segunda-feira, 21 de março de 2022

Artes Cruzadas

 


Inês Ponte e Eduardo Martins 


Aqui temos um belo exemplo de arte arquitetónica religiosa, bem pertinho de nós! Convido todos a visitar estas belas ruínas e (hoje) museu arqueológico do Carmo, em Lisboa. Fruto de um sonho de D. Nuno Álvares Pereira, o Condestável, a Igreja do Carmo nasce em 1389, e virá a acolher a sepultura do seu fundador. Ao longo dos anos a Igreja foi sendo transformada, acompanhando os estilos arquitetónicos dos diferentes tempos, até atingir o seu estilo neogótico e aspeto inacabado, já que as obras de reconstrução após a desgraça lisboeta de 1755, foram interrompidas pela extinção das ordens religiosas que as conduziam. 


É exatamente como é, como está, que esta obra nos toca ao coração, que nos convida a olhar o céu através de um teto inexistente. 


Ao contemplar estes “restos” de um grandioso edifício, memorial do terramoto e incêndio de 1755, somos confrontados com a nossa pequenez, com a falência da nossa casa física (o nosso corpo), mas também com os alicerces das nossas obras de Fé, que sobrevivem à História, ainda que o tempo leve a sua carcaça mais palpável. 


Que possamos todos ter os olhos abertos para ver Deus também na História dos homens, nas mensagens gravadas nas paredes da nossa existência, que os arcos que nos estruturam sejam como esta Igreja do Carmo, sem teto, sem barreiras que nos separem do olhar divino, que vivamos a nossa obra terrena de olhos postos no infinito da Vida Eterna 


Boletim Paroquial

Paróquia de Santa Teresinha do Menino Jesus, Brandoa

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