terça-feira, 21 de maio de 2024

O Clamor de Jerusalém a Gaza: “Renovai a face da Terra ó Santo Espírito”


Esse o clamor do cardeal Pierbattista Pizzaballa, patriarca Latino de Jerusalém e do frei Francesco Patton, Custódio da Terra Santa, nas celebrações de Pentecostes em Jerusalém e em Gaza.

Lurdinha Nunes com Marinella Bandini – Foto GPO

Com grande surpresa para todos,  no dia 16 de maio de 2024, o cardeal Pizzaballa entrou em Gaza para uma visita pastoral à paróquia da Sagrada Família onde celebrou a festa de Pentecoste e está visitando os seus paroquianos.

Pizzabala em Gaza
Pizzabala em Gaza

A Igreja de São Salvador e o Cenáculo em Jerusalém

A Igreja de São Salvador e o Cenáculo têm um vínculo especial. O Cenáculo, no Monte Sião, foi a primeira sede da Custódia, desde 1342. Ainda hoje o título oficial do Custódio da Terra Santa é “Guardião do Monte Sião e do Santo Sepulcro”. Depois de serem expulsos do Cenáculo, em 1559 os franciscanos estabeleceram sua sede em São Salvador, na cidade velha de Jerusalém, onde ainda hoje está localizada. Em 1561, o Papa Pio IV concedeu a esta igreja as mesmas indulgências concedidas ao Cenáculo. O Custódio da Terra Santa, iniciou as celebrações na Igreja de San Salvador com as vésperas de Pentecostes.

Pentecostes na Terra Santa
Pentecostes na Terra Santa

O Espírito “transforma todo  gemido deste nosso tempo em oração sem palavras”

Frei Francesco Patton, sublinhou na homilia a carta de São Paulo com “ os gemidos inexprimíveis” com os quais o Espírito intercede por nós. Recordou também os muitos conflitos e os  “ vales cheios de ossos secos ” dos nossos dias, com 70 países do mundo em guerra. O Espírito geme, e nós também gememos quando tomamos consciência de tamanho horror. Mas o Espírito transforma todo esse gemido em oração sem palavras. O Custódio  Recordou o conflito em Gaza e rezou pela visita do Patriarca, Card.Pizzaballa - que ali celebrou a solenidade de Pentecostes como um sinal de esperança para os cristãos que ainda permanecem em meio a guerra. “Senhor, envia o teu Espírito e sopra em nós o teu sopro de vida, para que as muitos vales cheios de ossos e cadáveres se tornem um aviso para depormos as armas e repudiarmos a guerra como instrumento de resolução de conflitos. Que um dia possamos ver toda a humanidade reunida numa única família capaz de viver em paz e fraternidade”.

As celebrações no Cenáculo :  “Com Pentecostes se inaugura o tempo do Espírito, que é também o tempo da Igreja”

No Cenáculo, os frades da Custódia da Terra Santa celebraram a Missa do dia e as Segundas Vésperas da solenidade. O Evangelho de São João, proclamado durante a Missa, situa-se no Cenáculo, onde Jesus, durante a Última Ceia, prometeu aos discípulos o dom do Espírito. “Com Pentecostes se inaugura o tempo do Espírito, que é também o tempo da Igreja”, sublinhou o Custódio. “É precisamente o Espírito quem torna possível o testemunho da Igreja e o nosso testemunho pessoal e que torna este testemunho compreensível, significativo e inculturado em várias épocas e em vários ambientes”.

O dom das línguas derruba a desordem de Babel - É o Espírito quem nos permite estabelecer relações e construir  comunhão.

À tarde, os frades reuniram-se novamente no Cenáculo para as Segundas Vésperas, que encerra o dia de Pentecostes e o tempo pascal. É o Espírito quem nos permite comunicar, estabelecer relações e construir  comunhão” – disse o Custódio, recordando o dom de línguas, que derruba a desordem de Babel. Para sublinhar esta universalidade, os frades e fiéis presentes rezaram a oração do Pai Nosso, cada um na própria lingua. 


 (vaticannews)

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