terça-feira, 26 de dezembro de 2023

Krajewski leva o abraço do Papa a Belém, encontro com familiares de pessoas em Gaza


 

Chega ao ápice a missão do cardeal esmoleiro na Terra Santa, onde passou as celebrações de Natal. O cardeal esteve ao lado do patriarca Pizzaballa para a liturgia de Natal na Basílica da Natividade: “Havia pelo menos 2 mil pessoas, muitos jovens, vindos com a esperança de que a guerra vai acabar. Levei as saudações do Papa e muitos agradeceram pela ajuda”. No almoço, encontro com familiares de pessoas na Faixa de Gaza.

Salvatore Cernuzio - Cidade do Vaticano



O cardeal Konrad Krajewski levou as "saudações" do Papa,  para cerca de dois mil fiéis reunidos para a celebração de Natal na Basílica da Natividade de Belém, juntamente com a garantia de que Francisco "reza por eles, pede ajuda humanitária   e sensibiliza os políticos para parar a guerra". Ao lado do patriarca de Jerusalém, Pierbattista Pizzaballa, o esmoleiro papal também se encontrou com 20 familiares de pessoas que estão passando essas festividades sob bombas e mísseis na Faixa de Gaza, os quais pediram garantias sobre o futuro deles e de seus parentes.


Um Natal de esperança
Chegou ao ápice a missão do cardeal na Terra Santa, enviado para levar o apoio e ajuda do Papa a todos esses fiéis que, devido à guerra, celebram um Natal de luto e dor. Em Belém, o lugar do nascimento do Salvador, o cardeal polonês encontrou, no entanto, um cenário diferente: pessoas vestidas para festa, homens de terno e gravata e mulheres com roupas brancas, prontos para cantar "alto até o céu", para agradecer ao Senhor apesar do horror e expressar a forte esperança de que "essa guerra termine logo".


Encontro com parentes de pessoas em Gaza
Cenas que surpreenderam o próprio cardeal, que - em contato com os meios de comunicação do Vaticano - disse ter sido tocado pela fé desses cristãos, bem como pelo olhar esperançoso do grupo de parentes de pessoas em Gaza, antes do almoço de Natal organizado pela comunidade dos franciscanos. "Eles fizeram perguntas ao cardeal Pizzaballa sobre o pós-guerra. Na Faixa, cerca de 900 pessoas não têm nada, apenas casas destruídas", conta Krajewski. "Quando essa terrível guerra terminar, precisamos estar prontos para ajudar aqueles que querem ficar e aqueles que querem sair. Precisamos pensar, por exemplo, em casas pré-fabricadas, reparar as escolas, porque sem escola, como as crianças ficam?". Essas pessoas, comenta o cardeal, "vivem com a esperança de que essa guerra vai acabar". E encarnam o Evangelho no qual "Jesus convida a colocar Deus em primeiro lugar e depois o próximo".


Ajuda da Jordânia
O esmoleiro do Papa, já representante papal entre os escombros físicos e espirituais da Ucrânia, também agradeceu a ajuda recebida da Jordânia graças ao rei Abdullah II, que enviou, por meio de um helicóptero, medicamentos e auxílio para o povo de Gaza: "Muitos países não conseguiram fazer nada, enquanto o rei de um pequeno país conseguiu".
A chegada de ajuda foi recebida como uma "bênção" de Natal, considerando o crescente número de doentes e feridos. "O vice-pároco da paróquia da Sagrada Família em Gaza - relatou Krajewski - me disse que apenas no distrito da Igreja eles têm 50 feridos, sem medicamentos. Portanto, esses medicamentos são uma bênção de Natal de pessoas corajosas que, apesar de tudo, procuram brechas para levar ajuda".


A proximidade do Papa
Ajuda que se soma àquela ofertada pelo Papa, "enviada diretamente a Gaza, principalmente para crianças e feridos e para que possam comprar mantimentos e coisas necessárias". O cardeal está aproveitando esses momentos de convívio para entender como envolver a ajuda do Dicastério para o Serviço da Caridade: "Precisamos entender como podemos agir para ajudar essas pessoas, organizar algo internacionalmente para apoiá-las. Isso já traz uma esperança de Natal".
De esperança, o cardeal Krajewski também falou em sua despedida ao final da Missa de Natal celebrada em árabe, pelo patriarca Pizzaballa: "Estava completamente cheia, havia pelo menos duas mil pessoas, todo o Povo de Belém. Aqui, cerca de 150 mil pessoas perderam seus empregos porque a cidade está cercada, as pessoas não podem sair e, portanto, muitos que trabalhavam fora perderam seus empregos. Apesar disso, vieram celebrar o nascimento de Jesus e a esperança de que tudo vai passar. Havia muitos, muitos jovens, bem vestidos, mulheres de branco, homens de terno e gravata. Só isso já diz muito: que grande festa estamos celebrando! E eles rezavam o Pai Nosso levantando os braços para o alto, invocando a paz. E então os cantos, com voz alta, pareciam chegar ao céu e ao Senhor. Em Roma, não encontramos paróquias onde se cante assim, talvez nas montanhas... A todos eu levei saudações do Santo Padre, levei um abraço muito forte da parte dele".


Gratidão a Francisco

Logo após a Missa, relatou novamente o cardeal, "saímos com o patriarca da Basílica, cumprimentamos todas as pessoas que vieram para celebrar o nascimento de Jesus. Todas as duas mil! Cumprimentei duas mil pessoas em nome do Santo Padre! E muitos agradeceram ao Papa, houve aplausos para o Papa Francisco, que nunca os abandonou, que está sempre próximo, e que sofre como eles sofrem".

(vaticannews)

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