A poucas horas do final do segundo dia do Sínodo da Sinodalidade, a Sala de Imprensa da Santa Sé apresentou um primeiro e breve resumo do que aconteceu na Sala Paulo VI do Vaticano.
Continuando com a atmosfera de silêncio e confidencialidade que se percebeu durante as coletivas de imprensa anteriores ao Sínodo e o “jejum de opinião pública” que o papa Francisco pediu durante a inauguração, o prefeito do Dicastério para a Comunicação, Paolo Ruffini limitou-se a recordar as palavras do papa e a resumir a estrutura da assembleia.
A confidencialidade do Sínodo
Paolo Ruffini disse que a “primeira novidade do Sínodo” é o caráter “confidencial” do que acontece dentro das paredes da sala, para dar prioridade à “escuta” entre os seus membros. Segundo o prefeito de Comunicação, a razão deste silêncio é porque “é um tempo de discernimento no Espírito, lento e com tempo”.
À pergunta feita por um jornalista sobre a “preocupação” que muitos católicos sentem pelo perfil de alguns dos participantes – vários deles a favor da ordenação sacerdotal de mulheres – e pelo silêncio interposto, Ruffini disse que “o Sínodo é um corpo, é um 'nós', por isso se pede a cada membro que seja consciente de que cada intervenção está dentro de um 'todo'”.
Ele disse que com isso buscam a “humildade” dos participantes, pois “seu pensamento pessoal faz parte de um discernimento maior”.
Círculos menores
Depois da primeira congregação geral de ontem (4), onde interveio o papa Francisco, hoje (5), os 35 círculos menores se reuniram pela primeira vez para refletir sobre a seção “A” do Instrumentum laboris, que trata “dos sinais característicos de uma Igreja sinodal” e “conversação no Espírito”.
Neste primeiro módulo (serão quatro durante todo o Sínodo) os membros de cada mesa tiveram quatro minutos para se apresentarem e relatarem “a experiência que cada um teve durante o processo anterior, para entender o que pode ser feito”, disse Ruffini, referindo-se às etapas locais e continentais que aconteceram antes da sessão de outubro em Roma.
Em cada mesa está a figura do “facilitador”, que garante a eficácia da metodologia. Após alguns minutos de “silêncio e oração” é feito um “breve resumo” do que foi dito no grupo e o porta-voz, que é votado pelos membros de cada mesa, ficará encarregado de transferir o que foi discutido à assembleia geral.
Nos documentos distribuídos pela Secretaria Geral do Sínodo a cada um dos membros, estes foram convidados a refletir sobre algumas perguntas relacionadas com a “conversação no Espírito”: “De que forma podemos crescer num estilo sinodal de celebração litúrgica, que ressalte a contribuição distintiva de todos os participantes, a partir da variedade de vocações, carismas e ministérios de que são portadores?”, lê-se no documento.
“Durante o caminho sinodal, encontramos membros de outras Igrejas ou Comunidades Eclesiais? E os crentes de outras religiões? Qual foi o tom espiritual destes encontros? O que aprendemos para crescer no desejo e na capacidade de caminhar junto deles?”.
(acidigital)
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