domingo, 30 de abril de 2023
HOMILIA DO SANTO PADRE (Texto)
VIAGEM APOSTÓLICA DO PAPA FRANCISCO
À HUNGRIA
(28 - 30 de abril de 2023)
HOMILIA DO SANTO PADRE
Praça Kossuth Lajos (Budapeste)
Domingo, 30 de abril de 2023
As últimas palavras que Jesus pronuncia, no Evangelho que ouvimos, resumem o sentido da sua missão: «Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância» (Jo 10, 10). É isto o que faz um bom pastor: dá a vida pelas suas ovelhas. Assim Jesus, como um pastor que vai à procura das ovelhas do seu rebanho, veio procurar-nos quando estávamos perdidos; como um pastor, veio arrebatar-nos da morte; como um pastor, que conhece as suas ovelhas uma por uma e as ama com infinita ternura, fez-nos entrar no redil do Pai, tornando-nos seus filhos.
Contemplemos, pois, a imagem do bom Pastor, detendo-nos em duas ações que Ele, segundo o Evangelho, realiza pelas suas ovelhas: primeiro chama-as, depois fá-las sair.
1. Em primeiro lugar, «chama as suas ovelhas» (10, 3). No início da nossa história de salvação, não estamos nós com os nossos méritos, as nossas capacidades, as nossas estruturas; na origem, está a chamada de Deus, o seu desejo de nos alcançar, a sua solicitude por cada um de nós, a abundância da sua misericórdia que nos quer salvar do pecado e da morte, para nos dar a vida em abundância e a alegria sem fim. Jesus veio como bom Pastor da humanidade, a fim de nos chamar e levar para casa. Assim nós, com memória agradecida, podemos recordar o seu amor por nós; por nós que estávamos longe d’Ele. Sim, enquanto «todos nós andávamos desgarrados como ovelhas perdidas, cada um seguindo o seu caminho» (Is 53, 6), Ele assumiu as nossas iniquidades e carregou as nossas culpas, trazendo-nos de volta ao coração do Pai. Assim o ouvimos, do apóstolo Pedro, na segunda Leitura: «Éreis como ovelhas desgarradas, mas agora voltastes ao Pastor e Guarda das vossas almas» (1 Pd 2, 25). E ainda hoje, em cada situação da vida, naquilo que trazemos no coração, nos nossos extravios, nos nossos medos, no sentimento de derrota que às vezes nos assalta, na prisão da tristeza que ameaça enjaular-nos, Ele chama-nos. Vem como bom Pastor e chama-nos por nome, para nos dizer quanto somos preciosos a seus olhos, para curar as nossas feridas e tomar sobre Si as nossas fraquezas, para nos reunir em unidade no seu rebanho e tornar-nos familiares do Pai e uns dos outros.
Irmãos e irmãs, reunidos aqui esta manhã, sintamos a alegria de ser povo santo de Deus: todos nascemos da sua chamada; foi Ele que nos convocou e, por isso, somos o seu povo, o seu rebanho, a sua Igreja. Reuniu-nos aqui para que, embora sendo diversos uns dos outros e pertencendo a comunidades diferentes, a grandeza do seu amor nos reúna a todos num único abraço. É bom estarmos juntos: bispos e sacerdotes, religiosos e fiéis leigos; e é bom partilhar esta alegria juntamente com as Delegações ecuménicas, os chefes da Comunidade judaica, os representantes das Instituições civis e do Corpo Diplomático. Isto é catolicidade: todos nós, chamados por nome pelo bom Pastor, somos chamados a acolher e espalhar o seu amor, a tornar o seu rebanho inclusivo, e nunca excludente. E, por conseguinte, somos todos chamados a cultivar relações de fraternidade e colaboração, sem nos dividirmos entre nós, sem considerar a nossa comunidade como um ambiente reservado, sem nos deixarmos tomar pela preocupação de defender cada um o próprio espaço, mas abrindo-nos ao amor recíproco.
2. Depois de ter chamado as ovelhas, o Pastor «fá-las sair» (Jo 10, 3). Primeiro fá-las entrar no redil chamando-as, agora impele-as para fora. Primeiro somos reunidos na família de Deus para sermos constituídos seu povo, mas depois somos enviados ao mundo para nos tornarmos, com coragem e sem medo, arautos da Boa Nova, testemunhas do Amor que nos regenerou. Este movimento – entrar e sair –, podemos captá-lo a partir doutra imagem que Jesus utiliza: a da porta. Diz Ele: «Eu sou a porta. Se alguém entrar por Mim, estará salvo; há de entrar e sair e achará pastagem» (10, 9). Ouçamos com atenção isto: há de entrar e sair. Por um lado, Jesus é a porta que se abriu de par em par a fim de nos fazer entrar na comunhão do Pai e experimentar a sua misericórdia; mas, como todos sabem, uma porta aberta serve não só para entrar, mas também para sair do lugar onde nos encontramos. Assim, depois de nos ter reconduzido ao abraço de Deus e ao redil da Igreja, Jesus é a porta que nos faz sair para o mundo: Ele impele-nos a ir ao encontro dos irmãos. E – fixemo-lo bem na memória! – todos nós, sem exceção, somos chamados a isto: sair das nossas comodidades e ter a coragem de alcançar toda a periferia que necessita da luz do Evangelho (cf. Papa Francisco, Exort. ap. Evangelii gaudium, 20).
Irmãos e irmãs, para cada um de nós, viver «em saída» significa tornar-se, como Jesus, uma porta aberta. É triste e custa ver portas fechadas: as portas fechadas do nosso egoísmo em relação a quem caminha diariamente ao nosso lado; as portas fechadas do nosso individualismo numa sociedade que corre o risco de se atrofiar na solidão; as portas fechadas da nossa indiferença em relação a quem está no sofrimento e na pobreza; as portas fechadas a quem é estrangeiro, diferente, migrante, pobre. E até as portas fechadas das nossas comunidades eclesiais: fechadas entre nós, fechadas para o mundo, fechadas para quem «não está dentro das normas», fechadas para quem aspira pelo perdão de Deus. Irmãos e irmãs, por favor, por favor: abramos as portas! Procuremos ser também nós – com as palavras, os gestos, as atividades quotidianas – como Jesus: uma porta aberta, uma porta que nunca se fecha na cara de ninguém, uma porta que a todos permite entrar para experimentar a beleza do amor e do perdão do Senhor.
Repito isto sobretudo para mim mesmo, para os irmãos bispos e sacerdotes: para nós, pastores. Porque o pastor – diz Jesus – não é um salteador nem um ladrão (cf. Jo 10, 8); isto é, não se aproveita da sua função, não oprime o rebanho que lhe está confiado, não «rouba» o espaço aos irmãos leigos, não exerce uma autoridade rígida. Irmãos, encorajemo-nos a ser portas sempre mais abertas: «facilitadores» da graça de Deus, peritos de proximidade, dispostos a oferecer a vida, como Jesus Cristo, nosso Senhor e nosso tudo, nos ensina de braços abertos a partir da cátedra da cruz e sempre no-lo mostra no altar, Pão vivo repartido para nós. Digo-o também aos irmãos e irmãs leigos, aos catequistas, aos agentes pastorais, a quem tem responsabilidades políticas e sociais, àqueles que simplesmente levam para a frente a sua vida quotidiana, por vezes com dificuldade: sede portas abertas. Deixemos entrar no coração o Senhor da vida, a sua Palavra que consola e cura, para depois sairmos fora e sermos, nós mesmos, portas abertas na sociedade. Estar abertos e ser inclusivos uns para com os outros, para ajudar a Hungria a crescer na fraternidade, caminho da paz.
Caríssimos, Jesus bom Pastor chama-nos por nome e cuida de nós com infinita ternura. É a porta e quem entra através d’Ele tem a vida eterna: portanto Ele é o nosso futuro, um futuro de «vida em abundância» (Jo 10, 10). Por isso, nunca desanimemos, nunca deixemos roubar a alegria e a paz que Ele nos deu, não nos fechemos nos problemas ou na apatia. Deixemo-nos acompanhar pelo nosso Pastor: com Ele resplandeçam de vida nova a nossa própria vida, as nossas famílias, as nossas comunidades cristãs e toda a Hungria!
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sábado, 29 de abril de 2023
Palavra de Vida – abril 2023
«Aspirai às coisas do Alto e não às coisas da Terra» (Cl 3, 2)
Tinham acabado de nascer as primeiras comunidades cristãs e já surgiam divergências, provocadas por falsas interpretações da mensagem evangélica. Paulo, que se encontrava na prisão, soube que havia problemas desses em Colossos e, por isso, escreveu a esta comunidade.
Compreende-se melhor a Palavra de Vida deste mês se a lermos no contexto da passagem em que se encontra: «Portanto, já que fostes ressuscitados com Cristo, procurai as coisas do Alto, onde está Cristo, sentado à direita de Deus. Aspirai às coisas do Alto e não às da Terra. Vós morrestes e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus»[1].
Para ultrapassar estas divergências, Paulo convida a dirigir o nosso pensamento e todo o nosso ser para Cristo que ressuscitou. De facto, no Batismo, também nós morremos e ressuscitámos com Cristo. Podemos assim viver – “já e ainda não completamente” – esta vida nova.
«Aspirai às coisas do Alto e não às coisas da Terra»
Obviamente, esta possibilidade não se alcança de uma vez para sempre. Deve ser continuamente procurada num caminho desafiante, que dura a vida inteira. Significa orientar a nossa vida para o alto. De facto, Cristo trouxe para a Terra a vida do Céu e a sua Páscoa é o início da nova Criação, de uma nova humanidade. A consequência lógica de quem escolhe viver o Evangelho seria esta: fazer uma escolha que mude totalmente a nossa mentalidade, inverta a ordem, os objetivos que o mundo nos propõe, que nos liberte dos condicionalismos, fazendo-nos experimentar uma mudança radical. Na verdade, Paulo não desvaloriza as “coisas da Terra” porque tudo foi renovado, desde que o Céu tocou a Terra pela Incarnação do Filho de Deus[2].
«Aspirai às coisas do Alto e não às coisas da Terra»
«O que são as “coisas do Alto”?», interroga-se Chiara Lubich. «São aqueles valores que Jesus trouxe à Terra e pelos quais se distinguem os seus seguidores. São o amor, a concórdia, a paz, o perdão, a integridade, a pureza, a honestidade, a justiça, etc. São todas as virtudes e riquezas que o Evangelho oferece. É com elas e por meio delas que os cristãos se mantêm na sua condição de ressuscitados com Cristo. […]
E como é que se consegue manter o coração ancorado no céu, quando vivemos no meio do mundo? Deixando-nos guiar pelos pensamentos e pelos sentimentos de Jesus, cujo olhar interior estava sempre voltado para o Pai e cuja vida refletia em cada instante a lei do Céu, que é a lei do amor»[3].
«Aspirai às coisas do Alto e não às coisas da Terra»
A presença dos cristãos no mundo abre-se corajosamente para a nova vida da Páscoa. São homens e mulheres novos que não são do mundo[4], mas vivem no mundo com todas as atuais dificuldades. Dizia-se assim acerca dos primeiros cristãos: «Moram na Terra e são regidos pelo Céu. […] O que a alma é para o corpo, isso são os cristãos no mundo»[5].
A escolha corajosa e totalmente evangélica de um operário, que decidiu ajudar um colega que tinha sido despedido, provocou, com o seu testemunho, uma cadeia de gestos de fraternidade.
«Entre as várias cartas de despedimento que foram entregues na fábrica, uma era dirigida ao Jorge. Conhecendo as suas precárias condições económicas, convidei-o a ir comigo ao departamento do pessoal: “Eu estou numa situação melhor do que ele – declarei –, a minha mulher tem um emprego. Despeçam-me antes a mim”. O chefe prometeu voltar a examinar o caso. Quando saímos, o Jorge abraçou-me comovido. Naturalmente, este facto passou de boca em boca e mais dois operários, mais ou menos nas mesmas condições, disponibilizaram-se para serem despedidos no lugar de dois colegas. A direção viu-se constrangida a repensar os métodos de escolha dos despedimentos. O pároco, tendo conhecido este facto, contou-o, sem dizer nomes, na homilia do domingo. No dia seguinte, informou-me que duas estudantes lhe tinham ido entregar todas as suas poupanças, para ajudar os operários em dificuldade, declarando: “Também nós queremos imitar o gesto daquele operário”» (B. S. – Brasil)[6].
Patrizia Mazzola e a equipa da Palavra de vida
[1] Cl 3, 1-3 [2] 2Cor 5,17: “Por isso, se alguém está em Cristo, é uma nova criação. O que era antigo passou; eis que surgiram coisas novas”. [3] C. Lubich, Palavra de vida de abril de 2001, em Parole di Vita, a/c Fabio Ciardi (Opere di Chiara Lubich 5) Città Nuova, Roma 2017, pp. 640-641. [4] Jo 15,18-21. [5] Carta a Diogneto (V 9; VI 1), tradução de M. Luís Marques, in snpcultura.org. [6] Experiência retirada do site www.focolare.org.
(focolares)
Milhares de jovens querem se encontrar com o Papa na Hungria
Começou nesta sexta-feira (28) a 41ª viagem apostólica internacional de Francisco e o Pe. Fábry, responsável pela pastoral nacional aprofunda alguns dos compromissos mais aguardados da visita do Pontífice à Hungria, incluindo aquela aos jovens com algum tipo de deficiência.
Andrea De Angelis - Vatican News
"Trabalhamos para preparar essa visita da melhor maneira possível, em um espírito de amizade e oração", disse em entrevista ao Vatican News o Pe. Kornél Fábry, diretor do Instituto da Pastoral Nacional Húngara, ex-secretário geral da Secretaria do 52º Congresso Eucarístico Internacional, promovido no país em setembro de 2021. "O Papa", enfatiza, "desta vez não se encontrará, como no Congresso Eucarístico Internacional, apenas com bispos e líderes religiosos, mas com sacerdotes, seminaristas, aqueles que trabalham nas paróquias". Em particular, "o encontro com os jovens será em um estádio com mais de 10 mil lugares, e então o seu carinho chegará aos deficientes, aos refugiados. Estou pensando especialmente nos ucranianos, pois neste último ano mais de um milhão passaram pela Hungria".
O senhor se referiu aos jovens, que ganham um trabalho pastoral universitário importante na Hungria, proibido durante o comunismo. Como os estudantes se prepararam para a chegada do Papa?
Já vimos o número de pedidos para participar do encontro no estádio, e é mais do que os lugares disponíveis, cerca a 11 mil. Muitos jovens de paróquias virão, mas também de universidades, não apenas católicas. O Papa terá dois encontros com eles: os jovens no estádio e, no último dia, com o mundo da cultura e universitário. Há muitos jovens que querem rezar com Francisco e nos preparamos para esse encontro lendo Christus vivit, a exortação apostólica que o Papa escreveu para os jovens.
No logotipo desta viagem está a ponte, o símbolo de Budapeste. A ponte une, traz o diálogo e esse é o convite que o Papa dirige aos jovens e aos idosos. Um diálogo intergeracional, no respeito mútuo, incentivado em particular no ciclo de catequese que Francisco dedicou aos idosos no ano passado. No trabalho pastoral, qual é a importância de aceitar esse convite, também para combater a cultura do descarte?
Esse é um fator muito importante para nós. Na Hungria, as famílias não vivem mais juntas, as diferentes gerações costumavam viver juntas. No campo, há casas grandes e todos costumavam viver juntos. Hoje isso é muito raro. Apesar disso, em nossas igrejas incentivamos o diálogo entre jovens e idosos, por exemplo, na liturgia. Mesmo com hinos mais modernos, ouvindo uns aos outros. Esse é um dever pastoral: promover a unidade entre jovens e idosos. Na paróquia onde eu estava antes, todas as festas eram para as famílias, incluindo os avós. Escutá-los e acolhê-los é importante, eles são nossos sábios! Em nossa época, em que o on-line parece tão distante dos mais velhos, muitas vezes observo que são os netos que ensinam os avós a usar as salas de bate-papo, a Internet. Isso é bom, nós avançamos juntos.
A pastoral de saúde também é importante para a verdadeira inclusão. Qual ela se dissemina na Hungria?
Muito, há padres responsáveis, por exemplo, na arquidiocese de Budapeste, por ajudar pessoas cegas a participar das liturgias. Acho que é muito importante organizar eventos específicos para incluí-los. Estou pensando em missas destinadas especificamente a pessoas com deficiência, pois elas são uma riqueza da Igreja. O encontro que o Papa terá com essas crianças é realmente importante, será um momento particular com esses pequenos, junto com seus pais. O bispo de Roma quer passar um tempo com eles, para encorajá-los.
(vaticannews)
VIAGEM APOSTÓLICA DO PAPA FRANCISCO À HUNGRIA (Texto)
VIAGEM APOSTÓLICA DO PAPA FRANCISCO
À HUNGRIA
(28 - 30 de abril de 2023)
ENCONTRO COM OS POBRES E OS REFUGIADOS NA IGREJA DE SANTA ELIZABETH DA HUNGRIA
DISCURSO DO SANTO PADRE
Igreja de Santa Elizabeth da Hungria (Budapeste)
Sábado, 29 de abril de 2023
Queridos irmãos e irmãs, bom dia!
Estou feliz por me encontrar aqui no vosso meio. Obrigado, D. Antal, pelas suas palavras de boas-vindas e por ter recordado o generoso serviço que a Igreja húngara realiza pelos pobres e com os pobres. Os pobres e os necessitados – nunca o esqueçamos – estão no coração do Evangelho: de facto, Jesus veio «anunciar a Boa-Nova aos pobres» (Lc 4, 18). Assim eles indicam-nos um desafio apaixonante, para que a fé que professamos não fique prisioneira dum culto distante da vida, nem se torne presa duma espécie de «egoísmo espiritual», isto é, duma espiritualidade que eu mesmo construo à medida da minha tranquilidade interior e da minha satisfação. A verdadeira fé, pelo contrário, é aquela que desinquieta, que arrisca, que faz sair ao encontro dos pobres e nos torna capazes de falar, com a vida, a linguagem da caridade. Como afirma São Paulo, podemos falar muitas línguas, possuir ciência e riquezas, mas, se não tivermos caridade, nada temos e nada somos (cf. 1 Cor 13, 1-13).
A linguagem da caridade. Foi a língua falada por Santa Isabel, por quem este povo tem grande devoção e estima. Ao chegar a esta manhã, vi na praça a sua estátua, com o pedestal que a representa enquanto recebe o cordão da ordem franciscana e, contemporaneamente, oferece água a um pobre para lhe matar a sede. É uma imagem estupenda da fé: quem «se une a Deus», como fez São Francisco de Assis a quem se inspirou Isabel, abre-se à caridade para com o pobre, porque, «se alguém disser “Eu amo a Deus” mas tiver ódio ao seu irmão, esse é um mentiroso; pois aquele que não ama o seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê» (1 Jo 4, 20). Santa Isabel, filha dum rei, crescera no conforto da vida de corte, num ambiente luxuoso e privilegiado; e contudo, tocada e transformada pelo encontro com Cristo, bem depressa sentiu que devia rejeitar as riquezas e vaidades do mundo, advertindo o desejo de se despojar delas e cuidar dos necessitados. Assim, não só gastou os seus bens, mas também a sua vida a favor dos últimos, dos leprosos, dos doentes até ao ponto de tratar deles pessoalmente e carregá-los às costas. Esta é a linguagem da caridade.
Disto mesmo nos falou Brigitta, a quem agradeço pelo seu testemunho. Tantas privações, tanto sofrimento, tanto trabalho duro para procurar seguir em frente e não deixar faltar o pão aos filhos e, no momento mais dramático, o Senhor veio ao seu encontro para a ajudar. Mas – ouvimo-lo da sua própria boca – como interveio o Senhor? Ele, que escuta o clamor de quem é pobre, «salva os oprimidos, dá pão aos que têm fome, (…) levanta os abatidos» (Sal 146, 7.8), quase nunca resolve os nossos problemas lá do alto, mas aproxima-Se com o abraço da sua ternura inspirando a compaixão de irmãos que se apercebem e não ficam indiferentes. Foi o que nos disse Brigitta: pôde experimentar a proximidade do Senhor graças à Igreja greco-católica, a tantas pessoas que se prodigalizaram para a ajudar, encorajar, encontrar um emprego e sustentá-la nas necessidades materiais e no caminho da fé. Eis o testemunho que nos é pedido: a compaixão para com todos, especialmente por quantos estão marcados pela pobreza, a doença e o sofrimento. Compaixão significa «padecer com». Precisamos duma Igreja que fale fluentemente a linguagem da caridade, idioma universal que todos escutam e compreendem, mesmo os mais afastados, mesmo aqueles que não acreditam.
E a propósito exprimo a minha gratidão à Igreja húngara pelo empenho posto na caridade, um empenho capilar: criastes uma rede que liga muitos agentes pastorais, muitos voluntários, as cáritas paroquiais e diocesanas, mas também grupos de oração, comunidades de crentes, organizações pertencentes a outras Confissões, mas unidas na comunhão ecuménica que brota precisamente da caridade. E obrigado pela forma como acolhestes – não só com generosidade, mas até com entusiasmo – tantos refugiados da Ucrânia. Escutei emocionado o testemunho de Oleg e sua família; a vossa «viagem rumo ao futuro» – um futuro diferente, longe dos horrores da guerra – na verdade começou com uma «viagem na memória», porque Oleg recordou o caloroso acolhimento recebido na Hungria há alguns anos, quando veio trabalhar como cozinheiro. A recordação daquela experiência encorajou-o a partir com a sua família vindo para Budapeste, onde encontrou generosa hospitalidade. A lembrança do amor recebido reacende a esperança, encoraja a empreender novos caminhos de vida. Com efeito, mesmo na tribulação e no sofrimento, encontra-se coragem para continuar quando se recebeu o bálsamo do amor: e esta é a força que ajuda a acreditar que nem tudo está perdido e que é possível um futuro diferente. O amor que Jesus nos dá e nos manda viver ajuda assim a erradicar, da sociedade, das cidades e lugares onde vivemos, os males da indiferença (a indiferença é como uma peste!) e do egoísmo, e reacende a esperança duma humanidade nova, mais justa e fraterna, onde todos possam sentir-se em casa.
Infelizmente, também aqui muitas pessoas estão literalmente privadas dum teto: muitas irmãs e irmãos marcados pela fragilidade – sozinhos, com várias limitações físicas e mentais, destruídos pelo veneno das drogas, saídos da prisão ou abandonados porque idosos – são afetados por formas graves de pobreza material, cultural e espiritual, e não têm um teto e uma casa para morar. Zoltàn e sua esposa Anna ofereceram-nos o seu testemunho acerca desta grande chaga: obrigado pelas vossas palavras. E obrigado por terem acolhido aquela moção do Espírito Santo que vos levou, com coragem e generosidade, a construir um centro para acolher pessoas sem-teto. Impressionou-me ouvir que, juntamente com as necessidades materiais, prestais atenção à história e à dignidade ferida das pessoas, ocupando-vos da sua solidão, da sua dificuldade em sentir-se amadas e acolhidas no mundo. Anna disse-nos que «é Jesus, a Palavra viva, que cura os seus corações e as suas relações, porque a pessoa reconstrói-se a partir de dentro»; isto é, renasce quando experimenta que, aos olhos de Deus, é amada e abençoada. Isto vale para toda a Igreja: não basta dar o pão que alimenta o estômago, é preciso nutrir o coração das pessoas! A caridade não é mera assistência material e social, mas preocupa-se com a pessoa inteira e deseja reerguê-la com o amor de Jesus: um amor que ajuda a readquirir beleza e dignidade.
Praticar a caridade significa ter a coragem de fixar nos olhos. Não podes ajudar o outro, voltando a cara para o lado oposto. Para praticar a caridade, é preciso ter a coragem de tocar: não podes deitar a esmola de longe, sem tocar. Tocar e fixar nos olhos. E assim, tocando e olhando, começas um caminho, um caminho com aquela pessoa necessitada, que te fará compreender quão necessitado, quão necessitada és tu próprio do olhar e da mão do Senhor.
Irmãos e irmãs, encorajo-vos a falar sempre a linguagem da caridade. A estátua, nesta praça, representa o milagre mais famoso de Santa Isabel: conta-se que o Senhor uma vez transformou em rosas o pão que ela levava aos necessitados. O mesmo se dá convosco, quando vos empenhais em levar o pão aos famintos, o Senhor faz florescer a alegria e perfuma a vossa existência com o amor que dais. Irmãos e irmãs, faço votos de que possais levar sempre o perfume da caridade à Igreja e ao vosso país. E peço-vos, por favor, que continueis a rezar por mim.
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Hoje é celebrada santa Catarina de Sena, de analfabeta a doutora da Igreja
REDAÇÃO CENTRAL, 29 Abr. 23 / 05:00 am (ACI).- “Se formos o que devemos ser, incendiaremos o mundo”, dizia santa Catarina de Sena, doutora da Igreja, grande defensora do papado e proclamada copadroeira da Europa por São João Paulo II. Sua festa é celebrada hoje (29).
Era uma jovem corajosa, filha de humildes artesãos, analfabeta e que vestiu o hábito da ordem terceira de são Domingos.
Santa Catarina nasceu em Sena (Itália), em 1347, em uma família de pais piedosos. Gostava muito da oração, das coisas de Deus e, aos sete anos, fez um voto particular de virgindade. Mais tarde, sua família tentou persuadi-la a se casar, mas ela se manteve firme e serviu generosamente aos pobres e doentes.
Aos 18 anos, recebeu o hábito da ordem terceira de são Domingos, vivendo a espiritualidade dominicana no mundo secular e sendo a primeira mulher solteira a ser admitida. Teve que superar muitas tentações do diabo que procurou fazer com que desistisse, mas ela seguia confiando em Deus.
Em 1366, santa Catarina viveu um “casamento místico”. Ela estava em seu quarto rezando quando viu Cristo acompanhado por sua Mãe e um cortejo celeste.
A Virgem pegou a mão de Catarina e a levou até Cristo, que lhe deu um anel, desposou-a consigo e manifestou que ela estava sustentada por uma fé que podia superar todas as tentações. Depois disso, apenas Catarina podia ver o anel.
Naquele tempo, surgiu uma peste e a santa sempre se manteve com os doentes, preparava-os para a morte e chegou até mesmo a enterrá-los com suas próprias mãos. Além disso, tinha o dom de reconciliar até os piores inimigos, mais com suas orações a Deus do que com suas palavras.
Nesta época, os papas viviam em Avignon (França) e os romanos se queixavam de terem sido abandonados pelos seus bispos, ameaçando realizar um cisma.
Gregório XI fez um voto secreto a Deus de regressar a Roma e, ao consultar santa Catarina, ela lhe disse: “Cumpra com sua promessa feita a Deus”. O papa ficou surpreso porque não tinha contado a ninguém sobre o voto e, mais tarde, cumpriu sua promessa e voltou para a Cidade Eterna.
Posteriormente, no pontificado de Urbano VI, os cardeais se distanciaram do papa por seu temperamento e declararam nula sua eleição, designando Clemente VII, que foi residir em Avignon. Santa Catarina enviou cartas aos cardeais pressionando-os a reconhecer o autêntico papa.
“Embora fosse filha de artesãos e analfabeta por não ter estudos nem instrução, compreendeu, no entanto, as necessidades do mundo do seu tempo com tal inteligência que superou muito os limites do lugar onde viveu, ao ponto de estender a sua ação para toda a sociedade dos homens; não havia maneira de parar a sua coragem nem o seu anseio pela salvação das almas”, escreveu sobre ela João Paulo II em 1980 para o sexto centenário de sua morte.
A santa também escreveu a Urbano VI, exortando-o a levar com temperança e alegria os problemas, controlando o temperamento. Santa Catarina foi a Roma, a pedido do papa, que seguiu suas instruções. Também escreveu aos reis da França e Hungria para que deixassem o cisma.
Em outra ocasião, Jesus voltou a aparecer a ela e lhe mostrou duas coroas, uma de ouro e outra de espinhos, para escolher. Ela disse: “Eu gostaria, ó Senhor, viver aqui sempre conforme a tua paixão e encontrar na dor e no sofrimento meu repouso e deleite”. Em seguida, tomou a coroa de espinhos e colocou na cabeça.
Santa Catarina morreu no dia 29 de abril de 1380 em Roma, com apenas 33 anos, de um súbito ataque. O papa Paulo VI a nomeou doutora da Igreja em 1970 e foi proclamada copadroeira da Europa por são João Paulo II em 1999, ao lado de santa Brígida da Suécia e santa Teresa Benedita da Cruz.
(acidigital)
sexta-feira, 28 de abril de 2023
O Papa Francisco chega à Hungria
Papa a caminho da Hungria para construir pontes entre os povos
O Santo Padre partiu do aeroporto romano de Fiumicino às 8h21min desta sexta-feira, com o voo A320 da ITA Airways.
Andrea De Angelis - Vatican News
O Papa Francisco chegou ao Aeroporto Internacional de Ferenc Liszt, em Budapeste, na Hungria, nesta sexta-feira (28/04).
O avião tocou o solo húngaro às 9h53, hora italiana. O Papa foi saudado pelo núncio apostólico, dom Michael Banach, e pelo embaixador húngaro junto à Santa Sé, Eduard Habsburg-Lotharingiai. A seguir, foi a pé, com o auxílio de uma bengala, até os presentes.
Enquanto o sol brilha na pista de pouso, o Papa foi acolhido pelo pelo vice-primeiro-ministro e por um menino e uma menina em trajes tradicionais que lhe oferecem pão e sal, símbolos da vida, da bênção e de boa sorte. Francisco parte uma pequena porção de pão com a mão direita e o experimenta, sob os aplausos dos presentes. São dezenas as crianças que seguram as bandeiras da Cidade do Vaticano e da Hungria.
As crianças oferecem ao Papa pão e sal, símbolos da vida
Antes de ir para a sala Vip Lounge, houve a apresentação das delegações. Após esse breve encontro, o Papa se dirigiu ao Palácio Sàndor, a residência do presidente da República Húngara.
A segunda vez de Francisco em Budapeste
Na capital húngara respira-se todo o entusiasmo de uma comunidade ansiosa por voltar a receber o Papa, depois da primeira vez, dois anos atrás. Em 2021, houve um abraço por ocasião do Congresso Eucarístico Internacional. Francisco é o segundo Papa a fazer uma viagem apostólica à Hungria, depois das de João Paulo II em 1991 e 1996. Muita coisa mudou desde então. O país tinha acabado de se libertar do comunismo. Desde 2004, a Hungria faz parte da União Europeia. Registou um importante desenvolvimento econômico e a cidade de Budapeste tornou-se, ao longo dos anos, um importante destino turístico internacional. Hoje, porém, o olhar também está voltado para a fronteira nordeste, com a Ucrânia. De fato, mais de um milhão de ucranianos cruzaram a Hungria após o início da guerra, desde o final de fevereiro de 2022.
Alegria e gratidão
Em Budapeste, há alegria pela chegada de Francisco. Nos jornais húngaros, a notícia estava em todas as primeiras páginas, com a manchete "Onde está Pedro, está a Igreja". Os noticiários de rádio e TV dedicam a abertura a esta visita histórica. Também em Budapeste existe um forte sentimento de gratidão para com o Papa, peregrino da paz, portador de esperança não obstante os seus recentes problemas de saúde. A cidade dá as boas-vindas ao sucessor de Pedro num ano particularmente significativo: as fronteiras modernas de Budapeste foram de fato traçadas em 1873, exatamente 150 anos atrás, quando se uniram as cidades montanhosas de Buda e Obuda, a oeste, e Peste, na planície da margem leste do Danúbio.
(vaticannews)
Igreja celebra hoje santa Gianna, padroeira das mães, médicos e crianças por nascer
REDAÇÃO CENTRAL, 28 Abr. 23 / 06:00 am (ACI).- Hoje (28), a Igreja celebra santa Gianna Beretta Molla, padroeira das mães, dos médicos e das crianças por nascer, a quem o são Paulo VI descreveu como “uma mãe que, para dar à luz seu bebê, sacrificou a sua própria vida em uma imolação deliberada”.
Gianna Beretta nasceu em 1922 em Magenta, na província de Milão. Desde pequena, acompanhava sua mãe à Missa todos os dias. Aos 15 anos, depois de um retiro segundo o método de santo Inácio de Loyola, tomou o propósito de “mil vezes morrer a cometer um pecado mortal”.
Foi muito devota da Virgem, tanto que, quando sua mãe morreu, disse a Maria: “Confio em vós, doce Mãe, e tenho a certeza de que nunca me abandonará”. Costumava falar da Mãe de Deus em seus encontros com as meninas da Ação Católica e nas cartas ao seu noivo que logo se tornou seu marido.
Formou-se em medicina e com um firme propósito: “Não esqueçamos que no corpo de nosso paciente existe uma alma imortal. Sejamos honestos e médicos de fé”. Por isso, incentivava as grávidas a terem seus filhos como um presente de Deus e a recusar o aborto.
Depois de discernir, viu que Deus a chamava para a vida matrimonial e teve com seu marido três filhos. No começo da quarta gravidez, tinha que passar por uma cirurgia por causa de um tumor localizado no útero, mas pediu que se preocupassem com a vida do bebê.
A santa recusou se submeter ao aborto “terapêutico” que os médicos propunham e a extirpação do fibroma. Optou por não recorrer a esta prática.
Sofreu uma intervenção cirúrgica e conseguiram salvar o bebê. Meses depois, antes do parto, afirmou: “Se tiverem que escolher entre minha vida e a da criança, não tenham dúvida; escolham – exijo-o – a sua. Salvem-na”.
Deu à luz sua filha em 21 de abril de 1962. Entretanto, santa Gianna não se recuperou e, em 28 de abril, com fortes dores e repetindo “Jesus, te amo; Jesus te amo”, partiu para a Casa do pai aos 39 anos. Foi canonizada por são João Paulo II em 2004.
(acidigital)
quinta-feira, 27 de abril de 2023
Hoje é celebrada santa Zita, padroeira das empregadas do lar
REDAÇÃO CENTRAL, 27 Abr. 23 / 05:00 am (ACI).- Hoje (27), é celebrada a festa de santa Zita, padroeira das empregadas do lar. Ela era de condição muito humilde e, desde pequena, teve que trabalhar como empregada para manter sua família. Sofreu muitas zombarias, mas seu amor aos pobres fez com que até os anjos a ajudassem nas tarefas da casa.
Santa Zita nasceu perto de Lucca (Itália) em 1218 e, desde os doze anos de idade, serviu por 48 anos a uma família muito rica.
Como se preocupava muito com os desfavorecidos, certo dia foi ajudar um necessitado, deixando por um momento seu trabalho na cozinha. Os outros empregados disseram à família, que foi à cozinha investigar e encontrou os anjos fazendo o trabalho da santa.
Dessa maneira, foi-lhe permitida mais liberdade para servir aos pobres. Mas, nem por isso pararam os ataques e zombarias dos outros empregados.
Naquela época, uma grande fome atingiu a cidade e santa Zita repartiu até a sua própria comida com os pobres. A necessidade dos mais desfavorecidos chegou a tal ponto que a santa teve que repartir as reservas de grãos da família. Quando os patrões foram ver, depararam-se com a surpresa de que a despensa estava milagrosamente cheia.
Na véspera de Natal, Zita se encontrou com um homem que tremia de frio na entrada da Igreja de são Frediano. A santa lhe deu um manto caro da família para que se aquecesse e pediu que o devolvesse ao terminar a Missa, mas o homem desapareceu.
No dia seguinte, o patrão ficou enfurecido com Zita, mas um idoso desconhecido no povoado chegou e devolveu o manto. Os cidadãos interpretaram que este necessitado tinha sido um anjo e, desde aquele momento, a porta de São Frediano foi chamada “A Porta do anjo”.
Santa Zita partiu para a Casa do Pai em 27 de abril de 1278 e, imediatamente, sua fama de santidade se expandiu em todo o país e na Inglaterra. Seus restos mortais repousam na capela de santa Zita da igreja de são Frediano, em Lucca (Itália).
(acidigital)
quarta-feira, 26 de abril de 2023
AUDIÊNCIA GERAL (Texto)
PAPA FRANCISCO
AUDIÊNCIA GERAL
Praça São Pedro
Quarta-feira, 26 de abril de 2023
Catequeses. A paixão pela evangelização: o zelo apostólico do crente - 12. Testemunhas: o monaquismo e a força da intercessão. Gregório de Narek
Estimados irmãos e irmãs, bom dia!
Continuamos as catequeses sobre as testemunhas do zelo apostólico. Começamos por São Paulo e, da última vez, vimos os mártires, que anunciam Jesus com a vida, a ponto de a entregar por Ele e pelo Evangelho. Mas existe outro grande testemunho que atravessa a história da fé: o das monjas e dos monges, irmãs e irmãos que renunciam a si, renunciam ao mundo para imitar Jesus no caminho da pobreza, da castidade e da obediência e para interceder a favor de todos. A vida deles fala por si só, mas nós poderíamos perguntar-nos: como podem pessoas que vivem no mosteiro ajudar o anúncio do Evangelho? Não seria melhor que empregassem as suas energias na missão? Saindo do mosteiro e pregando o Evangelho fora do mosteiro? Na realidade, os monges são o coração pulsante do anúncio: a sua oração é oxigénio para todos os membros do Corpo de Cristo, a sua oração é a força invisível que sustenta a missão. Não é por acaso que a padroeira das missões é uma monja, Santa Teresa do Menino Jesus. Ouçamos como descobriu a sua vocação, escreveu o seguinte: «Compreendi que a Igreja tem um coração, um coração abrasado pelo amor. Entendi que só o amor impele os membros da Igreja à ação e que, quando este amor se apaga, os apóstolos já não anunciariam o Evangelho, os mártires já não derramariam o seu sangue. Compreendi e descobri que o amor abarca em si todas as vocações [...]. Então, com imensa alegria e êxtase de alma, clamei: Ó Jesus, meu amor, finalmente encontrei a minha vocação. A minha vocação é o amor. [...] No coração da Igreja, minha mãe, serei o amor» (Manuscrito autobiográfico “B”, 8 de setembro de 1896). Os contemplativos, os monges, as monjas: pessoas que rezam, trabalham, oram em silêncio, por toda a Igreja. E este é o amor: é o amor que se exprime orando pela Igreja, trabalhando pela Igreja, nos mosteiros.
Este amor por todos anima a vida dos monges e traduz-se na sua oração de intercessão. A tal respeito, gostaria de vos citar como exemplo São Gregório de Narek, Doutor da Igreja. É um monge arménio, que viveu por volta do ano 1000 e nos deixou um livro de orações, no qual foi derramada a fé do povo arménio, o primeiro que abraçou o cristianismo; um povo que, apegado à cruz de Cristo, sofreu muito ao longo da história. São Gregório passou quase toda a sua vida no mosteiro de Narek. Ali aprendeu a perscrutar as profundezas da alma humana e, fundindo poesia e oração, alcançou o auge tanto da literatura como da espiritualidade arménia. O aspeto que mais impressiona nele é exatamente a solidariedade universal da qual é intérprete. E entre os monges e as monjas há uma solidariedade universal: aconteça o que acontecer no mundo, encontra lugar no coração deles e rezam. O coração dos monges e das monjas é um coração que recebe como uma antena, capta o que acontece no mundo e reza e intercede por isso. Assim vivem em união com o Senhor e com todos. E São Gregório de Narek escreve: «Tomei voluntariamente sobre mim todas as faltas, desde as do primeiro pai até àquela do último dos seus descendentes» (Livro das Lamentações, 72). E como fez Jesus os monges assumem sobre si os problemas do mundo, as dificuldades, as doenças, muitas coisas e rezam pelos outros. Estes são os grandes evangelizadores. Porque é que os mosteiros vivem fechados e evangelizam? Porque com a palavra, o exemplo, a intercessão e o trabalho diário, os monges são uma ponte de intercessão para todas as pessoas e para os pecados. Eles choram também com as lágrimas, choram pelos seus pecados – todos somos pecadores – e choram também pelos pecados do mundo, e oram e intercedem com as mãos e o coração ao alto. Pensemos um pouco nesta – permito-me a palavra – “reserva” que temos na Igreja: são a verdadeira força, a força autêntica que leva em frente o povo de Deus e disto tem origem o hábito que as pessoas têm – o povo de Deus – quando se encontra com um consagrado, uma consagrada, de dizer: “Reza por mim, ora por mim”, poi sabem que há uma oração de intercessão. Far-nos-á bem – na medida em que podermos – visitar algum mosteiro, porque lá se reza e se trabalha. Cada um tem a própria regra, mas as mãos estão sempre ocupadas: ocupadas com o trabalho, ocupadas com a oração. Que o Senhor nos conceda novos mosteiros, monges e monjas que levem em frente a Igreja com a sua intercessão. Obrigado.
Saudações:
Saúdo os peregrinos de língua portuguesa, especialmente os grupos vindos de Portugal e do Brasil! Seguindo o exemplo de São Gregório de Narek, façamos da nossa vida de oração uma constante intercessão pelos nossos irmãos e irmãs, particularmente pelos mais necessitados do amor misericordioso de Deus. Que o Senhor vos abençoe!
Resumo da catequese do Santo Padre:
Continuamos a catequese sobre as testemunhas do zelo apostólico. Hoje veremos o testemunho das monjas e dos monges. Poderíamos questionar-nos: Como alguém que vive em um mosteiro pode ajudar no anúncio do Evangelho? Na realidade, eles são o coração pulsante da evangelização, a sua oração é o oxigênio para os membros do Corpo de Cristo, é a força que sustenta a missão. A esse propósito quero trazer o exemplo de São Gregório de Narek, Doutor da Igreja, monge armeno do final do século X. Passou grande parte da sua vida no Mosteiro de Narek, onde aprendeu a sondar as profundezas da alma humana, unindo poesia e oração em seus escritos. Neles, o que mais chama a atenção é a solidariedade universal da qual se faz intérprete. Ciente de partilhar o destino de todos os homens, dedica a sua vida a interceder por eles. Se autodefine como aquele que oferece orações por todo o mundo. Chora não só pelos seus pecados, mas pelos de todos os homens, rezando por eles com lágrimas que brotam de um coração compassivo. Este santo monge nos ensina o zelo apostólico ao implorar a misericórdia de Deus para todo o mundo. Sintamo-nos necessitados de Deus como todos, mas sejamos também, a exemplo de São Gregório, intercessores junto a Deus por todos.
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Associação de exorcistas pede para "invadir os céus com orações” por causa de evento satânico em Boston
Walter Sánchez Silva
BOSTON, 25 Abr. 23 / 01:14 pm (ACI).- A arquidiocese de Boston e a Associação Internacional de Exorcistas (AIE) pediram aos católicos que invadam “os céus com orações” diante do anúncio de um evento satânico no próximo fim de semana em Boston, EUA.
O Templo Satânico anunciou a realização da "SatanCon 2023", de 28 a 30 de abril, no hotel Boston Marriott Copley Place, considerado pelo grupo como "o maior evento satânico da história", e que já estaria com os ingressos esgotados.
"É muito triste que tudo isso aconteça no tempo pascal, mas não parece coincidência que o evento satânico termine no dia que introduz a noite de Walpurgis e a celebração pagã de Beltane, datas que fazem parte do calendário das 'festividades' do satanismo de hoje", diz uma nota da Associação Internacional de Exorcistas.
A noite de Walpurgis refere-se à reunião de bruxas, em desafio a Deus, na véspera de 1º de maio, seis meses após o Dia de Todos os Santos em 1º de novembro. Beltane é uma festa pagã de origem celta que é celebrada em 1º de maio.
O evento satânico conta com uma série de “conferências, mesas redondas e momentos de entretenimento sobre temas aberrantes que buscam corromper a sociedade, negar a mensagem cristã e de salvação, degradar a condição de criatura dos filhos de Deus e destruir a fé cristã”, diz a AIE.
"Tempestade de Orações"
O bispo auxiliar de Boston, dom Mark William O'Connell, publicou há alguns dias um comunicado em nome do arcebispo, cardeal Seán O'Malley, no qual exortava os fiéis a não protestar pessoalmente, mas a rezar juntos.
“É importante que a arquidiocese de Boston tenha uma resposta, pois muitos estão preocupados com isso. No entanto, nossa resposta deve ser equilibrada e centrada na oração”, disse O’Connel.
"O equilíbrio está em neutralizar seus efeitos malignos pretendidos e chamar a atenção para isso, tornando-o mais proeminente", disse.
Por isso, “pedimos que não organizem nem incentivem nenhum paroquiano a ir ao evento para protestar. Isso só aumentaria o ódio daqueles que o apoiam e alimentaria a mídia com imagens”, recomendou dom O'Connel.
“Em vez de protestar pessoalmente, esperamos invadir os céus com orações”, disse o bispo, um pedido ao qual se uniram os exorcistas da AIE.
O’Connel disse que todos os santuários, a maioria dos mosteiros e “muitas das nossas paróquias abrirão durante os três dias (do evento satânico) para a oração de adoração e (a celebração de) missas com esta intenção”.
Depois de pedir que as igrejas estejam muito atentas a qualquer tentativa de profanação, o bispo auxiliar de Boston incentivou a fazer a oração a são Miguel Arcanjo nestes dias:
São Miguel Arcanjo,
defendei-nos no combate,
sede nosso refúgio
contra a maldade e as ciladas
do demônio.
Ordene-lhe Deus, instantemente o pedimos,
e vós príncipe da milícia celeste,
pelo Divino Poder, precipitai no inferno
a Satanás e a todos os espíritos malignos,
que andam pelo mundo
para perder as almas.
Amém.
(acidigital)
Mensagem do Santo Padre: Dia Mundial de Oração pelas Vocações
MENSAGEM DO PAPA FRANCISCO
PARA O 60º DIA MUNDIAL DE ORAÇÃO PELAS VOCAÇÕES
(30 de abril de 2023 - IV Domingo de Páscoa)
Vocação: graça e missão
Amados irmãos e irmãs, queridos jovens!
É a sexagésima vez que se celebra o Dia Mundial de Oração pelas Vocações, instituído por São Paulo VI em 1964, durante o Concílio Ecuménico Vaticano II. Esta providencial iniciativa visa ajudar os membros do Povo de Deus a responder, pessoalmente e em comunidade, à chamada e à missão que o Senhor confia a cada um no mundo de hoje, com as suas feridas e as suas esperanças, os seus desafios e as suas conquistas.
Neste ano, proponho-vos refletir e rezar guiados pelo tema «Vocação: graça e missão». É uma preciosa ocasião para redescobrir, maravilhados, que a chamada do Senhor é graça, dom gratuito e, ao mesmo tempo, é empenho de partir, sair para levar o Evangelho. Somos chamados a uma fé testemunhada, que estreita fortemente o vínculo entre a vida da graça, através dos Sacramentos e da comunhão eclesial, e o apostolado no mundo. Animado pelo Espírito, o cristão deixa-se interpelar pelas periferias existenciais e é sensível aos dramas humanos, tendo sempre bem presente que a missão é obra de Deus e não a realizamos sozinhos, mas em comunhão eclesial, juntamente com os irmãos e irmãs, guiados pelos Pastores. Pois este sempre foi o sonho de Deus: vivermos com Ele em comunhão de amor.
Escolhidos antes da criação do mundo
O apóstolo Paulo abre-nos de par em par um horizonte maravilhoso: Deus Pai «escolheu-nos em Cristo antes da criação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis na sua presença, no amor. Predestinou-nos para sermos adotados como seus filhos por meio de Jesus Cristo, de acordo com o beneplácito da sua vontade» (Ef 1, 4-5). São palavras que nos permitem ver a vida no seu sentido pleno: Deus «concebe-nos» à sua imagem e semelhança e quer-nos seus filhos: fomos criados pelo Amor, por amor e com amor, e somos feitos para amar.
No decurso da nossa vida, esta chamada, inscrita nas fibras do nosso ser e portadora do segredo da felicidade, alcança-nos, pela ação do Espírito Santo, de maneira sempre nova, ilumina a nossa inteligência, infunde vigor na vontade, enche-nos de admiração e faz arder o nosso coração. Às vezes irrompe até de forma inesperada. Assim aconteceu comigo em 21 de setembro de 1953, quando, a caminho da festa anual do estudante, senti o impulso de entrar na igreja e me confessar. Aquele dia mudou a minha vida, dando-lhe uma fisionomia que dura até hoje. Mas a chamada divina ao dom de nós mesmos abre estrada gradualmente, através dum caminho: em contacto com uma situação de pobreza, num momento de oração, graças a um claro testemunho do Evangelho, a uma leitura que nos abre a mente, quando ouvimos uma Palavra de Deus e a sentimos dirigida precisamente a nós, no conselho dum irmão ou uma irmã que nos acompanha, num período de doença ou de luto... A fantasia de Deus que nos chama é infinita.
E a sua iniciativa e dom gratuito esperam a nossa resposta. A vocação é uma «combinação entre a escolha divina e a liberdade humana», [1] uma relação dinâmica e estimulante que tem como interlocutores Deus e o coração humano. Assim, o dom da vocação é como uma semente divina que germina no terreno da nossa vida, abre-nos a Deus e abre-nos aos outros para partilhar com eles o tesouro encontrado. Esta é a estrutura fundamental daquilo que entendemos por vocação: Deus chama amando, e nós, agradecidos, respondemos amando. Descobrimo-nos como filhos e filhas amados pelo mesmo Pai, e reconhecemo-nos como irmãos e irmãs entre nós. Santa Teresa do Menino Jesus, quando «viu» com clareza esta realidade, exclamou: «Encontrei finalmente a minha vocação! A minha vocação é o amor! Sim, encontrei o meu lugar na Igreja (…): no coração da Igreja, minha Mãe, eu serei o amor». [2]
Eu sou uma missão nesta terra
Como dissemos, a chamada de Deus inclui o envio. Não há vocação sem missão. E não há felicidade e plena autorrealização sem oferecer aos outros a vida nova que encontramos. A chamada divina ao amor é uma experiência que não se pode calar. «Ai de mim, se eu não evangelizar!»: exclamava São Paulo (1 Cor 9, 16). E a I Carta de João começa assim: «O que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que contemplamos e as nossas mãos tocaram relativamente ao Verbo da Vida [feito carne] (…), isso vos anunciamos (…) para que a nossa alegria seja completa» (1, 1.3.4).
Há cinco anos, na exortação apostólica Gaudete et exsultate, dizia eu a cada batizado e batizada: «Também tu precisas de conceber a totalidade da tua vida como uma missão» (n. 23). Sim, porque cada um de nós, sem exceção, pode dizer: «Eu sou uma missão nesta terra e para isso estou neste mundo» (Exort. ap. Evangelii gaudium, 273).
A missão comum a todos nós, cristãos, é testemunhar com alegria, em cada situação, por atitudes e palavras, aquilo que experimentamos estando com Jesus e na sua comunidade, que é a Igreja. E traduz-se em obras de misericórdia materiais e espirituais, num estilo de vida acolhedor e sereno, capaz de proximidade, compaixão e ternura, em contracorrente à cultura do descarte e da indiferença. Fazer-nos próximo como o bom samaritano (cf. Lc 10, 25-37) permite-nos compreender o «núcleo» da vocação cristã: imitar Jesus Cristo que veio para servir e não para ser servido (cf. Mc 10, 45).
Esta ação missionária não nasce simplesmente das nossas capacidades, intenções ou projetos, nem da nossa vontade nem mesmo do nosso esforço de praticar as virtudes, mas duma profunda experiência com Jesus. Só assim podemos tornar-nos testemunhas de Alguém, duma Vida; e é isso que nos torna «apóstolos». Reconhecemo-nos então «como que marcados a fogo por esta missão de iluminar, abençoar, vivificar, levantar, curar, libertar» (Exort. ap. Evangelii gaudium, 273).
Temos um ícone evangélico desta experiência nos dois discípulos de Emaús. Estes, depois do encontro com Jesus ressuscitado, confidenciavam um ao outro: «Não nos ardia o coração, quando Ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?» ( Lc 24, 32). Podemos ver neles o que significa ter «corações ardentes e pés ao caminho». [3] É o que desejo também para a próxima Jornada Mundial da Juventude em Lisboa, que aguardo com alegria e que tem como lema: «Maria levantou-se e partiu apressadamente» ( Lc 1, 39). Que cada um e cada uma se sinta chamado a levantar-se e partir apressadamente, com coração ardente!
Chamados juntos: convocados
O evangelista Marcos narra o momento em que Jesus chamou para junto d’Ele doze discípulos, cada um pelo próprio nome. Estabeleceu-os para estarem com Ele e os enviar a pregar, curar as doenças e expulsar os demónios (cf. Mc 3, 13-15). Assim o Senhor lança as bases da sua nova Comunidade. Os Doze eram pessoas de ambientes sociais e profissões diferentes, não pertencentes às categorias mais importantes. Os Evangelhos referem ainda outras chamadas, como a dos setenta e dois discípulos que Jesus envia dois a dois (cf. Lc 10, 1).
O termo Igreja deriva precisamente de Ekklesía, palavra grega que significa assembleia de pessoas chamadas, convocadas, para formar a comunidade dos discípulos e discípulas missionários de Jesus Cristo, comprometendo-se a viver entre si o seu amor (cf. Jo 13, 34; 15, 12) e a espalhá-lo no meio de todos, para que venha o Reino de Deus.
Na Igreja, somos todos servos e servas, segundo diversas vocações, carismas e ministérios. A vocação ao dom de si próprio no amor, comum a todos, desenvolve-se e concretiza-se na vida dos cristãos leigos e leigas, empenhados a construir a família como uma pequena igreja doméstica e a renovar os diversos ambientes da sociedade com o fermento do Evangelho; no testemunho das consagradas e consagrados, entregues totalmente a Deus pelos irmãos e irmãs como profecia do Reino de Deus; nos ministros ordenados (diáconos, presbíteros, bispos) colocados ao serviço da Palavra, da oração e da comunhão do Povo santo de Deus. Só na relação com todas as outras é que cada vocação específica na Igreja se revela plenamente com a sua própria verdade e riqueza. Neste sentido, a Igreja é uma sinfonia vocacional, com todas as vocações unidas e distintas em harmonia e juntas «em saída» para irradiar no mundo a vida nova do Reino de Deus.
Graça e missão: dom e tarefa
Amados irmãos e irmãs, a vocação é dom e tarefa, fonte de vida nova e de verdadeira alegria. Que as iniciativas de oração e animação pastoral ligadas a este Dia reforcem a sensibilidade vocacional nas nossas famílias, nas paróquias, nas comunidades de vida consagrada, nas associações e nos movimentos eclesiais. Que o Espírito do Ressuscitado nos faça sair da apatia e nos dê simpatia e empatia, para vivermos cada dia regenerados como filhos de Deus-Amor (cf. 1 Jo 4, 16) e sermos, por nossa vez, geradores no amor: capazes de levar a vida a todos os lugares, especialmente onde há exclusão e exploração, indigência e morte. Que deste modo se alarguem os espaços de amor [4] e Deus reine cada vez mais neste mundo.
Acompanhe-nos neste caminho a oração composta por São Paulo VI para o 1º Dia Mundial das Vocações (11 de abril de 1964):
«Ó Jesus, divino Pastor das almas, que chamastes os Apóstolos para fazer deles pescadores de homens, continuai a atrair para Vós almas ardentes e generosas de jovens, a fim de fazer deles vossos seguidores e vossos ministros; tornai-os participantes da vossa sede de redenção universal, (…) abri-lhes os horizontes do mundo inteiro, (…) para que, respondendo à vossa chamada, prolonguem aqui na terra a vossa missão, edifiquem o vosso Corpo místico, que é a Igreja, e sejam “sal da terra”, “luz do mundo” (Mt 5, 13)».
Que a Virgem Maria vos acompanhe e proteja. Com a minha bênção.
Roma, São João de Latrão, no IV Domingo de Páscoa, 30 de abril de 2023.
Francisco
[1] Sínodo dos Bispos – XV Assembleia Geral Ordinária (2018), Documento final Os jovens, a fé e o discernimento vocacional, n. 78.
[2] Manuscrito B, redigido durante o seu último Retiro (setembro de 1896): Opere complete (Roma 1997), 223.
[3] Francisco, Mensagem para o 97º Dia Mundial das Missões (6 de janeiro de 2023).
[4] « Dilatentur spatia caritatis»: Santo Agostinho, Sermão 69: PL 5, 440.441.
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Hoje a Igreja celebra os papas santo Anacleto e são Marcelino
REDAÇÃO CENTRAL, 26 Abr. 23 / 05:00 am (ACI).- Com uma só menção, a Igreja celebra hoje,(26), estes dois santos que têm em comum apenas o fato de terem sido papas, pois suas vidas e histórias estão separadas por mais de dois séculos.
Santo Anacleto foi o terceiro papa da Igreja, depois de são Pedro e de são Lino. É referido em diversos escritos como Cleto, Anacleto ou Anencleto, mas sempre se trata da mesma pessoa.
São Pedro o conheceu, batizou e ordenou sacerdote na igreja de Roma. Ele e seu predecessor Lino foram os principais discípulos do primeiro papa.
Segundo o Liber Pontificalis ou Livro dos Papas, “Cleto” ocupou a cátedra de são Pedro durante os impérios de Vespasiano e Tito. Ocupou-se dos necessitados com esmolas, incentivou os primeiros cristãos que eram perseguidos e ordenou um determinado número de sacerdotes.
Sob o mandato do imperador Domiciano, foi capturado e martirizado por volta do ano 90. Seu corpo é conservado na igreja de São Pedro, no Vaticano.
Por outro lado, são Marcelino, que foi eleito papa em 30 de junho de 296, teve seu pontificado durante a última e talvez a maior perseguição realizada pelo imperador Diocleciano.
Esta perseguição, cujos severos editos contra os cristãos foram executados pelo augusto e co-imperador Maximiano Hercúleo, causou a maior confusão na Igreja romana depois do ano 303. Marcelino morreu em 304, muito provavelmente, de morte natural.
Nenhuma fonte confiável dos séculos IV e V o mencionam como mártir. Seu corpo foi sepultado na Catacumba de Priscila na Via Salaria.
(acidigital)
(acidigital)
terça-feira, 25 de abril de 2023
Somos livres (Uma gaivota voava, voava) - Com letra e voz guia (ECM)
Hoje é celebrado são Marcos Evangelista, o leão alado
REDAÇÃO CENTRAL, 25 Abr. 23 / 05:00 am (ACI).- Hoje (25), a Igreja Católica celebra a festa de dão Marcos Evangelista, discípulo de são Pedro e autor do segundo evangelho do Novo Testamento. Seu símbolo é o leão alado por sua relação com o Apocalipse e são João Batista.
São Marcos era judeu de origem e de uma família tão cristã que sempre acolheu os primeiros cristãos em sua casa.
Acompanhou Paulo e Barnabé, seu primo, à Antioquia na primeira viagem missionária. Também foi com Pedro a Roma.
São Marcos se separou deles em Perga e retornou para sua casa. Mais tarde, Paulo se recusou a aceitar Marcos. Barnabé rompeu a associação missionária com são Paulo e foi para Chipre com seu primo. Anos depois, são Marcos e são Paulo se juntariam em outra viagem missionária.
Sobre seu evangelho, são Marcos o escreveu em grego, aparentemente, para um público cristão. A data em que ele escreveu é debatida, mas talvez tenha sido na década de 60 a 70 depois de Cristo.
O evangelista foi a Roma com são Pedro, apóstolo que se dirigiria a são Marcos como “meu filho”. Marcos estabeleceu a Igreja em Alexandria, onde fundou sua famosa escola cristã.
Foi martirizado aproximadamente em 25 abril de 68 em Alexandria. Suas relíquias descansam na catedral de Veneza.
São Marcos é retratado como um leão alado em relação a um dos quatro seres viventes do Apocalipse. Alguns consideram que isso é porque o evangelho de Marcos começa com João Batista clamando no deserto, como um leão que ruge.
(acidigital)
segunda-feira, 24 de abril de 2023
JMJ, Papa aos lisboetas: feliz de voltar, desculpem a confusão que será criada
Recebido em audiência privada na Residência Apostólica, o prefeito de Lisboa, Carlos Moedas, publicou em sua conta no Twitter um vídeo no qual Francisco saúda todos os habitantes da cidade que sediará a Jornada Mundial da Juventude 2023: “Obrigado por terem depositado esperança nesta abertura de coração".
Vatican News
"Quero cumprimentar vocês, habitantes de Lisboa, que estão trabalhando muito para preparar este encontro da juventude. Estou feliz de voltar a Lisboa, Portugal. Estou feliz com o que vocês estão fazendo. E me desculpem pela confusão que será criada entre vocês."
Com um vídeo no Twitter, o Papa saúda os habitantes de Lisboa, a capital de Portugal que, de 1° a 6 de agosto próximo, sediará a Jornada Mundial da Juventude, evento global que reúne jovens dos cinco continentes. O vídeo foi publicado por Carlos Moedas, prefeito de Lisboa, recebido pelo Papa na manhã deste sábado, 22 de abril, em audiência privada na Residência Apostólica.
Gratidão do Papa
"Obrigado pela acolhida", disse o Pontífice no breve vídeo. "Obrigado por colocar a esperança nessa abertura de coração. Desejo a vocês tudo de bom, que Deus os abençoe e lhes dê forças para seguir em frente. E obrigado por todo esse trabalho. Que Deus os abençoe."
Também em seu perfil social, Moedas comentou: "Foi uma honra estar com Sua Santidade o Papa Francisco que estava entusiasmado em voltar ao nosso país. Lisboa se prepara para receber Sua Santidade na Jornada Mundial da Juventude."
(vaticannews)
REGINA CAELI (Texto)
PAPA FRANCISCO
REGINA CAELI
Praça São Pedro
Domingo, 23 de abril de 2023
Estimados irmãos e irmãs, bom dia!
Neste terceiro Domingo da Páscoa, o Evangelho narra o encontro de Jesus ressuscitado com os discípulos de Emaús (cf. Lc 24, 13-35). Estes são dois discípulos que, resignados com a morte do Mestre, decidiram deixar Jerusalém no dia de Páscoa e regressar a casa. Talvez estivessem um pouco inquietos, porque tinham ouvido as mulheres que vinham do sepulcro e diziam que estava vazio..., mas vão embora. E enquanto caminhavam entristecidos e falando sobre o que aconteceu, Jesus aproxima-se deles, mas eles não o reconhecem. Ele pergunta-lhes porque estão tão tristes, e eles dizem-lhe: «Tu és o único forasteiro em Jerusalém a ignorar o que lá se passou nestes dias» (v. 18). E Jesus responde: «Que foi?» (v. 19). E eles contam-lhe toda a história, é Jesus que faz com que lha contem. Depois, enquanto caminham, ajuda-os a reler os factos de uma forma diferente, à luz das profecias, da Palavra de Deus, de tudo o que foi anunciado ao povo de Israel. Reler: é isso que Jesus faz com eles, ajuda-os a reler. Analisemos este aspeto.
De facto, também para nós é importante reler a nossa história juntamente com Jesus: a história da nossa vida, de um certo período, dos nossos dias, com as desilusões e as esperanças. Também nós, por outro lado, como aqueles discípulos, podemos encontrar-nos desorientados face aos acontecimentos, sozinhos e incertos, com tantas perguntas e preocupações, desilusões, tantas coisas. O Evangelho de hoje convida-nos a contar tudo a Jesus, com sinceridade, sem medo de O perturbar - Ele ouve -, sem medo de dizer coisas erradas, sem ter vergonha da nossa luta para compreender. O Senhor alegra-se quando nos abrimos a Ele; só assim Ele pode dar-nos a mão, acompanhar-nos e fazer arder novamente o nosso coração (cf. v. 32). Então também nós, como os discípulos de Emaús, somos chamados a estar com Ele para que, quando a noite chegar, Ele permaneça connosco (cf. v. 29).
Há uma bela maneira de o fazer, que gostaria de vos propor hoje: consiste em dedicar um tempo cada noite a um breve exame de consciência. O que aconteceu hoje dentro de mim? Esta é a pergunta. Trata-se de reler o dia com Jesus, reler o meu dia: de lhe abrir o coração, de levar a Ele as pessoas, as escolhas, os receios, as quedas e as esperanças, todas as coisas que aconteceram; para aprender gradualmente a olhar para tudo com olhos diferentes, com os seus olhos e não só com os nossos. Podemos assim reviver a experiência daqueles dois discípulos. Face ao amor de Cristo, até o que parece fadigoso e fracassado pode emergir sob uma luz diferente: uma cruz difícil de abraçar, a escolha do perdão face a uma ofensa, uma vingança falhada, o cansaço do trabalho, a sinceridade que custa, as provações da vida familiar podem surgir sob uma nova luz, a luz do Crucificado Ressuscitado, que sabe fazer de cada queda um passo em frente. Mas para isso, é importante eliminar as defesas: deixar tempo e espaço para Jesus, não lhe esconder nada, mostrar-lhe as misérias, fazer-se ferir pela sua verdade, deixar que o coração vibre ao sopro da sua Palavra.
Podemos começar hoje, dedicar um momento de oração esta noite, durante o qual nos perguntamos: como foi o meu dia? Quais alegrias, tristezas, tédios... Como foi, o que aconteceu? Quais foram as suas pérolas, talvez escondidas, pelas quais dar graças? Havia um pouco de amor no que eu fiz? E quais foram as quedas, as tristezas, as dúvidas e os temores a mostrar a Jesus para que Ele me abra novos caminhos, me levante e me encoraje? Maria, Virgem da sabedoria, nos ajude a reconhecer Jesus que caminha connosco e a reler - eis a palavra: reler - perante Ele todos os dias da nossa vida.
Depois do Regina Caeli
Prezados irmãos e irmãs!
Ontem, em Paris, foram beatificados Henry Planchat, padre da Congregação de São Vicente de Paulo, Ladislau Radigue e três companheiros sacerdotes da Congregação dos Sagrados Corações de Jesus e Maria. Pastores animados pelo zelo apostólico, uniram-se no testemunho de fé até ao martírio, que sofreram em Paris em 1871, durante a chamada “Comuna” de Paris. Um aplauso aos novos Beatos!
Ontem celebrou-se o Dia Mundial da Terra. Espero que o compromisso de cuidar da criação esteja sempre unido a uma solidariedade efetiva com os mais pobres.
Infelizmente, a situação no Sudão permanece grave, pelo que renovo o meu apelo a fim de que se ponha fim à violência o mais rapidamente possível e se retome o caminho do diálogo. Convido todos a rezar pelos nossos irmãos e irmãs sudaneses.
Celebra-se hoje o 99º Dia da Universidade Católica do Sagrado Coração, sobre o tema Por amor ao conhecimento. Os desafios do novo humanismo. Desejo que o maior Ateneu católico italiano enfrente estes desafios com o espírito dos seus fundadores, especialmente a jovem Armida Barelli, proclamada Beata há um ano.
Na próxima sexta-feira irei durante três dias a Budapeste, Hungria, a fim de completar a viagem realizada em 2021 para o Congresso Eucarístico Internacional. Será uma oportunidade para voltar a abraçar uma Igreja e um povo que me são tão queridos. Será também uma viagem ao centro da Europa, sobre a qual os ventos gelados da guerra continuam a soprar, enquanto a deslocação de tantas pessoas coloca na ordem do dia questões humanitárias urgentes. Mas agora desejo dirigir-me com afeto a vós, irmãos e irmãs húngaros, na expetativa de vos visitar como peregrino, amigo e irmão de todos, e de me encontrar, entre outros, com as vossas Autoridades, os Bispos, os sacerdotes e os consagrados, os jovens, os universitários e os pobres. Sei que estais a preparar a minha chegada com tanto empenho: agradeço-vos de coração por isso. E a todos peço-vos que me acompanheis com as vossas orações nesta viagem.
E não nos esqueçamos dos nossos irmãos e irmãs ucranianos, ainda afligidos por esta guerra.
Saúdo de coração todos vós, romanos e peregrinos da Itália e de tantos países - vejo tantas bandeiras de muitos países -, em particular os de Salamanca e os estudantes de Albacete, bem como o agrupamento Veneto-Trentino do Corpo de Socorro da Ordem de Malta.
Saúdo os fiéis de Ferrara, Palermo e Grumello del Monte; a comunidade da Escola Diocesana de Lodi; os jovens de várias cidades das dioceses de Alba, Bergamo, Brescia, Como e Milão; os jovens da Crisma de muitas paróquias italianas; os alunos do Instituto do Sagrado Coração de Cadoneghe; a cooperativa “Volœntieri” de Casoli e o grupo “Mototurismo” de Agna.
Desejo a todos bom domingo; e por favor não vos esqueçais de rezar por mim. Bom almoço e até à vista!
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Santo do Dia : Santa Maria Isabel Hesselblad e seu retorno à fé católica
Origem
Maria Isabel Hesselblad nasceu em Faglavik, Suécia, em 1870, em uma família de fé luterana, vivida de modo diário e concreto. Desde a escola primária, pelo seu sensível grau de observação, notava que seus colegas de classe professavam as crenças cristãs mais diversas, mas achava que não devia ser assim. Por isso, começou a pôr-se em busca da única Verdade.
Enfermeira em Nova Iorque
Aos 18 anos, Maria Isabel Hesselblad decidiu emigrar para Nova Iorque para ajudar, financeiramente, a sua família. Lá, começou a trabalhar como enfermeira no Hospital Roosevelt. Seu contato direto com o mundo do sofrimento e da enfermidade a deixou profundamente impressionada. Naquele período, ocorreu um episódio, narrado em sua biografia, que demonstra quanto a futura Santa era agraciada por Deus.
O Episódio
Certa noite, por descuido, ficou fechada no necrotério do hospital; por isso, decidiu passar o tempo rezando ao lado de cada um dos cadáveres. Ajoelhada ao lado do corpo de um homem, teve a impressão de sentir uma espécie de respiro, mesmo se fraco. Em seu certificado médico dizia que ele tinha falecido por ataque cardíaco. Mas, Isabel sentia aquele respiro sempre mais forte e claro. Como boa enfermeira, sabia que aquele cadáver, no estado entre a vida e a morte, precisava de calor para voltar à vida. Então, cobriu-o com sua roupa. No dia seguinte, ela foi encontrada assim, rezando ao lado daquele jovem, que reviveu.
Santa Maria Isabel Hesselblad e a Reforma da Ordem de Santa Brígida
Retorno à Europa como católica
Nos Estados Unidos, Isabel tinha como diretor espiritual o jesuíta Padre Johann Hagen. Graças a ele, abraçou definitivamente a fé católica e foi batizada no dia da Assunção de Nossa Senhora, em 1902. Logo, voltou à Europa como católica: primeiro visitou sua família na Suécia e, depois, foi para Roma, onde ficou hospedada na casa que era de Santa Brígida, mas depois utilizada pelas Carmelitas.
Permissão de Papa Pio X
Ali, com uma permissão especial do Papa Pio X, recebeu o hábito religioso das Brigidinas e aprofundou a espiritualidade deste Instituto, originário da sua terra natal. Assim, entendeu qual era a sua vocação: refundar a Ordem, segundo as exigências daquele tempo, mas também fiel à tradição do carisma contemplativo e à solene celebração litúrgica. Transcorria o ano 1911.
Autobiografia – “O rebanho”
Em seus escritos autobiográficos, emergiu que Isabel ficou fascinada, em tenra idade, por uma frase do Novo Testamento, que se referia a um único rebanho, para o qual o Senhor, Bom Pastor, reconduziria todos. Passeando pela natureza extensa e sem confins do seu país, começou a se interrogar qual seria aquele rebanho único. Porém, ao invés de desanimar, diante de todas aquelas perguntas sem resposta, recebeu, como dom de Deus, um grande conforto e uma força incrível. Ouviu até uma voz, que lhe fez uma promessa: iria descobrir, um dia, qual seria este único rebanho. Ao sentir a presença do Senhor, tão perto de si, Isabel se tranquilizou.
Refundação da Ordem
Desde então, Isabel, que acrescentou ao seu nome o de Nossa Senhora, se esforçou para levar, novamente, a Ordem de Santa Brígida à Suécia, que conseguiu em Djursholm, em 1923, e, enfim, em Vadstena, em 1935. Dedicou toda a sua vida à caridade concreta com todos, sobretudo com os necessitados e mais frágeis. Durante a II Guerra Mundial, junto com suas coirmãs, acolheu muitos judeus perseguidos, transformando sua casa em centro de distribuição de alimentos e roupas para quem não tinha nada.
O Falecimento e a Orações a Santa Maria Isabel Hesselblad
Páscoa
Cansada, fisicamente, mas não de espírito, Maria Isabel faleceu em Roma, em 1957, onde foi beatificada, durante o Grande Jubileu do 2000, e canonizada pelo Papa Francisco, em 2016.
Oração
Maria Isabel escreveu de próprio punho e o deu à sua avó, antes de retornar aos Estados Unidos, em 1903: “Eu vos adoro, grande prodígio do céu, por dar-me alimento espiritual em vestes terrenas! Vós me consolais nos momentos obscuros, quando se dissipam, em mim, todas as esperanças! Ao coração de Jesus, junto ao balaústre do altar, estarei unida, eternamente, por amor”.
Minha oração
“Ao seu tempo, haverá um só pastor e um só rebanho. Dai-nos, querida santa, o amor e o trabalho pela unidade das nossas comunidades e da Igreja, a fim de que Cristo Reine sobre tudo e sobre todos.”
Santa Maria Isabel Hesselblad, rogai por nós!
(cancaonova)
domingo, 23 de abril de 2023
Hoje é celebrado São Jorge, o santo do papa Francisco
REDAÇÃO CENTRAL, 23 Abr. 23 / 05:00 am (ACI).- Hoje (23), a Igreja celebra a festa de são Jorge, o santo do papa Francisco, Jorge Mario Bergoglio, que é também padroeiro de Armas de Cavalaria do Exército da Argentina, país natal do papa. No Brasil, o santo é padroeiro do estado do Rio de Janeiro.
São Jorge viveu nos primeiros séculos da Cristandade. Nasceu em Lydda, Palestina, a terra de Jesus, filho de um agricultor muito estimado. Ingressou no exército e foi capitão.
Quando o santo chegou a uma cidade do Oriente, encontrou-se com um terrível crocodilo (ou dragão, ou tubarão), que devorava as pessoas e ninguém se atrevia a enfrentá-lo. São Jorge o fez e venceu.
Cheios de admiração e de emoção por ocorrido, os moradores escutaram atentamente quando o santo lhes falou sobre Jesus Cristo e muitos deles se converteram ao cristianismo.
Nessa época, o imperador Diocleciano mandou todos adorarem ídolos ou deuses falsos e proibiu adorar Jesus Cristo. O santo declarou que ele nunca deixaria de adorar Cristo e que jamais adoraria ídolos.
Essa recusa fez com que o imperador o condenasse à morte. No momento do martírio, levaram-no ao templo dos ídolos para ver se os adorava, mas diante da sua presença, várias estátuas de falsos deuses caíram no chão e se despedaçaram.
O santo foi martirizado e, enquanto o açoitavam, lembrava-se dos açoites que deram em Jesus e não abria a boca. Sofreu os castigos em silêncio.
As pessoas, ao vê-los, diziam que era corajoso e que “verdadeiramente vale a pena ser seguidor de Cristo”. Antes de morrer, o santo disse: “Senhor, em Tuas mãos entrego a minha alma”.
Quando escutou que lhe cortariam a cabeça, alegrou-se, porque tinha muito desejo de ir ao céu e estar com o Senhor. O santo sempre estava em oração.
São Jorge também é padroeiro da Inglaterra e dos escoteiros.
Geralmente, o santo é representado sobre um cavalo, com traje militar da época medieval, com uma palma, uma lança e um escudo, que tem uma bandeira branca com uma cruz vermelha, cujos braços vão às extremidades.
Este escudo pode ser visto em quadros e outras representações e a adaptação do mesmo está na bandeira da Inglaterra, da Geórgia, entre outras.
O santo é protetor dos soldados, agricultores, arqueiros, escoteiros, ferreiros, prisioneiros, entre outros. Também é conhecido como protetor dos animais domésticos.
(acidigital)