O alerta vem do último boletim semanal divulgado pela Seção Migrantes e Refugiados do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral do Vaticano. Com a emergência sanitária global, as crianças “podem ser as mais expostas à exploração” através da comunicação digital, tão usada pelos traficantes. É importante denunciar às autoridades competentes quem “sofre o mal da escravidão”, enfatiza o arcebispo de Westminster, cardeal Vincent Nichols.
Andressa Collet – Cidade do Vaticano
O Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral do Vaticano, através da Seção Migrantes e Refugiados, está disponibilizando um boletim semanal sobre as pessoas vulneráveis em movimento neste período de emergência sanitária global. O serviço está sendo oferecido desde 18 de maio no portal da comissão e em 5 línguas: além do português, em italiano, espanhol, inglês e francês.
Durante este período de pandemia da Covid-19, os migrantes, os refugiados, as pessoas deslocadas e as vítimas do tráfico de seres humanos continuam sendo uma preocupação porque estão ainda mais vulneráveis com o surgimento do vírus. Segundo a Seção Migrantes e Refugiados, eles estão “sujeitos a vários tipos de injustiça e discriminação que ameaçam os seus direitos, a segurança e a saúde”.
Seguindo o direcionamento do Papa Francisco, ao afirmar que “só podemos sair desta situação juntos, enquanto humanidade inteira”, o boletim semanal procura informar sobre os problemas, mas, também, e principalmente, sobre as soluções e iniciativas implementadas por parte dos atores católicos que acompanham essas populações vulneráveis. É uma oportunidade para individualizar todo o contexto, podendo, assim, oferecer auxílio e impedir a propagação do coronavírus dentro e fora das comunidades.
A Seção Migrantes e Refugiados também recebe notícias sobre outras iniciativas e boas práticas para serem publicadas no boletim, transformando-se em novas fontes de inspiração e orientação.
Boletim de 25 de maio
No último boletim divulgado, de 25 de maio, o problema do tráfico de seres humanos agravado com a pandemia foi tema de análise, porque “pode aumentar por causa da tensão econômica, particularmente no setor laboral”. A confirmação vem dos relatos do Centro Scalabriniano de Estudos Migratórios e das Religiosas Católicas dos Estados Unidos contra o Tráfico de Seres Humanos.
As crianças “podem ser as mais expostas à exploração” através da comunicação digital, tão usada pelos traficantes. Por isso do alerta sobre “o risco de se cair nas mãos dos contrabandistas e sobre os métodos de contato que eles usam com as comunidades vulneráveis”. A importância, então de denunciar às autoridades competentes quem “sofre o mal da escravidão”, enfatiza o arcebispo de Westminster, cardeal Vincent Nichols, que fez um apelo oficial ao governo britânico.
As ações sobre o impacto da crise da Covid-19 sobre o tráfico de seres humanos foram apresentadas no boletim por diversas frentes, como, por exemplo: pela rede católica Talitha Kum, pelo Projeto Esperança das Irmãs Adoradoras da Espanha, pelo Corpo de Proteção às Mulheres Refugiadas da Malásia, pelas Irmãs Ursulinas da Itália.
Ação brasileira “Faça Bonito”
O boletim também trouxe a experiência brasileira sobre a comemoração do Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, do último dia 18 de maio. A Rede “Um Grito pela Vida” conduziu a campanha “Faça Bonito” nas redes sociais, uma iniciativa já realizada há 20 anos. Em 2020, com as restrições da pandemia, a mobilização de prevenção, proteção, denúncia e ação contra esse tipo de crime aconteceu com a publicação online de vídeo e imagens de conscientização.
(vaticannews)
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