Por Diego López Marina
Papa Francisco pediu a proteção do direito dos pais de criar e educar seus filhos segundo seus valores, durante uma reunião no Vaticano com membros da Associação Europeia de Pais (EPA), que representa cerca de 150 milhões de pais no continente.
"Há uma clara necessidade de proteger o direito dos pais de criar e educar seus filhos em liberdade, sem serem constrangidos em qualquer área, particularmente na educação, a aceitar programas educacionais contrários às suas crenças e valores. De fato, esse é um grande desafio hoje", disse Francisco ontem (11), no Palácio Apostólico do Vaticano.
Em seu discurso, o papa lembrou que "a Igreja é uma mãe que acompanha os pais e as famílias e os apoia em seu trabalho educacional".
Por esse motivo, Francisco também anunciou que eles estão "trabalhando para promover um 'Pacto Global pela Educação' com o intuito de estabelecer um compromisso em comum por parte de todas as instituições que lidam com jovens".
"Este pacto busca abordar desafios cruciais, incluindo a promoção de um ambiente educacional que respeite as convicções e os valores familiares", explicou.
Além disso, o papa também citou outra iniciativa que está em andamento para promover um "Pacto pela Família", envolvendo atores culturais, universitários, instituições e pastorais. Esse pacto se concentrará na dinâmica e nos relacionamentos familiares, direcionado à interação entre pais e filhos, irmãos e irmãs, bem como entre homens e mulheres.
O objetivo principal destas ações, segundo o papa Francisco, é abordar e superar uma série de "rupturas" presentes na esfera educacional e familiar. Entre as rupturas identificadas, ele mencionou a lacuna entre educação e transcendência, as dificuldades nas relações interpessoais e a distância crescente que separa a sociedade da família. Essa separação, alertou o papa, contribui para a geração de desigualdades e novas formas de pobreza.
Francisco também enfatizou a necessidade de "reconhecimento do papel fundamental dos pais na ordem social em todos os níveis".
"Educar as crianças representa uma contribuição genuína para a sociedade, visto que abrange o desenvolvimento de relações saudáveis e respeitosas entre os jovens, um desejo de cooperar em prol de um objetivo comum, treinando-os para assumir responsabilidades, um senso de dever e o valor do sacrifício para o bem comum", explicou.
"Todos estes são valores que tornam os jovens cidadãos confiantes e fortes, capazes de contribuir com o local de trabalho, questões de cidadania e solidariedade social. Sem isso, as crianças crescem como 'ilhas', desconectadas das outras, incapazes de ter uma visão comum e acostumadas a considerar seus próprios desejos como valores absolutos", completou.
Ser pai: " É uma das maiores alegrias da vida".
Tornar-se pai ou mãe é uma das maiores alegrias da vida, assegurou Francisco. Essa situação nova, segundo ele, se traduz em " estímulo e entusiasmo para os casais, que muitas vezes se veem com responsabilidades educacionais nas quais têm pouco preparo".
Neste sentido, Francisco agradeceu o trabalho das organizações como a EPA, que transmitem experiências e programas educativos que ajudam os pais "a se prepararem melhor e, principalmente, a não se sentirem abandonados ou desanimados".
Em meio ao contexto cultural atual, em que a dignidade da pessoa humana não é respeitada, o papa recorda que os pais "se veem constantemente obrigados a mostrar aos filhos a bondade e a coerência das escolhas e dos valores que já não são mais considerados como certos, como a importância do matrimônio e da família, ou a decisão de aceitar os filhos como um dom de Deus".
"Educar as crianças é ensiná-las o que significa ser plenamente humano", sublinhou.
Os pais, acrescentou o papa Francisco, são chamados a "formar pessoas livres e generosas, que conheceram o amor de Deus e que dão generosamente o que sabem, que receberam como um presente", que é a base de uma sociedade saudável.
(acidigital)
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