março de 1980, o arcebispo Oscar Romero foi morto em El Salvador enquanto celebrava a Eucaristia. Esta data inspirou a celebração de um Dia de Oração e Jejum em memória dos missionários mártires. Criada em 1993 por iniciativa do Movimento Juvenil Missionário, que agora se tornou Missio Jovens. Desde então, a cada ano é realizado um evento especial de oração para recordar todas as testemunhas do Evangelho que foram mortas em várias partes do mundo. O 30º Dia em memória dos Missionários Mártires se concentra no tema "A Voz do Verbo".


Vinte e duas vítimas em 2021


Segundo dados coletados pela Agência Fides, no ano de 2021 foram mortos 22 missionários no mundo: 13 sacerdotes, 1 religioso, 2 religiosas, 6 leigos. Quanto à distribuição por continentes, o maior número de vítimas foi na África com 11 (7 sacerdotes, 2 irmãs e 2 leigos), seguido pela América com 7 (4 sacerdotes, 1 religioso e 2 leigos), Ásia com 3 (1 sacerdote e 2 leigos) e Europa com 1 vítima (um sacerdote).


Vigília de oração


Em memória dos mártires missionários, hoje (24) será realizada uma vigília de oração na Basílica de São Bartolomeu em Roma, organizada pelo Departamento missionário diocesano, pela Cáritas de Roma e pela Comunidade de Santo Egídio. A liturgia, presidida pelo Cardeal Vigário Angelo De Donatis, também contará com a presença de representantes das comunidades ortodoxa, anglicana e evangélica. Esta comemoração acontece num momento dramático abalado pela pandemia e pela guerra, afirmou Dom Marco Gnavi, diretor do departamento diocesano para o ecumenismo e o diálogo e organizador da vigília.


Entrevista


Falemos sobre este dia, 24 de março. Durante a vigília, na basílica de São Bartolomeu serão recordados os missionários mártires que, em diferentes contextos históricos, anunciaram o Evangelho nas periferias geográficas e existenciais...


Antes de tudo, devemos considerar que todos eles estão no coração de Deus, mesmo os que não serão citados. Serão evocados contextos de perseguição como os totalitarismos: refiro-me ao Metropolitano Benjamim durante o estalinismo, também Omeljan Kovč, um sacerdote greco-católico ucraniano morto no campo de concentração Majdanek durante o nazismo. Também me refiro aos recentes mártires das máfias: padre Pepe Diana, padre Pino Puglisi e muitos outros. Há também muitos construtores de paz: como Dom Michael Courtney, núncio apostólico no Burundi, aos membros da Fraternidade melanésia, anglicanos, assassinados nas Ilhas Salomão. Há muitos cujos nomes também estão presentes na basílica de São Bartolomeu. Um lugar escolhido por São João Paulo II como santuário e memorial a estas testemunhas dos séculos XX e XXI. Para nós eles são figuras eloquentes e falam, na humildade de suas escolhas e na grandeza de sua fidelidade, a nós cristãos de hoje.


Há também muitos mártires desconhecidos que falam ao homem de hoje...


Na carta apostólica "Tertio millennio adveniente", João Paulo II falava da nuvem de soldados desconhecidos da causa de Cristo como um tesouro a ser aberto, um baú de tesouros a ser oferecido a todas as gerações. Naturalmente eles nos falam de fidelidade, de caridade ao Senhor, até o dom extremo da vida. Eles nos falam das bem-aventuranças. Indicam as feridas da humanidade: guerra, miséria, sofrimento. E estas guerras, sofrimentos e misérias são testemunhadas por milhões de refugiados que alcançaram, ou tentaram alcançar, a Europa. São parentes próximos dos refugiados que fogem da Ucrânia, desta terra ferida. E nos dizem que, através deles e no meio deles, encontra-se também o próprio Senhor que se identifica com estes irmãos menores.


Páginas do Evangelho escritas ao lado de povos perseguidos, dos que sofrem...


A vida e a morte desses mártires, no sentido mais amplo, e testemunhas da fé são páginas do Evangelho escritas em sua existência. O alfabeto destas páginas pode ser encontrado na própria Escritura, nas dobras e contradições da história. São páginas que têm muito a dizer sobre nosso presente e nosso futuro.


(vaticannews)

Palavra de Vida – março 2022

 


“Perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido.” (Mt 6,12)


A palavra de vida deste mês faz parte da oração que Jesus ensinou aos seus discípulos, o Pai Nosso. É uma oração profundamente radicada na tradição hebraica. Também os hebreus chamavam e chamam a Deus “Pai nosso”. 

Numa primeira leitura, as palavras desta frase deixam-nos perplexos: podemos pedir a Deus que cancele as nossas ofensas, como sugere o texto grego, com a mesma medida com que nós próprios somos capazes de o fazer com quem tem alguma falta contra nós? A nossa capacidade de perdão é sempre limitada, superficial, condicionada.

Se Deus nos tratasse com a nossa medida, seria uma verdadeira condenação!

“Perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido.”

São palavras importantes, que exprimem, antes de tudo, a consciência de que precisamos do perdão de Deus. O próprio Jesus as confiou aos discípulos, e, portanto, a todos os batizados, para que possam dirigir-se ao Pai com simplicidade de coração.

Tudo começa quando descobrimos que somos filhos no Filho, irmãos e imitadores de Jesus, que foi o primeiro a fazer da sua vida um caminho de adesão cada vez maior à vontade amorosa do Pai. 

Só depois de termos aceitado o dom de Deus, o seu amor sem medida, é que podemos pedir tudo ao Pai. Podemos até pedir-lhe que nos torne cada vez mais semelhantes a Ele, também na capacidade de perdoar aos irmãos e às irmãs com um coração generoso, dia após dia.

Cada ato de perdão é uma escolha livre e consciente, que tem de ser sempre renovada com humildade. Nunca é uma rotina. É um percurso exigente, pelo qual Jesus nos pede para rezar diariamente, tal como pelo pão.

“Perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido.”

Por vezes, as pessoas com quem vivemos – na família, no bairro, no local de trabalho ou de estudo – podem ter sido injustas para connosco e sentimos dificuldade em voltar a ter um relacionamento positivo. O que fazer? É nestas situações que podemos pedir a graça de imitar o Pai: 

«[…] Levantemo-nos de manhã com uma “amnistia” completa no coração, com aquele amor que tudo desculpa, que sabe aceitar o outro tal como ele é, com os seus limites, as suas dificuldades, precisamente como faria uma mãe com o seu filho que erra: desculpa-o sempre, perdoa-lhe sempre, tem sempre esperança nele… Quando estamos com uma pessoa, vejamo-la com “olhos novos”, como se nunca tivesse cometido aqueles erros. Recomecemos sempre, sabendo que Deus não só perdoa, mas esquece: é esta a medida que Ele nos pede também»[1] . 

É uma meta elevada, mas podemos chegar lá com a ajuda da oração confiante. 

“Perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido.”

A oração do Pai Nosso parte sempre da perspetiva do “nós”, da fraternidade: rezo não apenas por mim, mas também pelos outros e com os outros. A minha capacidade de perdão é sustentada pelo amor dos outros e, por outro lado, o meu amor pode, de algum modo, fazer sentir como meu o erro do irmão: talvez também dependesse de mim, talvez não tenha feito toda a minha parte para que se sentisse bem aceite, compreendido…

Em Palermo, uma cidade italiana, as comunidades cristãs vivem uma intensa experiência de diálogo, que obriga a superar algumas dificuldades. Biagio e Zina contam-nos: «Um dia, um pastor nosso amigo convidou-nos para um encontro com algumas famílias da sua Igreja, que não nos conheciam. Nós tínhamos levado alguma coisa para partilhar no almoço, mas aquelas famílias deram-nos a entender que não estavam contentes com o encontro. Com delicadeza, Zina ofereceu-lhes algumas especialidades que tinha cozinhado e, por fim, almoçámos todos juntos. Depois do almoço, começaram a apontar alguns defeitos que viam na nossa Igreja. Não querendo entrar numa guerra de palavras, perguntámos: que defeito ou diferença entre as nossas Igrejas nos pode impedir de sermos amigos? Habituados a contínuas disputas, ficaram admirados e desarmados com a pergunta. Começámos depois a falar do Evangelho e daquilo que nos une, que é, com certeza, muito mais do que o que nos divide. Quando chegou a hora de nos despedirmos, não queriam que nos fôssemos embora. Naquele momento propusemos rezar o Pai Nosso. Durante a oração, sentimos forte a presença de Deus. Pediram-nos para voltarmos noutra ocasião pois gostavam que conhecêssemos toda a comunidade. Assim aconteceu ao longo de todos estes anos».

Letizia Magri

(focolares)


[1] C. Lubich, Palavra de Vida de dezembro de 2004, in Parole di Vita, a/c Fabio Ciardi (Opere di Chiara Lubich 5), Città Nuova, Roma 2017, p. 739.


Deus tem uma resposta para você! (Jr 7,23-28)- Palavra de Deus #236 | 24...

Laudes de Quinta-feira da 3ª Semana da Quaresma