sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

Três linhas vermelhas de Marcelo: crises políticas, Páscoa e oportunismo


Marcelo Rebelo de Sousa decretou a renovação do estado de emergência e abordou a crise sanitária que vivemos em três vertentes: a rejeição de uma crise política, como viver o próximo período da Páscoa e a lição a dar aos oportunistas que aproveitam o momento para tirar proveitos próprios.


O Presidente da República rejeitou quinta-feira à noite cenários de crises políticas ou eleitorais ou de formação de governos de salvação nacional, referindo que essas ideias surgem "nalgumas vozes da opinião política".


Numa declaração ao país, a partir do Palácio de Belém, em Lisboa, após decretar a renovação do estado de emergência em Portugal, o chefe de Estado defendeu que é preciso prolongar o atual confinamento geral durante o mês de março e continuar a apoiar quem foi afetado neste contexto de crise resultante da Covid-19.


"Tudo sem crises políticas. Tudo sem cenários de governos de unidade ou salvação nacional. Não se conte comigo para dar o mínimo eco a cenários de crises políticas ou eleitorais. Já nos bastam a crise da saúde e a crise económica e social", afirmou.


"Os portugueses compreenderam que o bom senso já aconselhava que provocar, nesta altura, crises políticas, com cenários à margem dos partidos de resultado indesejável era tempo perdido, em terceiras eleições no verão e nada de novo no horizonte, não servia para outra coisa se não para agravar a pandemia, nunca para a abreviar", sustentou.


Como encarar a Páscoa


O Presidente da República defendeu que o estado de emergência e o atual confinamento geral devem manter-se "março fora", sem "sinais errados para a Páscoa", para evitar um retrocesso na contenção da Covid-19 em Portugal.


"Temos de sair da primavera sem mais um verão e um outono ameaçados. Em vida, saúde, economia, sociedade. Temos de assegurar que a Páscoa, no início de abril, não será causa de mais uns meses de regresso ao que vivemos nestas semanas", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, numa comunicação ao país, após decretar a renovação do estado de emergência até 1 de março.


O chefe de Estado apontou como metas até à Páscoa, que será no início de abril, reduzir o número de novos casos diários de infeção "para menos de dois mil", de modo a que "os internamentos e os cuidados intensivos desçam dos mais de cinco mil e mais de oitocentos agora para perto de um quarto desses valores".


"Favoritismos"


O Presidente da República afirmou ainda que "os responsáveis pelos favoritismos no desvio de vacinas" serão "exemplarmente punidos", e defendeu que a partir de abril será necessário vacinar mais pessoas e mais depressa.


"Os portugueses compreenderam que há atrasos na produção e no fornecimento de vacinas, na Europa e em Portugal, e que isso ia impor, a partir de abril, vacinar mais e mais depressa, para cumprirmos a meta avançada para setembro", considerou.


Segundo o chefe de Estado, os portugueses também ficaram a saber "que os responsáveis pelos favoritismos no desvio de vacinas iam ser exemplarmente punidos".



por Mário Aleixo - RTP


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