Missa em Santa Marta
"É tão grande o amor de pai que Deus sente por nós, que
morreu no nosso lugar. Fez-se homem e morreu por nós", disse o Papa na
homilia da missa celebrada na capela de sua residência, ressaltando que Deus
jamais renega a sua paternidade.
Adriana Masotti - Cidade do Vaticano
O choro de Davi pela
morte do seu filho é profecia do amor de Deus por nós: foi o que afirmou o Papa
Francisco na homilia da missa matutina (04/02) na Casa Santa Marta.
Meu filho Absalão! Por
que não morri eu em teu lugar? Este é o grito angustiado de Davi, aos prantos,
ao tomar conhecimento da morte do filho. A Primeira Leitura da liturgia do dia,
extraída do segundo livro de Samuel, descreve o fim de uma longa batalha
conduzida por Absalão contra o próprio pai, o rei Davi, para tomar o trono.
O Pontífice resumiu a
narração, afirmando que Davi sofria por aquela guerra que o filho, Absalão, havia
desencadeado contra ele, convencendo o povo a lutar ao seu lado contra o rei, a
ponto de Davi ter que fugir para Jerusalém para salvar a própria vida.
“Descalço, com a cabeça
coberta, insultado – afirmou Francisco, enquanto outros lhe lançavam pedras,
porque todo o povo estava do lado deste filho que o havia enganado, seduzindo o
coração das pessoas com promessas”.
O trecho descreve Davi à
espera de novidades na linha de frente e então chega o mensageiro que o
adverte: Absalão morreu em batalha. Com a notícia, Davi estremece, chora e diz:
'Meu filho Absalão! Meu filho, meu filho Absalão! Por que não morri eu em teu
lugar? Absalão, meu filho, meu filho! '”. Quem presencia a cena fica
maravilhado com esta reação:
“Mas por que está
chorando? Ele estava contra você, o havia renegado, renegado a sua paternidade,
insultado, perseguido, mas festeje, festeje porque você venceu!”, e Davi só
diz: “Meu filho, meu filho, meu filho” e chorava. Este pranto de Davi é um fato
histórico, mas é também uma profecia. Nos mostra o coração de Deus, o que faz o
Senhor conosco quando nos afastamos Dele, o que faz o Senhor quando nós
destruímos a nós mesmos com o pecado, desorientados, perdidos. O Senhor é pai e
jamais renega esta paternidade: “Meu filho, meu filho”.
O Papa prosseguiu dizendo
que nós encontramos aquele pranto de Deus quando vamos nos confessar, porque
não é como “ir à lavandaria” para tirar uma mancha, mas “é ir até o pai que
chora por mim, porque é pai”.
A frase de Davi: “Por que não morri eu em teu lugar, meu filho Absalão?” é profética, afirmou ainda Francisco, e em Deus “se faz realidade”:
A frase de Davi: “Por que não morri eu em teu lugar, meu filho Absalão?” é profética, afirmou ainda Francisco, e em Deus “se faz realidade”:
É tão grande o amor de
pai que Deus sente por nós, que morreu no nosso lugar. Fez-se homem e morreu
por nós. Quando olhamos para o crucifixo, devemos pensar nisto “Por que não
morri eu em teu lugar”. E sentimos a voz do pai que no filho nos diz: “meu
filho, meu filho”. Deus não renega os filhos, Deus não negocia a sua paternidade.
O amor de Deus chega até o limite extremo. Quem está na cruz é Deus, o filho do Pai, enviado para dar a vida por nós.
Nos fará bem nos momentos ruins da nossa vida – todos nós temos – momentos de pecado, momentos de afastamento de Deus, sentir esta voz no coração: “Meu filho, minha filha, o que você está fazendo? Não se mate, por favor. Eu morri por você”.
O amor de Deus chega até o limite extremo. Quem está na cruz é Deus, o filho do Pai, enviado para dar a vida por nós.
Nos fará bem nos momentos ruins da nossa vida – todos nós temos – momentos de pecado, momentos de afastamento de Deus, sentir esta voz no coração: “Meu filho, minha filha, o que você está fazendo? Não se mate, por favor. Eu morri por você”.
Por fim, o Papa recordou
que Jesus chorou olhando Jerusalém, Jesus chorou “porque nós não deixamos que
Ele nos ame”. E concluiu com um convite: “No momento da tentação, no momento do
pecado, no momento que nós nos afastamos de Deus, busquemos ouvir esta voz:
‘Meu filho, minha filha, por quê?’”.
(vaticannews)
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