terça-feira, 14 de março de 2023

A ideologia de género é uma das colonizações ideológicas mais perigosas, diz o papa Francisco

 


                                                                                                           Diego López Marina / ACI Prensa

Vaticano, 13 Mar. 23 / 01:24 pm (ACI).- “A ideologia de gênero, neste momento, é uma das colonizações ideológicas mais perigosas. Vai além da esfera sexual”, disse o papa Francisco ao jornal argentino La Nación, em entrevista publicada na sexta-feira (10).

“Por que é perigosa? Porque dilui as diferenças. E a riqueza dos homens e das mulheres e de toda a humanidade é a tensão das diferenças", continuou o papa Francisco. “É crescer por meio da tensão das diferenças. A questão de gênero dilui as diferenças e torna o mundo igual, 'uniforme', tudo igual. E isso vai contra a vocação humana”.

A ideologia de gênero é uma corrente que considera que o sexo biológico não é determinante para a pessoa, mas que ela pode definir sua orientação e identidade sexual segundo as suas preferências e até contra sua natureza.

O papa Francisco disse que fala abertamente sobre o tema do gênero “porque há pessoas um pouco ingênuas que acreditam que é o caminho do progresso e não distinguem o que é respeito à diversidade sexual ou às várias opções sexuais do que já é uma antropologia do gênero”.

Ele disse que esta antropologia é “perigosíssima”, pois ao anular as “diferenças”, permite anular “a humanidade, a riqueza da humanidade, tanto pessoal, como cultural e social, as diferenças e as tensões entre as diferenças”.

Na entrevista, o papa Francisco também disse que é preciso sempre uma distinção “entre o trabalho pastoral com pessoas de diferentes orientações sexuais e a ideologia de gênero”.

Ao responder se está escrevendo uma nova encíclica, ele respondeu "não" e negou que tenham lhe pedido que escreva um documento sobre o tema do gênero.

O papa Francisco usou o termo “colonização ideológica” em várias ocasiões durante seu pontificado, para descrever a imposição de ideias estrangeiras sobre uma cultura e os casos em que a ajuda econômica para países subdesenvolvidos foi vinculada a contraceptivos, aborto, esterilização e ideologia de gênero.

Em 2015, alertou que os promotores dessas “colonizações” usam “a necessidade das pessoas para ter uma oportunidade de entrar e tornar-se fortes, com as crianças”.

Quatro anos depois, em 2019, a Santa Sé publicou o documento “Homem e mulher os criou. Para uma via de diálogo sobre a questão de gender na educação”, que alerta que a ideologia de gênero é uma revolução cultural que atenta contra a dignidade humana.

A carta diz que “esta ideologia leva a projetos educativos e diretrizes legislativas que promovem uma identidade pessoal e uma intimidade afetiva que estão radicalmente desvinculadas da diversidade biológica entre o homem e a mulher. A identidade humana vem determinada por uma opção individualista, que também muda com o tempo”.


(acidigital)

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