quinta-feira, 14 de janeiro de 2021

Confinamento arranca amanhã.


 10 perguntas e respostas sobre as regras

O Governo determinou, na quarta-feira, um conjunto de medidas extraordinárias que têm como objetivo limitar a propagação da pandemia e proteger a saúde pública. Arrancam à meia-noite de sexta-feira. Esclareça aqui as suas dúvidas e saiba o que pode ou não fazer.

Opaís prepara-se para um novo confinamento. O primeiro-ministro, António Costa, apresentou, na quarta-feira, as várias medidas que vão estar em vigor a partir das 00h00 de sexta-feira, dia 15 de janeiro, sendo que o objetivo é reduzir a propagação do novo coronavírus, numa altura em que se batem recordes diários sucessivos de mortes e novos casos. 

O Notícias ao Minuto preparou um conjunto de perguntas e respostas sobre o tema, com base na resolução do Conselho de Ministros, para que esclareça as suas dúvidas e saiba o que pode ou não fazer. 

1. Quanto tempo vai durar o confinamento?

O primeiro-ministro disse, na quarta-feira, que as medidas de confinamento geral para a contenção da Covid-19 estão projetadas para vigorar um mês, mas adiantou que o Governo vai reavaliá-las dentro de 15 dias.

2. Regra geral é de recolhimento domiciliário. Para que posso sair de casa?

O Executivo estabeleceu o "dever geral de recolhimento domiciliário", o que significa que o princípio básico volta a ser o 'fique em casa' - tal como no primeiro confinamento, entre março/abril. 

Há, no entanto, um conjunto de deslocações autorizadas:

Aquisição de bens e serviços essenciais;

Desempenho de atividades profissionais quando não haja lugar a teletrabalho;

Participação no âmbito da campanha eleitoral ou da eleição do Presidente da República;

A frequência de estabelecimentos escolares;

O cumprimento de partilha de responsabilidades parentais;

A prática de atividade física e desportiva ao ar livre;

A fruição de momentos ao ar livre;

Passeio dos animais de companhia, os quais devem ser de curta duração e ocorrer na zona de residência.

3. O teletrabalho é obrigatório?

A resposta é sim. O teletrabalho é obrigatório "sempre que as funções em causa o permitam, sem necessidade de acordo das partes, não sendo obrigatório o teletrabalho para os trabalhadores de serviços essenciais". 

Costa disse que se tem constatado que "não tem havido o cumprimento das regras de obrigatoriedade do teletrabalho" , pelo que as sanções vão ser "duplicadas". O incumprimento, nas situações em que é obrigatório, passa a ser considerada uma contraordenação muito grave.

4. Os supermercados vão estar abertos?

As mercearias, supermercado e hipermercados vão manter-se abertos durante o novo recolhimento obrigatório e não terão restrição de horário, disse o primeiro-ministro, salientando não haver "nenhum motivo" para corridas a estes estabelecimentos. O funcionamento de mercearias e supermercados terá uma lotação máxima limitada a cinco pessoas por cada 100 metros quadrados em simultâneo.

5. E os restaurantes?

A resolução do Governo prevê que os estabelecimentos de restauração e similares funcionam exclusivamente para "efeitos de atividade de confeção destinada a consumo fora do estabelecimento" através de entrega ao domicílio ou take-away. 

6. Encomendas de comida vão ficar mais caras?

O Governo adotou medidas para impedir que isto aconteça. O dever de recolhimento obrigatório será acompanhado de limitações das comissões cobradas por plataformas de entregas e do preço das botijas de gás.

Assim, nos serviços de entrega de refeições ao domicílio as comissões cobradas aos restaurantes são limitadas a 20% e as taxas de entrega não podem aumentar.

7. E as outras lojas vão encerrar? E os serviços públicos?

Com as novas medidas, ficam suspensas as atividades de comércio a retalho e de prestação de serviços em estabelecimentos abertos ao público, com exceção daquelas que disponibilizem bens ou prestem serviços de primeira necessidade ou outros considerados essenciais. 

Relativamente aos serviços públicos, "estabelece-se que os serviços públicos prestam o atendimento presencial por marcação, sendo mantida e reforçada a prestação dos serviços através dos meios digitais e dos centros de contacto". Os tribunais vão manter-se abertos no período de confinamento.

8. Como vai funcionar o lay-off simplificado?

As empresas obrigadas a encerrar durante o novo confinamento geral vão ter acesso automático ao lay-off simplificado. "Todas as atividades que são encerradas terão acesso automático ao lay-off simplificado", disse o primeiro-ministro.

9. Empresas vão ter mais apoios?

Os detalhes sobre o reforço dos apoios às empresas serão apresentados quinta-feira pelo ministro da Economia. Ao que indicou o secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro, Tiago Antunes, esta quinta-feira, será ainda apresentado apoio especial para o setor da Cultura. 

O reforço das medidas de apoio vai também abranger o setor social, adiantara já o primeiro-ministro, sublinhando, porém, que "não vale a pena ter ilusões e pensar que um confinamento com um dever de recolhimento generalizado, não tem um impacto muito forte na economia", porque "têm um impacto fortíssimo" na economia.

10. Continuam a existir multas por incumprimento?

O primeiro-ministro anunciou que o valor das coimas para o não cumprimento das medidas adotadas para o período de confinamento devido à pandemia de covid-19 vai duplicar.

"Todas as coimas que estão previstas por violação de qualquer uma das normas relativas às medidas de contenção da pandemia, desde logo a obrigatoriedade do uso de máscara na via pública, serão duplicadas", afirmou o primeiro-ministro.

Segundo António Costa, este agravamento das multas serve para "sinalizar a todos que a responsabilidade individual tem de se combinar com a solidariedade coletiva" e para que "haja um sinal claro de que é fundamental fazer um esforço acrescido para conter a pandemia no momento mais perigoso".

Durante o estado de emergência, os viajantes que se recusem a fazer testes de despistagem à chegada aos aeroportos são alvo de uma contraordenação que vai dos 300 aos 800 euros, revela um documento distribuído após a reunião.

Os dados mais recentes revelam que em Portugal, morreram 8.236 pessoas dos 507.108 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim da Direção-Geral da Saúde divulgado na quarta-feira.


(noticiasaominuto.com)


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